Natal na Toca



 Com o início de dezembro chegava também uma tempestade, não só de frio e neve como também uma tempestade de deveres marcados para o feriado de natal. Era impressionante como os professores gostavam de tirar esse dia que normalmente deveria ser um dia aproveitado por alunos normais.
 Na véspera de natal, as aulas estavam esfriando junto com o tempo, sendo que os professores também já tinham entrado no clima do feriado e preferiam não exagerar nos deveres em sala.
 Harry estava sentando, silencioso, acompanhando a penumbra sobrepor-se ao calor que o sol trazia. Já passavam das sete horas da noite, Rony e Hermione estavam naquele momento terminando de adiantar os deveres, para que quando chegasse o dia do natal eles não tivessem tal ocupação. Harry sentia-se demasiado frustrado para aquilo no momento, portanto contentou-se em observar as aves que voavam distantes pelos ares de Hogwarts, sobrevoando os montes alpinos, imaginando que uma daquelas poderia ser Colapogge transformado.
 Esses primeiros meses de Hogwarts pareceram esplêndidos se comparados ao do ano que se passara. Era muito estranho saber que conseguira estar ali, contemplando a neve cair lentamente cobrindo a grama, sendo que poucos meses atrás ele estava preparado para morrer, até já tinha se conformado. Era tão bom estar vivo, mas algo em seu interior o impedia, ou pelo menos atrapalhava ele sentir aquelas emoções como queria. Sabia que o temido vilão de setecentos anos de vida estava à solta, esperando Harry derrotar Riddle para que pudesse agir.
 Durante as conversas que os três tiveram ao passar dos dias, concordaram que a idéia de Colapogge, assim como vira no livro do Destino, era aparecer e organizar o duelo final entre os quatro herdeiros de Hogwarts. Porém, como também discutiram outrora, para um bruxo das Trevas Colapogge era muito tradicional, e queria realizar as vontades dos deuses exatamente como estava previsto no livro. Portanto ele teve de esperar Harry vencer Voldemort, caso contrário ele estaria se negando aos deuses, algo que alguém como Colapogge aparentemente era incapaz de fazer.
 Porém, o natal parecia ser uma data muito estranha para se agir. E, é claro, nem poderia.
 Harry sabia que Colapogge precisaria da espada de Merlim se quisesse realmente cumprir a profecia. Porém ele tratara de impedir ao máximo que isso acontecesse. Colocando vários feitiços sobre a espada, inclusive um feitiço de desilusão, Harry enfiou-a debaixo de uma taboa solta no assoalho do dormitório masculino, assim como fazia em seu tão antigo quarto na Rua dos Alfeneiros. Ele duvidava que Colapogge soubesse que a arma estava com ele, mas ainda assim preferia não arriscar-se. E se Colapogge, de alguma maneira, tivesse visto Harry roubar a espada? Não era algo de se duvidar...
 -Harry – chamou Hermione, fazendo Harry sobressaltar-se na poltrona. – Você não vai fazer os deveres?
 -Claro – ele se levantou da poltrona e juntou-se aos amigos, contrariado.
 Seu olhos começaram a analisar o papel em sua frente, e sua mão involuntariamente agarrou a pena e molhou-a no tinteiro. Começou a escrever, mas sua cabeça estava longe...
 Tudo o que ele queria naquele momento era estar livre, livre com Gina, podendo fazer o que quisesse na hora que quisesse nem ninguém nem nada impedindo. Se pelo menos ele estivesse sonhando, poderia acordar de repente e o pesadelo de nome Colapogge se esvairia. Mas não era tão simples. Ele sabia que aquilo não era um sonho, pos já estava acostumado com situações parecidas.
 -Harry – a voz de Hermione o trouxe de volta à sala comunal. – O que você está fazendo?
 Ele olhou para o pergaminho e não se surpreendeu ao perceber que escrevera a palavra ‘’polissuco’’ três vezes. Eles estavam agora terminando o trabalho de poções passado por Slughorn.
 Harry usou um feitiço de correção e a tinta excessiva secou-se, previamente sendo sugada pelo pergaminho.
 ’’Entre as poções corpóreas a mais potente delas é a Poção Polissuco, capaz de transformar... ’’ – ele começou a ler, mas não absorvia sequer uma das palavras.
 Harry olhou para o lado e viu um pequeno rato passar ligeiro pelas escadas e se esconder debaixo do armário.
 ’’Pode ser Colapogge’’ pensou, enquanto escrevia. ‘’Não, estou ficando paranóico’’.
 Ele voltou ao trabalho, onde encontrou o ponto onde parara da cópia no livro de poções.
 ’’Polissuco, capaz de transformar um ser humano... ‘’
 Um movimento próximo à porta fez Harry se sobressaltar, virando-se rapidamente.
 Era apenas um garotinho do primeiro ano, que entrou tímido pela porta vestindo roupa de Papai-Noel.
 Harry voltou ao trabalho. Estava difícil concentrar-se. Encostou a pena no pergaminho e voltou a escrever.
 ’’transformar um ser humano em outro, mudando completamente... ‘’
 Algo passara muito rápido ao lado da orelha esquerda de Harry, e ele virou o rosto rapidamente, mas percebeu que era um mero besouro.
 -Harry – Hermione percebeu. – O que está acontecendo?
 -Nada. Só estou com sono.
 Aquilo era uma mentira realmente esfarrapada. Eram apenas oito e meia, e normalmente eles não iam dormir antes das onze.
 Automaticamente sua mão voltou a rabiscar o pergaminho, inconsciente do que escrevera.

 O Expresso de Hogwarts partira na véspera do feriado mais esperado do ano, sacolejando e sendo banhado pela neve que voava lentamente até pousar com suavidade no trem. Acabaram de atravessar uma Hogsmeade e embarcaram, cerca de metade dos alunos presentes em Hogwarts, pois alguns preferiram ficar e comemorar o natal no próprio castelo. O trem, que levava na maioria alunos do sétimo ano, tinha um vagão ocupado por Harry, Rony, Gina, Hermione e Luna, que naquele momento discutiam sobre o que fariam quando terminassem os estudos.
 -Eu vou herdar os negócios de papai – dizia Luna, brincando com Bichento. – Durante as últimas férias eu o ajudei na produção [i]d’O Pasquim.[/i] Tem sido realmente divertido. O que você pretende fazer, Rony.
 -Não sei... Estava pensando em ajudar Jorge nas Gemialidades, mas acho que não vai ser bom... Sabe, eu não tenho a criatividade de Fred. De qualquer modo, sendo que o Ministério não está mais guiado pela corrupção e Quim assumiu o comando, talvez eu até me arranje por lá... Hermione?
 -Andei pesquisando e acho que a melhor opção seria mesmo trabalhar no Ministério da Magia. Se bem que o que eu realmente queria era expandir o F.A.L.E...
 Harry permanecia quieto, somente escutava aos amigos falando. Gina deixara claro que desejava se tornar jogadora de Quadribol pelo Harpias Holyhead.
 -E você, Harry? – perguntou Luna.
 Harry olhou nos olhos claros e fundos da amiga, mas não respondeu imediatamente. No fundo, ele sabia que não tinha uma certeza formada dentro de si, informando sua verdadeira ambição futura.
 -Ahn... Não sei – respondeu, simplesmente.
 Aquela era uma dúvida mortal, talvez a maior das dúvidas que já tivera nestes longos dezoito anos. Suas opções eram meio limitadas, mas no fim ele teria de escolher.
 Harry teimava cada vez mais em assumir essa terrível verdade. Logo ele teria de deixar Hogwarts, seu palácio, sua morada. Não seria fácil, saber que jamais voltaria para lá após terminar os estudos. Porém, ele talvez pudesse voltar de alguma forma. Poderia, quem sabe, ser professor? Não, aquilo era carta fora do baralho. Ele não era o mais indicado para o cargo.
 Mas ele poderia seguir o conselho de Moody e ser auror. Não, na verdade, Moody nunca dera conselho algum a Harry sobre seu trabalho. Quem dissera que ele seria um bom auror foi Bartolomeu Crouch Jr. Mas em seu interior ele admitia que sentia uma grande atração por tal.
 Poderia seguir a mesma escolha de Gina? Quem sabe, investiria suas indescritíveis habilidades mais uma vassoura espetacular em uma carreira profissional no Quadribol? Neste caso, jamais ficaria afastado de Gina por motivos de emprego, caso, é claro, jogassem no mesmo time.
 -Ah, qual é – Rony chamou-o de volta à vida. – Você pode fazer melhor do que isso.
 Harry entendeu que ele estava se referindo à sua resposta anterior.
 -Bom... Eu não tenho total certeza, pra ser sincero, nunca pensei nisso – mentiu.
 O trem chacoalhava enquanto a noite ia chegando aos poucos. Naquele momento era seis e meia da tarde, e as nuvens já estavam começando a se esconder.

 O Expresso de Hogwarts parou com um solavanco, arrancando neve do trilho ao parar e espirrando na multidão de famílias que esperavam na estação de King’s Cross. Entre elas, Harry pode perceber a inconfundível cabeleira cor de fogo que só poderia ser da Sra. Weasley, mãe de Rony. Ela havia convidado Harry e Mione para passarem o feriado de natal na casa deles, a imensa casa torta chamada de ‘’A Toca ’’.
 A barulheira era inevitável. Várias criancinhas do primeiro ano correram em direção aos pais, incontroláveis, doidos para contarem as novidades de Hogwarts e explicar detalhadamente como fora seu primeiro ano na escola.
 Harry espiou pelo lado de fora da janela, e viu a Sra. Weasley berrando para o trem, informando sua localização, mas era impossível ser ouvida na barulheira que fora aprontada. A estação de King’s Cross estava totalmente enfeitada, grandes árvores de natal pendiam-se quase encostando no teto, pequenos Gnomos andavam entre os passageiros entregando cartões natalinos, as paredes lotadas, a neve caindo e embaçando os óculos de Harry espalhava somente a alegria e a inacreditável felicidade do reencontro e da maravilhosa data que só poderia ser o natal.
 Enquanto a multidão se dissipava lentamente, a Sra. Weasley já se aproximara da entrada do trem, onde Rony, Hermione e Rony já se espremiam para sair.
 -Harry! Ron! Mione! – A voz suave de Molly chegou até eles.
 No abafamento causado, era impossível responder. Formava-se um monte de alunos desorganizados.
 Harry colocou o primeiro pé para fora, logo pode colocar seu corpo todo. Sentiu-se levemente mais aliviado, apesar de que fora do trem estava tão apertado e quente como dentro.
 Eles chegaram à Molly, que abraçou primeiro o filho.
 -Rony! Que saudade, meu filho!
 -Eu também estava – respondeu ele, corando.
 Harry! Que bom te ver – ela abraçou o garoto.
 -É muito bom te ver também – disse em resposta.
 A última a ser abraçada foi Hermione, e logo o Sr. Weasley chegava junto de Jorge.
 Molly agora abraçava sua filha mais nova, enquanto Harry se espremia tentando sair da plataforma junto dos Weasley. Harry deixara grande parte de seus pertences guardados no calabouço de Hogwarts, um novo cômodo do castelo que guardava pertences de seus alunos e professores quando estes saiam. Sendo assim, ele não precisava carregar nada mais de que uma mochila e a gaiola de Fredwiges.
 Enquanto Harry e os Weasley se dirigiam à  parede de pedra aparentemente sólida que era a conhecida saída para a estação de King’s Cross, Fredwiges estranhamente se debatia enlouquecida na gaiola. Era estranho ela agir assim, pois nesses longos meses sempre demonstrara ser uma coruja extremamente calma. Porém, Harry imaginou que aquilo era por causa da excessiva quantidade de gente e pelo inacreditável calor, mesmo estando na estação mais fria do ano.
 Eles atravessaram a barreira como se ela não existisse, e saíram numa câmara nem tão lotada por vários tipos de bruxos e vários trouxas. Assim como na Plataforma nove e três quartos, o lugar estava completamente enfeitado para as festas natalinas.
 -Vamos no carro do Ministério – disse o Sr. Weasley. – Quim não hesitou em nos emprestar, é claro. Mas, enfim, como foi que foram esses primeiros meses na escola?
 -Ah, com certeza não foi como nos outros anos, Sr. Weasley – disse Hermione. – Os NIEM’s estão tomando todo nosso tempo. Sem falar no torneio de Quadribol...
 -E não esqueça do caso de Colapo...
 Rony estava começando a dar com a língua nos dentes, mas Hermione pisou no pé de Rony com força, o mais discretamente que conseguiu, o que foi suficiente para confundir o Sr. Weasley.
-Ah, então você entrou para o time também? – perguntou Arthur, animado.
 Hermione assentiu.
 -Pois é, os anos de NIEM’s são muito divertidos – disse Jorge.
 Todos riram, menos a Sra. Weasley. Harry entendeu que o amigo estava se referindo ao início das Gemialidades, que foram colocadas em prática no ano em que eles prestavam os NIEM’s, e, por acaso, resolveram usar suas brincadeiras contra a megera Dolores Umbridge, uma bruxa gorda com cara de sapo que odiava brincadeiras, e, por sua vez, não ficara nada feliz com a brincadeira dos gêmeos. Diferente de todo o resto da escola, é claro.
 O carro do Ministério, magicamente ampliado, foi suficiente para carregar duas vezes a família Weasley completa. Harry se sentara entre Gina e Jorge, enquanto flutuava sobre as nuvens. A conversa tinha partido de vez.
 Rony começou a narrar detalhadamente o primeiro jogo de Quadribol, e de como Hermione voara bem. Harry discutia com Gina as possibilidades do Harpias de Holyhead vencerem o título da temporada. Jorge contentava-se em contar piadas, fazendo todos rirem.
 Naquele momento o carro sobrevoava Surrey. Ao olhar atentamente, Harry se identificou com algumas casas, algumas ruas e alguns parques, então pode perceber onde estavam: Naquele momento, sobrevoavam Little Whinging. Harry anotou mentalmente que deveria avisar aos Dursley que o perigo cessara(ou pelo menos parte dele), que poderiam voltar para sua casa na Rua dos Alfeneiros... Com um aperto no peito, Harry se lembrou de que naquele momento eles deveriam estar se escondendo, pensando que Voldemort ainda perambulava tranqüilamente pelo mundo, atrás deles...
 -O que houve Harry? – perguntou Jorge. – Sente saudades de sua antiga casa?
 -Não é isso... Só estava pensando no que poderia ter acontecido com os Dursley... Onde estão...
 -Ah, o que é isso, Harry! – disse o Sr. Weasley. – Apesar de gostar muito de trouxas, percebi que esses aí são da pior espécie. Eles te torturaram durante onze anos, ora!
 -Eu sei – respondeu, apenas.
 Harry não saberia dizer se o carro fora magicamente invisível por fora ou não. Só sabia que era capaz de sentir a brisa reconfortante despenteando-lhe os cabelos.
 A neve molhava seu corpo com suavidade, deixando a viagem extremamente confortável. O céu estava coberto pela névoa, o que impedia a visão ao longe.

 Chegaram à Toca cerca de dez minutos depois, quando o carro do Ministério desceu até o chão e parou derrapando. Todos desembarcaram.
 -Acho que o almoço já está pronto, deixei tudo cozinhando – informou Molly. Ela agitou a varinha na direção da porta, que se abriu com um estalo.
 Harry ainda não tinha se acostumado com a idéia de perambular por aí perto de todos. Com um arrepio, pensou no que aconteceria caso Colapogge atacasse algum deles por culpa sua. Os Weasley eram sua verdadeira e única família naquele momento, e ele não conseguiria suportar caso fosse responsável por algum desastre.
 A paranóia de Harry havia diminuído, mas ainda não se extinguido. No fundo, ele sabia que isso era apenas fruto de sua imaginação. Mas não conseguia deixar de coçar de curiosidade quando via um animal qualquer passando por perto dele.
 Sentia-se levemente frustrado em não poder trazer a espada de Merlim para a Toca. Discutira isso com Hermione e Rony antes, e decidiram que trazê-la seria uma má escolha, pois iria atrair perguntas embaraçosas. Por fim, resolveram deixá-la escondida em Hogwarts mesmo.
 A Toca estava exatamente como Harry vira da última vez. A única diferença era que os móveis da casa não eram mais aqueles velhos e comidos por traças, agora eram móveis bonitos e sofisticados.
 -A loja de Jorge está dando lucro – disse Rony, percebendo o olhar de Harry. – Sabe, enfim mamãe se convenceu de que esse é o trabalho perfeito para ele.
 -Eu acho que você deve começar a trabalhar com ele.
 Rony olhou para ele, surpreso.
 -Ah, não sei não...
 -Desde que Fred... Bem... [i]Faleceu[/i], ele tem se sentido muito... Sozinho.
 -Como pode saber?
 Harry suspirou.
 -Ah, é óbvio, não é? Olhe só para ele. Ele está mais fechado do que sempre foi. Acho que seria bom se você fizesse companhia.
 Rony encarou o pé da cadeira, imaginando a possibilidade.
 -Vou falar com ele – disse, por fim.
 -Gente! – chamou a Sra. Weasley. – O almoço está pronto! Tem uma surpresa para vocês!
 Harry e Rony trocaram um olhar, curiosos. Conheciam os presentes que a Sra. Weasley costumava dar, mas mesmo assim harry se sentia imensamente feliz. Ao contrário de Rony, é claro.
 Entraram na cozinha, a mesa totalmente ocupada por caixas e presentes de todas as cores e tamanhos. Todos permaneciam sentados, esperando pela comida e por algo mais.
 -Gui não poderá vir – lamentou Molly, entrando na cozinha e segurando uma carta. – Ele e Fleuma... Digo, [i]Fleur[/i], passarão o natal na França, na casa dos Delacour. Disse que foi uma surpresa.
 -Mamãe ainda implica com a coitada da Fleur – murmurou Rony.
 -Carlinhos está a caminho – continuou Molly. – Muriel também deve aparecer.
 -Você não a convidou? – perguntou Rony, fazendo careta.
 -E você acha que Muriel precisa de convite? Ela mesma nos mandou uma carta avisando que estaria aqui em meia hora.
 Molly colocou o caldeirão fumegante sobre a pia.
 -Agora, vamos abrir os presentes? – disse.
 Com um gesto da varinha, cada uma das caixas foi para seus donos. Uma de porte médio e particularmente colorida voou até o colo de Harry, onde pousou com cuidado.
 Ansioso, Harry desamarrou a fita verde que prendia a caixa, e arrancou o embrulho. Abrindo a caixa, encontrou um suéter vermelho com um leão estampado no peito. Um tanto diferente do que ganhara dois anos atrás, mas ele não fez caso por isso.
 -Gostou do presente, Harry? – perguntou Molly.
 -Claro – respondeu. – É perfeito!
 Molly sorriu, corando. Harry espiou Rony abrir seu presente, e encontrar o conhecido suéter, vermelho assim como de Harry, mas no lugar do leão da Grifinória um enorme ‘’R’’. O rosto de Rony nada expressava, mas é claro que ele jamais diria para a mãe que odiara o presente.
 Hermione ganhou um livro pouco interessante sobre ‘’Bruxos do Alaska’’, que expressava, é claro, os meios de vida e o lazer dos bruxos neste local.
 De quebra, Harry ainda ganhou um presente de Jorge. O que parecia ser um chapéu pontudo era na verdade uma armadilha. Ao experimentá-lo, Harry percebeu que algo estranho grudou em sua cabeça, e quando tirou o chapéu notou que seus cabelos estavam invisíveis, o que fazia parecer que Harry estava careca.

 O dia de natal foi extremamente prazeroso na Toca, assim como imaginara. Durante a tarde, jogaram várias partidas de Snap explosivo sentados em um tronco que ficava atrás da casa. Também aproveitaram para trocar as figurinhas dos Sapos de Chocolate, onde ficavam gravados os nomes e as fotos dos bruxos famosos.
 De repente, Hermione soltou um gritinho histérico ao observar uma delas, o que atraiu o olhar de todos. Harry espiou na mão da amiga, e surpreendeu-se ao ver sua própria foto na figurinha.
 -O que... N... O que minha foto... Faz...?
 Hermione riu. Ali estava Harry, tinha entrado para a fama. Não era algo tão engraçado ter seu nome dentro de um sapo de chocolate!
 -Está ficando famoso, Harry – disse Jorge. – É impressionante!
 -Se é – disse Rony.
 Harry estava abobado, não acreditava.
 -Ah, podem parar. Eu sei que foi uma pegadinha...
 -Não é uma pegadinha – disse o Sr. Weasley. – Não contei antes porque não queria estragar a surpresa... Mas estou sabendo desde agosto, desde que comi um sapo no trabalho...
 A noite já tinha chegado. Ali na Toca eles discutiam fervorosamente sobre essa novidade. Harry, um bruxo [i]famoso?[/i] Mas, pensando bem, não era algo de se duvidar depois dos acontecimentos do ano passado.

Compartilhe!

anúncio

Comentários (0)

Não há comentários. Seja o primeiro!
Você precisa estar logado para comentar. Faça Login.