Capitulo 69



Ginny pegou a carta com a mão tremula e seus olhos se encheram de lágrimas quando viu de quem era.
PARA MINHA MENINA LINDA.
Era de sua mãe! O olor desse sobre se multiplicou e a Ginny lhe pareceu estar sentindo o cheiro de sua mãe. Dois anos eram demasiado pouco para recordá-la, porém, nos pequenos detalhes, nas pequenas histórias, Ginny havia conhecido a sua mãe. Embobada havia revisado uma e outra vez fotos de anuários, a bela foto do casamento de seus pais e uma ainda mais bela onde a tinha em braços com poucos dias de vida. Sua mãe... Ah acaso palavra mais bela que essa?... Pode alguém imaginar a dor que significa não ter alguém para chamar de MAMÃE?... E agora uma parte de Molly estava entre suas mãos dedicada completamente a ela. Desde que se interou que estava grávida até seu último dia de vida Molly se dedicou ao seu pequeno anjo. Se encarregou de enche-la de amor, de cuidados, de atenções, de beijos, se encarregou de velar suas noites e iluminar seus dias, porém com o passar do tempo seu rosto de desenho na mente de Ginny. Sua mãe terminou por ser alguém a quem lhe falava a distância, uma bela mulher presa em uma fotografia, porém agora parecia mais real, mais palpável que nunca. Seus olhos nublados recorreram cada uma das belas palavras desse pedaço de papel enquanto as lágrimas que caíam pareciam marcar lugares onde anteriormente haviam caído outras... As de sua mãe. Nunca havia sentido tanta nostalgia dela como enquanto lia... Dizem que as vezes os seres humanos tem nostalgia até do que nunca vivemos, do que nunca tivemos... Ginny estava completamente entregada a esse sentimento, pois de algum modo nunca havia tido a sua mãe, pelo menos não guardava nenhuma recordação de havê-la tido, porém a amava e nesse momento a amava mais que nunca... Quando terminou de ler arqueou a cabeça para trás e levou a carta ao peito abraçando-a com força como se um pedaço de papel pudesse remontar uma pessoa de carne e osso... De repente se sentiu uma menina de dois anos segurando uma mão e pedindo MAMÃE NÃO VÁ EMBORA... Porém a menina ficou sozinha em um quarto enquanto homens desconhecidos e de bata branca murmuravam coisas que não chegava a entender... Logo os trajes viraram negros... Ginny apoiou a cabeça enquanto tinha a primeira lembrança de sua mãe e a pior de todas... O dia em que ela morreu... Viu fechar aqueles olhos grandes enquanto a miravam fixamente pedindo-lhe PERDÃO uma e mil vezes, porém não teve tempo de dizer-lhe que a perdoava porque ela já não estava... Seus olhos já haviam se fechado...
Como rompendo a magia uma mão posou sobre seus ombros e a mirou com a mesma mirada suplicante... Também lhe estava pedindo perdão.
Arthur (chorando): Tua mãe era a pessoa mais bela, a mais alegre, era o sol que iluminava tudo e a todos e eu me apaixonei pedidamente dela desde o primeiro momento em que a vi, imagina-te a minha alegria quando ela me correspondeu todo esse amor que eu sentia... Fui muito feliz, demasiado, pensei que nunca seria tão feliz e então uma manha me encontrei com um par de sapatinhos sobre a cama e me disse que eu ia ser pai... E não sabes princesa, não sabes que bela soou essa palavra de sua boca, foi como se todo esse amor se multiplicara e estou seguro de que a Molly passou o mesmo... E quando te vi pela primeira vez não podia compreende como algo tão pequeno podia significar tanto em minha vida, me enchi de amor Ginny, eras a coisa mais linda, a mais frágil, era como ter de volta a Molly, porém como desde o primeiro dia, ela também enlouqueceu quando te viu pela primeira vez toda vestidinha de rosa e chorando... Éramos tão bobos que nos pusemos a chorar porque tu chorava... Ainda lembro que Molly não podia suportar escutar-te chorar nem um só instante, não importava a hora ela sempre saía correndo a segurar-te nos braços e cantar-te e eu as mirava desde longe sem poder crer minha sorte... E logo tua mãe adoeceu e me desesperei, Deus a estava tirando de mim aos poucos e eu não podia fazer nada enquanto seus olhos brilhavam cada vez menos, seu cabelo caía, diminuía de peso e ficava fraca, porém sobre tudo sentia muito medo por nós... Por ti... Sempre te mirava e me perguntava se a ias perdoar por deixar-te sozinha, me paria a Molly vê-la assim, eu lhe jurava uma e mil vezes que tudo iria ficar bem, porém ela sabia que não... Só tinhas dois anos e não chegavas a entender, mas era terrível cada vez que ela te abraçava, cada beijo que ela te dava, cada palavra que te dizia podia ser a última e ela e eu sabíamos... Até o último momento se preocupou por jogar contigo, porque não te deras conta, porque não a visse assim... Porém tua mãe já não podia mais meu amor e nos deixou, me deixou sozinho contigo, porém foi como se houvesse ficado, tu eras a lembrança mais bela e mais dolorosa que tinha de Molly... Eras definitivamente o único que ficou desse amor e eu te amava, Deus e tua mãe sabem muito bem que te amo princesa, mas me doía ver teus olhos, escutar teu riso, observar teus gestos... Em tudo me lembravas dela... Fiz o que pude Ginny, fiz tudo mal eu sei, porém não duvides que te amo filha, sempre te amei... E tua mãe sempre te adorou desde que soube que estava grávida... Deus deveria haver me levado, vocês duas mereciam estar juntas, eu fiz tudo mal.
Ginny se lançou nos braços de seu pai com toda a angustia e amor do mundo. Já não tinha nada que recriminar-lhe, anos inteiros haviam se apagado com essa carta e com as palavras de seu pai. Os dois a queriam, e ela os queria ainda que sua mãe não estivesse nesse momento se o gritou com força, pela primeira vez Ginny sentiu um pequeno chute dentro de eu ventre e seu também devia tê-lo sentido porque se separou emocionado e lhe pôs a mão na barriga.
Arthur: Fui minha imaginação ou...?
Ginny: Não, tua neta te quer muito e te esta dizendo.
Harry: Neta?
Ginny: Sim, estou segura de que é menina, que outra coisa poderia ser mais que uma princesinha linda?
Harry: Posso? (Ginny assentiu com a cabeça e Harry pôs sua mão, no principio não sentiu nada, mas apenas virou e sentiu um leve movimento que se repetiu, ele também começou a chorar) Ola princesa, eu sou teu papai.
Ginny: Sophie (Harry a mirou cheio de ternura) E creio que necessito escrever-lhe algumas coisas agora mesmo porque senão vou explodir de amor, me das por favor uma caneta e papel?
Enquanto Ginny começou a escrever no bloco de seu pai Harry mirou a Arthur.
Harry: Te disse, ela não sabe odiar.
Arthur: Não, o aprendeu com sua mãe.


 

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