Capitulo 18



Harry despertou sem vontade de ver Ginny. Saiu com seu cavalo e uma garrafa de tequila e no meio do campo afogou suas penas e sua dor no álcool. Toda sua vida planejando uma vingança e agora dava para trás. Que diria seu pai se o visse? COVARDE, ESTA PROTEJENDO A FILHA DO MEU ASSASSINO. Não agüentava mais, enquanto o álcool corria por sua boca, se partia a cabeça pensando no que fazer, haviam acabado as idéias e no entanto tinha tantos sentimentos encontrados que estava a ponto de explodir. As cenas da noite anterior se intercambiavam com todos seus anos de orfanato. Todos os maus tratos e as humilhações sofridas, essa enorme falta de amor e logo ela que vinha encher semelhante vazio. Agora sim que, de casualidade Deus existia, se havia ido dar a mão. Recordou como sua brilhante estratégia se havia arranjado a medida que recebia informações dela e agora as coisas haviam dado um giro de 360 graus, se encontrava imponente, não podia atuar, não era capaz de adiá-la nem de amá-la com liberdade, o poço que ele mesmo havia cavado o estava asfixiando, enquanto bebia uma e outra vez da garrafa.

Ginny despertou sentindo-se mais confundida que nunca. Quando pensava que já havia visto tudo desse homem, ele havia se portado bem com ela. NÃO TE DEIXE ENGANAR, ELE NÃO MUDA, É OUTRA DE SUAS ARMAÇÕES. E SE NÃO ERA ASSIM? Se vestiu rapidamente e foi ao quarto de Mauricio, não estava. Outra vez sua garganta pedia ar , e decidiu ir a Valverde. Desta vez nem sequer avisou Conceição. Necessitava estar um momento consigo mesma para ver se pensava melhor. Por um lado Mauricio havia despertado de volta a mulher apaixonada, ainda assim ele também lhe deu vida a uma mulher tão fria e triste como o próprio Mauricio. Tomou o caminho e quando chegou ao povoado não lhe pareceu tão belo como a primeira vez, seguramente esta suja mulher era dali. Buscou o mar... Tinha tantas coisas que contar-lhe, tantas coisas que pedir-lhe que rogar-lhe que levasse longe. Caminhou até a costa, mas o tom do mar se perdeu em dois olhos tão azuis que eram dignos de opaca. Esses olhos a miravam como Mauricio nunca faria. Olhavam-na com amor.

Valentino: Esta melhor? Querida creio...

Ginny: Shi... Não quero conselhos, não quero sermões... Gostaria somente que me desses um abraço, podes?

Valentino a pegou entre seus braços enquanto o mar se encarregava de romper contra as rochas. Eternos minutos que demonstravam a fragilidade dela e o amor dele, ficaram para sempre selados nesta praia com uma única testemunha que estava muito ocupada indo e vindo para presenciar semelhante encontro.

Ginny: Averiguaste algo?

Valentino: Sim, sei que prometi não te levar ao meu iate, mas é necessário que você mesma leia.

A pegou pela mão e a conduziu até o imenso barco. Ainda que ela estivesse acostumada ao luxo, aquele barco era algo de outro mundo e seus olhos voltaram a brilhar como se fosse um princesa em um palácio. Assim ele a fazia sentir, como uma princesa, porém já era tarde para o príncipe, a princesa havia se apaixonado pelo ogro.

Valentino: Deveria se sentar.

Ginny: Já imagino, é tão mal assim?

Valentino: Não para mim (a mirou fixamente e lhe entregou os papéis).

Ginny leu atentamente e varias vezes abriu a boca incrédula e soltou algumas lágrimas, finalmente se desfez sobre o sofá e mirou fixamente o mar pela janela.

Ginny (mirando fixamente a janela enquanto caíam várias lágrimas): Assim que não existe nenhum Mauricio Landetta, é um nome falso. Então... QUEM DEMÔNIOS É O HOMEM COM QUEM EU ME CASEI? ME DIZ, QUEM É ESSE TIPO??? ESSE MISERAVEL QUEM É?

Valentino a deteve com força e voltou a abraçá-la.

Valentino: Não sei, mas não podes seguir ao lado dele, é perigoso, se inventou outra identidade já não sabemos mais do que ele pode ser capaz.

Ginny: Isso não muda nada nas coisas (Valentino a mirou estranhado). Ele não sabe que eu sei, não creio que mude comigo, já chegou a um limite onde não pode mais fazer-me dano.

Valentino: Que te fez? Sabes que? Não importa que haja feito, o importante é que esse tipo só sabe te destruir, tens que ir-te, afastar-te dele.

Ginny: Nisso estamos de acordo, mas necessito tempo, antes de ir tenho que saber a verdade, necessito saber quem é, o que lhe passou e o mais importante... Por que a mim?

Valentino: E se averiguas todas essas cosas e te decepcionas ainda mais???

Ginny: Já te disse, já vou, porém se averiguo algo mal, algo realmente desagradável não sei se poderei seguir vivendo sabendo que ele segue impune.

Valentino: Que queres dizer?

Ginny: Que mais lhe vale que tenha uma boa razão para fazer tudo o que fez porque senão...

Valentino: Senão o que?

Ginny: Nem eu mesma sei, mas ele despertou algo terrível em mim e esse algo não descansará até fazê-lo pagar.

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