Capitulo 10




Harry havia passado todo o dia pensando em o que fazer a Ginny. No final decidiu leva-la para passear e deixá-la abandonada, isso seria realmente bom. Não podia esperar, assim foi para casa buscá-la. Subiu ao seu quarto e não encontrou sua roupa revolta. Desceu as escadas aos gritos.

Harry: ONDE ESTAS GINNY???!!!

Conceição saiu assustada.

Conceição: Senhor... A senhora se foi.

Harry (desesperado): QUE??? COMO QUE SE FOI? SE FOI PARA SEMPRE? NÃO PODE! NÃO PODE DEIXAR-ME!

Conceição: Acalme-se senhor, ela foi ao povoado, foi a Valverde.

Harry: QUE??? COMO? COM PERMISSÃO DE QUEM?

Conceição: Pois disse que iria e não a podia deter, disse que se você perguntasse por ela, era para te dizer que SE ACALME UM POUCO.

Harry: O QUE? ASSIM QUE SE FOI, JÁ VAI ME ESCUTAR!!!

Harry saiu correndo e subiu a sua camionete. Como se atrevia a dizer-lhe isso? A ir-se assim? Ainda recordava o horrível que havia sentido pensando que ela havia ido para sempre, quase perdeu a razão... Se desquitou ante a idéia... Não, ela não podia ir-se nunca, os dois se afundariam juntos em seu inferno, os dois juntos...

Ginny estava na cafeteria comendo algo com Valentino enquanto lhe explicava sua história.


Valentino: Pois se o que dizes é certo ou bem o tipo é bipolar ou esta completamente louco.

Ginny: Ou simplesmente está atormentado por algo e descarrega sua frustração em mim...

Valentino: Pois nenhuma das três coisas é boa, Ginny deverias deixá-lo...

Ginny: Como? Nem sequer passaria por minha mente deixá-lo. Eu o amo!

Valentino: Porém esse tipo é um doente, ele pode te machucar.

Ginny: Eu sei, porém é mais forte que eu, meu amor supera meu orgulho a minha dignidade e meu sentido comum.

Valentino: E se te faz algo? Pensa que isso pode ser só o começo...

Ginny: Pois isso é o que mais temo, porém não posso renunciar, pelo menos vou morrer lutando.

Valentino: Tanto o queres?

Ginny: Tanto que todo meu cérebro parece que morreu abrasado com o calor de meu coração.

Valentino: Pois não posso impedir-te de voltar, porém cuida-te sim? Você é uma mulher bonita e qualquer homem daria o que fosse por tratar bem a alguém como tu, não deixe que ele te faça sentir menor, eu vou estar alguns meses por aqui... Conte comigo para o que for.

Ginny: Obrigado, aceito tua amizade, e mas, me agradou muito falar com alguém do mundo que venho, em minha casa esta só a cozinheira e Mauricio, porém com ele melhor nem contar.

Valentino: Como queiras, por agora te ofereço minha amizade (beijou-lhe a mão) Porém sempre se pode ser algo mais...

Valentino foi ao seu iate onde vivia. Ginny já estava de melhor animo e empreendeu o caminho de volta a fazenda. Enquanto que Harry ia dirigindo como louco até Valverde, Ginny saiu correndo até o caminho central e de repente se encontrou frente à camionete de seu marido. Harry apenas alcançou frear, porém não pode evitar que a camionete batesse em Ginny, que caiu imediatamente ao solo. Desesperado Harry desceu e a carregou em seus braços, estava inconsciente. A olhou assustado. Não despertava.

Harry: Ginny abre os olhos... Por favor Ginny... Diz-me algo... GINNY MEU AMOR NÃO ME DEIXES!!!

Ginny abriu os olhos sem entender as palavras de Mauricio.

Ginny: ...Mau, que aconteceu?

Harry: Estas bem? (já mais composto) Não te dói nada? Podes ficar em pé?

Ginny: Creio que... (tentou ficar em pé, porém suas pernas lhe falharam, e Harry a aparou) Me dói tudo.

Harry: Está bem, vamos para casa para você descansar. (A carregou em seus braços e a subiu a camionete).

Harry não dizia nada, o susto ainda lhe durava e suas próprias palavras repicavam em sua cabeça: MEU AMOR NÃO ME DEIXE... Havia-lhe dito MEU AMOR, o que estava lhe passando? Sentiu-se sem ela e pensou que iria morrer, e a via tão frágil e não podia deixar de comover-se. Algo não estava bem no plano, nada estava bem. Não podia fazer-lhe dano, porém deveria... Ginny por outro lado estava toda dolorida e o pior é que não havia escutado o MEU AMOR de Harry.
Chegaram a casa. Harry a pegou em braços e a levou ao quarto dele, era muito mais belo que o dela. Tinha uma cama matrimonial e as paredes bem pintadas. A deitou com suavidade.


Harry: Dói?

Ginny: Dói-me o coração Mauricio, cada vez que me olhas feio me partes a alma e isso me dói mais que qualquer coisa.

Harry (comovido): Perdoa-me... (voltando a si) Porém tu tens a culpa!!! Por que te fosse?

Ginny: Porque me senti uma estúpida por teu recadinho, porque me deixaste aqui trancada e o único bom que tenho aqui és tu... Porque sinto que todo o tempo caminho na corda bamba contigo Mauricio, sempre a ponto de cair.

Harry: Isso não é motivo para ir-te assim, e menos ainda caminhando.

Ginny: Que é o que queres de mim?... Tudo seria tão fácil se você me dissesse o que te passa... (o mirou nos olhos)... Há algo ai... Algo que te dói e não sei que é, porque não me deixas te ajudar?

Harry: Porque ninguém pode!!!

Harry saiu do quarto. Tudo em sua cabeça dava voltas. As últimas palavras dela o havia feito dar-se conta de que nessa cama estava o único ser humano que o entendia no universo, e ele estava se esmerando em destruí-la... Que ia fazer agora? Lhe disse que a amava e sentiu que morria se passasse algo a ela. Por agora era melhor deixar as coisas assim, depois ai sim pensaria mais claro em tudo. Desceu para cozinha.

Harry: A senhora sofreu um acidente...

Conceição: Porém está bem, verdade?

Harry: Sim, agora esta descansando, porém a olhe dentro de uns minutos e vê se precisa de algo, eu sairei para dar uma volta, qualquer coisa chama um dos peões para que ele me avise.

Conceição: Que bom que está bem, ela é muito boa senhor e ela quer muito a você... E você também quer a ela, verdade?

Harry saiu sem contestá-la. Não queria contestar essa pergunta por que sabia que nesse preciso momento, se respondesse sua vida se transformaria em um constante tormento. Ele não podia seguir com ela, lhe fazia demasiado dano sua proximidade, porém só a idéia de que ela não estivesse o enlouquecia.

Harry: Tu vai pagar e sofrer e contigo sofrerei eu, nós morreremos um pouco todos os dias.











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