Capítulo 25




Harry voltou a abrir os olhos. Esse horrível hospital com cheiro a criança... Ainda recordava quantas vezes o haviam golpeado no orfanato, quantas vezes o haviam culpado de coisas que não havia feito, as vezes que ficou sem comer, as noites que, vitima de enfermidade, passou em claro sem nem sequer um copo de água... Se Harry houvesse conhecido Ginny naquele inferno não haveria perdido a fé nem a esperança. Porém não, até nisso o destino foi cruel, não os quis juntar senão 21 anos depois quando o espírito de Harry se consumia em ódio, em dor. E agora seu anjo havia ido com aquele tipo... Só a idéia de que ele pusesse um dedo em cima de sua mulher o desquitava enquanto se sacudia levemente com os efeitos do calmante. Abriu a porta e viu uma cara familiar.
Conceição: Estas bem senhor?
Harry (com certa dor em sua voz): Ginny... Se foi com ele?
Conceição: Pois que esperava? A senhora era boa, porém não para tanto, a maioria haveria saído correndo no primeiro dia, ela resistiu até onde pode, o fez por amor...
Harry: Eu sei... Sinto muito...
Conceição: Sabe? Sente? Porém não fez nada para remediar-lo e bem que eu te disse, lhe disse que se você a queria, deveria haver esquecido de tudo e concentrado em ser feliz, as vezes os jovens são tontos demais... E ai tem as conseqüências.
Harry: Onde esta?
Conceição: Não sei.
Harry: Não sabes?... (se incorporou na cama) ...Ajuda-me...
Conceição: No que?
Harry: A encontrá-la... A recuperar-la.
Conceição: Isso depende de você e se me permite um conselho saía daqui o mais rápido possível porque remediar o dano que fez vai levar tempo, as feridas dela são muito profundas... Não sei se quer voltar a te ver.
Harry: Se quer me ver, ela quer se vingar de mim, o vi em seus olhos...
Conceição: E acaso você não o merece?
Harry: Não digo isso, mas assim como eu me apaixonei dela enquanto tentava vingar-me vou tentar conseguir seu amor...
Conceição: Como?
Harry: Suportando assim como ela o fez.
Enquanto tanto ela estava muito concentrada na mesa de um exclusivo restaurante italiano.
Valentino: És a primeira pessoa que conheço que não gosta de macarrão.
Ginny (lhe dedicou um sorriso): Não é isso, na verdade estou inapetente, tenho a sensação de que tudo que vou comer vomitarei.
Valentino: Nem fala, deixe então, porém somente esta vez (pegou a mão dela) Quero que te alimentes bem.
Ginny: E vou fazê-lo senhor cavaleiro andante... Por agora vou fazer umas comprinhas.
Valentino: Compras?
Ginny: Lembranças para um bom amigo.
Valentino: Não pergunto?
Ginny: Melhor não, nos vemos no hotel (lhe da um beijo na bochecha e se vai).

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