Capitulo 36



Na cozinha.
Conceição: O deixou entrar.
Ginny: É mais forte que eu, porém logo me lembro de tudo e me sai todo o ódio que levo dentro... (Ginny se calou e começou a beber seu suco).
Conceição: Ainda o queres?
Ginny: Muito a meu pesar... Mas como? Como posso querê-lo ainda? É que sou a maior estúpida do universo!!!
Conceição: O amor não é nenhuma estupidez... É ele o mais prudente de nossos atos...
Ginny: É algo que soa bonito quando se fala, porém na prática isso não existe, assim como não existe a felicidade.
Conceição: Como alguém tão jovem e bonita pode pensar assim?
Ginny: Tu sabes melhor que ninguém o que vivi, todas as minhas ilusões se foram por um tubo, tudo o que acreditava, aquele maravilhoso conto de fadas que sempre acreditei resultou ser um filme de terror... Marcou minha alma Conceição... Tantas coisas se foram com esse sonho e tudo por culpa de Harry... E agora aqui me tens, fraca e sucumbindo ante ele.
Conceição: Averiguasse mais da história de seu pai?
Ginny (empalideceu): Nem me lembres porque me sinto mal... Há muitas coisas no passado Conceição, coisas turvas que me estiveram desfilando por diante de todos estes anos, porém eu em minha bola de cristal não alcancei ver...
Conceição: Melhor se deites, estas bem pálida, este clima não lhe ajuda em nada e esta situação com o senhor... Enfim, trate de se acalmar, eu creio que tudo passa por algo e se não se pode ir deve ser por algum motivo...
Ginny: O motivo é que Deus me odeia... Por isso não me levou quando eu o pedi (mirou até embaixo).
Conceição: Como?
Ginny: Meus últimos dias aqui... Foram de absoluta desolação e desesperação, mais de uma vez pedi para morrer, de fato quase...
Conceição (alarmada): Quase que?
Ginny: Pois... Estava muito dolorida, não sentia vontade de seguir então vi o mar, esse mar tão profundo e infinito que tantas vezes se havia levado minha dor... Porém nem ele podia nesse momento, então pensei “se não leva minha dor que ao menos leve a mim”...
Conceição: Você?... Você?
Ginny: Eu Conceição... Tentei me matar afogando-me no mar... E se não fosse por Valentino que me tirou de lá o haveria conseguido...
Conceição: Você e ele?
Ginny: Não posso... Creio que ademais de tudo sou mulher de um só homem, sei que não posso fazer feliz a ninguém enquanto siga atormentada com Harry e Valentino não merece sofrer por minha culpa...
Conceição: Bom, melhor deixe de pensar tanto que não lhe faz bem, melhor façamos algo, quer?
Ginny: Como que? Que se pode fazer com tanta chuva?
Nesse momento Harry entrou.
Harry: Que te parece se vemos um filme?
Ginny: Que te parece se vemos 10 COISAS QUE ODEIO EM VOCÊ?
Harry: Prefiro outra... Que te parece UM LUGAR CHAMADO NOTHING HILL?
Ginny: Pois sim... NUNCA, JAMAIS é um titulo muito adequado para nós dois não crês?
Harry: Eu creio que qualquer filme que fale de amor é adequado para nós dois...
Ginny: Pois eu identificaria nossa relação com outra classe de filmes... Que te parece tragédias, dramas ou talvez serial Killer.
Harry: Não quero brigar?
Ginny: Por que Mau, mudasse teus gostos?
Harry (acercando-se): Não, mudei minhas prioridades e tu és a número um, assim que vamos (a segurou em braços enquanto Ginny se debatia como menina pequena, mas não conseguiu soltar-se, a sentou no sofá).
Ginny: ...aqui tenho lembranças desagradáveis.
Harry (colocando o filme): Não esse...
Ginny: Que?
Harry: Que de todas as lembranças que possas ter... Esse nunca vai ser desagradável.
Ginny emudeceu e se concentrou na televisão... Tem razão... Essa lembrança em particular... Nunca será desagradável.

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