Os Dois Lados do Véu



Capítulo 28



Os Dois lados do Véu



Evanesco – disse Harry com uma careta resignada antes de virar para Rony já perdendo a paciência. – Você quer fazer o favor de parar de rir!

– Não – retrucou o amigo jogando-se novamente sobre o encosto da poltrona às gargalhadas.

– Harry quer você fazer o favor de parar de ligar para o Rony e prestar atenção aqui – pediu Hermione.

– Mione, você tem certeza de que eu vou conseguir fazer isso? Olha só para ele. Ele não para de chorar. Deve estar me odiando, achando que escolheu o pai mais incompetente do mundo.

Hermione revirou os olhos pelo que devia ser a milésima vez. Os três estavam no quarto dos bebês na casa de Harry, e Mione tentava, há uns quase 20 minutos, ensinar Harry a trocar as fraldas de Lyan. O problema é que, além de Harry estar nervoso com a nova tarefa, as caçoadas de Rony com sua maneira desajeitada de lidar com o bebê também estavam ajudando muito pouco.

– Lyan está chorando porque está com frio, Harry – a amiga explicou com paciência. – Trocas de fraldas no inverno tem de ser rápidas, pois eles não gostam de ficar sem as roupas.

– E no verão eles implicam quando você quer colocá-las de volta – arrematou Rony segurando um pouco o riso.

Harry assentiu, mas continuava achando tudo muito complicado. Desde que o dia amanhecera ele tentava com afinco fazer o maior número de coisas e da forma mais correta possível, mas se não fosse a Sra. Weasley e Hermione, que havia chegado logo cedo, ele tinha certeza que já teria causado algum dano irreparável em um ou nos seus dois filhos recém nascidos. Não que a felicidade do dia anterior tivesse ido embora. Ela ainda estava ali, mais forte e mais palpável do que nunca, entretanto um aperto constante na boca do estômago parecia lhe informar que se ele não aprendesse logo a lidar com os bebês, seria demitido por absoluta inaptidão do seu recém conquistado cargo de pai. Assim, voltou novamente a atenção para o trocador, onde Lyan continuava a reclamar em alto e bom som.

– Bem – recomeçou Hermione didaticamente – já fizemos sumir a fralda suja. Agora você tem que passar primeiro esse lenço para limpá-lo. – Ela retirou um lenço úmido de um pote de cerâmica de formato cilíndrico. – Pegue as pernas dele e erga com cuidado... Isso. Certifique-se de que ficou bem limpo, em todas as dobrinhas.

Harry ia seguindo as instruções pensando que não prestava tanta atenção no que Hermione dizia desde que ela o ajudara a treinar para o Torneio Tribruxo em seu quarto ano em Hogwarts. Depois da limpeza, Hermione lhe passou um vidro de boca larga com uma pasta branca.

– É a melhor poção que existe contra assaduras, deve ser bem passada e... oops!

Harry deu um salto para trás, mas não antes de ser atingido no rosto e provocar uma nova crise de risos em Rony. Aparentemente, Lyan achara que aquela era uma ótima hora para fazer xixi. Dessa vez, Hermione também ria.

– Meninos têm esse problema – disse ela divertida enquanto Harry enxugava o rosto e se limpava com um movimento de varinha. – Coloque um paninho aqui – ela mostrou – enquanto você o limpa. Assim, você evita esse tipo de acidente.

– Ok – murmurou Harry conformado. A nova gargalhada de Rony o fez fuzilar o amigo com os olhos. Mais uma ele ia azarar o cunhado. – Não dá para fazer isso com mágica? Sem ter de tirar as fraldas? – Perguntou esperançoso.

– Até dá – disse Hermione que agora o ajudava a fechar corretamente a fralda sobre o corpinho pequeno e cada vez mais furioso de Lyan. – O problema é que é preciso limpar e passar a poção contra assaduras e para isso...

– Tem que fazer toda essa operação. Sei.

Harry não teve tempo de admirar o seu trabalho como trocador de fraldas, começou logo a vestir Lyan para ver se o menino se acalmava antes que Gina se arrastasse da cama até ali e lhe lançasse uma azaração para rebater bicho-papão.

– Você vai pegar o jeito, Harry – afirmou Hermione. – Rony está rindo agora, mas não era muito melhor que você.

– Hei! – Protestou o marido, mas Hermione não lhe deu atenção e continuou instruindo um Harry um pouco mais confiante em como vestir o bebê.

Várias meias, macacõezinhos, botões de pressão, casaquinhos e mantinhas depois Harry conseguiu finalmente pegar o filho nos braços e começar a acalmá-lo. Lyan pareceu satisfeito por exatos dois minutos antes de começar a chorar novamente.

– Ahh o que foi agora? – Harry já começou a achar que devia ter feito algo errado, mas o sorriso de Mione o tranqüilizou.

– Agora não é com você, Harry, é com a Gina. Ele deve estar com fome.

Hermione estendeu os braços pegando o menino e Harry fez menção de segui-la.

– Aonde você vai?

– Vou com você. Quero ver a Gina amamentar.

Hermione deu um sorriso levemente malvado.

– Mas nós não acabamos. Você esqueceu que fez dois desses – ela apontou com o queixo para Lyan em seu colo. – Espere aí que eu já volto com Joanne. Ela também deve estar precisando mudar as fraldas.

Os ombros de Harry caíram enquanto a observava sumir pela porta.

– “Foi tão bom fazer” – comentou Rony atrás dele com uma voz de falsete, voltando a rir. – É só o começo, companheiro. Espere quando os dois começarem a chorar a noite toda.

Harry puxou a varinha de dentro das vestes, Rony finalmente tinha conseguido. Ele começou a conjurar almofadas que passaram a atacar o amigo sem piedade, divertindo-se em vê-lo finalmente calar a boca. Rony tinha debochado dele desde que chegara, esperando com paciência a explosão que veio na forma das almofadas. O ex-goleiro da Grifinória desviava os projéteis com as mãos sem parar de rir e provocar o cunhado. Harry lançava as almofadas cada vez com mais força, se esforçando para manter a raiva fingida e segurar as gargalhadas para o momento em que conseguisse derrubar Rony da poltrona. Mas o ataque acabou terminando antes disso. Hermione retornou ao quarto trazendo Joanne adormecida em seus braços.

– Psiu – ralhou ela – vocês dois querem parar com isso! Vem, Harry, vamos treinar o que você aprendeu com o Lyan.

Harry jogou uma última almofada em Rony, que a segurou com uma careta divertida, antes de voltar a atenção para a filha. Ele recomeçou a tarefa ainda inseguro, mas Hermione tinha razão, pareceu menos complicado da segunda vez e Joanne chorou menos que o irmão.

– Vem princesinha – disse ele ao terminar, pegando o bebê no colo. Joanne já estava convenientemente vestida e enrolada em todas as mantas possíveis e necessárias. – Acho que você logo vai estar com fome também, não é? Vamos procurar a mamãe para resolver isso?

Ele procurou o rosto de Hermione esperando aprovação, mas ela lhe devolveu um meio sorriso tenso. Quase instintivamente ele se voltou para Rony. O amigo havia levantado da poltrona e parecia não querer encará-lo de frente.

– Falem – comandou ríspido.

– Harry, er... por que você não me deixa levar Joanne até Gina e depois nós sentamos os três e conversamos? – Propôs Hermione.

Harry olhou para a filha com imenso carinho, ela parecia se sentir aconchegada e segura em seu colo. Sorriu para o bebê antes de dar um profundo suspiro.

– Por que vocês simplesmente não me dizem o horário em que eles nasceram? – A voz dele saiu calma, mas Harry preferiu não olhar para os amigos, mantendo seus olhos em Joanne.

– Então, você...? – Rony parecia incrédulo.

– Passei quase dois anos da minha vida tentando saber tudo sobre Voldemort, Rony. Você esperava que eu não soubesse?

Rony e Hermione trocaram um olhar ao mesmo tempo aflito e constrangido. Pareciam achar que a frieza na voz de Harry o fazia parecer anormal.

– Nós... achamos que você podia não ter se dado conta – arriscou Hermione. – Quero dizer, foram tantas coisas acontecendo.

– É – ele concordou afastando um pouco a mantinha do rosto de Joanne – coisas demais... Eu realmente não pensei nisso ontem, mas foi a primeira coisa que pensei hoje quando acordei. – Ergueu os olhos para Hermione. – Você olhou o relógio o tempo todo ontem, não precisa fazer essa cara Mione, você me dizer a hora em que eles nasceram não vai piorar as coisas.

– Ahh Harry... eu sinto tanto – a amiga tinha os olhos muito brilhantes.

Rony continuava fitando os próprios pés. Os dois tinham um ar de tragédia tão grande que parecia quase cômico.

– Escutem vocês dois. Caso tenham esquecido, eu já venci Voldemort uma vez e não me importo se tiver de fazer de novo – havia uma precisão furiosa e gelada em sua voz. Aquele jeito de falar que, às vezes o deixava assustador, mesmo para seus dois melhores amigos. – Lucius, Bellatrix, e quem mais que esteja com eles, devem estar loucos se acham que vou lutar menos pela vida dos meus filhos do que lutei pela minha.

– Harry... – Rony tentou contemporizar como se ele estivesse fora de si.

– Não é isto que vai defini-los, Rony. Meus filhos são meus e de Gina. A data em que eles nasceram não tem tanta importância assim.

– E se isso fizer parte do plano deles, Harry? – Hermione esfregava as mãos nervosamente. – E se o tal ritual precisar disso para...

– Para fazer qualquer ritual eles vão ter que chegar até os meus filhos primeiro e eu realmente não pretendo deixar que isso aconteça. – Joanne resmungou no colo dele parecendo que ia começar a chorar e Harry a embalou um pouco falando baixinho que eles já iam procurar a mamãe. – Fale de uma vez, Mione! – Droga, ele tinha sido grosso de novo. – Olhem – suspirou cansado, os dois amigos ainda o olhavam cheios de piedade e estupefação – não estou dizendo que isso não é sério. É sério! Mas eu tenho coisas mais importantes para me preocupar. Será que vocês não entendem? Eu quero aproveitar cada minuto do dia de hoje. Eu quero ficar olhando para os meus filhos e aprender a trocar fraldas e ver Gina amamentá-los e exibi-los para cada visita que entrar pela porta da frente. É meu primeiro dia como pai... é meu primeiro dia com... uma família que é só minha... Acham que eu vou deixar que a memória do Riddle estrague isso? Nasceram no mesmo dia. Ok. E daí? Eu fui marcado como igual a ele quando eu tinha um ano de idade. Estudei conexões deste tipo até a exaustão e isso não fez a minha vida melhor!

Parou ofegante. Sinceramente, ele esperava que entre todas as pessoas no mundo, Rony e Hermione fossem capazes de compreender que ele realmente precisava de um tempo de tudo aquilo. Precisava fingir, nem que fosse por apenas algumas horas, que ele vivia num mundo bom e sem ameaças. Seria pedir tanto assim?

Um silêncio incômodo caiu sobre os três, cortado, ocasionalmente, pelos resmungos do bebê. Rony parecia arrependido em ter falado no assunto, mas Hermione, como sempre, achava que era melhor ir até o fim ao invés de deixar coisas pelo caminho. Quando ela finalmente falou sua voz saiu muito baixa, mas clara.

– Não nasceram... – Harry virou-se depressa para ela. – Apenas Lyan. Ele nasceu às 11:59 do dia 31, Joane nasceu treze minutos depois, já era primeiro de janeiro.

Harry sentiu o coração acelerar violentamente e ele instintivamente apertou o bebê que estava em seus braços ao mesmo tempo em que sua atenção parecia correr em direção ao quarto em frente onde o pequeno Lyan estava. Quase ao mesmo tempo, uma espécie de confiança doida se apossou dele. Uma confiança de que nada poderia atingi-los. Como se ele, tendo Gina, Lyan e Joanne ao seu lado, fosse absolutamente invencível. Nunca Harry havia se sentido tão poderoso e aquilo era tão forte que ele quase não entendia como Rony e Mione podiam não perceber isso apenas olhando para ele.

– Humm – ele voltou a olhar para a bebê – isso foi um plano para vocês terem duas festas de aniversário, mocinha?

– Harry – Hermione alterou-se – isso não é hora nem motivo de piada.

– Você tem razão tia Mione – ele continuava falando com a filha fugindo deliberadamente do assunto – é hora de papar, não é meu amor? Vamos atrás da mamãe para ela resolver o nosso problema? Vamos?

E sem dizer mais nem uma palavra para os amigos, saiu do quarto.

– É definitivo – comentou Rony – ele surtou.

Hermione abraçou o próprio corpo como que para se amparar.

– Acho que esperávamos que ele reagisse diferente, não é? Mas, talvez... Harry tenha razão. De que vai nos adiantar estragar o dia de hoje pensando nisso?

Os dois ficaram quietos. Cada um tentando achar conexões e respostas que, quem sabe, diminuíssem aquela sensação ruim que rondava a boca do estômago e que não parecia disposta a abandoná-los. Estava ali desde que Hermione se dera conta de que os gêmeos haviam resolvido vir ao mundo no mesmo dia em que nascera o mais temido bruxo das trevas dos últimos 100 anos.

Passaram alguns minutos antes que Rony cobrisse a distância entre os dois e a abraçasse. Hermione colocou os braços em torno da cintura dele e escondeu o rosto no seu peito enquanto ele afagava seus cabelos gentilmente e a apertava contra si. Era uma declaração muda de amor e de necessidade mútua. Hermione ainda lembrava da primeira vez em que Rony a tinha abraçado daquele jeito, enchendo-a de confiança, fazendo-a se sentir segura, protegida. Ambos haviam aprendido a conviver com o medo, com a dor e com as perdas. E ambos sabiam que muito do que haviam passado e estavam passando estava ligado ao fato de serem amigos de Harry Potter. Mas era uma escolha antiga. Como eles mesmos lembraram a Harry muitas vezes, podiam ter se afastado, podiam ter escolhido outro caminho, mas eles preferiram ficar com Harry. Aquela amizade estava entranhada nos três mais profundamente que qualquer outra coisa. Era como um tipo de marca, mas que não podia nem se queria remover. Um tipo de marca que torna as escolhas fáceis, cristalinas.

Rony beijou o alto da cabeça de Mione. Lembrou que em criança, ela sempre abraçava Harry quando estava feliz, mas era no pescoço dele que ela pulava quando estava triste. Deu um sorriso de lado e a apertou ainda mais um momento antes de afastá-la erguer o seu queixo fazendo com que ela olhasse para ele.

– Não se preocupe, eu não vou chorar – ela falou.

– Não estou preocupado com isso – Rony brincou com um cacho do cabelo dela. – Na verdade, acho que Harry está certo. Devemos aproveitar que estamos tendo um pouco de paz.

Um brilho divertido cruzou o olhar Hermione, lhe dando aquele ar inteligente que ela tinha quando pescava as coisas no ar.

– Por que a palavra “aproveitar” sempre sai da sua boca com conotações escusas? – Rony jogou a cabeça para trás rindo.

– Desculpe – ele respondeu provocando – mas você tão perto e a palavra aproveitar sempre geram conotações “escusas” na minha cabeça.

Hermione revirou os olhos e ele continuou a rir até que num arroubo a garota pegou o seu rosto com as duas mãos e o beijou com fúria. Teriam ficado muito tempo ali se não tivessem ouvido uma voz conhecida passar pelo corredor reclamando que precisava ver os gêmeos mais lindo e fofos do mundo. Os dois riram ainda com os lábios grudados um no outro reconhecendo a voz de Ana, mas Hermione voltou a aprofundar o beijo por mais alguns instantes antes de se afastar para que eles fossem cumprimentá-la e ao Carlinhos. Rony tinha certeza que estava tonto quando ela finalmente o largou.

– Isso foi um convite para mais tarde? – Perguntou enquanto Hermione se afastava e começava a puxá-lo em direção é porta.

– Uma prévia – respondeu a esposa fazendo-o dar um enorme sorriso.





***************


Mel saiu saltitando pela porta da frente da casa dos Potter. Tinha passado as últimas duas horas literalmente babando em cima dos bebês de Harry e Gina. Ela nem podia acreditar. Era uma coisa muito doida e muita fantástica e muito maravilhosa, tudo ao mesmo tempo. Só queria ver a cara do irmão dela quando ela escrevesse contando. Talvez conseguisse mandar uma fotografia para ele, pelo menos uma fotografia trouxa ela deveria poder mandar. Sem dúvida, o Lipe ia ficar doido. Deu um suspiro feliz e começou a varrer o jardim com os olhos. Tinha descido e encontrado o Prof. Lupin e Tonks sentados no andar de baixo conversando com os Weasley. Nem precisou perguntar antes que eles lhe dissessem que Hector tinha saído para dar uma volta pelo pátio. Ela agradeceu a informação e foi em busca do amigo. Mas Hector não estava à vista.

Ao invés disso, ela viu Hermione parada junto ao portão conversando com uma mulher que Mel reconheceu como sendo Sarah Laurent, a diretora do Orfanato da Ordem. Ela tinha vindo conhecer os gêmeos também. As duas se destacavam na paisagem branca do jardim coberto de neve e pareciam estar tendo uma conversa muito séria. Um bichinho de curiosidade impertinente começou fazer cócegas num ponto específico atrás das orelhas de Mel. Será que elas estavam falando alguma coisa sobre o mistério envolvendo os bebês e os planos dos Comensais? Mel sabia que Sarah era muito próxima do Morcegão e ela também tinha ouvido a tia Ana dizer que Draco Malfoy estava sendo mantido escondido no Orfanato na Ordem. Como alguém podia acreditar nas coisas que a doninha albina dizia é que ela não conseguia entender. De qualquer forma, a idéia de que a conversa delas pudesse ter algo de interessante, estava fazendo o tal bichinho da curiosidade se contorcer. Será que se ela fizesse a volta por trás da sebe do jardim e chegasse bem devagarzinho perto das duas, ela conseguiria ouvir alguma coisa?

Censurou imediatamente a idéia e mandou o tal bichinho ficar quieto. Droga. Conhecer Hector realmente não tinha sido saudável para ela. Antes, Mel não deixaria que a idéia de que ouvir a conversa dos outros era errado barrasse a curiosidade dela, mas agora... Só de pensar que estava se comportando como o mala do Hector, já era o suficiente para ela se policiar. Manteve ainda alguns instantes de luta interna antes de começar a se mover cuidadosamente por trás da sebe aproveitando que as duas não a tinham visto. Tinha perdido a prática em caminhar na neve, mas tentou fazer o mínimo de barulho possível e ainda evitar escorregar no chão gelado e úmido. Manteve-se agachada todo o tempo rezando para não ser descoberta nem pelas duas mulheres, nem por Hector que devia estar rondando por algum lugar ali fora e poderia denunciá-la mesmo sem querer.

– ...foi uma coisa realmente perturbadora, Hermione.

Mel pegou a metade final da frase da Srta. Laurent.

– Eu imagino, Sarah.

– Sei que vocês não se dão com ele. Com razão. Eu também não o aprecio nem um pouco, mas confesso que fiquei com muita pena. Nunca tinha visto alguém tão transtornado.

Hermione assentiu. Os olhos parados, fixando um ponto qualquer no chão. Ela limpou a garganta antes de falar.

– Como ele estava essa manhã?

– Mais calmo. Na verdade, parecia um pouco catatônico. Severo tentou conversar com ele, mas não obteve muito resultado. Hermione, se Draco está fingindo para se infiltrar no nosso lado, ele é um dos atores mais extraordinários que eu já vi.

Os olhos de Mel se arregalaram ao ouvir o nome da “doninha”. O que será que ele tinha feito?

– Bem – contemporizou Hermione – o pai dele enganou a comunidade bruxa por anos. “Membro respeitabilíssimo da nossa sociedade” – ela falou com desdém. – Mas confesso que a cena que você me contou me parece perturbada demais. Snape tem certeza do que falou para você? Digo, sobre ele e Draco sentirem que Voldemort está voltando, Deus sabe como.

Sarah assentiu e Mel levou as mãos à boca, chocada. Céus! Aquilo era dinamite pura! Ficou tão gelada que quase podia se sentir fazendo parte da paisagem.

– Eu preciso ir agora, querida. Severo pediu que eu falasse com Harry, mas... eu realmente não tive coragem. Ele parece tão feliz, eu...

– Não se preocupe, Sarah. Diga ao Snape que você me contou tudo e que eu vou falar com o Harry. Certamente, ele vai marcar uma reunião da Ordem ainda essa semana para conversarmos sobre os últimos acontecimentos.

Mel observou as duas voltarem lentamente para o interior da casa, mas ficou quieta até elas entrarem para não denunciar a sua posição. Sua vontade, no entanto, era sair correndo em busca de Hector. Ela tinha que dividir aquela informação com alguém. Rápido. Ou ia explodir de ansiedade. Quando ouviu o clic da porta fechando, ela ergueu o corpo e deu mais uma inspecionada nos arredores do jardim, nem sinal do cabeça de caramujo. Deu um suspiro frustrado antes de lembrar que Hector provavelmente estava nos fundos da casa. Ele tinha dito para ela que adorava o cachorro de Harry, Aquiles. Ela começou a fazer o contorno da casa em passos largos, só não correndo por medo de cair na neve, como aconteceu na vez em que quebrou o braço quando ainda morava nos Estados Unidos.

Avistou o garoto antes de terminar de contornar a casa. Ele estava no alto do pequeno corujal em forma de campanário que existia sobre a casa de Aquiles. O rosto vermelho de frio do amigo contrastava com o focinho negro do pastor belga ao seu lado. Os dois olhavam à distância, partilhando o que parecia um evidente tédio. Mel acenou e Hector deu um grande sorriso ao vê-la, enquanto Aquiles latia alto e saía do lado do menino vindo correndo em sua direção para fazer-lhe festa. Mel manteve os passos largos e cuidadosos, mas não adiantou muito, assim que Aquiles a alcançou ela foi derrubada no chão gelado e teve de agüentar os cumprimentos úmidos do canzarrão que lhe lavou o rosto à lambidas. A novidade acabou sendo esquecida enquanto ela tentava se livrar da exagerada demonstração de carinho. Ainda estava rindo quanto Hector chegou até eles, afastou Aquiles e a ajudou a ficar em pé.

– Ele não é muito bom como cão de guarda, né? – Ela comentou rindo enquanto afagava a cabeça de Aquiles que continuava a roçar nela e lhe fazer festa. – Ele mal me conhece.

– O Aquiles é inteligente – Hector comentou feliz – ele sabe que você é das nossas.

– Das nossas?

– Amiga dos donos dele.

– Ahhh – ela fez uma pausa. – E aí? Como foram os feriados? Ganhou muita coisa de Natal?

Hector pôs as mãos nos bolsos das calças.

– Foi uma boa safra. E o seu? Foi legal?

– Foi ótimo. Tenho uma porção de coisas para te cont... digo, contar para a turma. Você nem imagina o que ouvi agora? – Perguntou agitada com os olhos faiscando.

Mel baixou a voz e, num tom conspiratório, narrou tudo o que tinha ouvido Hermione e Sarah falarem. Hector arregalou os olhos, saboreando a novidade, cheio de excitação.

– UAUU! Espere até a gente contar isso para os outros.

A menina sorriu.

– Estou louca para voltar para a escola amanhã. Imagine o que vamos poder conversar na viagem de trem? Claro que... foi muito legal poder conhecer os gêmeos antes.

Ele acompanhou o sorriso dela.

– Eu estava aqui ontem. Foi emocionante e... Você... – ele analisou o rosto dela por um instante – está bronzeada?

Mel riu sem graça.

– É... um pouquinho. Eu não pego muita cor, mas indo a praia quase todos os dias – o garoto fez uma cara confusa. – Hector! No Brasil é verão.

– Eu sei! Não sabia era que você morava perto da praia.

– Ahhh não é longe. Se você tivesse ido ao casamento da tia Ana tinha conhecido.

– Eu estava em aula – respondeu aborrecido.

– Bem não faltarão oportunidad... Quero dizer, seus pais são amigos da minha tia, ela pode convidar eles, não é? – Arrematou muito rápido.

– É – Hector concordou baixando a cabeça.

Os dois começaram a caminhar lado a lado passeando pelo pátio. Era engraçado que, sem o resto do grupo e sem brigar, os assuntos deles pareciam sumir depressa. Mel tirou uma mecha de cabelo que tinha escorregado de dentro da touca de lã da frente dos olhos. Hector acompanhou o movimento e depois voltou a olhar para o chão.

– Hummm.... e aí? – Mel recomeçou a conversar. – Contou para o Harry o que a gente descobriu na Escola?

– Não – ele respondeu displicente – eu...

– Como assim, não contou? Hector, você prometeu para a gente que ia contar. Nós confiamos em você! Minha nossa! – Ela parou e colocou as mãos na cintura indignada. – Será que você não vê o tamanho do perigo? Acha que tudo é brincadeira, garoto? Tem gente morrendo de verdade e tudo o que você quer é manter a salvo a sua preciosa aventura. Eu estou decepcionada, sabia? Nunca pensei que você fosse tão egoísta!

Hector tinha arregalado os olhos ante a torrente de acusações que a amiga despejava. Um vermelhão começou a lhe subir pelo pescoço, tingindo seu o rosto com grandes manchas na medida em que ela ia falando e ele ia ficando furioso.

– EU CONTEI PARA O MEU PAI! – Berrou tão forte que Mel chegou a dar um pulo para trás e Aquiles ganiu assustado.

– Mas você disse....

– Se você fechasse essa matraca e me deixasse terminar o que eu estava falando, eu teria contado! Mas não! A sabe-tudo da Mel não pode esperar para ouvir, não é?

– Hector, eu...

– É assim que você costuma por a por os seus amigos a correr, é? Acusa eles antes de saber o que aconteceu? Eu contei para o meu pai e ele ia falar com o Harry ontem, mas como os gêmeos resolveram nascer, a gente deixou para falar depois. Mas, claro, eu devia ter insistido, não é? Afinal, eu tinha prometido para a Mel que eu ia contar e isso era muito mais importante que o nascimento dos filhos do cara!

– Eu não disse que...

– Disse sim! – Ele arrematou furioso.

– Hector, me desculpe – Mel não sabia onde se enfiar de tão envergonhada que estava. Dessa vez ela realmente tinha metido os pés pelas mãos. – Mas é que você...

– Eu o quê? – O menino não parecia nem um pouco disposto a ouvir as desculpas dela. – O Hector está sempre aprontando, não é? Por que é que a perfeita da Mel não ia desconfiar dele? O mais provável é que ele tivesse traído a confiança dos amigos, não é?

As lágrimas subiram quentes até os olhos de Mel. Ela apertou firmemente os lábios para não chorar na frente dele.

– Você é muito grosso – choramingou.

– Claro que sou! A culpa é sempre minha em qualquer caso, não é? Você me acusa, mas a culpa é minha que sempre apronto. Eu me defendo, mas a culpa também é minha se você fica chateada porque eu é que sou grosso. Ah, quer saber, Mel? Talvez a culpa seja sua. Você é que escolhe mal os seus amigos. Comece a andar com alguém em que você confie!

Ele virou e saiu sem dar tempo dela dizer mais nada. Mel nem acreditava no que tinha acontecido. Por que ela não segurava aquela boca grande dela? Hector tinha ficado muito magoado e, apesar da grosseria dele, ela tinha que admitir que ele tinha razão em ficar chateado com ela. Era por isso que ela estava chorando. Porque ela tinha feito uma coisa errada e não porque o Hector a tinha tratado mal. Não estava chorando porque ele era um grosso e um bobo e um... Estava chorando porque detestava estar errada e ter sido injusta. Era isso. Estava chorando por ela. Não pelo Hector.





*********************


Harry não teve certeza se chegou realmente a ver o mês de janeiro passar. No futuro, ele apenas lembraria que foi um mês muito frio porque Lyan e Joanne pareciam detestar com toda fúria cada troca de fraldas, por mais rápidas que ele as tivesse fazendo. Os banhos, por incrível que pareça, eram menos complicados. Os dois pequenos pareciam gostar da água quente. As reclamações maiores vinham depois. No dia seguinte ao primeiro de ano, Gina já estava descansada e ao lado dele nas tarefas com os bebês e Harry, mais do que nunca, agradecia ao fato de ter contratado Dobby. Se estivessem apenas os dois, eles não teriam dado conta. Em duas trocas de fraldas em cada um e duas mamadas, se esvaía a manhã e os dois mal tinham tempo para almoçar. A tarde voava na mesma rapidez e quando chegava a noite e ele esperava simplesmente abraçar Gina e adormecer, Lyan e Joanne pareciam combinar-se para chorarem em horas alternadas. No princípio ele ficava em pânico, afinal talvez houvesse algo de errado. Gina e ele verificavam se estavam úmidos, se estavam vestido com roupas suficientes ou em excesso, se estavam alimentados, se pareciam ter qualquer dor. Tudo checado e perfeito restava uma única conclusão: bebês choravam. Quando muito, apenas porque não tinham nada melhor para fazer.

Fora isso, da porta para dentro da sua casa, Harry era o homem mais feliz e realizado do mundo. Essa sensação parecia bater fundo quando a duplinha simplesmente dormia e deixava que ele ficasse apreciando-os com um amor tão intenso que chegava a doer. Ou quando Gina os amamentava e ele sentava em uma cadeira ao lado deles absorvendo os detalhes da cena.

O problema era da porta para fora. A primeira semana do ano mal tinha chegado à metade quando as bombas começaram a estourar. Não que Harry tenha se surpreendido com isso. Ele marcou uma reunião dos principais membros da Ordem da Fênix para discutirem ações futuras e todos pareceram ansiosos para lhe contar alguma coisa. Nenhuma delas boa.

Remo informou que Hector e sua turma de escola estavam se envolvendo em investigações – só isso já era preocupante (mesmo que Harry não fosse a pessoa mais indicada para dar contra) – e que tinham indícios muito fortes de que havia um espião dos Comensais infiltrado na escola. Minerva quase tivera um enfarte ao ouvir isso. Harry notou que até Fred e Jorge pareceram preocupados com o assunto, trocando olhares tensos um com o outro. Na seqüência dessa notícia, e como que para assegurar que as suspeitas das crianças estavam corretas, Hagrid veio com a história da morte dos testrálios. Somente assassinos podiam matar animais que apenas quem já tinha visto a morte poderia ver. Nada confortador. Minerva conjurou um chá para si própria, depois de ouvir isso. A velha professora era durona, mas algo tão violento ameaçando a sua escola a deixou momentaneamente pálida e os lábios quase sumidos, apertados numa risca fina. Para completar o clima já pesado da reunião, Snape, acompanhado por Sarah, passou a narrar sua virada de ano com Draco no Orfanato da Ordem. Em resumo, não foi um começo de ano muito agradável.

Snape passou a insistir frequentemente que o tempo deles estava se esgotando. Que eles deviam encontrar o ritual que os Comensais pretendiam usar o mais rápido possível. E, com uma urgência que pouco combinava com seu jeito de ser, ele próprio passou a dormir muito pouco e a ficar na sede da Ordem trabalhando febrilmente até altas horas da noite. Rony costumava soltar um “surtou” entre penalizado e divertido toda vez que o observava com o nariz adunco a centímetros do Livro de Fausto ou discutindo acaloradamente com Remo e Mione sobre o significado específico de uma determinada palavra encontrada nos rituais. É claro que o amigo tinha o cuidado de manter a voz baixa o suficiente para que apenas Harry ouvisse.

Harry conjeturava se tudo isso era medo por uma possível volta de V oldemort, mas ainda detestava Snape o bastante para ver isso com qualquer tipo de simpatia. Ele e Snape tinham um acordo de paz, não de amizade. Foi por isso que, mesmo com todo o esforço demonstrado pelo ex-professor, ele se impressionou quando Snape sugeriu, de forma seca e irônica, mas por mais de uma vez, que Harry aumentasse as proteções mágicas de sua casa e que diminuísse ao máximo as pessoas que tinham acesso a ela. Apesar da sugestão vir do Ranhoso, ninguém chegou a discordar.

Mas as palavras do ex-professor, embora corretas e prudentes, sumiam da cabeça de Harry assim que ele punha os pés em casa. Não que ele esquecesse de fazer as proteções, ele realmente as fez. Apenas não conseguia ficar pensando naquilo o tempo todo. Ele tinha duas coisas muito, mas muito mais importantes para preocupá-lo. O ultimo pensamento foi acompanhado de um sorriso largo enquanto ele abria a porta da frente de sua casa. Era sexta-feira e a paisagem inalterada indicava que o mês de fevereiro que agora se iniciava continuaria sendo frio e cinzento e que eles provavelmente não veriam uma nesga de sol até que março chegasse.

A casa estava silenciosa, o que significava que os gêmeos deviam estar tirando uma soneca de fim de tarde. Harry estava cansado, tinha passado o dia inteiro entrando e saindo de reuniões no Quartel General dos Aurores. Eles haviam decidido mandar um efetivo para Hogwarts a fim de ficar de olho na escola e policiar a Floresta Proibida. A medida, contudo, tinha de ser mantida no máximo de sigilo. Somente Aurores nível 1 e 2 ficaram sabendo e, na escola, somente Minerva e Hagrid. Foram providenciadas capas de invisibilidade e os Aurores enviados foram escolhidos a dedo por serem hábeis em feitiços desilusórios, para facilitar que eles circulassem sem chamar a atenção.

Fora isso, dois ataques, aparentemente aleatórios, tinham chamado à atenção nos últimos dias. Um deles ocorrera em um pequeno pub bruxo próximo ao prédio do Ministério, o Vassoura Azul. Felizmente ninguém ficara gravemente ferido. Ao que parece os atacantes queriam apenas se divertir. Gritaram pelo Lord das Trevas, fizeram ameaças e arrebentaram umas paredes. Uma secretária do Departamento de Transportes Mágicos, passando pelo local, viu a movimentação e deu o alarme. Não haviam conseguido prender ninguém, mas um dos guardas de segurança do Ministério que estava de folga e bebia no bar foi atingido por um feitiço esquisito que o fez falar em números e rimas por uma semana.

O outro ataque, dois dias depois, foi numa loja da Travessa do Tranco. Esse fora mais intrigante. Em geral, bruxos das trevas não precisavam atacar as lojas dessa área, bastava entrar ali e pedir o que queriam. Mas o lugar tinha sido completamente arrasado. O bruxo que era seu dono – um homem baixo e gordo de cabelos ralos e ensebados – informou que estava fora, visitando um irmão doente, quando o ataque aconteceu. Ele contou a Rony e Harry que estava surpreso por não ter sumido nada exceto um antigo martelinho de ouro que estava entre as peças da loja desde os tempos do pai dele. “Para o que serve?” Admirou-se escancarando a boca onde faltavam diversos dentes. “Não tenho idéia. Meu pai dizia que era maldito. Mas nunca vi fazer nada. Acho que valia apenas pelo ouro.”

Por mais que tentassem, não foi possível estabelecer nenhuma conexão desses ataques com qualquer outra coisa que eles estivessem sabendo. Harry soltou o ar pesadamente enquanto pendurava a capa e tentava varrer esses pensamentos da cabeça. Choro, fraldas e horas de mamadas eram as únicas preocupações que ele queria ter aquela noite. Subiu os degraus em direção ao andar de cima procurando não fazer barulho. A porta do quarto das crianças estava aberta, mas nenhum dos dois estava lá. Harry seguiu para o seu quarto e encontrou a família inteira adormecida. Gina estava escorada em alguns travesseiros e tinha um livro caído sobre o colo. Lyan e Joanne estavam nos bercinhos pequenos que eles mantinham no quarto para facilitar a movimentação noturna.

Ele se aproximou e tirou o livro do colo de Gina e, com cuidado, ajudou-a a se arrumar sobre a cama. Ela resmungou alguma coisa, mas não acordou nem mesmo quando ele deitou ao lado dela e a fez escorar-se no seu peito. Suspirou feliz. Ia ser uma noite boa.





***************


Hermione parou na porta que ia da cozinha para a sala do apartamento com um sorriso bobo brincando nos lábios. Rony e Sirius estavam sobre o tapete da sala fazendo a maior bagunça. Ela nunca imaginou que Rony pudesse ter tanto jeito com crianças, mas bastava vê-lo com Sirius para ela perceber o quanto estivera errada. Os dois viviam em lua-de-mel, se adoravam e quando brincavam juntos faziam aquele quadro perfeito que ela estava olhando. Rony escorado no sofá erguia Sirius até a altura da sua cabeça e fazia cócegas com a boca na barriga do filho. O ruivinho dobrava-se em gargalhadas enquanto balbuciava “nã, papa, pawaa”.

– Continue agitando ele assim e teremos mais uma noite daquelas – ela comentou se aproximando e ainda sorrindo.

Rony fez uma careta engraçada e parou de arreliar o filho, colocando-o no colo.

– Ups. Acho que a mamãe está certa, filhote. Ora de começar a baixar a poeira.

Sirius não pareceu lhe dar atenção. Olhou feliz para a mamadeira que Hermione exibia sentando ao lado dos dois no tapete e com a ajuda do pai se esforçou para dar uns passinhos até a mãe. No segundo seguinte estava acomodado no colo dela, grudado na mamadeira. Rony esticou os braços e as pernas se espreguiçando parecendo ainda mais comprido.

– O dia foi cansativo? – Perguntou Hermione.

– Um terror – ele esfregou as mãos no rosto revelando cansaço. – Mas fiquei muito feliz de você querer passar a noite em casa e não no Largo Grimmauld em cima daquele livro maluco.

– Esse último mês foi muito puxado, eu também estava precisando de uma folga.

Rony ergueu a sobrancelha parecendo animado.

– Considerou minha idéia de colocar poção do sono na mamadeira do pestinha? – Perguntou olhando para Sirius, com um brilho cheio de malícia nos olhos azuis.

Hermione revirou os olhos.

– Vou fazer de conta que não ouvi isso de novo, Rony.

– Ahh Mione, você às vezes é tão... trouxa. Como acha que meus pais chegaram ao absurdo número de sete filhos?

– Você quer ter sete filhos? – Debochou ela se fazendo de desentendida.

– Nem pensar – Rony bateu com os nós dos dedos na madeira da mesinha de centro. – Mas eu não reclamaria se a gente tivesse uma noite que fosse para namorar.

Hermione revirou novamente os olhos conjeturando se todos os homens eram assim tarados, ou se era só o ruivo dela que estava permanentemente com cara de cachorro pidão. Ia lhe dar uma resposta provocativa quando Winky entrou na sala.

– Winky veio ver se o menino Sirius não quer ir dormir senhora?

– Querer ele não quer Winky – respondeu Hermione com bom humor. – Mas acho que está na hora sim, deixe apenas ele terminar a mamadeira.

A elfa assentiu e ficou olhando para os três com uma expressão um pouco intrigada.

– Algum problema, Winky? – Perguntou Rony notando o jeito dela.

– Não – ela se apressou em responder. – Apenas... os senhores da Winky são muito brincalhões com o bebê. Sempre com ele. É bonito de ver. Meus antigos senhores também eram muito carinhosos quando o menino Bartô era pequeno, mas nunca brincavam... Não que isso seja uma coisa ruim e...

Ela fez uma expressão apavorada e inclinou-se perigosamente em direção à mesa de centro, obrigando Rony a segurá-la rapidamente.

– Você não falou nada contra eles, Winky!

– Não? – Ela não parecia segura.

– Não! – Rony e Hermione responderam com rapidez e ela relaxou.

Sirius afastou a mamadeira já terminada e parecia disposto a recomeçar as brincadeiras. Foi com um certo custo que Winky conseguiu levá-lo para o quarto deixando Rony e Hermione sozinhos na sala. O rapaz jogou o corpo para o lado e acomodou a cabeça no colo da esposa.

– Enfim só-ooos... – falou dando um enorme bocejo.

– Esse foi o “enfim sós” mais animado que eu já ouvi – ironizou Hermione rindo e inclinando a cabeça sobre a dele.

– Se você quer animação me dê cinco minutos – ele resmungou com a voz pastosa fechando os olhos e se acomodando nas pernas dela como se fosse um travesseiro.

Hermione sorriu. Nisso, Rony era igual ao filho. Era uma luta para que um dos dois admitisse que estava cansado. Ela levou a mão até os cabelos dele e começou a acariciá-los bem devagar, o que fez Rony soltar um suspiro satisfeito e relaxar ainda mais a cabeça e os ombros sobre o colo dela.

Uma luminosidade esverdeada irrompeu na lareira chamando a atenção da garota.

– Oi pessoal – a cabeça de Quim flutuava na chamas.

Rony abriu um olho ao ouvir isso e fez uma careta, mas ao ver o rosto grave do chefe ergueu-se do colo de Hermione quase num salto.

– O que houve? – Não precisava ser gênio para saber que tinha acontecido alguma coisa.

– Tivemos uma invasão no Ministério. – Disse Quim sem rodeios. – Venha para cá, imediatamente.

Rony não esperou uma segunda ordem, levantou-se com agilidade e saiu correndo em direção ao quarto para pegar os sapatos e um suéter. Hermione olhou nervosa para o amigo.

– Onde?

– No Departamento de Mistérios, Hermione – a voz dele saiu tensa.

Hermione levou as mãos à boca.

– Foram...?

– Com certeza.

Ela se ergueu num salto.

– Eu vou para aí também.

– Melhor não, Mione – Rony já voltava do quarto calçado e vestindo um suéter.

– Mas Rony...

Ele segurou-a pelos ombros.

– Não estou bancando o marido protetor, querida. E você provavelmente vai ser chamada para ajudar a decifrar as pistas que eles deixaram, mas...

– É uma convocação oficial, Hermione – Quim veio em seu auxílio. – Como os trouxas dizem: é a hora da polícia.

Hermione não pareceu muito conformada, mas assentiu. Rony a soltou e foi até o armário de casacos para pegar a capa.

– Harry já foi avisado? – Ela perguntou para Quim. Se não tivesse sido ela poderia avisar e pelo menos faria algo de útil.

– Sim. Já avisei a ele e pedi para que avisasse a Tonks.

– Quer que eu avise a Ana? – Ela se ofereceu rápido, mas não gostou da reação de Quim. O Auror correu os olhos para Rony que agora vestia a capa, parado ao lado dela, e pareceu um pouco nauseado.

– Melhor não, Hermione.

– Mas ela é Auror?

– Acho... – ele pareceu lutar brevemente em busca das palavras – ela está grávida, não é? – Hermione confirmou sentido o rosto empalidecer. – É melhor que ela não venha aqui, hoje. Quando o Rony voltar você vai entender. Espero você, Weasley. Tchau, Hermione.

A cabeça de Shacklebolt desapareceu numa baforada das chamas verdes, que logo em seguida voltaram a sua cor normal. Rony virou-a para ele.

– Dou notícias assim que puder, ok?

Hermione confirmou com um movimento de cabeça, parecendo assustada. Rony se inclinou e lhe deu um beijo rápido antes de sair em direção à lareira. Chegaria no Ministério via Rede de Flu. Isso lhe pouparia tempo.

– Rony! – Com três passos largos, Hermione o alcançou e lhe deu outro beijo antes que ele entrasse na lareira. – Toma cuidado, ‘tá?

– Pode deixar.

O rapaz serviu-se pó de Flu no pote de cerâmica que ficava sobre o console da lareira e jogou nas chamas que imediatamente se tornaram verde esmeralda. Ele deu um último sorriso para a esposa e sumiu logo depois de entrar e dizer claramente: Ministério da Magia.




********************


Harry saiu já correndo da lareira, atravessando com rapidez o Átrio principal do Ministério. Seus passos ecoaram no hall vazio. “Pelo visto foi uma convocação restrita mesmo”, pensou enquanto discernia ao longe outros passos apressados e falas agitadas que vindas dos elevadores mais ao fundo.

– Harry! – Rony saiu de uma das lareiras e correu até emparelhar com ele. – Já sabe o que aconteceu?

– Não. Acabei de chegar.

– O Quim não adiantou nada para você?

Os dois continuaram caminhando apressados em direção aos portões dourados ao fundo do hall.

– Nada.

– Isso soa animador, não? Sabe por que ele não quis chamar a Ana?

– Ele me disse que era melhor ela não vir, estando grávida.

Rony ergueu a sobrancelha.

– Esplendido! – Comentou sarcástico. – Isso realmente informa sobre as coisas felizes que vamos ver lá embaixo.

Harry não respondeu. Sua noite boa já tinha ido para o espaço de qualquer jeito. Aquilo era só trabalho. Preocupante, claro. Mas era o trabalho dele. Então, o que quer que ele fosse ver fazia parte. Engoliu em seco e passou a mão pela testa úmida. Sua agitação, no entanto, não passou despercebida para Rony.

– Você está legal?

– ‘Tô ótimo!

A resposta não convenceu o amigo que continuou a observá-lo com atenção enquanto eles chegavam perto da mesa onde normalmente ficava o segurança. Estava vazia. Tonks e outros três Aurores aparentemente examinavam o local.

– Oi Harry! Oi Rony! – Ela cumprimentou. Não parecia nada feliz. O cabelo liso e roxo caia sobre os ombros fugindo de um rabo de cavalo semi-desfeito. – Preparem-se vamos ter uma noite daquelas.

– Já tínhamos intuído – respondeu Rony. – O que houve?

– Comensais. Invadiram o Ministério lá pelas nove da noite. O segurança abriu a porta da frente para eles. – Tonks informou com uma voz chateada.

– O segurança era um Comensal?

Rony tinha os olhos arregalados.

– Não – Tonks pareceu penalizada. – Encontramos ele no corredor que leva ao Departamento de Mistérios... morto. Pelo visto ele estava sob uma maldição Imperius. Lembram do ataque ao pub na semana passada? – Rony e Harry assentiram. – Achamos que ele foi atingido naquele dia, ele estava junto com o outro segurança, o que ficou falando em números e rimas.

– Acha que o outro foi atingido apenas para despistar? – Perguntou Harry.

– Provavelmente. – Ela deu um suspiro e conferiu as anotações que estava fazendo em um pergaminho esticado sobre a mesa do segurança. – É melhor vocês dois descerem, o Quim está esperando.

Harry e Rony concordaram e se despediram dela. Os dois seguiram através do pequeno hall que se estendia para além dos portões dourados e caminharam até os elevadores. Entraram por uma das grades douradas já abertas e Rony apertou no botão nove. As grades rangeram alto enquanto fechavam e o elevador começava a descer. O olhar de Rony sobre ele, estava começando a incomodar Harry.

– O que é?

– Tem certeza que você está bem?

– Já disse que estou ótimo!

Rony virou-se para frente, balançando sobre os pés.

– É a primeira vez em anos que vamos entrar lá – falou baixo.

Harry fechou os olhos por um segundo.

– Já faz muito tempo, Rony.

– Desde quando isso faz as coisas mais fáceis?

Harry afundou a cabeça entre os ombros. Rony estava querendo ajudar e ele apreciava isto. Até mesmo gostaria de conseguir falar para o amigo o que estava sentindo. Se ao menos ele soubesse o que estava sentindo. Tudo o que registrava era um vazio frio no peito e um gosto muito ruim na boca, mas não achava que fosse o tipo de coisa que ele poderia partilhar com alguém. O elevador parou com um guincho e a voz feminina anunciou:

Departamento de Mistérios.

Assim que a grade se arrastou abrindo passagem, os dois se precipitaram para fora e seguiram pelo corredor de paredes nuas iluminado por archotes em direção a porta negra que havia ao seu final. Pelo visto o corpo do segurança já havia sido retirado dali. A porta que levava ao Departamento de Mistérios encontrava-se aberta e em frente a ela Quim e uma Auror vestida de azul escuro e usando um tapa-olho. O chefe os viu imediatamente e fez um sinal com a cabeça de que os estava esperando.

– É só isso Jodie – disse ele para bruxa que assentiu e virou-se para sair.

– Olá rapazes – ela os cumprimentou na passada.

– Oi Jodie – respondeu Rony, Harry conseguiu apenas murmurar algo ininteligível.

Na medida em que se aproximava da porta escura no fim do corredor uma espécie de garra parecia estar lentamente cravando as unhas em suas entranhas. Sua voz parecia ter muita dificuldade para sair.

– Venham!

Quim virou-se e entrou pela porta com Harry e Rony em seus calcanhares. A grande sala circular estava parada e escura, iluminada somente pela luz vinda da porta do corredor e pelas fimbrias de luz azulada que escapavam das outras inúmeras portas ladeavam as suas paredes. Apenas uma das portas estava entreaberta e era possível perceber que havia uma movimentação lá dentro. Harry retrocedeu um meio passo ao perceber que sala era e sentiu Rony por a mão no seu ombro.

– Tudo bem, Potter? – A voz de Quim soou inquisitiva, mas simpática.

Harry assentiu com um movimento rápido de cabeça. Era quase como se ele soubesse que tinha sido aquela sala que tinha sido invadida. Achava que tinha sabido no momento em que ouvira Quim dizer pela lareira que Comensais da Morte tinham entrado no Departamento de Mistérios. Tinha certeza que ia ser difícil entrar naquela sala circular e passar pelos corredores internos daquela parte do Ministério. Mas a garra cravada no seu estômago tinha lhe dito desde o início em qual daquelas salas ele ia ter de entrar. Harry assentiu novamente para mostrar que estava pronto e Quim abriu a porta e entrou dando passagens para eles dois.

A longa sala de pedra estava bem movimentada. Vários Aurores moviam-se por ali inspecionando desde as paredes até os degraus que submergiam em direção ao fundo da sala. Os olhos de Harry pareciam se recusar a olhar direto para o estrado de pedra no centro. Ele cumprimentou alguns colegas com a cabeça, identificou Richard Oates olhando-o com olhos arregalados e sentiu Rony pressionar novamente o seu ombro. Mas não foi uma pressão de conforto, mas de pavor. Harry se forçou a olhar para baixo e seu coração deu uma parada antes de voltar a bater violentamente sobre as costelas.

Ele achava que, por Sirius ter desaparecido ali, olhar para aquele lugar lhe traria dores e culpas antigas, que ele não queria mais lembrar, mas não foi isso que Harry sentiu. O arco de pedra estava tão diferente quanto possível da noite em que Harry tinha visto Sirius atravessar o véu.

Meio que hipnotizado, ele começou a descer os degraus. Rony tinha soltado seu ombro e o seguia em silêncio enquanto ambos tentavam registrar o que viam. O véu que pendia do centro do arco não ondulava como Harry costumava lembrar e ver em seus pesadelos, ao contrário, ele caía pesadamente e dele pingava algo viscoso que certamente o encharcara. Ele ergueu os olhos e examinou o contorno de pedra. Parecia ter sido pichado. Não havia muita luz para identificar qual o tom exato do que parecia ser uma tinta escura e pegajosa, mas o cheiro era inconfundível. O arco tinha sido inteiramente coberto com sangue. Era isso que escorria do véu encharcado. Harry virou-se para Rony e viu nele o que achou que devia ser o espelho do seu próprio rosto. Um suave tom de verde mostrava exatamente como o amigo se sentia no momento.

– Isso é... ? – Rony balbuciou incerto, olhando para Quim que estava ao lado deles.

– É... é sangue sim – confirmou o chefe.

– Por favor, não me diga que é...? – Harry sentia o gosto de bílis no fundo da garganta.

– Não – Quim negou rápido. – Não é humano. Achamos que é sangue de algum animal mágico, mas estamos esperando um especialista para confirmar. Mas não me perguntem o significado – prosseguiu Quim – eu não sei. Mas... só de olhar esse quadro...

– A gente já vê que não tem nada de bom – completou Rony num tom ainda nauseado.

Harry deu mais um passo em direção ao arco, tentando extrair daquela imagem alguma informação. Uma suspeita terrível começou a vagar por um canto da sua mente e um arrepio gelado lhe correu pela espinha.

– Precisamos descobrir porque eles fizeram isso. E rápido. – Virou-se para o chefe. – É melhor chamar os Inomináveis e ver se alguém pode nos dar alguma luz. – Baixou a voz. – Vou chamar Snape e Remo. Talvez eles possam nos dizer alguma coisa. Eu... estou com um mau pressentimento sobre isso.

– Quim! – Um dos Aurores chamou da porta. Ele vinha acompanhado por uma mulher baixa, magra, com cabelos castanhos cortados curtos. Ela usava uma longa veste amarelo-queimado e usava uns óculos retangulares que lhe davam um ar inteligente.

– Cassi! – Saudou Quim. – E enquanto ela começava a descer os degraus até onde eles estavam, ele falou em voz mais baixa. – Acho que agora teremos algumas respostas. Ela é a chefe dos Inomináveis.

– Boa noite, Quim – a mulher cumprimentou assim que chegou ao lado deles.

– Como vai Cassi? Rapazes, esta é Cassiopéia Dipper. Cassi, você certamente já ouviu falar dos meus rapazes, não? Ronald Weasley e Harry Potter.

A mulher precisou altear o pescoço para examinar os dois, mas havia um ar claro de reconhecimento nos seus olhos, especialmente quando ela mirou Harry e esquadrinhou sem pudor a sua testa.

– Como não? – Replicou com a voz lenta e rouca. – É um prazer conhecê-los – disse estendendo a mão minúscula e cumprimentando um, depois o outro. – Uma pena estas circunstâncias – lamentou de um jeito formal.

Quim interrompeu o exame que ela prosseguia fazendo na figura de Harry.

– O que nos diz, Cassi? Estamos no escuro, aqui. Porque acha que eles fizeram isso?

Cassiopéia passou a prestar atenção no arco. Ajeitou os óculos e retirou a varinha de dentro das vestes, assumindo um ar profissional. Ela começou a caminhar em torno do arco, olhando para cima e para baixo, volta e meia murmurando um feitiço e fazendo, em resposta, uma ou outra pedra do arco brilhar. Depois de contornar todo o estrado, ela retornou a um ponto próximo ao que eles estavam e então agachou-se e passou os dedos sobre uma das possas de sangue que se acumulava no chão. Ela mexeu o líquido viscoso nos dedos, cheirou e depois fez um movimento com a varinha em direção a ele. O líquido emitiu um brilho prateado por alguns segundos e depois voltou a ficar escuro, manchando os dedos dela.

Com um suspiro, a chefe dos Inomináveis se ergueu e tirando um lenço de dentro das vestes limpou os dedos, fazendo depois o lenço sumir. Só então ela se virou para eles e se aproximou.

– Bem, Quim – começou a voz baixa, o tom rouco – você sabe que por mais que tenhamos investigado esse arco ao longo dos séculos, ele tem permanecido como um mistério para nós na maior parte do tempo. – Quim assentiu. – Ao que parece, eles fizeram algum tipo de ritual aqui. Certamente um ritual antigo, talvez druídico.

– Druídico? – Rony perguntou confuso.

– Sim. Alguns rituais druidas obscuros envolviam oferendas com sangue em altares como este aqui.

– Isto é um altar? – Harry jamais ouvira alguém afirmar aquilo sobre o véu da morte.

– O que mais seria? – Respondeu Cassiopéia sem se abalar.

– Você acha que eles ofereceram sangue para que, Cassi?

Ela ergueu os ombros.

– Ora, Quim, essas oferendas, em geral, queriam alguma coisa em troca. Num altar como este, elas poderiam funcionar como um chamado.

Harry sentiu as entranhas congelarem. Quase implorou para que ninguém fizesse a pergunta.

– Um chamado de quê?

“Brilhante, Rony! Tenho certeza que você vai gostar tanto de ouvir isso quanto eu”.

– De quem está do outro lado, é claro – respondeu a bruxa com a mesma calma didática. – O véu é uma passagem entre esta vida e a outra. Todos sabem que não há retorno para quem passa para lá, contudo, os druidas acreditavam que determinados rituais poderiam fazer com que as almas dos mortos se aproximassem o bastante para serem ouvidas. Alguns achavam que com os elementos certos, algumas almas poderiam ser resgatadas e, talvez, trazidas novamente para o nosso mundo.

– O que seriam os elementos certos? – Harry se assustou quando a pergunta jorrou da sua boca.

Cassiopéia ergueu novamente os ombros.

– Posição dos astros, horas específicas, fases da lua, sangue de animais mágicos... sabem? Tipo sangue de dragão para contatar as almas do paraíso e uma série de outras crenças do tipo. Nem tudo a magia moderna aceita como sendo possível – falou num tom acadêmico de quem não achava que tais coisas fossem possíveis.

– E se fosse usado sangue de testrálios?

Ela encarou Harry espremendo os olhos castanhos com seriedade. A pergunta a tinha suspreendido.

– Onde alguém conseguiria isso?

Harry cruzou os braços sobre o peito.

– E se fosse sangue de testrálios?

Ela não pareceu gostar do jeito que ele a questionava, mas Harry não se importou. Ele persistiria até obter uma resposta. Quim manteve-se ao lado dele dando sustentação à pergunta.

– São apenas lendas – ela tentou, mas o rosto irredutível de Harry a fez erguer os ombros pela terceira vez. – Bem... nesse caso, quem fizesse o ritual poderia invocar as almas dos malditos.

– Como Voldemort? – Insistiu Harry.

A bruxa estremeceu ao ouvir o nome. Mas continuou a olhar diretamente para Harry como se quisesse ver através dele.

– Como Voldemort – confirmou, com a voz firme.

Harry ouviu Quim soltar um palavrão e olhou para Rony.

– É... – o amigo estava pálido quando falou – acho que começou, Harry.



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N/A: Finalmente!!
É, eu sei que tem demorado. Mas é o seguinte: estou finalizando um trabalho muito importante. O correto de minha parte, nesse momento, seria inclusive parar com a fic até fevereiro (quando entrego o meu trabalho) e só depois retomá-la. Mas eu não quero fazer isso, de verdade. Então, tudo o que posso fazer é pedir a vocês desculpas e paciência. =)

Por esse mesmo motivo, eu peço desculpas a todos os que eu acompanho as fics ou que me convidaram para ler as fics que estão escrevendo. Meu tempo de ler e escrever é o mesmo, logo eu acabo atrasando de aparecer nas que eu já acompanho. Quanto à novas fis, estou anotando para quando eu entrar em férias, ok?

Sobre o capítulo anterior:
Eu fiquei tão empolgada quando terminei que esqueci de fazer dois agradecimentos muito importantes.
Primeiro para a Geia, que teve a paciência de ficar uma tarde inteira comigo no MSN calculando tudo o sobre o nascimento dos bebês e falando da própria experiência dela. Com um cuidado todo dela, ela calculou o peso do Lyan e da Joanne, o tamanho, o peso anterior da Gi e quanto ela engordou durante a gravidez. Até a avaliação da saúde dos bebês ela fez. Não coloquei esses detalhes, mas tê-los, me deu uma enorme segurança para escrever. Por isso e por tudo, amiga, obrigada!
Segundo, meu agradecimento vai para a Regina McGonagall. Além de me emprestar a Sarah, ela ainda me passou um trecho que ela não ia usar e que serviu de base para a cena do Draco no Orfanato. Valeu demais, amiga!

Ainda sobre o capítulo anterior. Uma nota importante. Não fantasiem sobre a Sarah e o Snape – seria incesto... rsrsrs. Aconselho a lerem a fic da Regina, O Paciente Inglês. Nossos Snapes são diferentes, mas a relação com a Sarah é a mesma. Igualmente, esqueçam qualquer possibilidade de Sarah e Draco. Às vezes, acontece de pessoas simplesmente não gostarem uma da outra sem que haja qualquer tipo de atração enrustida. De novo, indico as fics da Regina em que a Sarah protagoniza. Se vcs quiserem saber quem é o par da encantadora diretora do Orfanato, dêem uma olhada na nova fic dela, Close to You. Vcs não vão se arrepender.

Bem, uma coisinha sobre este capítulo. Eu fiz uma pequena brincadeira – apenas para manter o espírito JK Rowlling – nos horários dos nascimentos dos gêmeos. Quem descobrir, ganha um doce da Dedosdemel... rsrsrs

Ahhhh *momento mãe coruja on* Meus bebês e crianças estão arrasando, hehehe. Além da comu da fic e mais as duas que foram feitas para a Belzinha e eu, agora são as crianças. :D

A Danna ganhou uma da Grazi (que acho que é a fã mais entusiasmada da menina), tanto que me convenceu a fazer uma fic da Danna no ano que vem. Até lá, quem gosta da selkie está convidado a entrar na http://www.orkut.com/Community.aspx?cmm=23355489

Para quem ama a bolinha ruiva mais fofa do mundo, a Kika criou http://www.orkut.com/Community.aspx?cmm=23442444
Por fim, mas não menos importantes, os gêmeos Potter mesmo sendo tão novimhos já tem sua própria comu. Ô poder, né? Quem criou foi o Clow Reed (Rafa) e vc estão convidados para ir lá tb, ok? http://www.orkut.com/Community.aspx?cmm=23463731


A todos meu enorme agradecimento pela fic ter ficado uma semana entre as 10 mais lidas, fiquei no céu.

Darla: Minha beta, amada, bem vinda de volta. Vc fez falta, viu? Te adoro!

Charlotte Ravenclaw: Adorei o comentário da Mortícia, hahaha. Os Adans são os sonserinos mais legais que eu conheço hihihi. Promessa é divida? Comecei a pagar! O que achou? Bjs, saudade!

Jaline Gilioti: Como eu ainda não sou mãe, os elogios das mamães a este capítulo foram especiais para mim. Muito obrigada, Jaline! O resto do seu comentário me emocionou, mesmo! Vc dizer que transformei essas cenas em verdade no seu coração... nossa... eu nem sei se tem como agradecer um elogio destes. Mas de qualquer forma, obrigada novamente!

Geia: Vc tb é um presente, amiga! Muita luz para vc, pq pessoas como vc são raras. Um beijo enorme!

Érica: Obrigada por todo o apoio querida e pelas cobranças, tb, rsrsrs... Seus recadinhos sempre me lembravam que realmente precisava escrever logo, hihi. Beijo grande!

Bernardo: Querido, obrigada pelo apoio, sempre. Um beijo enorme!

Ribeiro: Eu tb adoro bebês, hehe. Mas agora eu já consegui fazer eles aparecerem no capítulo. Vc viu? Nossa que chato isso de perder o capítulo. Isso quase aconteceu comigo ontem *bate na madeira*, felizmente deu para salvar. Vc falou com a Bel? A mel está um graça no Segredo de Corvinal, não é? Agora deu para entender o pq da vingança do Hector com as colegas de casa dela? Um beijão para vc!

Guida Potter: Por favor... nem diga uma coisa dessas, hihi... Eu posso demorar, mas vou com a história até o fim, ok? Fico feliz que vc esteja gostando e que tenha curtido o nascimento. Sem dúvida foi um dos capítulos que me deu mais prazer de escrever. Claro que o Harry merece, né? Bjão!

Grazi DSM: Amada, eu nem tenho como responder ao seu comentário maravilhoso postado no Grim. Eu fiquei boba. Sério, saber que se conseguiu criar imagens tão vívidas com algo que a gente escreveu é... sei lá... meio atordoante. Só posso é agradecer vc ter partilhado comigo suas emoções ao ler o capítulo. Isso, mais do que tudo, é a minha recompensa. Obrigada! Ahhhh e a Danna tem comu!!!! Ehhhh!! Sei que ela não aparece faz uns capítulos, mas agora com o fim das férias ela volta, ok? É só esperar.Um beijo enorme, bruxinha!

Regina McGonagall: Que bom, que bom!!!! Vc sabe que eu adoro a Sarah, né? A mineirinha é tudo de bom. Fico feliz em estar conseguindo manter a aura maravilhosa dela aqui. Muito obrigada mesmo, Regina!

Sônia Sag: Valeu amiga! Vc sabe o como a sua opinião é importante para mim, né? Bjkas!

Gina W. Potter: Que bom que valeu, Gina. Como eu disse para a Jaline, elogios das mamães pesaram para mim nesse capítulo. Sei que é uma emoção sem igual e eu não poderia falhar nisso. Imagino que para o Harry, que teve a família arrancada dele tão cedo isso tenha que ter um peso sem igual. Obrigada pelo apoio sempre, querida. Beijos!

Molly: Brigadão Molly. Eu passei quase um mês entrevistando as minhas amigas mães, rsrsrs. Fico feliz que tenha saído direitinho, mais ainda por saber que consegui fazer rir e chorar. Simmmm, os babys não são lindos?? Tinham que ser, né? Obrigada pelo carinho. Isso é muito importante, mesmo!

Clow Reed: Rafaaaaaa!!! Valeu pela comu do gêmeos. Eu amei, amei, amei! Obrigada, querido. Fico feliz que vc tenha curtido os gêmeos e até pego o Lyan emprestado, hihi. Adorei! Ele é muito fofo, mesmo. Um beijo.

Priscila: Ô amiga! Brigadão! Vc ressaltou exatamente o que eu imaginei para o Harry, mas ele vai ser um grande pai, eu tenho certeza. Ele tem aquele poder, lembra? Em quantidade! Mas é tempo de maracujá? Rsrsrsrs Espero que sim, hihi. Como disse o Rony: começou. Ahhh vc que é do fã-clube do ruivo. O que achou dele nesse capítulo? Beijão, querida!

Lamarc: Valeu, Lamarc!

Nathok: Se é o melhor eu não sei, mas foi um dos que eu mais gostei de escrever :D. Bjs.

MarciaM: Infelizmente, vc não estava enganada minha amiga. O Lyan é do mesmo dia que o coisa ruim, mas como o Harry disse, não é isso que vai defini-lo, não é? Mas o amor enorme que os pais sentem por ele. Mas a data... é... vou ter que ficar quieta. Obrigada pelos 3 coments, hihi... Eu adorei. :D Tb fiquei rindo de orelha a orelha, hehe.

Srtáh Míííhh: Desculpe a demora. Tb amei seu coment, hehe. Beijão!

Kika: Liindaaaaaa!!! Obrigada pela Comu do Sirius, querida. O ruivinho merece. Ele é tão fofo. Vc viu que ele está começando a falar? Hihi. Eu sei *surtei total, né?* Mas não dá para não surtar hihi. Beijo grande!

Belzinha: Ahhh *suspiro aliviado* Vc sabe que quando vc gosta eu relaxo, né? E esse eu fui má pq nem te mostrei antes , hihi. Mas fico feliz que vc tenha gostado. Achei engraçada a coisa do Maestro, hehe. Que bom que vc tb achou que a Sara ficou bem. Ela tem que agradar a Regina e a VC antes de tudo. :D Bjs!

Lize Lupin: Obrigada, Lize! Eu tb fico com vontade de morder e apertar, hihi. O seu felicidade instantânea me deixou toda sorriso. Tb não gosto do Draco. Sobre ele, eu concordo com o Dobby: “Draco Malfoy é um menino mal!” Beijos querida! Vc recebeu a segunda fanart que eu mandei?

Luna Weasley: 23802964627??? Onde vc achou esse número? Huahuahuahua!!! Desculpe pelo mal-estar, mas era necessário. Quanto a tradição de nascer em casa, sim é fato. Eu vi em um documentário. Os ingleses tb costuma a nascer com parteiras, na maioria das vezes, os médicos só entram quando há complicações. Hehe... coisas dos seus vizinhos hihi. Beijos, querida!

Igor: Valeu, Igor!!

Mayana Sodré: Obrigada, mesmo Mayana. Acho que o fato de eu querer muito escrever algo tão feliz para o Harry deve ter ajudado a me inspirar. Fico feliz que vc tenha gostado tanto. Beijão!

Drika Granger: Vc me agradeceu??? Nossa Drika! Quem tem que agradecer sou eu. A leitura, o carinho, a paciência. Eu tb amo o Harry muito e... a família dele tb, hehe. Um beijo grande!

Mimi Potter: Obrigada, Mimi! Um casal lindo como esse merecia uns babys assim, não é? Bjs!

Lili N.: Outra que me agradece, rsrsrs... Já disse que a gratidão é minha, viu? Por vcs lerem e comentarem com tanto carinho. E cuide desse braço, menina. Vc tem que escrever, viu? Vc não sabe como já ensaiei ir na sua fic, mas meu tempo não deixa =( Espera só as minhas férias chegarem Beijão!!

Sô: E eu sou boa oclumente, Sô, hihi. Verdade, tem coisas que nem a Belzinha sabe. Outras, apenas o meu “editor” (título que o maridão se deu, hihi), mas só pq ele usou de Veritasserum quando eu estava distraída. Mas a maioria, só eu :D Não é maldade, viu? É só um suspensesinho básico. Um beijão!

Paty Black: Que bom que vc se emocionou amiga, choro de emoção é legal. Dá uma canja para o seu marido, huahuahua. O Remo é demais sim, acho que ele e o Sr. Weasley são ótimos pais para o Harry imitar. E vc não merece um beijo mais dois beijos, ehehe, mais beijos só quando vc atualiza a Separados, hehe. Te adoro!

Bruna Perazolo: Esclarecido o mistério, Bruna? Bem, pelo menos um pedaço, né? Obrigada por todo o apoio e carinho, querida. Vc não sabe o quanto isso é importante. É por causa disso que, apesar das demoras, a fic continua e vai continuar. Um beijo muito grande!

Daniela Potter: Myaa!!! É muito bom encontrar vc aqui, menina! Que bom que vc está gostando. Mais uma leitora d’além mar :D Um beijo grande, querida!

Sil: Puxa... obrigada, querida! E por vir comentar aqui tb :D. Um beijo carinhoso!

Arwen Potter: Valeu, Arwen! E desculpe a demora, viu? Bjão!

Trinity Skywalker: Vc voltouuuuuuuuuu!!!!!!!!!!!!!!!!! :D:D Sorrisos imensos e felizes. Eu nem tenho como responder ao seu comentário, mas saiba que amei ler cada frase, viu? Só amei mais ler o capítulo 16 (já falei que estava perfeito?). Agora vou ter tempo para ler o 17, hehe. Vc é mãe de trigêmeos??? Uauuuu!! Que maravilha! Parabéns! Bjs, querida e seja muito bem-vinda de volta! E não precisa se desculpar pelo tamanho do comentário, não, viu? Eu estava com saudades.

Nick: Obrigada pela leitura Nick, fico feliz que vc tenha gostado. Um beijo grande!

Suizi Machareth: Fazia tempo que vc não comentava Suizi. Fico feliz que continue lendo. Um beijão!

Max Jonathas: Heheh pelo menos vc teve o cuidado de dissolver aquele número. Obrigada por ambos a leitura e por o número nefasto para longe :D.

Ana Luiza Guimarães: Eu fico tão feliz de ter conseguido passar a emoção que eu senti escrevendo isso. Obrigada mesmo. Eu tb não gosto do Draco, viu? E acho que a única pessoa no mundo com quem o Severo razoavelmente se comporta é com a Sarah, hehe. Mas, como num jogo claro/escuro, os dois se completam, né? Beijão, linda!

Luisa Lima: :D Obrigada Luisa!! Beijão!

Doug Potter: Escrever é o meu sonho, Doug. :D Enquanto ele não se realiza, eu fico muito feliz é de receber os comentários de vcs. Valeu mesmo!!

Georgea: Ahhhh querida, obrigada! Vc veio colocar um comentário aqui :D Fiquei toda sorrisos. Beijão!

Kendra Owen: Por um s não somos parentes...rsrsrs. Primeiro quero pedir desculpas pelas falhas no português. Desde o capítulo 19 eu estava sem a minha beta, que agora felizmente voltou :D, e parece que sempre alguma coisa escapou, mesmo com todas as minhas revisões =( Vou inclusive repostar os últimos capítulos que ela (muito querida) já revisou tb. Mas este eu esperei para postar betadinho, viu? Obrigada pela leitura e os elogios!

Alciara: Obrigada, Alciara! Eu sempre adoro quando aparece um leitor novo. Infelizmente, não acho que a My Girl possa ter uma continuação, mas tenho planos de outra fic romance H/G para o próximo ano. E eu gostaria muito que o Hary tivesse o destino que eu criei nessa fic tb, só que de preferência, sem o Retorno hihi. Um beijo grande!

Aisha: Oi Aisha, fazia tempo mesmo! Vou lá sim, estou com saudades de rir com a fic de vcs, hehe. Mas meu tempo anda escassinho. Nesse capítulo teve mais R/H, gostou? Beijão!

Lica Martins: Valeu Lica! Eu tb acho que o Harry merece tudo! A Gina, os gêmeos uma família. Fico feliz de ter conquistado vc como leitora. Ainda mais com a Rony & Mione que é uma fic que me é muito importante, por razões bem pessoais, mas tb é o que eu gostaria de ler. Por favor não me azareee!!! Eu realmente estou fazendo o possível. Mas agora vc vai achar que a ameaça deu resultado, né? Hihi. Um beijão!

Victor Farias: O que fazer? Eu amo comentários resenhas, rsrsrs... Não se trata de gostar dos elogios (claro que eu gosto, quem não gosta?), mas de perceber como eu consigo atingir quem lê o que eu escrevo. Seu comentário foi incrível, Victor e eu só tenho a agradecer a sua amizade, apoio e carinho. Valeu, meu amigo. Um beijo grande!

Dani Miwa: Brigadão, Dani! :D Beijão!!

Tatiane Evans: Simmmm é enorme! Hihi Eu tentei diminuir o tamanho dos capítulos, mas já recebi reclamações por isso =( Acho que é por isso que me encanto com os novos leitores, vcs são corajosos de iniciar hehe. Obrigada pela leitura e que bom que vc gostou tanto. Bjs!

Raiza Alves: Obrigada, Raiza. Desculpe a demora para atualizar. Um beijo grande!

Ana Paula Freitas: Puxa, Ana Paula, obrigada por todos os elogios e que bom que foram as shorts que recomendaram. O Retorno é mais ambicioso, por isso fico feliz quando a fic agrada. Suas perguntas. Os beusclainh são criação absolutamente minha, arco com a culpa hihi. Quanto ao R/H, eu tb adoro os dois, mas tenho uma facilidade enorme com H/G e esta fic é muito centrada neles, mas este capítulo trouxe um poço dos dois, espero que vc goste. Um beijo grande!

Pamela Marul: Ô amiga, obrigada! Fico muito feliz que vc tenha gostado, inclusive da minha turminha nova. Hector é um baixinho sedutor é uma ótima definição, hehe. Valeu por todos os elogios, viu? Beijão!

Feba: Brigadão, Feba! Vc destacou as minhas fraes de humor e isso para mim é muito importante, pq fazer humor para mim é sempre um exercício. Que bom que vc gostou. Beijão!

Carline Potter: Minha linda é muuuittoooooo bom ter vc de volta. Vc não sabe a fata que vc faz, seja aqui, seja no Fire, onde for. Adoro vc! Obrigada por estar sempre aqui. Beijos imenso!!!!



Beijos e até o próximo!

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