Cap postado em 21/06/21



Enquanto isso



Athena olha para as paredes da casa onde ela passou a sua infância e adolescência, o local onde ela foi feliz e amada ao menos até aquela mulher odiosa entrar em sua vida. É agridoce voltar e ela não pode deixar de sorrir enquanto as lágrimas escorrem por sua face e a moça se recrimina por ter passado tanto tempo sem aparecer. A memória do seu pai não merecia isso, mas nunca é tarde para se redimir e é isso que ela vai fazer.



Uma conversa rápida com os elfos lhe mostraram que a sua madrasta não ficou muito tempo na cidade. Quando ela foi tomar posse do dinheiro que ela achava que teria, ficou sabendo que a casa não valia muito e que era uma herança de família impossível de vender. E quanto ao dinheiro, ela pegou as poucas posses que conseguiu e partiu sem dar muita explicação. Como havia ficado pouco tempo na cidade, as pessoas simplesmente deram de ombros e seguiram as suas vidas. É claro que ninguém pensou na hipótese dela ter feito alguma coisa com meu pai. Mas quem pensaria? Athena fala para si mesma. Eu mesmo pensei que a Jezz fosse minha amiga, a minha melhor amiga.



A professora se pega pensando em quanto a sua vida mudou. Depois de passar algum tempo com seus avós e frequentar uma universidade trouxa, ela percebeu que o que ela realmente queria era voltar ao mundo bruxo e ajudar crianças bruxas com seu aprendizado antes de irem à Hogwarts. Não foi algo fácil e ela enfrentou a resistência dos seus avós maternos que a queriam o mais perto possível, mas ela fez o que o seu coração mandou embora passe muito tempo ainda no mundo trouxa com os avós.



Mas este é o meu mundo. Ela fala para si mesma. Essa casa é a herança que meu pai deixou e ela me pertence. Eu vou lutar para tomar posse de tudo que me é de direito e conseguir justiça para meu pai. A professora pensa com determinação e é por isso que ela se prepara para descobrir tudo que for possível para ajudar a família de sua aluna preferida e impedir que Jezzebel Summer destrua mais uma família...



XXXXX



Quase ao mesmo tempo



Mel joga os sapatos para o alto e larga-se na cama da pequena pensão onde está hospedada. Ela esperava achar alguma sujeira na vida da sobrinha da secretária do senhor Malfoy, mas não esperava nada assim.



Da primeira vez que foi à cidade, ela disse que estava atrás da sobrinha de Ellora Summer para avisar que a tia estava se recuperando, mas ninguém sabia do seu paradeiro e Mel logo sentiu muita animosidade por parte de todos quando falava na moça, embora ninguém falasse algo concreto talvez por medo de ser indiscreto ou algo assim.



Mas desta vez foi diferente, Mel sempre se considerou uma pessoa escrupulosa na busca de informações, mas não desta vez, agora ela decidiu lutar com as armas que tem e se ela tiver que contar uma mentirinha ou duas pra conseguir mais informações que seja



Então ela construiu seu personagem e a sua história perfeita onde ela é uma detetive particular que busca mais informações sobre a moça que pode ou não ter dado um desfalque em uma empresa na capital e isso soltou a língua dos habitantes da cidade de uma forma que ela não esperava, todos estavam mais do que contentes em compartilhar as suas desconfianças a respeito da moça que, verdade seja dita, nunca fez nada que se pudesse comprovar.



Então a jornalista ficou sabendo que a reputação da moça não era, digamos, algo que fizesse qualquer mãe se orgulhar. Ela mentia, enganava, roubava, se envolvia com homens casados e os chantageava, enfim fazia tudo de mais sórdido que a mente humana poderia imaginar e todos na cidade sabiam, exceto talvez a sua tia que as poucas vezes que vinha na cidade falava da moça com muito carinho e os habitantes nunca tiveram coragem de desiludir uma senhora tão doce e simpática.



Pelo que vi, ela aprimorou seus golpes. Mel fala para si mesma. De fato na cidade onde cresceu as coisas não passavam de pequenos roubos, uma chantagem aqui e ali e algumas falsificações, mas depois que ela saiu da cidade, ela começou a, digamos, aumentar a sua área de ação. Infelizmente a jornalista não conseguiu nenhuma informação sobre o seu paradeiro, exceto que a antiga casa da tia onde ela costuma ficar quando aparece não tem nenhum tipo de movimentação há alguns meses, ao menos que eles tenham visto.



Ao menos que eles tenham visto... Mel pensa com seus botões. O que para um bruxo não significa muito. Ela sabe que não pode ir muito além, mas ela sabe quem pode, então a jornalista faz uma anotação mental para falar com Harry Potter. Ele é a pessoa certa para saber se existe algo mais nesta casa.



XXXXX



Enquanto isso



Hermione chegou mais cedo em casa. Ela sempre faz isso para dar uma atenção especial a sua hóspede convalescente e aproveita também para passar algum tempo com as filhas e sondar se Annie tem alguma novidade que Elly falou dentro da sua cabeça como a sua caçula diz



A morena, embora tenha receio de utilizar este dom da filha que nem ela nem a pequena ainda entendem bem, sabe que não pode perder a oportunidade de conseguir alguma informação. Então ela sempre manda alguns recados pela sua pequena geralmente coisas tipo como você está se sentindo ou você precisa de alguma coisa, pra estabelecer uma conexão e deixar a sua filha à vontade no início, para só depois passar para a fase de procurar saber um pouco mais. Fase essa que ela espera começar agora.



Ela olha para a filha caçula, Hermione sempre repete as instruções para a filha que ela sabe que luta para resistir à tentação de rolar os olhos, mas a morena não está nem um pouco preocupada com a cara de tédio da sua caçula se isso for manter a sua segurança.



- Entendeu, Annie? – ela diz como acontece todas as vezes que pede para conversar com Elly.



- Sim, mamãe – Annie diz se esforçando para não parecer entediada, ela é uma menina muito doce e paciente, mas tudo tem limite – você precisa ver se a Elly consegue dizer alguma coisa que vai ajudar a gente a descobrir o que aconteceu com ela e como ela só consegue falar comigo eu posso ajudar, mas se ela disser alguma coisa que me assuste ou se eu não me sentir bem a gente pode parar. Eu entendi isso das nove ou dez vezes que você falou isso antes.



- Eu estou exagerando, né filha – Hermione fala com um suspiro – eu só não quero que isso seja desconfortável pra você. Pode ser que a Elly tenha sido vítima de alguma maldade e eu não quero que você fique impressionada ou algo assim, então se você não quiser fazer isso...



- Mãe! – Annie interrompe de modo sério – eu quero fazer! Eu já disse, eu quero ajudar a Elly. Eu não sei por que ela fala só na minha cabeça, mas se você precisa que eu escute o que ela tem pra falar eu vou fazer isso e se eu ficar com medo de alguma coisa que ela diz, eu vou dizer. Agora vamos, eu não quero deixar a Elly esperando



- Você tem certeza que não é a Lizzie? – Hermione diz encarando a filha caçula – você falou igualzinho a ela agora.



- Eu não sou a Lizzie, mamãe. Eu sou a Annie e você sabe disso – Annie volta a falar docemente – agora vamos que a Elly está esperando.



- Oi Elly – Hermione diz enquanto abre a porta do quarto como ela faz quase todos os dias – espero que você esteja se sentindo bem, daqui a pouco eu vou pedir para um elfo levar você para o jardim pra tomar um ar fresco, tudo bem pra você?



- Oi Elly – Annie diz sorridente – se você tiver alguma coisa pra falar pra mamãe, pode falar na minha cabeça. Agora que eu sei que eu não sou louca, não tem mais problema. Você pode fazer isso sempre que quiser.



A menina fica quieta por um momento, então ela sorri – eu vou dizer direitinho - ela olha para a mãe – a Elly disse que está muito feliz por estar aqui e agradece por tudo que você e o papai estão fazendo por ela.



- Não precisa agradecer, Elly. Você é quase da família e nós vamos fazer tudo pra descobrir o que deixou você assim. – A morena respira fundo – do que você se lembra? Eu sei que você não consegue falar, mas se você puder contar pra Annie, talvez a gente possa ajudar. Você estava mexendo com alguma poção? Estava fazendo alguma coisa perigosa? – Hermione vê que a filha fica em silêncio e depois ela dá uma risadinha – o que foi Annie?



- A Elly disse que você sabe muito bem que ela não consegue fazer nenhuma poção e que ela não estava fazendo nada perigoso – a pequena esclarece – ela estava mexendo no jardim quando o correio chegou, depois que ela recebeu o pacote ela não se lembra de mais nada.



- Pacote? – Hermione diz com uma pontinha de esperança, até agora ninguém havia falado nada sobre nenhum pacote – você chegou a abrir este pacote? Você se lembra quem enviou? – ela chega perto da secretária e segura a sua mão – pense, Elly. Isso pode ser importante.



Alguns segundos se passam e a senhora continua com uma feição impassível, mas a sua mente está trabalhando como a menina pode comprovar – ela pediu desculpas, mas disse que não se lembra de nada.



- Não precisa se desculpar, querida – Hermione diz – eu sei que você está fazendo o seu melhor. Nós vamos continuar fazendo tudo pra que você se recupere, daqui a pouco um elfo vem trazer seu almoço e eu passo mais tarde pra ver como você está.



Ela sai com Annie do quarto – e aí, mamãe – a pequena pergunta – eu fiz direito?



- Sim, minha linda – Hermione sorri, a sua pequena é realmente uma bruxinha muito prestativa – você ajudou muito, agora pode ir brincar enquanto a gente espera o papai para almoçar.



Mas neste momento um elfo chega dizendo que o mestre Malfoy avisou que não virá.



Estranho... Hermione pensa. Ele sempre fala diretamente comigo, o que será que aconteceu?



XXXXX



Na casa de Severo Snape



O mestre de poções mergulha na sua leitura, mas ao contrário do que possa parecer ele não está interessado nas obras dos seus colegas pocionistas ou em livros de magia antiga. Ele se debruça em livros de química trouxas que Hermione Granger lhe arrumou e neste momento ele constata que a alquimia e a química possuem muita coisa em comum.



Ele tem uma ligeira suposição sobre o que foi usado em Draco, mas neste momento ele ainda precisa fazer algumas pesquisas para confirmar. Se o que ele está pensando realmente aconteceu essa mulher precisa ser parada o mais rápido possível. Mesmo que eles não saibam ao certo o que ela pretendia, algo em sua intuição lhe diz que não será nada bom



E Severo Snape tem essa certeza quando uma figura extremamente pálida e perturbada aparece em sua casa. Ele ouve, atônito, Draco Malfoy dizer:



- A minha vida acabou...



XXXXX



Quase ao mesmo tempo



Harry já devia estar em casa para o almoço, mas ele decidiu uma última parada para tentar achar algo sobre a família dizimada pelo fogo maldito. Ele não tem muitas esperanças, mas quem sabe ele não tem alguma sorte sobre isso, então Harry pretende dar uma rápida passada no local onde o chefe da família trabalhava, talvez haja algo lá que pode dar uma ínfima luz por menor que seja.



Hermione, apesar da bagunça que a sobrinha da secretária fez em sua vida, continua sendo a sua amiga prestativa e está ajudando bastante, tanto que ela entrou em contato com alguns lugares trouxas que trabalham com DNA e enviou amostras do local destruído para tentar achar alguma coisa que ajude. Isso logicamente foi ideia dela já que Harry por mais conhecimento do mundo trouxa que tenha não tem a mínima noção de como são feitos estes procedimentos, mas quem sabe com aqueles fragmentos mínimos seja possível conseguir alguma pista, qualquer coisa é valida e é por isso que ele também está tentando achar algo agora. Ele não sabe direito o que, mas quem sabe alguma ameaça feita à família, um negócio que deu errado ou uma dívida de jogo.



- Essa é a mesa dele? – ele pergunta para uma senhora de meia idade que enxuga os olhos discretamente com um lencinho bordado, uma colega de trabalho que ao que tudo indica ficou bastante abalada com a morte do senhor Milles e pelo jeito ficou também bastante cismada com a presença de um auror assim como todos no local



- Sim senhor – ela diz – se precisar de alguma coisa é só chamar. Ninguém mexeu em nada, ainda não tivemos coragem e mesmo que tivéssemos não saberíamos pra quem entregar.



- Eu posso providenciar isso se a senhora permitir – Harry diz lembrando-se da mãe da sua vítima – eu prometo que tudo que não for relevante ao caso será enviado à mãe do senhor Milles. Agora, se me der licença.



- Claro, fique à vontade – ela fala e se retira, caso tivesse ficado um segundo a mais teria visto Harry Potter empalidecer...



XXXXX



Na casa de Severo Snape



Draco encara seu mentor que claramente está curioso pra saber o que aconteceu, mas Draco precisa de um momento antes de contar os últimos fatos, os fatos que definitivamente causarão a sua ruína. Ele não consegue imaginar uma forma desta história terminar bem, por mais que ele confie no amor da esposa, Draco não sabe se ela será capaz de suportar isso.



O loiro sabe que deve uma explicação ao seu ex-professor. Na verdade foi um impulso procurá-lo, ele não sabia direito a quem procurar, pra casa ele não poderia ir e por algum motivo ele achou que isso é algo sério demais pra falar para seu amigo Blaise então não restou outra pessoa senão Snape a quem ele nunca fez confidências, mas que por algum motivo ele foi levado até a sua porta – desculpe - o loiro diz meio sem jeito – eu não queria incomodá-lo, mas quando dei por mim já estava aqui.



- Não se desculpe – Snape fala com seu costumeiro tom ríspido, no entanto alguém que o conhecesse um pouco melhor iria notar que ele esconde uma preocupação – mas eu devo dizer que estou intrigado com a sua entrada deveras afoita, devo presumir que algo aconteceu.



- Sim – Draco diz enquanto anda de um lado para o outro passando a mão pelos cabelos platinados diversas vezes – meu casamento vai acabar. E eu não sei o que eu posso fazer para impedir, aquela mulher conseguiu me destruir, ela vai destruir a minha família.



- Senhor Malfoy, se acalme! – o ex-professor diz de modo sério, mas não tão ríspido quanto o que ele usaria em uma sala de aula – o senhor agora vai se sentar e contar o que aconteceu, depois analisaremos as opções, tudo bem pra você?



Draco assente com a cabeça e respira fundo – tudo bem, eu vou contar o que aconteceu...



XXXXX



Quase ao mesmo tempo



Harry entra em casa ainda sem acreditar no que viu, provavelmente não é nada que vai ajudar a desvendar este incêndio que talvez nem seja criminoso, mas definitivamente é algo que o abalou. Ele dá um beijo na esposa e senta-se de modo automático.



- Muito bem, senhor Potter – a ruiva o encara inquisidoramente – você está com a mesma cara que a Hermione faz quando tem algo ocupando todos os seus pensamentos. Você pode me dizer o que é? Lembra da nossa regra?



Harry respira fundo. Ele e a esposa têm uma regra a respeito do trabalho, se é algo que eles não conseguem deixar de fora, então deve ser compartilhado. Exceto, é claro, quando algum deles sai em missões secretas o que não é o caso, então ele diz:



- Esse caso do incêndio, ruiva. Ele está me tirando do sono, ainda mais agora. É tudo tão surreal, não entra na minha cabeça que alguém tenha feito de propósito, havia crianças lá. Mas ao mesmo tempo não consigo imaginar um acidente com fogo maldito, por que uma família tão comum faria experiências tão perigosas no lugar onde seus filhos estão? E agora mais isso.



- Isso o que, Harry, o que aconteceu? – Gina indaga curiosa.



- Essa foto – ela estende uma fotografia para a esposa, a foto da família do senhor Milles – me diga com sinceridade, quem este homem lhe faz lembrar?



Gina pega a foto enquanto a sua boca se abre e fecha com a surpresa. Definitivamente o senhor Milles lembra uma pessoa muito próxima...



XXXXX



De volta à casa de Severo Snape



Draco respira fundo enquanto começa a sua narração:



- Eu estava em casa quando recebi uma coruja dizendo que alguém precisava tratar de assuntos do meu interesse. O bilhete dizia que eu deveria ir sozinho, pois caso contrário eu me arrependeria. Na hora eu soube que era ela, só podia ser



- E o senhor foi sozinho? – Snape pergunta e seu semblante se fecha ao ver o loiro confirmar com a cabeça – isso foi muito imprudente da sua parte!



- Eu sei – Draco suspira resignado – mas eu fiquei com medo que algo acontecesse com minha família, eu sei que minha casa é segura, mas ela conseguiu me manter prisioneiro por dias, eu não ia arriscar



- Pois que seja – o mestre de poções diz – continue



- Então eu fui ao local do encontro e aquela mulher estava lá e então eu vi que ela não estava sozinha



- Eu não entendo – Snape diz confuso – ela tem um cúmplice?



- Não – o loiro diz com a voz trêmula – ela tinha um bebê com ela, um bebê que ela disse ser meu filho



- Seu filho? – Snape exclama sem se controlar. Ele não é dado a arroubos de espanto, mas neste momento o mestre de poções luta para não deixar seu queixo cair. Ele definitivamente não esperava algo assim, o mestre de poções faz as conexões entre a maneira que ele achou seu pupilo e as últimas notícias e definitivamente Draco tem razão em estar desolado e apavorado, as chances de seu casamento acabar são reais. No entanto ele precisa manter seu controle para ajudar e é por isso que ele – diz conte essa historia direito...





NOTA DA AUTORA



Juro que pensei seriamente em não aparecer aqui depois de ter terminado nesta parte. Espero que ninguém esteja pensando em me azarar e caso alguém esteja, lembrem-se que autora azarada demora mais pra atualizar (corre pras colinas)



Falando sério agora, espero que tenham gostado do capítulo. Eu sei que muitos devem ter me xingado por para justamente nesta parte mas prometo me redimir no próximo (fortes emoções...)



Obrigada a todo mundo que está lendo e quem puder deixar uma palavrinha vai me fazer muito feliz. Bjs e até o próximo


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