Resgatando Draco Malfoy



No hospital St Mungus.



Hermione molha o rosto tentado aliviar a tensão. Seu plantão hoje foi bem puxado, ela mal pode esperar para chegar em casa e ver as suas meninas e quem sabe ter um pouquinho de esperanças de receber notícias do marido.



Ela sacode a cabeça para espantar os seus pensamentos, agora ela deve se dedicar totalmente aos seus pacientes. Hermione não seria quem é se não fizesse assim.



A morena procura Melody, a amiga de Sandy que se tornou assessora de imprensa do hospital, a moça está em uma sala no andar administrativo.



- Oi – a morena a cumprimenta – já se acostumou com o trabalho?



Melody olha para a amiga. Embora a conheça há pouco tempo, as duas já desenvolveram um bom laço de amizade – com a parte de lidar com as famílias e médicos sim, com a burocracia nunca – ela responde com um suspiro.



- Eu definitivamente entendo – Hermione sorri solidária. Como medibruxa chefe a morena tem a sua parcela de burocracia para lidar – eu vim te pedir um favor.



- Se eu puder ajudar – Melody diz, prestativa – é algo com um paciente?



- Sim – Hermione se senta ao lado da moça – eu tenho uma paciente que acordou de um longo período, eu tentei entrar em contato com a sua sobrinha pra avisar, mas não consegui. Ela não está na cidade, ela viajou para a sua cidade natal.



- Isso não é tão difícil, podemos mandar uma coruja – a assessora diz – em pouco tempo ela saberá.



- Bem... – Hermione diz desconcertada – eu não quero que você pense que eu estou passando por cima dos outros pacientes, mas é que ela era secretária do meu marido, a sua sobrinha estava substituindo no trabalho, mas precisou ir à sua cidade. Eu gostaria que ela soubesse o quanto antes. Eu mesmo iria, mas estou com uns problemas. Desculpe estar pedindo...



- Imagine, Hermione – Melody sorri – eu te devo uma por ter me ajudado com o emprego, eu faço com o maior prazer e não se preocupe com passar por cima dos outros pacientes, eu faço isso fora do meu horário de trabalho.



- Eu não posso lhe pedir algo assim – Hermione diz – absolutamente, não quero que você trabalhe na sua folga.



- Não é como se eu tivesse muito pra fazer nas minhas folgas – Melody suspira – é o preço que se paga por ter sumido tanto tempo do mundo bruxo. Vai ser bom ter algo com que me ocupar, eu vou achar a sobrinha da sua paciente em dois tempos.



- Eu agradeço por isso – Hermione sorri – e eu prometo que depois que as coisas melhorarem lá em casa, eu marco um dia de garotas pra gente.



- Vou aguardar – Melody diz e Hermione se retira.



XXXXX



Em Joanesburgo.



Snape apura os ouvidos ao mesmo tempo em que maldiz o fato de não poder ver nada. É muito arriscado tentar lançar um feitiço agora, ele não sabe em que situação Draco está. Só o que ele pode fazer é esperar o melhor momento para tentar algo e torcer pelo melhor.



Ele sabe que conta com o elemento surpresa, mas na verdade Snape também pode ser surpreendido uma vez que ele não consegue ver o que está acontecendo, seu único trunfo é que a pessoa que está enfeitiçando Draco não sabe que ele está lá, isso sendo otimista e imaginando que é apenas uma pessoa.



O mestre de poções segura a sua varinha com força enquanto respira fundo. Ele vai precisar contar com a sorte agora, então ele lentamente abre uma brecha na cortina tentando ver o que se passa.



Definitivamente não era o que ele esperava!



XXXXX



Na Bulgária.



Se o ex-apanhador já estava nervoso e preocupado antes, agora seu nervosismo e preocupação tomaram proporções épicas. O homem anda de um lado para o outro com o bilhete na mão sem saber direito o que falar ou o que fazer, de vez em quando ele lança um olhar para os policiais que se encontram calados como se temessem dizer alguma coisa que pudesse incentivar a fúria do homem a sua frente.



Mas as coisas precisam ser ditas, há providências a tomar, então um dos policiais respira fundo e começa a fazer o seu trabalho.



- Em primeiro lugar, senhor Krum, eu preciso que o senhor se acalme – ele se encolhe levemente devido ao olhar que recebe – eu sei que é difícil, mas é necessário colocar a cabeça no lugar para que possamos fazer o melhor para encontrar seu filho. Eu preciso que o senhor se sente e responda algumas perguntas, tudo bem?



Victor assente com a cabeça enquanto se senta murmurando um pedido de desculpas o policial continua:



- O senhor está com o bilhete, eu poderia, por favor, tê-lo? – o policial pega o pergaminho que lhe é entregue com relutância – o senhor pode dizer com certeza que esta letra é do seu filho?



- Sim – Victor diz balbuciante – no quarto dele deve ter alguns pergaminhos com a letra dele se vocês precisarem comprovar.



- Tudo bem – o policial continua – eu não vou perguntar como alguém chegou à conclusão que você teria dinheiro para pagar o resgate por motivos óbvios, mas você ou talvez seus elfos notaram alguma movimentação estranha do lado de fora?



- Eu não notei - o ex-apanhador diz - quer dizer, eu também não fiquei olhando pra fora nem nada do tipo. Eu precisei viajar por alguns dias a negócios, eu queria que o Igor fosse comigo, mas ele tinha a escola e me pediu pra ficar. Eu não devia ter permitido...



- Senhor Krum – o policial o interrompe. Está na cara que o frio apanhador está a ponto de perder o controle e não seria nada bom se isso acontecesse – por favor, se acalme. Eu sei que é difícil não se culpar, mas eu digo o senhor não teve culpa. Esse sequestro já devia estar sendo planejado há algum tempo. Ficar pensando no que você poderia ou não ter feito não vai ajudar agora. O que temos a fazer é pensar em trazer seu menino de volta e pegar quem fez isso com ele, e ficar se culpando não vai ajudar. O senhor quer ajudar, não quer?



- Sim – Krum assente com a cabeça – eu faço o que for preciso pra ajudar meu filho...



XXXXX



Joanesburgo.



Se algo desta natureza tivesse acontecido em seus tempos de espião, Snape certamente não estaria aqui para esta missão, pois ele teria sido morto antes que pudesse sequer levantar a sua varinha. Não, ele nunca iria ter uma atitude como essa em seus tempos de espião, mas ele certamente não iria ver o que ele viu e lhe estarreceu a ponto de emitir um ruído mínimo, mas o suficiente para chamar atenção.



Ele levanta a sua varinha pronto para defender a sua vida e a de Draco Malfoy, mas para seu espanto quem ou o que quer que estivesse com seu ex-aluno não se preparou para lutar, simplesmente jogou pó de flu na lareira e desapareceu antes que Snape pudesse fazer qualquer coisa.



Por mais que ele quisesse ir atrás do vulto desconhecido, Snape sabe que a prioridade agora é Draco Malfoy que se encontra praticamente nu no grande leito do quarto do hotel.



O mestre de poções vê que Draco olha para ele sem reconhecê-lo antes de perder os sentidos. Não dá pra saber se ele tomou alguma poção ou se está sob uma impérios e sinceramente neste momento isso não importa, Snape sabe que deve retirá-lo deste local o mais rápido possível, pois nada garante que a pessoa que deixou o loiro neste estado não esteja voltando desta vez mais preparada.



Ele então segura o loiro firmemente e aparata levando consigo Draco Malfoy...



XXXXX



No Ministério



Harry termina de verificar seus últimos relatórios, uma das "alegrias" de ser o chefe dos aurores. Agora ele não tem apenas as suas missões, mas ele deve também verificar tudo o que acontece visando saber onde aconteceram as eventuais falhas. Ele sabe que isso é necessário, mas nem por isso menos chato.



Neste momento, ele vê um vulto em sua lareira. Em poucos segundos ele reconhece o rosto taciturno de Severo Snape antes que Harry possa perguntar alguma coisa, seu ex-professor diz:



- Por favor, atravesse. Eu preciso de você.



Talvez condicionado aos anos de ordens enquanto aluno, Harry faz o que lhe foi ordenado e o que ele vê antes mesmo de tirar a fuligem das suas vestes não era bem o que ele estava esperando...



XXXXX



Na mansão Malfoy



Hermione chega em casa. Ela olha furtivamente para a lareira em uma vã esperança de finalmente ter notícias do seu marido. A morena sabe que se Severo Snape falhar, isso vai significar que algo terrível aconteceu, talvez o pior ela pensa e sacode a cabeça violentamente para espantar a terrível conclusão.



Em breve as suas meninas chegarão da escola e ela deve se manter o mais focada possível, o que está se tornando cada vez mais difícil, principalmente com a proximidade do aniversário da sua caçula. Hermione não quer nem pensar no que significaria a ausência de Draco neste dia.



Então ela vê algo em sua lareira. Seu coração falha uma batida ao ver Harry Potter com um semblante que definitivamente não é nada bom...



XXXXXX



Um pouco antes.



Harry olha para o corpo inerte de Draco Malfoy. Ele sente a bile em sua garganta só em pensar que o pior pode ter acontecido – ele está... – as palavras saltam de sua boca sem que ele tenha controle.



- Não – Snape diz e Harry sente o ar voltar a seus pulmões, ele não quer nem pensar na possibilidade de dar uma notícia como esta a Hermione.



- Temos então que levá-lo ao hospital – Harry diz – dá pra ver que algo aconteceu. Aliás, por que ele está nu?



- Longa história, Potter. Eu conto depois, agora temos um assunto mais urgente. Eu vou levá-lo ao St Mungus e você avisa à senhora Malfoy, acho melhor que alguém amigo faça isso.



- Sim – Harry diz e se prepara para entrar em contato com a amiga. Ele vê que enquanto faz isso Snape conjura algumas roupas e veste seu ex-aluno. Ele tem muitas perguntas, mas definitivamente não é o momento de fazê-las. Harry respira fundo e se prepara para dar notícias para Hermione.



XXXXX



Na mansão Malfoy



Hermione vê Harry sair pela lareira, ele não diz nada, mas o aperto em seu peito lhe diz que ele tem alguma notícia e pelo seu semblante não deve ser tão boa assim.



- Vocês encontraram algo – ela diz. É uma afirmação, não uma pergunta.



- A gente conversa depois – Harry diz – é melhor você vir comigo.



A morena sente seu estômago se contorcer, ela balança a cabeça para espantar as lágrimas enquanto diz – por favor, Harry, eu preciso saber ele está vivo.



Harry apenas assente com a cabeça enquanto diz – você precisa vir comigo agora – ele segura a sua mão e ambos aparatam para o hospital...





NOTA DA AUTORA



Finalmente o capítulo! Eu sei que muita gente está curiosa pra saber o que aconteceu com o Draco, calma pessoal, tudo vai ser esclarecido no devido tempo. Mas eu digo que muita água ainda vai rolar... (foge pras colinas fugindo das azarações)



Falando sério agora, estou postando apenas duas fics então as postagens serão mais regulares. Isso não quer dizer que não pode haver algum atraso, mas certamente não serão mais tão frequentes.



Obrigado a todos que estão lendo e espero uma palavrinha de incentivo pra deixar uma autora feliz



Bjos e até o próximo


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Comentários (2)

  • Aline Dias da Conceição

    MEU DEUS DO CÉU! Que saudade imensa de ler essa fic! Aguardando novas cenas

    2020-03-16
  • Renata Alvarenga

    E a curiosidade só aumenta... tenho minhas teorias sobre o que aconteceu com o Draco, então, por favor poste logooooo

    2020-03-02
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