Nossa História Nunca Tem Um Fi




Capítulo Trinta e Sete
Nossa História Nunca Tem Um Fim



Estava sentada ali há uns quinze minutos. Antonio estava tentando suas investidas amorosas numa das meninas da festa. Ele tinha bom gosto, a menina não era de todo o mal. Apoiei meu queixo nas mãos fechadas e suspirei. Perguntava-me o porquê de ainda estar ali. Olhava para minha esquerda, Harry e Gina. Olhava para minha direita, Draco sem poder tocá-lo. Queria ir embora. Deena estava lá numa conversa animada e tímida com Ron, aqueles dois são totalmente lentos. Me sobrou ficar ali, sentada apoiada nos braços.

- Hermione? – Ouvi meu nome fazendo minha cabeça se erguer e reconhecer aquele rosto entre a luz. Onde eu estava, a música não estava tão alta, então, poderíamos conversar, se tivéssemos o que conversar. – Posso me sentar?

- Lógico, Luna. – Soltei num leve sorriso olhando para um outro lado. Ainda não consigo olhá-la e não lembrar de tudo que lhe fiz.

- Festa animada, não é? – Estava um pouco boba, um pouco alcoolizada, não sei direito dizer. – Está fantasiada do quê?

- De princesa. – Fui curta. – E você?

- De morta. – Deu uma leve risada. – Papai que comprou esse vestido há muito tempo pra minha mãe, ela usou apenas uma vez porque lhe deixava ainda mais branca. Pedi que mandasse para mim semana passada. Mas esses brincos, foram feitos por mim. – Apontou para as orelhas onde tinha brincos vermelhos.

- São bonitos. – Disse numa voz serena. Abriu uma bolsa lilás que trazia junto consigo e tirou um potinho.

- Você quer? – Tirou uma colher e tirou também o lacre, o lambendo e devolvendo dobrado dentro da bolsa. – É Pudim de Leite.

- Não, obrigada. – Olhei com olhos incrédulos sobre o potinho e meneei com a cabeça sem ela perceber. Alguns segundos em silêncio até que tomei coragem em prosseguir com aquela conversa. – Luna? – Virou sua cabeça para mim com a colher na boca. – Você está falando com o Rony? – Seu olhar abaixou e retirou a colher. Respirou fundo e deixou seu pudim de lado, juntando as mãos e apoiando todo o antebraço sobre as pernas.

- Mais ou menos. – Disse numa voz triste. – A gente se cumprimenta, mas não se fala.

- Você está brava com ele? – Olhou para mim como se não entendesse.

- Não, apenas sinto uma coisa estranha quando olho para ele.

- Nunca mais irão voltar?

- Sabe, meu pai sempre me disse que não podemos dizer a palavra nunca, porque nunca não é possível. – Olhei para frente e soltei o ar que prendia. – Gostaria de saber a verdade, não tenho coragem de perguntar a ele. – Mirou seu olhar em mim. – Está chorando? – Colocou uma das mãos em meus ombros. Não estava chorando, estava me acabando em lágrimas. Chorava como uma criança, chamando a atenção de algumas pessoas ali. Minha maquiagem já estava totalmente borrada, mas não estava ligando. meu coração estava tão apertado que parecia que o sangue tinha parado. – Um pouco de pudim irá fazer você ficar melhor. – Pegou o potinho e a colher e me ofereceu.

- Não... Obrigada, não quero pu-pudim. – Disse entre soluços, tentando limpar meu rosto sem muito estrago.

- O que aconteceu?

- Eu sou uma idiota! Não tenho coração! – Debrucei nos braços e me pus a chorar de novo.

- Mas...

- Eu não presto! Só sei me ver, só sei me ver, isso sim! Penso que o mundo gira em volta de mim, mas isso não é verdade! – Continuava a gritar erguendo a cabeça e voltando a debruçar em cima dos braços.

- Se acalma e me conte porque está desse jeito. – Ainda segurava meu ombro. Não estava bêbada porque nem cheguei direito perto da bebida. Isso era mesmo um ato totalmente lúcido e sóbrio.

- FUI EU! – Apontei para meu peito deixando a loira ainda mais confusa.

- Você o quê? – Pediu mais vezes que eu me acalmasse.

- Fui eu... – Voltei a chorar me apoiando nos braços.

- O quê?

- Eu que armei tudo! Eu não agüentava ver a vaca da Jane com o Miguel! Eu o queria pra mim de qualquer jeito! – Seus olhos cresceram. - Eu não via como fazer isso sozinha! Eu não pensei em quem eu teria que passar por cima! A CULPA É TODA MINHA... – Voltei a chorar. Não sei o que passou pela cabeça de Luna mas ela pegou nos meus ombros e me deu um abraço, abaixou a cabeça no meu ombro e ficou em silêncio. Eu parei de chorar e fiquei estática.

- Pensei que nunca falaria... – Soltou em meu ouvido me deixando ainda mais surpresa. – Eu sabia o tempo todo, Ron me contou, mas eu não quis dar ouvidos. – Sua voz era firme, bem diferente daquela que eu conhecia. Uma voz de uma pessoa que sabe exatamente o que faz, o que diz, o que pensa das pessoas.

- Me desculpe...

- Não precisa pedir desculpas a mim, você não me fez nada. – Ouvi uma risada sua. Soltou-me e voltou a pegar seu pudim. – Tem certeza que não quer? Está muito bom. – Neguei com a cabeça numa expressão cansada, olhando aquela figura que não se sentia abalada em ouvir que a sua 'amiga' era a culpada pelo fim de seu namoro.

Levantei e me dirigi até a os espelhos. Não sei se tinha tirado um peso das minhas costas ou se tinha colocado mais um. Passei a mãos sobre as bochechas limpando o lápis que tinha escorrido. Respirei fundo, arrumei meu cabelo, olhei minha roupa e me assustei com o reflexo que tinha se formado atrás de mim.

- Pelo amor de Merlin, assim você mata alguém! – Soltei levando a mão no peito e me virando para Tony.

- Hã, eu vou sair mais cedo porque... – Olhei na sua mão e vi que tinha alguém segurando, olhei por cima do seu ombro e tinha uma menina um pouco baixa lhe esperando. – Porque sim! Tudo bem?

- Tudo bem. – Abri um sorriso malicioso e ri. – Juízo.

- Pode deixar! – Sorriu largamente e tirou a menina dali pela porta que tinha acabado de se formar atrás de mim. OK, agora estava realmente sozinha. Sozinha e emocionalmente abalada. Cruzei os braços e respirei profundamente.

Ao encarar Harry e Gina conversando com outras pessoas, de mãos dadas e quase corpos colados, me deu a certeza que tinha que sai dali. Virei os olhos e esperei a porta se abrir, mas não se abriu. Cai nos ombros e ordenei que se formasse para sair logo dali, mas ainda não se mexeu. Cruzei os braços e virei de costas, minha boca estava aberta pronta para gritar um palavrão para o mundo inteiro ouvir. Como minha vida era irônica.

Obrigada a ficar numa festa que não quero, que emocionante.

***






You're so good to me, baby, baby!
Você é tão bom pra mim, baby, baby!



Com minha bunda totalmente quadrada, fiquei ali numa das mesas, bebi apenas um copo e conversei com poucas pessoas. Observava e não dançava. Eram duas da manhã quando todos começaram a sair, um por um. Deena sentou-se comigo quando Ron decidiu ir embora. Nem notei que acabaram ficando eu, Deena e mais meia dúzia de pessoas, amigos daquele casal.

- Vamos, Gina! Vamos passar na cozinha! – Disse Jane arrastando a amiga dos braços de Harry e da companhia daqueles garotos. Ergui uma das sobrancelhas observando a ruiva sair e depois olhei Harry.

- Vemos você depois, cara. – Despediu-se Dino, assim como Simas e Miguel. Harry acenou e colocou as mãos no bolso tirando aquele chapéu e aquele casaco. Nem notou que estávamos ali. Pegou um saco no canto da sala e começou a limpar o local silenciosamente, apenas a musiquinha calma do fundo.

- Pretende ficar? – Perguntou Deena mostrando estar totalmente acabada. Mirei meu olhar em Harry e depois nela, num sorriso um pouco esperançoso.

- Aham, pode ir indo. – Meneou num sorriso sarcástico e foi até a porta.

- Boa noite, Harry. – Acenou num sorriso.

- Boa noite, Deena. – Respondeu ainda pegando os copos espalhados por todos os lugares. Tirei minha tiara, minhas luvas e minhas botas. Peguei um saco de lixo e parei ao seu lado. – Se quiser dormir, pode ir, não precisa me ajudar.

- Não, não! Eu te ajudo. – Disse sorrindo. – É o mínimo que eu posso fazer depois de você ter me ajudado. – Sorriu sem jeito e disfarçou continuando a pegar os copos. Íamos lado a lado, pegando tudo que encontramos. – Eu nem te agradeci direito...


I want to lock you up in my closet, where no one's around.
Eu quero te trancar no meu armário, onde não há ninguém por perto.

I want to put your hand in my pocket, because you're allowed.
Eu quero colocar a sua mão no meu bolso, pois você tem permissão.

I want to drive you into the corner, and kiss you without a sound.
Eu quero lhe puxar no canto, e te beijar sem fazer barulho.

I want to stay this way forever, I'll say it loud.
Eu quero ficar assim pra sempre, eu vou dizer isso alto.

Now you're in and you can't get out!
Agora você está na minha e não pode sair!



- Já estava de olho naquele cara, ele já tinha bebido de mais.

- Eu que sei, tava com um hálito de puro álcool.

- Pensei que voltaria com ele, mas quando eu vi que você estava resistindo, apenas fiz meu trabalho. – Sorri.

- Seu trabalho? – Perguntei totalmente confusa, me erguendo e colocando uma mão na cintura. – Não sou sua namorada nem nada para você ficar me defendendo de caras tarados.

- Mas sou seu melhor amigo e paixão descontrolada, não? – Fiquei estática. – E também, tem aquela vez que-

- Não era você que disse que não sairia daquelas paredes? – Voltei a pegar o lixo.

- Eu sei, mas não consigo esquecer. – Abri um sorriso malicioso e olhei de canto de olho para ele. – Por que estava chorando?

- Por nada.

- Por nada? Você estava quase se descabelando ali no chão com a Luna. – Ri.

- Você ficou me vigiando? – Fingi estar abalada mas estava adorando.

- Não, lógico que não. – Contornou a história tentando mudar de assunto.

- Lógico que sim!

- Só fiquei preocupado, tudo bem? – Disse aborrecido. Sorri serena e deixei o saco junto com o dele. Pelo menos estava mais limpo. As mesas começaram e se desmontar e sumir, assim como as cadeiras.

- Pronto, capitão. O barco está totalmente limpo, permissão para retirada. – Fiz uma contingência que lhe fez rir. Pegou nas minhas mãos ainda rindo e me arrastou para pegar nossas coisas. Saímos da sala preocupados com Filth. Para falar a verdade, eu estava mais era preocupada com a Gina solta por aí. Percebi que Harry estava me acompanhando. Nas escadas principais, ele ainda me seguia. – Harry, a Sala da Grifinória é pra lá.

- Eu vou ao dormitório do Ron, tenho que pegar uma coisa. – Sorriu. – Por que? A minha companhia está tão ruim assim?

- De maneira alguma. – Rimos mais uma vez. Descemos as escadas em conversas curtas. Entramos no corredor que dá acesso as torres dos monitores quando ouvimos um miado e logo a luz daquele lampião do Filth apareceu. Harry me pegou pelo braço e me enfiou dentro de alguma porta indo junto. Tampou minha boca e encostou-se a porta. Estava com o coração acelerado, podia sentir já que estávamos grudados. O miado ficou ainda mais forte e logo a voz de Filth apareceu.

- Ratos de novo, gata? Vamos... – Continuou a andar, podíamos ver pela sombra que fez embaixo da porta.


You make me so hot,
Você me faz sentir tão ardente,

Make me wanna drop,
Me faz suar,

You're so ridiculous!
Você é tão ridículo!

I can barely stop,
Eu dificilmente paro,

I can hardly breathe!
Eu mal posso respirar!

You make me wanna scream!
Você me faz querer gritar!

You're so fabulous!
Você é tão fabuloso!

You're so good to me, Baby, Baby!
Você é tão bom pra mim, baby, baby!

You're so good to me, Baby, Baby!
Você é tão bom pra mim baby, baby!



Harry soltou o ar que prendia me soltando também. Respirei e cruzei os braços indo dois passos para a esquerda, mas foi um tremendo erro. Acabei esbarrando numa armadura e por pouco aquela cabeça não rola no chão fazendo um escarcéu.

- Parabéns, Harry. Sala de Troféus. – Disse lhe entregando a cabeça brutalmente. Encostei a maçaneta, mas ele pediu calma, Filth ainda poderia estar lá e não queria uma detenção tão perto das férias de Natal. Dei alguns passos para dentro daquela sala sacando minha varinha e iluminando o lugar. – Isso é mais assustador à noite. – Harry fez o mesmo indo ao meu lado.

- Nem me fale. – Mais alguns passos e descobrimos que aquela sala poderia ser um belo esconderijo de ratos, baratas e mais bichos rastejantes. – O jogo contra a Sonserina é domingo. – Comentou com os olhos fixos nas coisas, assim como eu.

- Eu sei. – Soltei fracamente.

- E irá?

- Lógico... – Toquei em algumas coisas e parei numa mesa em vidro com várias coisas.

- Por que não vai com nós?

- Nós quem? – Meus olhos ficavam olhando aqueles brasões e emblemas dos alunos mais especiais de Hogwarts.

- O time, o Ron, talvez a Deena.

- Qual é o lance entre eles? – Mudei de lugar e fui até um canto, onde tinha uma armadura muito bonita.

- Você é a melhor amiga dela, você deveria saber.

- Você é o melhor amigo dele, você também deveria saber. – Riu. – O Ron não esquece a Luna.

- Não mesmo, e tem esperanças em voltar com ela.

- Por isso que não se envolve com uma outra garota. Mas a Deena tá caidinha por ele! – Cruzei os braços e fui até ele. Estava frio naquela sala. Saia até aquela fumacinha chata da boca.

- Vou avisá-lo.

- Não! Não faça isso. Já namorou tantas meninas e você nunca aprende que isso é suicídio? – Me olhou confuso e abriu um sorriso malicioso.

- Ron já deve saber, ele não é tão idiota assim.

- Mas age como um. Se magoar a Deena, eu juro que mato aquele ruivo. – Bati os dentes.

- Esfriou de repente. – Tirou seu casaco e colocou sobre meus ombros.


I can make you feel all better, just take it in.
Eu posso fazer você se sentir totalmente melhor, apenas aceite.

And I can show you all the places, you've never been,
E eu posso te mostrar todos os lugares, que você nunca esteve,

And I can make you say everything, that you never said!
E eu posso fazer você dizer tudo, o que você nunca disse!

And I will let you do anything, again and again...
E eu irei fazer tudo, novamente e novamente...

Now you're in and you can't get out!
Agora você está na minha e não pode sair!



- Obrigada. – Sorri sem jeito, ele ainda conseguia me deixar sem jeito. – Mas voltando ao assunto principal: por que eu irei com vocês? Não faço parte do time nem nada.

- Por que depois irá ter uma comemoração. – Sorriu maliciosamente. – Apenas convidados, lá nas tendas do campo.

- Mesmo se perderem? – Harry gargalhou.

- Hermione, a Grifinória nunca perde para a Sonserina!

- Sempre tem seu primeiro dia para tudo, Harry, convenhamos.

- Está zicando o jogo? – Ergueu uma das sobrancelhas.

- Não, mas é muita pretensão ficar cantando vitória antes do tempo. – Cruzou os braços e soltou o ar que prendia.

- Agiu como a velha Hermione. – Apenas o olhei.

- Por que vocês insistem em me rotular assim?! Tudo que eu falo de responsável, de chato tem a ver com aquela 'antiga' Hermione, tudo que eu faço, falo de legal, ousado e louco, é uma conseqüência dessa 'nova' aí que chegou para ficar! – Parecia que as palavras saíram numa naturalidade e numa falta de ar que senti uma leve tontura ao voltar a respirar. Harry deu um sorriso engraçado e foi até a porta.

- Irá ou não? – Cruzei os braços de costas para aquele moreno que não ligava para o que eu sentia.


You make me so hot,
Você me faz sentir tão ardente,

Make me wanna drop,
Me faz suar,

You're so ridiculous!
Você é tão ridículo!

I can barely stop,
Eu dificilmente paro,

I can hardly breathe!
Eu mal posso respirar!

You make me wanna scream!
Você me faz querer gritar!

You're so fabulous!
Você é tão fabuloso!

You're so good to me, Baby, Baby!
Você é tão bom pra mim, baby, baby!

You're so good to me, Baby, Baby!
Você é tão bom pra mim baby, baby!



- Eu vou, satisfeito? – Passei por ele e abri a porta com brutalidade.

Comecei a andar na sua frente, mas Harry queria mesmo era ficar me enchendo, como uma criança ou um irmão mais velho chato.

- Tudo bem. Às quatro horas na frente do relógio.

- E a sua Gina? Não irá se incomodar por você estar me convidando? – Soltou o ar aborrecido e virou os olhos.

- Quando eu tento ser legal, você estraga tudo!

- Estraguei tudo por que toquei no nome da sua namorada...? Isso é uma fraqueza? Não está mais tão apaixonado por ela como estava antes? – Indaguei num sorriso largo.

- Lógico que gosto da Gina, Hermione, mas para seu bem, não toco no nome dela.

- Tocar no nome dela não é nenhum incomodo! Ao contrario, é a minha segurança que não te agarrarei pelos cantos. Penso em você e imagino a ruiva do seu lado, com aquele olhar possessiva e se esfregando em você, marcando território. – Não disse nada. – Você sabe, não é Harry? Se eu quiser, eu posso separá-los assim! – Estralei os dedos. – Mas não faço isso porque tenho pena de você e da minha consciência. Ainda sofro com o que eu fiz com o Ron e a Luna, fico pensando como eu fui uma idiota em ter feito isso. Mas eu acho que com você, não me sentirei tão culpada assim, porque se você quiser mesmo alguma coisa séria comigo, você ficaria até enjoar, e eu sei que Harry James Potter não se enjoa tão fácil assim... – Ri. – Olha só! Estou contando meus planos a você! Que pecado! – Ri novamente.

- Vou fingir que não escutei nenhuma dessas besteiras.


Kiss me gently.
Beije-me gentilmente.

Always I know...
Eu sempre sei...

Hold me love me,
Me abraçe, me ame,

Don't ever go!
Não vá embora nunca!



- Isso mesmo, finja. Quando você for pego de surpresa, não venha dizer que eu não avisei. – Comecei a subir as escadas para os quartos. Não senti Harry instantaneamente atrás de mim, apenas senti depois de alguns segundos, quando já estava na porta do meu quarto. – OK, o quarto do Ron é o terceiro à esquerda. – Tirei seu casaco e lhe entreguei. – Vou me retirar, Capitão. – Fiz outra contingência arrancando um sorriso dele. – Boa noite, Harry. – Me inclinei com a intenção de lhe dar um beijo na bochecha, um pequeno beijo de amigos coloridos, mas aquele moreno sabia exatamente me pegar desprevenida, virou lentamente seu rosto e beijou meus lábios. – Não ficará culpado por isso? – Perguntei já abrindo a porta do quarto.

- Não, por que ficaria? – Achei aquelas palavras às mãos sábias possíveis, as mais verdadeiras, as que iam me acalmar. – Boa noite, Hermione. – Voltou a subir as escadas e eu a entrar naquele quarto.


You make me so hot,
Você me faz sentir tão ardente,

Make me wanna drop,
Me faz suar,

You're so ridiculous!
Você é tão ridículo!

I can barely stop,
Eu dificilmente paro,

I can hardly breathe!
Eu mal posso respirar!

You make me wanna scream!
Você me faz querer gritar!

You're so fabulous!
Você é tão fabuloso!

You're so good to me
Você é tão bom pra mim



***


- Único problema?! Ele tem namorada e ela me odeia! – Terminei de colocar meu cachecol por cima daquele casaco lá no dormitório feminino. O domingo estava realmente gelado. Eram três e meia da tarde. Como Harry tinha me dito às quatro horas, prometi a mim mesma não me atrasar. Deena já estava pronta, estava em algum canto da Sala Comunal, apenas esperando por mim. – Tá bom? – Apontei para o modelito e ouvi comentários positivos de Verônica e Parvati. – Irei sobrar! Harry ficará com a Gina, o Ron ficará conversando com a Deena... O resto eu nem conheço!

- Não conhece o McLaggen? – Parei de me encarar no espelho de corpo inteiro e encarei o reflexo de Parvati. – É uma ótima chance.

- Ótima chance pra que? – Perguntei confusa.

- Está na cara que você está afim dele. – Comentou Verônica também se arrumando.

- Lógico que não.

- Lógico que sim. – Confirmou Parvati. – Pode ser nessa festa que tudo pode acontecer.

- Lembre-se: Ele é o garoto mais lindo de toda Hogwarts. – Sorri maliciosamente para Verônica e depois Parvati para soltar aquela gargalhada de batalha vencida.

***


Deena demonstrava todo seu nervosismo, principalmente por ter tirado seus óculos e colocado suas novas lentes. Dizia que incomodava ao máximo, mas não suportava mais as piadinhas como 'quatro olhos', 'fundo de garrafa' e mais outras que fazia questão de não lembrar. Ajeitei aquelas luvas nos dedos e passei a mão sobre minha trança, para verificar se não tinha ficado um desastre. Cruzei os braços, juntando com o corpo e logo avistei um grupinho de alunos em frente o relógio. Reconheci Harry, McLaggen e Ron. os outros integrantes do time e mais algumas pessoas também estavam lá.

Ron abriu um largo sorriso ao nos ver, principalmente a essa loira aí do meu lado. Foi o primeiro a nos cumprimentar. Entregou bandeirinhas vermelhas e laranjas. Estava escrito num letreiro que mudava 'Grifinória!', logo depois 'A Melhor de Hogwarts'. Uma invenção dos gêmeos, só podia ser. Fiquei distante de Harry que conversava animadamente com alguns integrantes do time, passando algumas jogadas antecipadas e tudo mais. Ao me ver, sorriu e acenou com a cabeça. Fiz o mesmo, também sorrindo. Senti um cutucão e logo alguém pegou em meu braço, era Mc vindo me cumprimentar daquele jeito que eu gostava. Deu-me um beijo na bochecha e sorriu perguntando como eu estava e que já estava com saudades de não me ver desde sexta.

- Harry! Vamos logo! – Gina tinha acabado de gritar, já estava aborrecida, assim como Jane que ia aonde ela ia. Mesmo com seu namorado sendo da Corvinal, não saia de perto da ruiva, era incrível. – Vamos! Temos que passar as jogadas mais uma vez! – Esqueço que Gina está no time.

***


Ao chegarmos no campo, vimos que estava começando a ficar cheio. Os professores ainda não tinham chegado mais os alunos do primeiro até o quinto ano já tinham pegado seus lugares. Eu, Deena, Jane e mais alguns alunos nos despedimos do time e fomos para as arquibancadas.

- Hermione! Deena! Aqui! – Gritou Parvati um pouco longe de nós. Passamos por todos os alunos no nosso caminho, quase sendo empurrados por alguns. – Até que enfim! Pensei que não assistiriam ao jogo com a gente. – Também seguravam aquelas bandeirinhas que Ron nos entregou. Estava um barulho só, tínhamos que gritar para poder nos comunicar.

- Cadê a Kim? – Perguntei olhando dos lados e nenhum sinal da garota.

- Não estava se sentindo bem, ficou em Hogwarts. – Respondeu Verônica sentindo mais frio do que todas nós.

- Isso é o que ela diz. – Comentou Parvati aborrecida, cruzando os braços e fitando o campo.

- Por que? – Perguntou Deena.

- Dylan Owen (N.A: Conheçam mais sobre ele na segunda temporada) também está na enfermaria. – Ergueu uma de suas sobrancelhas indagando o pior.

- Quem é esse? – Perguntei.

- Um aluno aí que ela acha bonitinho. – A última palavra soltou como se importasse muito com isso.

- O problema é que Parvati também está afim dele. – Eu e Deena rimos.

- Ela que não tente nada e eu saiba! – Disse num tom ameaçador.

- BOM DIA PROFESSORES E ALUNOS DE HOGWARTS! EU SOU LINO JORDAN, O SEU NARRADOR NESSA TARDE! – Interrompeu Lino Jordan, que resolveu continuar narrando os jogos de Quadribol mesmo depois de ter se formado há dois anos. – ESSE É MAIS UM JOGO EMOCINANTE! NESSE DOMINGO ESTREMAMENTE FRIO, GRIFINÓRIA E SONSERINA IRÃO DAR CONTINUAIDADE A ESSA RIVALIDADE DESDE OS TEMPOS DA FUNDAÇÃO DESSA ESCOLA! – A torcida ovacionou. Estavam todos muito animados, era um clássico e ninguém perdia por nada. – MADAME HOOCH ACABA DE ENTRAR NO CAMPO!

- Sabe qual é o problema? Ela pensa que pode fazer as coisas assim, escondidas de nós...

- Ainda com esse papo? – Perguntei a Parvati que estava totalmente encanada com Kim.

- O TIME DA SONSERINA ACABA DE ENTRAR NO CAMPO! A GOLEIRA E ÚNICA GAROTA DO TIME MILA BULSTRODE, OS ARTILHEIROS ADRIAN PUNCEY, MONTANGUE E BLETCHLEY! OS BATEDORES, ZABINI E WARRINGTON E O CAPITÃO E ATUAL APANHADOR, DRACO MALFOY! – Todos os Sonserinos ovacionaram, as garotas gritavam seu nome e eu apenas abri um leve sorriso ao vê-lo deslizar no ar com a sua vassoura. – AGORA, O TIME DA GRIFINÓRIA! O GOLEIRO DE MAIS SUCESSO, RONALD WEASLEY! – Coisas como Weasley é nosso rei, surgiram. – A ARTILHEIRA E ÚNICA GAROTA DO TIME, TIREM OS OLHOS, ELA TEM NAMORADO! GINA WEASLEY! OS ARTILHEIROS CORMAC MCLAGGEN E CADU COOTE! OS BATEDORES ANDRÉ KIRKI E JUCA SLOPER! E O MELHOR APANHADOR DE TODOS OS TEMPOS AQUI DE HOGWARTS! ELE, HARRY POTTER! – Agora todos foram ao delírio. Até nós começamos a gritar por Harry.

- Está animada de mais. – Comentou Verônica num tom sarcástico.

- Qual é?! É meu amigo! – Soltei rindo e disfarçando o nervosismo.

- E TODOS FICAM NO CENTRO... MADAME HOOCH PARECE APITAR E... APITOU! O JOGO COMEÇOU! E POTTER JÁ COMEÇA A SUA DISPUTA COM MALFOY PELO POMO!

- Vai, Harry! – O que estou fazendo?! O quê Draco irá pensar se me ouvir gritando um 'Vai, Harry!'? Draco sabe de toda a história, que sou loucamente apaixonada pelo Harry e poderá entender.

- Ouvi dizer que o próximo adversário da Grifinória é a Corvinal... – Comentou Deena sem nenhum propósito cultural, apenas para dizer alguma coisa.

- Mas a Corvinal não tá com nada! Só tem o Miguel pra segurar aquele time! – Comentou Parvati. – VAI, HARRY! – Gritou, já que tinha passado ali perto.

- Eu sei, mas eles virão com tudo.

- Corvinal é poeira comparada a Sonserina. Eles jogam sujo e procuram ferrar todos do time. – Acrescentei.

- Principalmente o Harry e Ron. – Disse Deena.

- E A GOLES ESTÁ COM SONSERINA... A GRIFINÓRIA PEGOU E GINA COMEÇA A IR EM DIREÇÃO DO GOL! PASSA UM... PASSA DOIS!

- Olhe para nós, discutindo sobre quadribol! – Rimos.

- E GINA MARCA! DEZ A ZERO PARA A GRIFINÓRIA! – Aplaudimos. – WEASLEY FAZ UMA DEFESA ESPETACULAR PARA A GRIFINÓRIA!

- É ISSO AÍ RONY! – Gritou Deena fazendo eu abrir um sorriso em ver a sua felicidade.

- Com licença, com licença! Ow, toma cuidado com isso, rapaz! – Ouvi uma voz grossa surgir atrás de mim. Era Hagrid e todo seu tamanho atrapalhando a visão de muitas pessoas. – Hermione, venha comigo.

- Está no meio do jogo, Hagrid! Apontei para o campo.

- E MCLAGGEN MARCA! VINTE A ZERO!

- Por favor, tem uma pessoa que quer falar com você. – Jogou um olhar significativo sobre mim que me fez gelar a espinha.

***


Cruzei ainda mais os braços contra o corpo. Tinha esfriado ainda mais. Como eles estavam agüentando jogar, eu não sabia. Hagrid não disse uma palavra o caminho inteiro. Entramos no castelo, ele me conduziu até a Sala de McGonagall. Só me faltava essa. Mais uma bronca, mas uma chamada para eu voltar a estudar, não agüento isso. Abriu a porta e pediu que eu entrasse, disse que ia voltar para o jogo e se retirou.

- Péssimas noticias. – Soltou Tonks, no fim da sala com os braços cruzados e sentada na mesa da professora. Estava má iluminada, mas podia ver seu rosto de cansada.

- Boa tarde para você também. – Andei até ela. – O que aconteceu?

- Adivinha quem vai para a Ordem no natal. – Cai nos ombros e passei as duas mãos no rosto.

- Não...

- Sim.

- Não acredito! – Ela confirmou com a cabeça, mas logo, começou a rir. – Não brinca com essas coisas!... Não teve a mínima graça.

- Teve sim... – Continuou rindo. Pegou uma carta de dentro da sua grande bolsa roxa e me entregou. – Toma, mandaram para você. O estranho é que mandaram no endereço da Ordem.

Srta. Hermione Jane Granger
Largo Grimmauld, nº 12 – Londres.


Virei a carta e vi que era do Ministério da Magia de Londres.

- Você leu? – Perguntei abrindo a carta.

- Não, não. Sou curiosa mas tenho dignidade. – Sorriu indo do meu lado e lendo a carta comigo.

À Senhorita Hermione Jane Granger,

O Ministério da Magia de Londres tem o imenso prazer e orgulho de convidar uma das melhores alunas da escola de Magia e Bruxaria de Hogwarts a uma vaga de Auror. O curso e o treinamento necessário é cedido pelo próprio departamento em preços acessíveis. A concluir seu sétimo ano, esperamos uma resposta definitiva.

Griselda Marchbanks,
Chefe da Autoridade de exames Bruxos.


- Como eu não soube disso?! – Arrancou da minha mão no mesmo momento e voltou a ler. – Não acredito! Moody escondeu isso de mim?! Velho manco desgraçado! – Encostei em uma das carteiras e respirei fundo com os braços juntos do corpo. – Isso é fantástico! Irá trabalhar com nós! – Colocou a mão no meu ombro.

- Não vou aceitar. – Disse decidida.

- O quê? Ficou louca?! Sabe quantos alunos sonham por uma carta dessas?! Pelos meus anos de Ministério, nunca vi fazerem isso! Segundo o Moody, são poucas as chances de uma coisa dessas acontecer!

- Não tenho vocação para isso! – Comecei a andar até a porta.

- Pense, Hermione. Essa é uma oportunidade única. – Começou a me seguir.

- Mas...

- Você tem ainda uns seis meses para pensar. Pense. – Colocou uma mão sobre meu ombro e fechou a porta atrás de nós. – Irá para o campo? – Concordei. Ela me entregou a carta e eu a guardei no bolso da minha calça. – Ótimo, um pouco de Quadribol amador para me distrair.

***


- E ZABINI BATE PARA O GOL! QUARENTA A SESSENTA! INCRIVEL! A SONSERINA ESTÁ CONSEGUINDO INVERTER O JOGO! – Voltamos aos nossos lugares. Tonks tinha mudado sua cor de cabelo para vermelho com umas mechas laranja para incentivar a Grifinória.

- VAMOS LÁ, GALERA! – Gritou para o espanto das meninas.

- Tonks, essas são Deena, Verônica e Parvati. Essa é Ninfadora Tonks, auror do Ministério. – Vi seus olhos crescerem.

- Prazer, meninas. – Disse Tonks acenando e voltando a prestar atenção no jogo.

- O que ela fez com o cabelo? – Perguntou Verônica me puxando brutalmente para perto de si.

- Ela é uma metamorfomaga, ela consegue mudar qualquer parte do corpo. – Expliquei voltando a ficar reta e a prestar atenção no jogo.

- E GINA MARCA! ELA ESTÁ SENDO A MELHOR JOGADORA DO JOGO! CINQUETA A SESSENTA PARA A SOSERINA! – Harry estava num vôo rasante atrás do pomo junto com Draco. Faziam as mais diversas acrobacias. – E MCLAGGEN PEGA A GOLES, PASSA PARA GINA, PARA COOTE, VOLTA PARA GINA... MCLAGGEN E PARECE QUE IRÁ ARREMESSAR... E MARCA! TUDO EMPATADO! SESSENTA A SESSENTA!

- ISSO! VAMOS LÁ! – Tonks estava realmente animada.

- Você a conhece de onde? – Perguntou Deena.

- É uma amiga do Harry. – Sorri sem jeito. Não ia contar absolutamente tudo a elas.

Uma vez o pomo avistado, lá estava aqueles dois. Torcia pela Grifinória mas me sentiria mal se a Sonserina perdesse. Draco poderia entender, afinal, sou residente da Grifinória, minha casa predileta. Harry pegou desde o começo do campo até o final, lutando milímetro por milímetro com Draco atrás daquele pomo. Já sonhei em ser aquele pomo tantas vezes na minha vida. Sei, é uma comparação idiota de um certo ponto, mas não posso sonhar? Dois caras maravilhosos não só por fora mas também por dentro brigando por mim. Que pensamento mais medieval, Hermione!

- QUEM SERÁ QUE PEGARÁ O POMO?! – Levei as duas mãos na boca como quase toda a arquibancada. – A VASSOURA DE MALFOY NÃO É PALIO PARA A FIREBOLT DO POTTER E ELE PEGA O POMO! HARRY POTTER GARANTE CENTO E CINQÜENTA PONTOS A GRIFINÓRIA! TERMINA O JOGO! MADAME HOOCH APITA! DUZENTOS E DEZ A SESSENTA! GRIFINÓRIA VENCE!

A torcida Grifinória começou a gritar, comemorar. Os jogadores estavam aplaudindo, comemorando. Harry exibia o pomo de outro para todo o campo. Dei dois socos no ar e bati palmas com um sorriso largo no rosto. Os Sonserinos desceram da vassoura totalmente arrasados.

- Vamos descer! – Disse Tonks passando por cima de alguns alunos e chegando primeiro nas escadas. Nós a acompanhamos. Alguns torcedores já tinham invadido o campo.

Com todos os jogares em terra, levantaram Harry e começaram a gritar 'Ganhamos Grifinória! Ganhamos Grifinória!'. Após essa pequena agitação, Tonks tomou nossa frente e foi até Harry lhe dar um abraço.

- Tonks! – Soltou Harry surpreso. – O que está fazendo aqui? – Estava suado, com frio e ainda muito agitado com a vitória. A mulher deu um passo para o lado e me revelou atrás dela.

- Ela é meu anjo da guarda. – Soltei indo até Harry e lhe dando um abraço também. – Meus parabéns, fez um ótimo jogo!

- Tonks! – Ouvi a voz de Gina correndo para dar um forte abraço em Tonks. Separei-me de Harry no mesmo momento engolindo seco, não queria uma confusão ali. – Veio ver o jogo? – Jogou um olhar sobre mim e depois sorriu para a ruiva.

- Isso! Só de passagem. Parabéns, ótimo jogo! – Sorriu.

- Vamos fazer uma comemoração daqui a pouco lá na tenda principal, quer vir?

- Adoraria! – Sorriu largamente. – Terei que voltar apenas de madrugada para o Ministério. – Riu. Gina olhou Harry sorrindo e ao me ver ao seu lado, fechou seu sorriso e ficou séria, pegou no braço do namorado e sussurrou alguma coisa no seu ouvido.

- Nos vemos na festa? – Perguntou a mim.

- Lógico. – Soltei um pouco boba. Gina o arrancou de lá. Acenei e suspirei.

- É tão fofo ver vocês dois assim... – Comentou Tonks num tom tristonha.

- Ah, cala a boca. – Indaguei rindo.

***


- Não, não! O pior foi ver a cara do Zabini quando aquele balaço veio na direção dele! – Estavam todos rindo, se divertindo com algumas histórias de jogos de quadribol. Mc sempre querendo chamar mais a atenção.

- O Weasley está com a sua amiga loira? – Perguntou Tonks ao ver Ron e Deena conversando, sozinhos, num dos cantos da tenda.

- Não sei, acho que não.

Tinha uma música não tão alta da banda As Esquisitonas, tinha algumas tochas iluminando o local, deixando tudo em cores quentes, tinha almofadas, cadeiras, mesas com algumas bebidas e comidas. Era agradável.

- Esse jogo foi um dos melhores. – Comentou Cadu Coote.

- Humilhar a Sonserina é sempre bom! – Disse Mc num tom um pouco pejorativo. Dei dois goles na minha cerveja amanteigada e limpei a garganta.

- O próximo é contra os idiotas da Corvinal...

- E você irá ver esse também, Tonks? – Perguntou Gina animada com a presença da amiga.

- Não sei, querida, posso ter meus vinte e três anos de idade mas estou cansada de ficar indo de um lado para o outro.

- Vinte e três, meu número. – Se pronunciou um dos convidados, todos ficaram em silêncio até Tonks se mexer daquela cadeira e vira-se para ele.

- Quando esse rostinho conhecer uma navalha, a gente conversa, criança. – Gemidos e gozações surgiram de todos os cantos. Eu apenas ri.

Vamos dizer que tinha umas trinta pessoas ali, não faziam muito barulho, pareciam estar eram realmente cansadas depois de um jogo como esse. Não me sentia muito à vontade, parecia que sempre tinha um que me olhava, era incomodo. Acabamos ficando na mesa onde estava Harry, Ron, Gina e Deena. Não me separei de Tonks um minuto. Primeiro: ficaria sozinha e Segundo: McLaggen estava esperando a aproximação necessária para dar seu bote. Não sei se estou totalmente preparada para um relacionamento. Meu último namorado morreu há menos de dois meses.

- Oh, mamãe mandou uma cara, Rony. – Disse Gina encostando sua cabeça no ombro de Harry que passava por de trás das suas costas. – Ela quer que eu vá com ela visitar a tia Muriell nas férias de Natal.

- Pelo menos ela mora na França. – Comentou Ron.

- E vocês três para a Ordem, hein. Não se esqueçam.

- Pode deixar. – Respondeu Harry sorrindo. Abaixei meu olhar para o copo que estava na minha frente, cruzei os braços e abri um leve sorriso. Senti uma mão em cima de meu ombro e logo um 'venha comigo' em meu ouvido. Levantei-me na mira de muitos olhares, até sobre os olhares de Harry. Aquele olhar frio e incrédulo. Não sei, mas acho que estava com ciúmes. Abaixei a cabeça e sai acompanhada por Mc. Podia muito bem dizer um não mas não consegui. Arrastou-me para fora da tenda.

Um friozinho chato, acompanhado de um vento cortante mas não tão forte, a noite limpa e a lua cheia. Parou há alguns metros de mim, colocou as duas mãos no bolso e começou a olhar o céu, todas as estrelas e principalmente aquele pedaço de queijo ali no centro.

- Nossa, nunca vi a noite assim. – Comentou num sussurro. – Lembra como nós ficávamos bobos quando parava para observar a lua? – Riu.

- Oh, como posso me esquecer?! – Fui ao seu lado cruzando os braços. Um vazio sem nome invadiu aqui dentro, parece que varreu tudo que encontrou pela frente. – Era engraçado, parávamos tudo que estávamos fazendo e ficávamos olhando, fixamente...

- Bons tempos aqueles. – Virou seu rosto para mim, pude notar sem fazer o mesmo. – Acabamos que nem saímos, não é?

- É, mas teve a festa da Gina. – Sorri amarelo ainda sem encará-lo.

Hermione, você já sabe no que isso vai dar. Não sei porque não se mexe daí e sai, antes que comece a dizer que foi um erro e que não está pronta para um relacionamento.

- A gente fez um bom jogo.

- Meus parabéns, eu nem tive tempo de- – Virou-se contra mim, pegando num dos meus pulsos e se aproximando lentamente. Fiquei muda, o que poderia dizer?! Apenas observei enquanto as Hermiones dentro de mim, travavam um luta.

Pude sentir seu hálito quente perto de mim, não sei, mas algo me afastava meu milímetro a cada centímetro que se movia. Era uma luta vencida. Até que uma de sus mãos parou em meu cabelo e o retirou alguma coisa, soltando meu pulso e sorrindo.

- Tinha uma folha em seu cabelo. – Queria explodir. Não só me explodir, mas também explodir esse cara aí na frente. Agora, além de estar um completo vácuo aqui dentro, também tinha uma ponta de frustração. Folha, folha maldita.

Eu sei que muitas garotas dariam tudo de si para pelo menos ficar dividindo o mesmo metro cúbico com McLaggen, mas eu não sou qualquer garota. Lógico que quero e isso é um dos meus objetivos, mas ainda estou traumatizada. Por mais que eu tente pensar que David quer que eu continue minha vida – ou não – não consigo sem pensar que por minha causa, uma pessoa está morta. Faltava apenas ele. Não que eu esteja indo como uma escada. Subindo degrau por degrau, sempre querendo o máximo alcançável. Mas... Não sei o que eu quero, francamente.

- Onde irá passar o Natal? – Voltei ao mundo real, saindo dos meus devaneios.

- Hã, com meus amigos na casa da Tonks. – Torci os dedos.

- Na tal Ordem da Fênix? – Perguntou para meu espanto.

- Como sabe?

- Minha mãe vive falando. Era a antiga casa dos Blacks, não? – Concordei. – Eu ainda acho que ele é um assassino, a morte dele foi um favor. – Riu. Apertei os punhos mas não dei uma resposta digna. – Eu irei esquiar nos Andes. – Sorri amarelo.

- Que legal. – Não tinha o que dizer. Olhei para a tenda, certificando que ninguém tinha colocado a cabeça para fora para espiar nossa conversa totalmente frustrante.

- Já imaginou que daqui a seis meses, estaremos fora daqui e para nunca mais voltar? Digo, - Limpou a garganta. – já se passaram sete anos. nem parece.

- Eu sei, parece que ainda estamos naquele nosso primeiro ano, onde tudo era novidade.

- Não para mim. – Sorriu se gabando mais uma vez. Virei os olhos discretamente e cruzei os braços. – Minha mãe sempre me disse como era esse mundo. Eu sempre ia com ela fazer compras no Beco Diagonal. – Sua santa mãe. – Como Quadribol. Eu sempre adorei ficar vendo aqueles jogos do camarote do Ministro... – Como podia ser tão pretensioso?!

- Se não se importa, eu vou entrar, estou tremendo de frio. – Juntei mais os braços contra o corpo e dei as costas lentamente. Chega de ficar ouvido suas história de gloria.

- Espera. – Pegou em meu ombro e desceu até uma das minhas mãos. Meus olhos se ergueram e juntaram-se com os dele. Tomara que não seja mais uma folha no meu cabelo. Segurou na minha mão fortemente me trazendo lentamente para frente.

Nada mais vi quando grudou seus lábios nos meus. Sabia, ia dar nisso. Tentei me soltar de primeiro momento, mas sabia que era um jogador de Quadribol, sabia que tinha força, então não movi um músculo, deixando ser levada pelo momento. Sim, eu estava achando que todos estavam ficando mais altos do que eu. Tive que quase ficar na ponta do pé para alcançá-lo, e o desgraçado nem para fazer uma forcinha para abaixar alguns milímetros. Soltou minha mão e pegou na minha nuca, um beijo terno e simples. Simples como foi a minha resistência.

Ele, definitivamente, não era como os outros. Era calmo, não ia de uma vez só querendo passar a mão em todos os lugares, querendo tirar o fôlego. Era como da última vez. Deve ser por isso que não foi tão abusado como os outros, me conhecia e conhecia meu jeito quando estava nessas situações.

Nosso momento foi quebrado com assobios e mais algumas brincadeirinhas de alguns de seus amigos que surgiram na porta da tenda. Separou de mim e riu, eu fiquei abraça a ele, apenas olhando aqueles imaturos fazendo desenhos com as varinhas como corações e beijos. Eram tão infantis. Não pude deixar de dar uma risadinha.

- O que está acontecendo? – Perguntou uma voz conhecida vindo de dentro, Gina arrastando Harry e Tonks consigo. – Oh, vejam só... Mais um. – Sorriu maliciosamente. A fuzilei com meus olhos, assim como Harry parecia fuzilar Mc. Quando olhou para mim, meneou com a cabeça e passou para dentro aborrecido. Tonks que observava tudo cruzou os braços e seguiu o moreno.

Se ela falar alguma coisa comprometedora?! Ah, meu Merlin. Estaria ferrada! Juro, se souber que ela abriu aquele bico, matarei aquela metamorfoga nem que seja a última coisa que fala em vida.

- Cala a boca, idiota. – Soltou Mc para seu amigo que ainda estava fazendo gozações. Ficou segurando em minha cintura mais estava realmente preocupado em ficar fazendo brincadeiras com seus amigos.

- Vai lá, eu tenho que resolver uma coisa. – Consentiu com a cabeça me dando um beijo rápido e foi com seus amigos. um pouco envergonhada, passei pela multidão pela porta e lá no fundo vi Harry e Tonks. Pelos gestos, ele estava nervoso. Gina passou por mim, esbarrando em meu ombro e indo até Harry. Não podia ir lá. Cruzei os braços e olhei para Deena, ela me chamou assim como Ron.

- Estava demorando. – Soltou a loira que já fiz parar com essas brincadeirinhas.

- E aí? – Perguntou Ron num sorriso maroto.

- E aí, o quê? – Mirei meu olhar mais uma vez, em Harry que ainda estava nervoso, mas na companhia de Gina, disfarçava.

- Tá com ele?

- Talvez, não sei, por que o interesse?

- Pra depois eu ficar ouvindo o senhor Potter no meu ouvido e ter o que argumentar. – Jogou um olhar significativo sobre mim.

Harry passou pela mesa onde estávamos, não mirou seu olhar em nós, apenas saiu demonstrando toda sua raiva. Gina saiu logo em seguida se despedindo de Tonks.

- Vem aqui. – Não deixei aquela mulher sentar, a arranquei de lá de perto. Levei-lhe para fora da tenda, não para o mesmo lado que estavam os meninos e McLaggen, para o outro lado, longe das pessoas. – O que você falou pro Harry?! – Perguntei quase gritando, cruzando os braços e me controlando para não matá-la.

- O que você acha?! Falei que não era para ele ficar daquele jeito, que ele estava agindo como uma criança! Que você tem uma vida, acredite ele se quiser...

- Só isso? – Concordou rindo.

- Fica calma, você acabou de beijar o cara mais cobiçado de toda Hogwarts.

- Mas não era ele que eu queria ter beijado. – Meus olhos ficaram banhados em lágrimas.

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