A Festa do Inimigo



Capítulo Trinta e Seis
A Festa do Inimigo


Terminei de passar aquele creme ainda no banheiro. Sentei no balcão da pia massageando os pulsos, estavam doendo, assim como meu ombro direito. Posso ter ficado bem mais calma, aliviada e com a consciência limpa, mas estava dolorida que só vendo. O silêncio se resumia a alguns miados de Bichento e o vento que balançava a cortina branca.

Era totalmente corrosivo.

No meu quarto, lá na casa da Tia Josefinne, música era uma coisa bem normal. Às vezes, ouvia berros de lá de baixo com pedidos que eu abaixasse. Tinha uma regra: depois das dez e meia, tudo bem baixo pois a vizinhança reclamava. Tirava meus fones de ouvido da gaveta e seguia feliz, ainda com música. Quando estava mexendo em meu laptop, lá estava a música. Tomando banho embalada por um black agitado. Fazendo o almoço com um pop que fingia que a colher era meu microfone.

Era uma garota um pouco agitada. Minha Tia diz que sou hiper-ativa. Deve ser, talvez. A questão é que não consigo ficar quieta. Fechei o vidro de creme deixando-o ao lado de outros. Meu olhar parou em cima daquele frasco daquela shampoo milagroso, Multicolours. Pense e arrase, comprei há um tempo e ainda nem experimentei. Li as instruções num sorriso malicioso no canto da minha boca. Enchi a pia do banheiro e a tampei. Esquentei a água e joguei as duas caixas ali dentro.

Com a toalha ainda enrolada no cabelo, abri meu armário. Em baixo de todas as roupas penduradas nos cabides, peguei uma caixa que poderia muito bem caber meu gato ali dentro e a coloquei em cima da cama. Fechei o guarda roupa e me sentei a sua frente. Quando a abri, um cheiro forte invadiu o ar me fazendo espirrar.

Ali, tinha meu deposito de poções. Quando batia com a varinha, conseguia abrir dois andares que formava uma mini estante. Poção Para Secar Cabelos. O que seria da minha vida sem elas?! A tomei e senti a toalha quase queimar. A arranquei rapidamente e a joguei no chão. Estava cor de rosa. Meus olhos cresceram e corri até o banheiro.

Sabe quando você fica se perguntando se a figura formada em frente o espelho é você?

Então, meu cabelo estava cor de rosa. Meu queixo caiu. Tinha um resultado totalmente incrível. Cada mecha natural mais clara, formava uma mecha rosa-bebê. Ficou simplesmente fantástico. Fechei os olhos e pensei em outra cor. Agora meu cabelo estava preto, um breu só. Quanto mais escuro, mas pálida eu ficava. Sacudi a cabeça e lá um verde florescente estava.

Sério, pára de brincar. Pensei num loiro. Um loiro como o de Luna. Ficou horrível. Peguei uma das mechas e sacudi a cabeça novamente. Fiquei quinze minutos achando o loiro perfeito, acabei achando. Um loiro nem tão claro nem tão escuro, com mechas um pouco mais claras, combinava com meu tom de pele.

Chega do 'castanho normalzinho cor de burro quando foge'! Que venha o loiro e todo seu poder...

***


Eu nunca dou o braço a torcer, eu nunca mais abaixei a cabeça para alguém, mas Parvati ouviu algumas coisas que não devia. Tentei descontar uma pequena revolta que tinha brotado em mim na primeira pessoa que se meteu a besta de fazer uma ironia, uma brincadeira comigo.

Notei que devia ter ficado de boca fechada quando me sentei ao lado das meninas no Salão Principal, na hora do café da manhã. Sentei, Parvati levantou. Pegando seus livros e saindo dos meus olhares. Todas me olhavam como se eu tivesse feito a pior coisa do mundo. E assim se repetiu no almoço e na sala de estudos.

No jantar, foi o ápice. Ela não se levantou, ficou sentada. Não conversava com ninguém, comia forçada. Respondia perguntas das outras meninas com respostas monossilábicas. O clima estava totalmente pesado. Quando todos terminaram, tive que acompanhar o primeiro ano – pedido especial de Dumbledore – até a Sala Comunal da Grifinória. Fui seguida por uma menininha irritante, Tábata Stuart.

- Irei poder ser monitora um dia? – Concordei já farta de tantas perguntas. – E irei mesmo poder salvar o mundo como você e Harry Potter? – Parei de andar segurando no ombro da menina rapidamente.

- Não queira fazer isso, sinto as dores até hoje. – Respondi voltando a andar.

- Mas eu sonho com isso! Eu lia os jornais e via que sempre Harry Potter salvava o mundo e você e Ron Weasley também o ajudavam! Isso é fantástico! – Sorri amarelo. – Lutar contra os caras maus! Comensais da morte, não é?

- Isso. – Disse lentamente num olhar um pouco perdido, pensando em outras coisas.

- Acho fantástico poder fazer o bem aos outros! Quando sair daqui, o que irá fazer?

- Pretendo seguir uma carreira trouxa. – O que está fazendo, Hermione?! Dando trela pra essa menininha de onze anos?!

- Acho que se você se formasse como uma Auror, poderia se dar muito bem! – Sorriu largamente. Chegamos ao quadro da Mulher Gorda.

- A senha, por favor. – Disse a velha mulher num sorriso.

- Lírios brancos. – Soltei claramente. – OK, vamos lá, primeiro ano! Podem ir entrando! Espera. – Segurei no ombro daquela menina. – Olha – me abaixei na sua frente. – não sei se sou a melhor pessoa para lhe dizer isso mas, se um dia, você quiser mesmo sair por aí salvando o mundo, pense muito bem antes de fazer qualquer coisa, tudo bem? – Ela concordou.

- Posso ter apenas onze anos mas não sou uma idiota. – Quebrou toda a essência...

Levantei-me e entrei junto com ela. Tinha assuntos a resolver. Subi para os dormitórios do sétimo ano. Estudava o que ia dizer. Abri a porta rapidamente. Fui cumprimentada por algumas meninas, sorri para outras.

Parvati estava sentada na sua cama junto com Deena. Conversavam como qualquer outra pessoa. Kim e Verônica estavam na outra parte do quarto, segundo fontes.

- Deena, pode me dar licença um minuto? – Disse me aproximando e segurando as mãos, torcendo os dedos.

- Não, Deena, não saia. Pode falar o que você tem a dizer na frente da minha amiga. – A última palavra saiu articuladamente. Deu uma grande ênfase na categoria que, aparentemente, não estava mais incluída.

- OK, - Segurei no balaústre de sua cama. – falei merda, me desculpe. - Bom começo. – Eu sei perfeitamente que você não devia ter escutado aquilo que eu disse ontem. – Deena evitava olhar, evitava se colocar na conversa. Parvati cruzou os braços e se levantou.

- Então, por que disse?

- Por que eu sou uma idiota...? – Deena riu. – Não agüento mais esse silêncio mórbido nas refeições, as ignoradas que sofro no meio dos corredores e as indiretas jogadas no ar que eu capturo sem nenhuma razão, também têm-

- Hermione, tudo bem. – Me interrompeu. – Mas você tem que pensar que não o mundo não gira ao seu redor. Que- - Aproximou-se de mim. – você não é a única com sentimentos.

- Está falando essas coisas só pra-

- Te deixar pensativa a noite inteira, isso mesmo. – Rimos. Deu-me um abraço e sorriu largamente logo em seguida.

- Ah, gente, que lindo. – Soltou Deena com os olhos banhados a lágrimas.

- Eu tenho que ir. – Me despedi acenando.

- Hey! – Chamou Parvati e logo me virei. – Adorei o cabelo. – Piscou. Sorri e sai do quarto rapidamente.

E como me deixou pensativa. Primeiro aquela menininha que nem sabe a gravidade daquilo que me disse, e agora, Parvati. Já tinha assuntos de mais para ficar pensando, tinha agora esses detalhes para matutar a noite, quando não tenho absolutamente nada para fazer.

Será que estou sendo egoísta a ponto delas notarem? Não, não dá pra ser. Certo, eu nem pensei como a Parvati agiria depois de ter dito tudo aquilo, não pensei que ela tinha sentimentos também, apenas pensei em repreendê-la, pensei em mostrar que eu também sei dizer palavras duras tanto quanto palavras de conforto.

Ao entrar no meu quarto, dei um grito quando escorreguei em alguma coisa e caí no chão em cima dos meus tapetes. Sentei e xinguei aquela coisa matadora. Vi um cartão. Um convite para ser exata. Estava num plástico transparente revelando todo o seu rosa chamativo.

Ergui uma sas sobrancelhas me erguendo junto com o assassino de pessoas indefesas que entraram em seus próprios quartos. Ao abrir, virei os olhos. Um convite para a festa de Gina. Nem era uma festa de aniversário, era uma festa a fantasia. Quanta baboseira, pensei enquanto jogava aquele assassino em cima da minha cômoda e entrava no meu banheiro.

Lógico que não ia. Com que cara eu aparecerei lá?

Olha, eu vim pra sua festa apenas porque você quase me matou quando eu tentei entrar no meu quarto, tudo bem? Ou ainda jogar aquelas indiretas, vim porque sou superior a qualquer treta entre nós.

Espera, eu irei a essa festa. Lógico que sim, eu tenho que ir! Tenho que mostrar a todos que posso ser muito mais madura do que aquela cenoura ou aquela Jane idiota!

Eu tenho que ir, de qualquer jeito.

***


- E desde quando Gina voltou a falar com você?! – Quase gritou Kim, no seu jeito calmo de receber as notícias no café da manhã.

Algumas pessoas miraram seus olhares em nós, outras rolaram os olhos e por sorte, nem Gina, nem Harry estavam por lá.

- Eu não sei. Entrei no quarto e lá estava o convite! Passado por debaixo da porta. – Terminei de passar geléia na minha torrada e dei uma mordida. – Aliás, a Deena também foi convidada, sabiam disso? – Todas miraram seus olhares na pobre coitada que se tentou esconder atrás do Profeta Diário.

- Lógico, está com o Weasley! Lógico que tinha que ser convidada...

- Não estou com o Rony, Kim. – Soltou a loira um pouco alterada. – Somos apenas amigos.

- Mas irá, não é? – Perguntou Verônica.

- Já confirmei. – Corou levemente sendo contrariada pelas próprias palavras.

- Harry deve ter pedido a ela para me convidar, resta dúvidas? – Parvati riu.

- Tomara que a Weasley saiba dar festas... – Comentou apoiando o queixo nas mãos. – Só dará uma festa por inveja do seu aniversário, duvida quanto?

- Estranho ela dar uma festa do nada. O aniversário dela já passou, o Halloween também...

- Doida, dá uma festa sem nenhuma referência comemorativa. – Completou Kim a análise feita por Verônica.

- E irão como? – Eu e Deena trocamos os mais desesperados olhares.

- Droga. – Soltamos juntas, olhando para a mesa.

Não tínhamos fantasias, sabe, estávamos numa escola aos moldes medievais! Fantasias nem passariam por nossas cabeças.

- É melhor vocês correrem atrás.

***


- Eu não tenho absolutamente nada! Nada mesmo! – Estávamos apenas eu e Deena no meu quarto. Eram mais ou menos quatro da tarde e tinha matado as minhas aulas vespertinas, para falar a verdade, tinha feito uma chacina. Há mais de um mês que não as freqüento. – Como vou a uma festa a fantasia sem uma fantasia?! – Deena ajeitou os óculos em cima do nariz e respirou fundo.

- Eu também não, e nem tenho idéia do que usar em uma. – Balançou os pés suspensos, sentada no parapeito da janela.

- Teremos que- - Peguei todas as roupas do meu guarda roupa e joguei em cima da cama. – improvisar.

Pedi que Deena pegasse seu malão com todas as suas roupas e pedisse aquela bota - eu a acho linda - emprestada para Kim. ficamos algumas horas analisando o tipo de roupa que aquela menina usa. Era engraçado.

Algumas roupas um pouco comportadas, outras extravagantes, em tons pastéis, nenhuma cor muito escura. Apenas um pretinho básico que ela usou no meu aniversário, apenas isso. Passei uma das mãos no pescoço já cansada quando uma luz nasceu em minha cabeça.

Sinceramente, eu tinha as melhores idéias.

***


- Hermione Granger! – Estava em cima de um banquinho, eu a fiz vestir uma roupa qualquer e estava transformando a velha Deena numa nova Deena muito melhor do que a de antes. – Essa não sou eu! – Olhou-se no espelho e viu uma loira com uma saia de couro preta, uma meia vazada em losango, uma blusinha com listras brancas e pretas (Presente de alguma pessoa no meu aniversário) e uma luva branca que, antes da minha transfiguração, era uma meia. – Eu- O quê eu sou? – Peguei um dos arcos para cabelo que ela mais gostava e coloquei orelhas de gato. – Um gato? – Ergueu uma de suas sobrancelhas.

- Uma gata. – Sorri largamente, ameaçou descer mas eu a impedi. – Não está pronta, não!

- Tem mais?! – Me olhou aterrorizada. Peguei minha varinha e rasguei as mangas de sua blusa, diminui seu comprimento e fiz um largo corte para que suas costas ficassem amostra. – EU NÃO IREI USAR ISSO! – Corou rapidamente olhando todo seu corpo.

- Ah, pelo amor de Merlin, Deena! Isso, não deve ser nada comparado ao que as outras garotas irão usar! – Sentei na cama e comecei a olhar minhas roupas a procura de uma para mim. – Não sei, acho que eu tiraria a meia, fica melhor. – Inclinei a cabeça com a mão no queixo. – É, tira a meia. – Voltei a procurar uma roupa para mim.

- Hermione- - Desceu do banquinho e sentou-se a minha frente, em cima da minha roupa. – isso não é uma roupa digna de uma 'festa'.

- Festas à fantasia de adolescentes imaturos que só pensam naquilo e em mais nada, não é aquelas que a mamãe compra a roupa de bruxinha para a menininha com chapeuzinho, varinha de plástico, caldeirão e aquela maquiagem de ficar horas depois tirando. – Ficou séria, engolia minhas palavras como uma absorção de novo conteúdo útil. – Festas à fantasia feitas exclusivamente por adolescentes são provocantes, querem explorar aquilo que cada um queria ser, entendeu? – Concordou com a cabeça. – E olha que a gente tá se preocupando de mais com isso! – Ri. – Pode crer que irá ter pessoas que pegará a primeira roupa que ver pela frente que seja incomum do dia a dia e colocá-la só pra marcar presença. Já fiz isso, sei como é.

- Mas- - Hesitou, olhou para os próprios dedos e ergueu seu olhar para mim um pouco triste. – será que ele me notará? – Demorei a fazer as determinações para responder essa pergunta, mas quando fiz, saíram que era uma beleza.

- Não posso dizer que sim, mas também não posso dizer que não. – Olhou confusa. – Olha, Ron é um cara que é lerdo nesse departamento de amor e relacionamento duradouro.

- Ele namorou quase um ano com a Luna! – Deixou uma lágrima cair. – Sempre será ela, nunca serei eu. Acho que quem fez isso para terminar com o namoro dos dois, não tem coração, machucou tanto eles, quanto a mim que entrei de bicão nessa história toda... – Deixou as lágrimas caírem livremente.

Meus olhos cresceram quanto mais as palavras saiam. Era terrível. Sentia-me tão culpada, tão suja. Isso estava me matando por dentro.

- Eu tenho que te conta uma coisa. – Essas palavras foram as mais difíceis de sair nesses últimos tempos. – Quem con-conseguiu separar o Ron da-da Luna-

- Você sabe quem fez isso? – Pegou em minhas mãos piscando várias vezes com os olhos para que pudesse me ver entre as lágrimas que ainda caíam. – Quem foi??

- Fui eu.

Tá bom. Nada disso aconteceu. Foi um devaneio que pensei que poderia ter acontecido, mas não aconteceu.

- Mas será que ele me notará? – Sacudi a cabeça de um lado para o outro esclarecendo as idéias. – Será, Hermione?

- Lógico que sim! – Sorri largamente. – Olha, garota, você tem um corpo ótimo! Acho que só um pouco mais de bun... mas até aí, uma calça pode resolver seu problema. – Voltei a sorrir.

- OK, eu irei assim! – Disse um pouco mais animada, parando em frente do espelho e ajustando um pouco a roupa ao seu gosto. Deitei olhando para o teto. Tinha tantos segredos que doía de pensar em cada um deles... – E como irá? – Peguei algumas peças na mão, desprezei outras, pensei como ficaria com cada utilitário daquele.

- Já tenho uma mera idéia. – Disse num sorriso malicioso onde Deena também abriu o seu.

***


- Se você mexer mais uma vez nessa saia, eu te arrebento! – Soltei já cansada de pedir para Deena tirar a mão de sua saia. Tentava porque tentava aumentar seu comprimento.

- Você sabe que eu odeio essas coisas muito curtas! – Estávamos a caminho da Sala Precisa. Apenas os barulhos dos nossos saltos invadiam o silêncio. A festa era as nove da noite, eram quase dez. tinha me atrasado um pouco já que, não achava minha tiara. – E afinal, o que você é? – Apontei para a tiara em forma de coroa, uma coroa pequena onde prendia minha franja para trás.

- Uma Princesa Sem Causa...? – Desceu seu olhar pela minha roupa.

Estava numa saia preta larga, uma camiseta não tão larga rosa com alguns detalhes, pulseiras, uma luva na mão direita e anéis pela mão esquerda. Nos pés, aquela bota preta de bico fino envernizada que Kim tinha me emprestara, tinha ficado maravilhosa.

Não tinha exagerado na maquiagem, apenas passei quase todo meu lápis de olho, tinha passado um batom claro e o brilho por cima, tinha pedrinhas nos cantos dos olhos e brincos pequenos, porém luminosos.

– Sei lá, não gostei muito. – Descera a blusa e deixara o decote mais aparente, revelando o começo do meu sutiã preto.

- Está ótima. – Disse sorrindo não escondendo o nervosismo.

Na porta da Sala Precisa, tinha um busto vivo que pediu que disséssemos nossos nomes. Meu Deus, que assustador. Dissemos e entramos. A música entrou nos nossos ouvidos e aquele cheiro de bebida alcoólica também entrou em nossos narizes.

Demos nossos passos para dentro quando Gina apareceu na nossa frente num sorriso maldoso no rosto. Estava num vestido rosa bem curto e pude ver umas asas saindo de suas costas. Um ramo metálico e brilhoso prendia metade do seu cabelo caindo sobre o rosto.

- O que seriam vocês? A... moleca e a vira lata? – Riu. Virei os olhos e passei por ela.

- Seu pior pesadelo. – Soltei perto do seu ouvido. – Boa festa, Sininho. – Desci os degraus e engoli seco.

Tinha umas cento e poucas pessoas ali, senão mais! Como ela conseguia juntar tanta gente com as mais loucas roupas para ficarem enchendo a cara e dançando feito loucos?!

- Oh, Hermione! – Me chamou para realidade. – O Ron está me chamando, nos vemos por aí. – Não esperou eu soltar as broncas por me deixar sozinha, passou entre as pessoas rapidamente e sumiu dos meus olhos. Dançava discretamente, percorrendo o salão lentamente até a mesa de bebidas.

- Que é isso, meu irmão... – Soltou uma voz conhecida atrás de mim. – Hm, vestiu-se apropriadamente para matar! – Era Tony. Tinha um roupão verde musgo muito elegante, uma calça de veludo, um lenço vermelho vivo no pescoço e um grande anel no dedo mínimo. – Princesa... – Beijou minha mão.

- Está vestindo o quê? – passei a mão no seu ombro sentindo aquele tecido macio.

- Poderoso Chefão. – Deu uma risada mafiosa e bebeu o conteúdo do seu copo. Revelou a barba rala sem fazer e a sobrancelha arqueada, estava cômico.

- Está perfeito!

- E você? Princesinha? – Sorri.

- Princesa Sem Causa. – Fiz uma reverencia e me servi da primeira coisa que eu vi. Um coquetel azul piscina, tinha uma cara de gel para cabelo, mas o gosto era bom. – Quem mais está por aí?

- Ah, tá o Weasley de mágico, a Gina você já deve ter visto, tá de fada, a Jane está de coelhinha... Tem mais uma penca de gente e as mais curiosas fantasias! Tem um cara que tá de tapete!

- E o Harry? – Ergueu uma de suas sobrancelhas.

- De nudista. – Meus dois olhos cresceram e engasguei com o liquido. – Brincadeira, não fique toda animada... – Dei um tapa em seu braço. – Jack Sparrow.

- O pirata?! – Repeti ainda assustada. – O que ele tem na cabeça?!

- Vamos lá vê, não dá pra explicar! – Deixou o copo em cima da mesa e me arrastou para atravessar a sala segurando em meu braço.

No meio do caminho até Harry, acabei esbarrando em alguém, era Miguel Córner numa fantasia um tanto quanto original: jogador de Quadribol. Sorriu para mim me analisando de cima até em baixo. Corei e logo segui Tony novamente. Reconheci mais alunos, Luna estava com suas amigas vestida de vestido branco comprido, uma maquiagem de morta e se achando um máximo.

– Olha só, a Loira do Banheiro. – Rimos.

MacMillan estava de jogar de futebol americano como mais alguns caras ali. Algo me fez parar novamente, era McLaggen que tinha acabado de segurar no meu braço e pedindo que eu fosse até ali com ele. Disse que agora não dava, depois a gente se falava, sempre naquele sorriso de menina boba para pensar que estou realmente apaixonada por ele.

Acabei encontrando Harry. Estava nas carteiras posicionadas especialmente num canto onde poderiam rolar os mais altos amassos. Gina estava entre suas pernas enquanto ele sentava numa das carteiras. Vestia lá sua roupa do pirata mais famoso dos cinemas. Com uma camisa branca por debaixo de uma capa preta, larga nas mangas revelando os anéis que roubara de Ron. Uma bandana vermelha por debaixo de um chapéu que me rendeu uma curiosidade de onde tinha saído. A calça cinza, as botas pretas, a barba quase sem fazer e os olhos pintados de preto, podíamos competir para ver quem gastou mais delineador. Penduricários por quase toda sua fantasia onde deixava tudo mais exótico, esse, caprichou.

Ao seu lado, lá estava Ron vestido como um mágico trouxa. Cartola preta, uma capa e uma camisa branca. Deena estava sentada ao seu lado, já com um copo de bebida em sua mão, conversando ao pé do ouvido daquele ruivo nada burro. Aproximei-me num largo sorriso, Harry parou de prestar atenção no que Gina dizia e abriu um sorriso malicioso olhando minha roupa.

- O que você quer, Granger? – Soltou aborrecida.

- Cumprimentar meus amigos...? – Dei um beijo na bochecha de Ron.

- Do que está vestida, Hermione? – Perguntou o ruivo.

- Princesa, não tá vendo? – Ri.

- Princesa rebelde?

- Sem causa, soaria melhor. – Abri um largo sorriso. – Jack Sparrow? Que honra. – Estiquei a mão para que beijasse, e assim fez com um olhar malicioso em cima de mim. Gina me olhava como se quisesse arrancar minhas cabeça com os dentes.

- OK, chega! Vamos pegar uma bebida, Harry. – Aquela ruiva fazia de tudo para não me deixar perto daquele cara, ô se fazia. O arrancou de lá, mas antes, o parei colocando a mão em seu peito.

- Depois a gente conversa. – Pisquei. Gina tinha continuado a andar.

- Podemos ir para o baú de Davy Jones, mais tarde, quem sabe, savy? - Meus olhos se arregalaram de uma forma engraçada.

- Jack Sparrow não tem uma boa fama entre as mulheres. – Cruzei os braços e ergui uma de minhas sobrancelhas.

- E Harry Potter?

- HARRY! – Gina chamando de novo.

- Dois grandes nomes, não tente compará-los. – Riu.

- É melhor eu ir, antes que o rum acabe. – Fanático.

Sentei-me ao lado de Ron, junto com Tony, onde Harry e Gina estavam.

- Um dia, ela irá perder a cabeça de verdade. – Disse Ron me prevenindo.

- Eu sei! – Ri.

Não podia ficar fugindo toda hora do McLaggen. Quando Harry e Gina se aproximaram, fui me encontrar com ele me separando do Tony e de toda aquela gente. Bati duas vezes com as pontas dos dedos em seu ombro e logo se virou.

Estava conversando com Belby, engoli seco pensando se pudesse ter alguma seqüela daquele acontecimento, mas parecia que não. McLaggen estava como a maioria dos garotos: normal. Uma camiseta, uma calça jeans e quando um ou outro fazia uma brincadeira, colocava capacetes de futebol americano e se divertiam como animais na savana africana.

- Está linda. – Soltou pegando minha mão e entrelaçando seus dedos. Nossa, fácil de mais. – Princesa?

- Princesa sem causa. E você?

- Adolescente, talvez. – Rimos.

Fiquei ali dançando com McLaggen - tinha um certo enrosco em lhe chamar de Cormac ou de Mc, como seus amigos lhe chamavam. Não pensem que eu fiquei dançando como eu dançava com o Miguel, com o Tony. Aquilo, foi efeito, primeiramente da bebida e depois daquela solução de Pó de Dragão com álcool. Eu não estava em mim. E ali, eu estava totalmente sóbria.





I, I always thought that I knew.
Eu, Eu sempre pensei que soubesse.

I'd always have the right to
Eu sempre teria o direito a

Be living in the kingdom of the good and true.
Viver no reino do bom e verdadeiro.

It's so long, but now I think I was wrong,
E assim por diante, mas agora penso que eu estava errado,

And you were laughing along,
E você ria comigo,

And now I look a fool, but thinking you were on
E agora vejo um tolo por pensar que você estava ao



Gina não tinha o discernimento entre dance music e pop rock cantante. Dane-se! Ficar pulando, cantando a música também faz parte. Mc entrava no meu ritmo, era meu difícil de acompanhar mais com o tempo, ia se acostumando. Deixou o Belby dar uma voltinha com seus amigos. éramos eu e ele naquela 'pista' mais umas cinqüenta pessoas se espremendo para dançarem melhor.

Ele não conseguia uma aproximação mais efetiva porque estava me fazendo de difícil. OK, vocês devem estar pensando e me xingando: sua idiota, ele é o cara mais lindo, mais desejado, mais gostoso de toda Hogwarts e você está se fazendo de difícil? Puta merda, acorda! É, eu estou tentando. Mas quanto mais eu me faço de fácil, mas por cima ele quererá passar.

Eu acho que o Mc é um caso diferente de todos os outros com que fiquei. Sabe, nós já nos conhecemos bem – muito bem – e isso aconteceu ainda quando eu usava a gravata quase me sufocando. Não é como os outros que começaram a me notar porque minha saia diminuiu alguns centímetros. Ridículo.

Senti uma mão pousar no meu ombro e logo passar por mim. Era Draco, fez isso de propósito, queria se mostrar ali, presente e atento a todas as minhas investidas amorosas. Gina convidou Draco Malfoy?! Onde esse mundo foi parar? Estava o típico roqueiro. Vestia uma jaqueta de couro, com as mangas abertas, por cima de uma camiseta branca escrita Metallica.

Tinha vários anéis e algumas pulseiras pretas. A calça era escura e usava um coturno grosseiro e sujo. Uma corrente escorregada pela calça e um cinto que não pude ver direito, mas já parecia mais um adereço que lhe deixava com a fantasia completa. Muito gel naquele cabelo laminado. Vamos dizer assim: estava perfeito.

Cínico. Foi até alguns de seus amigos que também tinham sido convidados. Pegou um copo de FireWhisky e mirou seu olhar em mim, exclusivamente em mim e em mais ninguém. De cinco em cinco segundos, olhava para aquele canto num mero sorriso. Tenho que começar a perder esse medo que Draco me agarraria na frente de todos e me desse aquele beijo de casal apaixonado.


My side, is it any wonder I'm tired?
Meu lado, É alguma surpresa que eu esteja cansado?

Is it any wonder that I feel uptight?
É alguma surpresa que eu me sinta tenso?

Is it any wonder I don't know what's right?
É alguma surpresa eu não saber o que é certo?



Mc se aproximou, perguntou – no meu ouvido – se eu queria alguma coisa para beber e se ofereceu para me arrancar do meio das pessoas. Saímos rapidamente de lá, sob a mira de olhares das mais diversas frangas daquela festa. E mais uma vez, as coisas pareciam estar indo um pouco rápida de mais.

Paramos em frente a mesa improvisada onde tinha algumas bebidas, alguns doces e aperitivos bruxos.

- Parece que a Weasley leva jeito para dar festas. – Comentou me servindo com um pouco de FireWhisky.

- É, um pouco. – Não queria admitir, mas a última coisa que eu quero é que ele fique a par de nossos desentendimentos.

– Domingo terá jogo de Quadribol. – Fiquei numa expressão confusa por dois motivos: primeiro, o que eu tinha a ver com isso? Segundo, como pude me esquecer?! – Grifinória contra Sonserina, irá ver, não? – Oh, droga.

- Lógico que irei! – Abri um sorriso amarelo e olhei para outros lugares movendo meus pensamentos também.

Torceria por minha casa, ou torceria pela Sonserina? Lógico que para a Grifinória, Hermione! Mas Draco pode ficar chateado... Desde quando você liga para ele?! Desde que ele me pega de jeito, me joga naquela cama e fala que me ama.

- Os times andam se preparando muito, tenho treinado cinco vezes por semana e ainda não consegui chegar ao meu potencial máximo. – Fale o que quiser, não estou te ouvindo mesmo, estou apenas olhando para aquele sorriso, para aqueles dentes tão brancos e perfeitos que podiam ser usados como faróis de aeroporto.

- Quem está no time? – Tinha que dar continuação ao assunto, antes de ficarmos um olhando para o outro.

- O Potter é o apanhador e o capitão do time. – Meneava com a cabeça atenta, fingindo ser um dos meus mais preferidos assuntos. - Gina Weasley é uma das artilheiras junto comigo e o Coote. O Kirki e o Sloper são os batedores e o Weasley é o goleiro.

- Gina é a única menina?

- É. – Riu. – Sabe, tem uma história que a única garota do time sempre será a namorada do capitão. – Rimos mais uma vez. – Mas- - Parou de dizer limpando a garganta. – Esquece.

- Mas o quê?


Sometimes, it's hard to know where I stand.
Às vezes, é difícil saber onde fico.

It's hard to know where I am.
É difícil saber onde estou.

Maybe it's a puzzle I don't understand.
Ou talvez seja um quebra-cabeça que eu não entenda.

Sometimes, I get the feeling that I'm
Às vezes, Eu sinto que estou

Stranded in the wrong time
Indefeso na hora errada

Where love is just a lyric in a children's rhyme.
Onde amor é só uma letra numa rima de criança.



- Nada, não disse nada. – Sorriu largamente.

- Ah, começou, termina! – Disse num tom animado pegando no seu pulso.

- Não, é que a gente fica tirando uma da cara do Potter dizendo que onde falta mulher, todos dividem a mesma. – Meus olhos ficaram assustados. – Mas é brincadeira de vestiário, entendeu? – Dei uma risada sem jeito e concordei com a cabeça. Tem coisa aí e eu irei descobrir.

- Oh, claro. – Bebida, era isso que me deixava mais calma. Em um gole profundo, desci aquele líquido pela minha garanta. Olhava para o fundo do copo e desejava que muitas pessoas ali morressem afogadas.

Disse que ia dançar, ele disse que ia ficar por ali. Então, não dancei muito longe dele. Alguns passos onde Mc poderia me ver perfeitamente, assim como eu a ele. Dançava aquela música quase sem ritmo num sorriso inocente, podia ver que aquele moleque não tirava seus olhos de mim.

Não era para menos, minha saia estava curta de mais. Senti alguém pegar na minha mão, era Ernesto. Tirou seu capacete e parou a minha frente. Dançar um pouco, faz bem. Dançamos um de frente para o outro sem nenhuma intenção a mais. Debaixo dos olhos, tinha feito algumas marcas em tinta preta como os jogares profissionais onde lhe deixou ainda mais estranho.

Começou a se aproximar lentamente e eu nem aí. Queria dançar, pular, me divertir. Passou a mão na mina cintura e colou seu corpo no meu.

- Ernesto, não... Eu não quero! – Tentava me soltar, mas ele, além de estar completamente bêbado, estava querendo sua 'garota de volta'.

- Um beijinho só! – Pedia aproximando sua boca da minha mas me esquivava. Tentei usar da força, mas ele era muito mais forte do que eu.

- Me solta! – Pedi mais uma vez até como se o chão faltasse e algumas manchas surgissem nos meus olhos.

Quando cai em mim novamente, estava sendo escorada por algumas pessoas e Harry tinha lhe dado um tremendo de um soco (não desconsiderou os anéis dolorosos em seus dedos) que caiu no chão. Levei as duas mãos a boca no mesmo instante.

- Saiam da frente! – Pedia Gina passando pelas pessoas e indo até Harry. – Isso não é nada bom... – Soltou olhando Ernesto se levantar completamente furioso. Começaram a gritar 'briga, briga, briga'. Isso agravou a situação. Tinha se formado uma roda, Harry, Gina, eu e Ernesto estávamos no meio.

- Ela disse que não quer sua companhia, MacMillan. – Disse Harry firme.

- Não se meta, Potter! O assunto é entre eu e ela! – Cambaleou passando a mão no local onde Harry tinha atingido.


Stand by,
Estou pronto,

Is it any wonder I'm tired?
É alguma surpresa que eu esteja cansado?

Is it any wonder that I feel uptight?
É alguma surpresa que eu me sinta tenso?

Is it any wonder I don't know what's right?
É alguma surpresa eu não saber o que é certo?

Oh, these days.
Oh estes dias.

After all the misery made
Depois de toda a miséria que você fez

Is it any wonder that I feel afraid?
É alguma surpresa que eu me sinta amedrontado?

Is it any wonder that I feel betrayed?
É alguma surpresa que eu me sinta traído?



- Eu não quero nada com você, seu idiota! – Gritei fazendo alguns garotos assobiarem e gritarem 'gostosa, gostosa'.

- Você ouviu a moça, MacMillan. Cai fora. – Harry estava disposto a me defender com unhas e dentes. Ernesto ameaçou partir para cima de nós novamente mas Dino e Simas surgiram segurando nos seus braços e eu e Gina seguramos nos braços de Harry.

- Vocês são crianças?! Não sabem se divertir sem causar um briga estúpida?! – Gritou Gina farta. Sua primeira festa, já tinha saído uma briga.

- O Potter que não tinha nada a ver com isso! Ele que foi se metendo pra defender a sua Hermione! – Soou de uma maneira como se eu fosse um mero objeto. – Não sabe que está defendendo uma vadia!

Larguei Harry com brutalidade, fechei a mão e lhe dei um soco que foi parar a uns metros de nós, abrindo espaço entre a multidão. Todos olharam espantados, ainda tinha os gritos de 'gostosa!' no fundo. Tony tinha surgido na multidão e me tirado dali. Harry pegou Gina e fez o mesmo. Duvido que Ernesto ainda ficaria naquela festa depois de dois socos incrivelmente fortes e um deles saiu do punho de uma mulher.

Sentei numa das cadeiras e Tony me trouxe um cubo de gelo. Minha mão estava doendo muito.

- Não é como nos filmes... – Soltei segurando a mão direita, passando aquele gelo para amenizar a dor.

- Ele te fez alguma coisa? – Era Harry. tinha surgido não sei de onde e estava ainda mais furioso.

- Não, nem deu tempo. – Larguei o gelo num canto e comecei a abrir e fechar a mão para ver se ainda sentia alguma coisa. – Obrigada. – Não estava feliz, muito menos brava. Estava totalmente frustrada, isso sim. Pensei que seria uma festa pra me divertir e já sai com a mão estourada.

- Tem certeza?

- Tenho, Harry. – Olhei para todos os lados menos para ele.

- Harry! Vamos acalmar esses idiotas! – Era Gina gritando a uns metros de distancia de nós. Ele sorriu para mim e foi ao encontro da sua namorada.

- Onde aprendeu a socar assim? – Tony sempre me alegrando. – Muito Rock Balboa, é?

- Opa, meu filme preferido. – Ri. – Mas ele mereceu.

- Além de partir pra agressão física, eu partiria para uma batalha de xingamentos. Tipo, já começaria com um 'vadia é aquela vaca que você chama de...

- OK, Tony, entendi o recado! – Ele sorriu.

Não estava com nenhuma vontade de ficar dançando. Pedi que Tony pegasse um copo da bebida mais forte que havia naquela mesa. Foi o tempo dele sair e chegar Draco, cruzando os braços numa expressão furiosa.

- Vai, se meta nessas brigas mesmo. – Olhei para os lados e me apoiei nos joelhos.

- Me meto mesmo. Ele me chamou de vadia, se você não percebeu?! – Draco soltou o ar que prendia descruzando os braços e colocando as mãos nos bolsos da calça.


Nothing left beside me
Nada saiu de dentro

Soar cathedral to subside lonely spires,
Dessa velha catedral, somente a tristeza das solitárias agulhas da torre,

How do you make it right?
Como você pode fazê-lo direito?

Oh, but you try.
Oh, mas você tenta.



- E se sobrasse pra você? Se o MacMillan virasse um puta de um soco na sua cara?!

- Eu viraria outro.

- E assim, sairiam rolando pelo chão feito selvagens.

- Draco, eu estou absolutamente bem, OK? Não precisa ficar preocupado. – Pisquei num sorriso malicioso.

- Não está com medo de que alguém fique comentando que foi vista conversando com Draco Malfoy?

- Nessas horas, - Me levantei e passei a mão por debaixo do seu queixo. – eu quero mais é que se foda. – Sorri maliciosamente indo até Tony que estava começando a se dirigir até nós.

- Conversando com Malfoy? – Olhou por cima dos meus ombros me dando o copo.

- Sempre me provocando... – Aquela bebida desceu queimando.

- Mione, tudo bem? – Mc veio até nós. – E aí, cara? – Cumprimentou Tony.

- Tudo sim, Mc. – Sorri segurando com as duas mãos o copo.

- Aquele cara é um idiota! Eu só não me meti no meio porque quando eu vi, já tinha terminado tudo. – Desculpinha mais sem sal.

- Melhor assim, imagina se você saísse machucado! – Abri um sorriso largo colocando a mão em seu ombro. Tony virou os olhos e desviou seu olhar para outro lugar.


Is it any wonder I'm tired?
É alguma surpresa que eu esteja cansado?

Is it any wonder that I feel uptight?
É alguma surpresa que eu me sinta tenso?

Is it any wonder I don't know what's right?
É alguma surpresa eu não saber o que é certo?

Oh, these days.
Oh, estes dias.

After all the misery made
Depois de toda a miséria que você fez

Is it any wonder that I feel afraid?
É alguma surpresa que eu me sinta amedrontado?

Is it any wonder that I feel betrayed?
É alguma surpresa que eu me sinta traído?



Mc olhou algum aluno acenando e acenou de volta.

- Nos vemos por aí, linda? – Linda? Ele me chamou de linda...

- Tudo bem. – Disse estática. Quando saiu, Tony ergueu uma de suas sobrancelhas e meneou a cabeça. – Que foi? – Riu. – Cala a boca, vai... – Rimos mais uma vez.

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