Ele Não Era



Capítulo Vinte e Sete
Ele Não Era


Estava sem fome mais uma vez. Nessas brincadeiras de falta de apetite, devo ter perdido dois quilos. Eram três da tarde, tinha me enfiado naquele quarto e prometi a mim mesma não sair de lá até ter descansado um pouco.

Incrível como ninguém bateu a minha porta. Ah, tinha me esquecido desse pequeno detalhe: as vacas das garotas que diziam ser minhas amigas, não acreditam no que eu falo! Francamente, minha vontade era de estourar cada cabeça de cada aluno dessa escola com uma automática.

Mas OK. Vamos relevar esse fato já que consegui fazer coisa muito pior. Uma coisa ainda martelava na minha cabeça: Antonio não tinha dado notícias. Pensei nas mais possíveis mutilações por calunia, falso testemunho e tudo mais que poderia ter feito. Outro que não deu as caras, foi David. Já que todos os caras com que eu fico, no outro dia, tomam a incrível liberdade de vir ao meu quarto e passar o tempo que lhe caber melhor. Como o quarto da Hermione virou a 'Casa da Mãe Joana', só faltou o carpete na porta com Bem-Vindo.

O que raios eu ainda estava fazendo deitada naquela cama, era uma incógnita sem resposta. Troquei de roupa e passei para fora do quarto respirando ar renovado. Desci as escadas e percebi que não havia quase ninguém nos corredores. Provavelmente, estavam gorando a vida de outro.

Ouvi meu nome ao longe. Virei-me e ali estava David, vindo em minha direção acenando naquele sorriso que me fazia esquecer que, por um momento, eu pensei num bom motivo para não agüentá-lo mais. Por mais que seja irreal, eu pensei nisso – devaneios pré-cochilo.

Cumprimentou-me com um caloroso beijo nos lábios e passou a mão em volta da minha cintura, continuando a andar para a direção que eu estava indo.

- Dormiu bem?

- Não. Fiquei pensando em tudo aquilo lá que aconteceu. – Soltei o ar que prendia.

- É, eu também não consegui dormir direito. Acho que todos que foram ao baile não conseguiram ter uma noite agradável.

- Sei lá, a Jane talvez... – Soltei num tom desprezível e bem baixo.

- O que disse? – Virei meu rosto para ele e sorri.

- Nada, pensei alto, apenas isso. – Sorriu em retribuição.

- Mas eu quero saber. – Forcei um sorriso e meneei lentamente com a cabeça para esclarecer as idéias.

- Eu não disse nada, OK?

- Lógico que sim, eu te ouvi. – Garoto dos infernos. Por que depois de alguns beijos, amassos, as pessoas ficam totalmente chatas?! É irritante...

- Você me ouviu, tudo bem, mas não quero comentar sobre isso. – Queria começar a dar uma aula de psicologia dizendo que falar sozinha, era um hábito muito comum entre as pessoas e nem por isso podem ser excluídos dos seres normais, mas a chata aí, seria eu.



There's not much going on today.
Não tem muita coisa acontecendo hoje.

I'm really bored, it's getting late.
Eu estou realmente entediada, está ficando tarde.

What happened to my Saturday?
O que aconteceu com o meu Sábado?

Monday's coming, the day I hate.
Segunda está chegando, o dia que eu odeio



- Pretende fazer alguma coisa a tarde? – Já estava até vendo: me convidaria para mais um daqueles passeios no lago. Aqueles passeios onde trocaríamos três palavras, dois beijos e o resto da tarde, ficaríamos abraços deitados na grama observando sol se por naquele ventinho gelado e calmo.

Isso, seria uma paisagem perfeita para alguém que estivesse apaixonada. Mas David estava começando a me dar sono, assim como todos os outros. Não sei mais o que eu fazia com ele. Acho que apenas procurava o ponto exato para terminarmos. Claro, não se livrando de uma pequena briga e tudo mais. Quando você conhece todas as manias, gostos, jeitos daquela pessoa, você quer conhecer outras novas. Era o que eu queria, isso, essa é minha meta: Beijar algum moleque que eu nem tenha tido uma conversa de dez segundos, uma conversa decente.

- Não vai dar, eu tenho que – Olhei para o lado e vi a biblioteca. – estudar! – Ri, forçadamente, mas ri. – Me desculpe. – Paramos na frente da biblioteca.

- Tudo bem, Hermione, eu entendo. – Inclinou-se e me deu um pequeno beijo. Virou-se e continuou a andar. – Nos vemos depois, certo? – Concordei.

Acenei e acenou de volta. Virei os olhos e entrei realmente na biblioteca para não dar na cara que o que eu queria mesmo – naquele momento – era dormir. Madame Pince me cumprimentou e me chamou, pediu dos livros que eu tinha pegado e avisou que o prazo vencia amanhã. Eu lhe pedi desculpa de não ter trazido hoje; a noite, eu trazia. Andei pelos corredores, com os olhos nos livros. Alguns ali, lembro de ter lido. Entrei na seção reservada, eu ainda tinha o passe para lá.


I'll Sit on my bed alone,
Sentada na cama sozinha,

Staring at the phone.
Olhando fixamente para o telefone.



Havia poucos alunos. Alguns grupinhos com um professor para tirar suas mais profundas dúvidas, alguns estudando sozinhos e tudo mais. Lia os nomes das sessões das estantes que passava: Literatura Inglesa Trouxa/Bruxa; Literatura para leigos; Literatura e Poesia do século XVII; Literatura e Poesia do século XVIII; Literatura e Poesia do século XIX;

Parei ao ver que aquele garoto que estava apoiado nos livros, não me era estranho. Era aquele tal do Belby. Olhei novamente para o nome da Sessão "Literatura e Poesia do século XIX". Poesia. Poemas. Bilhetes anônimos. Desgraçado. Essas foram as palavras para minha associação se concretizar.

Fiquei atrás dele, de costas, fingindo procurar um livro. Nem notou minha presença. Estava tão ocupado em COPIAR POEMINHAS PARA MANDAR VIA BILHETES ANÔNIMOS, QUE NEM NOTOU QUE O DESTINATÁRIO DELES ESTAVA ALI, DO SEU LADO!! Essa situação me deixava extremamente revoltada. Respirei fundo e espiei o que estava fazendo, não conseguia ver direito, espiei quase me virando e me inclinando sobre seu "trabalho".

- Belby! – Ao chamar, peguei um livro e enfiei a cara dentro. – Até que enfim eu te achei, cara! – O garoto sentou-se ao seu lado e de lá saí rapidamente. Joguei o livro numa pilha qualquer e saí da sessão reservada.

Não acredito que aquele idiota que me mandava esses bilhetinhos. Francamente, esperava de uma pessoa melhor. Espera, ele é amigo do McLaggen, bem que poderia... Não, Hermione, por Merlin, né?! Ele é completamente desfigurado! Tá, nem tanto assim, mas você pode dar um jeito sem ter que passar por esse degrau. Passei uma das mãos na nuca e saí da biblioteca com mais lembretes da Madame Pince por causa dos malditos livros.


He wasn't what I wanted, what I thought, no.
Ele não era o que eu queria, o que eu pensei que fosse, não

He wouldn't even open up the door!
Ele não abria a porta!

He never made me feel like I was special.
Ele nunca me fez sentir como se eu fosse especial

He isn't really what I'm looking for!
Ele não é, realmente, o que eu estava procurando!



***


Em meu quarto, eram quase duas da tarde. Estava organizando meu guarda roupas o e meu banheiro quando batem a porta. Abaixei as mangas da minha blusa e fui atender. Ao ver Antonio ali, pedi para entrar mas ele disse que Minerva estava chamando todos os casais do Baile na sua sala, agora.

- Você contou? – Perguntei com receio.

- Contei. – Soltou fracamente. – Tô fudido, né? – Perguntou. Fechei a porta e coloquei uma das mãos no seu ombro.

- Lógico que não. Ela não irá falar quem disse isso.

- Mas irão saber que fui eu! Eu sou o pivô da história! Como ela irá explicar essa dedução sem contar que a Jane queria ir ao baile comigo e acabou envenenando a Parvati pra completar sua vingança maligna?! – Eu soltei uma risada inconveniente, e pedi desculpas. – Tô fudido e mau pago.

- Relaxa, Tony, eu te protejo. – Ele riu.

- Tô fudido do mesmo jeito! – Fomos até a sala de Minerva.

Ao chegarmos, esperamos mais dois minutos até que todos estivessem na sala. Todos estavam conversando alto de mais, alguns até ficavam se perguntando o que estava fazendo numa sala de aula em pleno domingo. Minerva entrou rapidamente, seguida de Dumbledore e logo atrás, Snape para dar aquele leve sermão que só falta nos chamar de vermes insignificantes.

Sempre tem algum que pensa: verme insignificante é a vovozinha! Mas nunca que alguém ia ter a coragem de falar isso na cara do Snape – seria engraçado, mas ninguém é louco ao ponto.

Dumbledore começou a dizer, primeiro com suas perguntas calmas, e depois aquela chuva de reclamações. Era assim: usava e abusava do sarcasmo. Primeiro perguntava coisas que nos deixavam aliviados, como "como dormiram?", "o café da manhã foi especial para vocês!" e depois vinha com aquelas coisas do tipo: "vocês pensam que podem enganar a gente.", "estamos cansados de ficar brincando".

Depois, não sei como, o disco virou para meu lado e um pequeno debate se colocou ali: de um lado, professores e de outro Gina, Fibby e Jane. Todos olhavam estáticos. Gina dizia que poderia ser muito bem eu como qualquer um ali. Fibby afirmava que era minha culpa sim e que Antonio podia até ser cúmplice. Jane era a mais sonhadora, disse que além de ser minha culpa, Antonio poderia estar envolvido e que David pensou em fazer isso também por ciúmes dela ter aceitado o convite de Antonio e não o seu. Comecei a rir, chamando a atenção de todos.

- Irão mesmo acreditar nisso? – Perguntei ainda no meu humor, mirando meus olhos principalmente em Snape que qualquer respirada contra a Grifinória era um motivo cabível para jogar a culpa nessa pobre casa que só sofre em suas mãos. – Lógico que estão mentindo.


Hey, hey, hey!
Hey, hey, hey!



- E sabemos disso, senhorita Granger. – Todos ficaram em silêncio, todos estavam com os olhos assustados, principalmente aquelas três frangas, em Dumbledore.

- Sa-sabem? – Perguntou Gina assustada. Harry levou uma das mãos o rosto e negou com a cabeça quase rindo.

- Sabem? – Perguntei.

- Sabemos. – Confirmou a professora.

- Todos, menos Granger, Conley, Scott e Weasley, podem sair. – Ordenou Snape. A sala levantou-se em peso, fazendo comentários em sussurros que se tornou um grande incomodo para o ouvido de qualquer um. – Em silêncio. – Calaram-se.

Troquei olhares com Gina que ainda parecia estar assustada. A porta se fechou e Dumbledore disse que cuidaria para que ninguém lá fora saísse contando para todo mundo; saiu da sala em silêncio e não voltou mais.

Passei uma das mãos na nuca e esperei que aqueles dois professores descontassem toda a raiva em nós.

- Sabem por que sobraram? – Ninguém respondeu. Minerva olhou para Snape que continuou:

- Pelo que parece, nenhuma aqui consegue ser adulta o bastante para assumir os próprios atos. – As palavras dele eram sempre as mais duras. – Conseguem roubar ingredientes das estufas, do meu armário, preparar a poção, colocar no copo de uma das alunas e depois, o pior de tudo, não tem coragem em assumir. Não me espanta nenhuma daqui ser da Sonserina.

Oh, idolatrada Sonserina!

- Já sabemos quem foi. Estamos apenas esperando para que a pessoa que esteja nessa sala, conte. As punições serão menores se confessar, porque se tomarmos as devidas medidas sem nenhum pronunciamento por livre e espontânea vontade, será muito pior. – Disse Minerva dando ênfase às últimas palavras. – Estamos esperando. – Nos olhamos e ninguém disse nada. – Tudo bem. – Soltou o ar que prendia. – Senhorita Granger, – Gelei, todas olharam com os olho arregalados para mim. – quem foi?

- A Jane. – Ela soltou algumas palavras e quase quis avançar em cima de mim.

- Não, não foi a senhorita Conley. – Eu e Gina ficamos boquiaberta.

- Mas professora, o Antonio veio falar com a senhora! Contou tudo que sabia! Ela estava com ciúmes porque ele não tinha aceitado ir ao baile com ela! – Disse rapidamente, sem respirar.

- Lógico que não. Dane-se o Goldstein, não vê que estou com o Córner, Granger? – Soltou num tom reprovador.

- Então, quem foi? – Perguntou Gina. Todas nós olhamos para Fibby. Ela estava com os olhos mirados no chão, chorando. - Foi você? – Perguntou incrédula. – Estúpida, não consegue fazer nada direito, não é?! – Quase a humilhou na frente dos professores.

- Senhorita Weasley, menos, por favor. – Pediu Minerva.

- Mas – Estava sem palavras. Na frente dos meus olhos, um letreiro estava piscando em luz neon: "Vingança". Ela própria fez sua vingança. Minhas contas com Fibby Scott, estavam acertadas. – Mas- – ainda não encontrava o que dizer. – Por que?

- VOCÊ PENSOU QUE IA FICAR COM MEU IRMÃO, NÃO É?! – Arregalei os olhos. Aquela pigméia estava vermelha, com o rosto molhado de lágrimas e os punhos serrados. – QUE DROGA, GRANGER! SEJA UM POUCO INTELIGENTE UMA VEZ NA VIDA! – Berrou. Jane pediu calma. Snape se retirou da sala resmungando "mulheres...".


This is when I start to bite my nails.
Isso é onde eu começo a roer as minhas unhas

And clean my room when all else fails.
E a limpar o meu quarto quando todo resto não deu certo.

I think it's time for me to bail.
Eu acho que está na hora de eu me mandar.

This point of view is getting stale!
Esse ponto de vista está ficando sem graça!



Flash-Back da Fibby:

Andou pelos corredores como se fosse uma fugitiva da polícia. Eram quase duas da manhã. Escolheu aquele momento pois sabia que rondas não se esticariam até esse horário, e justamente uma noite antes daquele grandioso baile. Pensou bem no que estava fazendo mas já tinha seu plano em mente;

Pegou sua varinha, abriu a porta do armário de poções e analisou tudo aquilo, procurou o pote exato tendo até que subir nas escadas para alcançá-lo.

- Aqui, Erva de Enlheos. – Leu a inscrição do pote e o colocou dentro do bolso. Antes de ir para lá, tinha passado nas estufas e roubado folhas de Eramá Belga. Tudo aquilo para seu plano se concretizar.

Passou para dentro do banheiro feminino. Tirou de dentro de um Box, uma caixa. De lá, tirou seu caldeirão, alguns ingredientes extras e tudo mais que precisava. Preparava aquela poção de envenenamento com um propósito. Colocar no copo de Hermione Granger.

***


Tinha acabado de ver Hermione se levantar com David e Antonio e Parvati também tinham saído da mesa. Estava desprotegida. Pegou Ernesto pelo braço, e fingiu estar um pouco apaixonada de mais e lhe deu um beijo perto das cadeiras da mesa deles. Fingiu cair e derrubou sua bolsinha no chão. Sentou-se na cadeira com o impacto e pediu que Ernesto pegasse, já que estava se vestido. Disfarçadamente, tirou o frasquinho de dentro do decote e derrubou dentro do copo que julgou ser de Hermione, mas era o de Parvati.

Ao chegar na sua mesa, Parvati e Antonio voltaram a mesa e quando viu ela levar a boca o copo, seu queixo caiu e fechou os olhos pensando que agora, já estava feito.


Fim do Flash-Back da Fibby.


I'll Sit on my bed alone,
Sentada na cama sozinha,

Staring at the phone.
Olhando fixamente para o telefone.



- Nem para isso você serve, nem para conseguir me envenenar. – Soltei cruzando os braços num sorriso malicioso. – Se queria ver eu longe do seu irmão, tentasse outra coisa, talvez algo que caiba na sua pequena cabeça. – Ameaçou pular em cima de mim, mas Jane e Gina a seguram e Minerva se colocou a nossa frente.

- Acho que já podem parar com isso! – Pediu nervosa. – Senhorita Conley, fique. As outras, podem sair. - Abri um pequeno sorriso. Gina soltou insultos assim como Jane, passando por Fibby e jogando aqueles olhares reprovadores.

Ao sairmos da sala, Dumbledore estava lá, parecia contando uma história, onde todos estavam sentados no chão, apreensivos. Mas ao nos verem, levantaram e alguns se perguntavam onde estaria Fibby.

- Outra hora eu termino essa fantástica história! – Entrou na sala com Snape num sorriso leve no rosto. Abri um pequeno sorriso no rosto e pulei no pescoço de Antonio dando ataques de histeria.

- Ow, teu namorado tá aí do lado. – Meu cérebro pensou mais rápido do que normal. Achei aquele motivo para terminar tudo com David. Ele veio ao meu encontro e pegou em minha mão, me separei dando alguns passinhos para trás.

- Eu não vou continuar com uma cara que tem uma irmã dessas. – Comentei cruzando os braços.

- Eu juro que não sabia que minha irmã seria capaz disso! – Tentou se explicar. – Hermione, me escuta. – Peguei no braço de Antonio e comecei a andar em outra direção.


He wasn't what I wanted, what I thought, no.
Ele não era o que eu queria, o que eu pensei que fosse, não

He wouldn't even open up the door!
Ele não abria a porta!

He never made me feel like I was special.
Ele nunca me fez sentir como se eu fosse especial

He isn't really what I'm looking for!
Ele não é, realmente, o que eu estava procurando!



- David, não insista! Você sabe muito bem que a minha segurança vem em primeiro lugar! – Situações idiotas, pedem desculpas idiotas. – Olha, cada um deve seguir sua vida como antes, porque se ela é capaz de colocar um veneno na minha bebida mesmo sem termos nenhum compromisso, imagina só o que poderia fazer se estivéssemos namorando sério. – David me olhou confuso. Lógico que pensava que estávamos sérios, ele conseguir demonstrar que estava realmente apaixonado por mim, mas eu, nunca estaria apaixonada por um cara que eu nem ao menos conversava há duas semanas. – Está tudo acabado. – Quantas vezes que eu irei falar essa frase e me sentirei tão bem assim?!

Continuamos a andar. Dobramos num dos corredores enquanto eu contava toda a história para Tony. Incrível como ele não fez nenhum questionamento sobre essa rápida dispensada que dei em David.

Chamei Tony para ir ao meu quarto e ele disse que quarto de mulher só entrava para "brincar" com elas. Eu ri, mas assim mesmo o puxei para dentro, com pensamentos idiotas em minha mente.

- A Fibby só tem peito. Só isso, cérebro que é bom, nem um grão. – Sentou-se numa das poltronas e eu sentei na outra, a sua frente.

- Aquele ser tem peito? Aonde que você viu isso? – Perguntei rindo.

- Lógico que tem, nunca reparou?

- Pelo amor de Deus! Dentre as três, ela era a mais despeitada! – Rimos.

- Pra que eu vou pedir a sua opinião?! – Rimos mais uma vez. – Dumbledore disse que amanhã de tarde, podemos visitar Parvati.

- Ah, ótimo, me livro das minhas aulas vespertinas. – Me espreguicei.

- Você não disse que não tava sério com o David? – Concordei. – Então, que anel é esse? – Perguntou apontando para minha mão direita. Parei de me espreguiçar e olhei para ele, fechei meu leve sorriso e respirei fundo pensando em mais uma mentira.


We've all got choices.
Todos nós temos escolhas

We've all got voices.
Todos nós temos vozes.

Stand up make some noise!
Levante-se e faça barulho!

Stand up make some noise!
Levante-se e faça barulho!



- Era da minha mãe. – Ele já tinha entendido o recado. Não tirava esse anel do dedo nem para tomar banho, era um pedaço de Draco colado em mim. – Ah, você não sabe o que eu descobri! – Sentei de um jeito que fiquei mais alta na poltrona.

- O quê?

- Eu sei quem é o cara que me manda esses bilhetinhos idiotas! – Abri um largo sorriso e bati palmas de felicidade. Tony abriu um leve sorriso falso.

- Ah, é? – Riu sem jeito.

- Aham. – Mudei de posição. – Nunca pensaria que seria ele! – Antonio alargou a gola de sua blusa e deu uma tossida forte.

- E quem é?

- Aquele Belby lá, amigo do McLaggen! – Ele caiu nos ombros.

- Tem certeza que seria ele?


I'll Sit on my bed alone,
Sentada na cama sozinha,

Staring at the phone.
Olhando fixamente para o telefone.



- Lógico! Eu o peguei na sessão reservada, estudando uns livros de Literatura e Poesia do século XIX, só pode ser ele!

- Ele poderia tá apenas estudando, Hermione... – Soltou juntando as mãos.

- Que nada, ow. Sei lá, mas ele me olha, às vezes, como se quisesse arrancar algum pedaço com os dentes, é perturbador. – Meneei com a cabeça e Antonio riu.

- Que bizarro.

- É, que bizarro mesmo. – Rimos.

Estava sem mais um peso nas costas. Era bom deitar sem ter seu nome na boca de todo mundo. Os irmãos Scott, bem longe de mim.


He wasn't what I wanted, what I thought, no.
Ele não era o que eu queria, o que eu pensei que fosse, não

He wouldn't even open up the door!
Ele não abria a porta!

He never made me feel like I was special.
Ele nunca me fez sentir como se eu fosse especial

He isn't really what I'm looking for!
Ele não é, realmente, o que eu estava procurando!

He wasn't what I wanted, what I thought, no.
Ele não era o que eu queria, o que eu pensei que fosse, não

He wouldn't even open up the door!
Ele não abria a porta!

He never made me feel like I was special.
Ele nunca me fez sentir como se eu fosse especial

Like I was special, 'cause I was special!
Como eu era especial, porque eu era especial!


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