Amor, tem certeza?



Capítulo Dezessete
Amor, tem certeza?



Desci as escadas mais rápido que pensei. Passei pela imagem da Mulher Gorda, desci as escadas principais, entrei no Salão Comunal. Queria um garoto em especial. Não, não era o tal próximo, era apenas para passar meu tempo. Antonio era bem engraçado quando queria. Um amigo de verdade. Sentado rodeados de livros no começo mesa da Grifinória, em passos leves, me aproximei, levantei os braços para tampar seus olhos - fazer uma surpresa.

- Hermione, eu te vi. – Disse numa voz rouca, olhando fixamente para suas anotações.

- Como?! – Me sentei ao seu lado desanimada.

- Eu sou a Professora Trelawney de calças, não te disse? – Apenas ergui minha sobrancelha. – Copo. – Apontou para o copo na sua frente e riu. – Que foi? Viu baleia colorida?

- Não. – Ri. – Terminei com Miguel. – Quase deixou seu vidro de nanquim cair sobre suas anotações. – Eu falei alguma coisa-

- E você tá feliz por que você terminou com aquele cara que, um dia, todas as meninas sonharam? – Voltou a escrever, só que sem aquele ar engraçado.

- É, eu me sentia sufocada. – Encostei as costas na mesa e depois os cotovelos, cruzando as pernas logo em seguida. – Sabe como é...

- Não, como é? – Perguntou largando sua pena e me olhando.

- Ah, ele me chamava para ficar vendo ele voar durante horas e nem me dava atenção, não deixava eu fazer nada e eu dei muita liberdade. – As últimas palavras, disse fazendo com uma ênfase sem tamanho, para que percebesse a ambigüidade.

- Oh, sim. – Pegou um lápis, escreveu algumas coisas num pedaço de pergaminho meneando com a cabeça e logo depois, sorriu para mim.

- Está escrevendo o quê aí, posso saber?

- Eu quero ser psicólogo quando crescer, eu anoto todas as "análises" que eu faço. – Quanta besteira junta.

- Você poderia ter pensado numa desculpa melhor. – Ri.

- Podia mesmo. – Riu comigo. Observei todos aqueles que estavam no Salão. Mirei na grande entrada vendo Fibby Scott, a minha querida amiga, Fibby Scott, junto com Luna e Jane.

Não sei exatamente o que eu senti naquele momento. Estava ansiosa mas ao mesmo tempo tão terna. Mordi os lábios inferiores até um plano – como um trailer de cinema – passasse em minha cabeça, com causas e conseqüências, com todas as falas concretizadas e idealizadas em dois ou até três corpos. Com o passar de dois segundos, confirmei a existência do terceiro corpo, aquele que estaria do meu lado. Abri a boca lentamente e respirei profundamente.

- Vem! Você vai me ajudar. – Saltei de onde estava pegando Tony pelo braço.

- Eu tenho essa redação pra fazer! – Tentou pegar mas não deixei.

- É rápido, apenas faça o que eu fizer. – Sussurrei enganchando meu braço no dele e olhando para onde Fibby, Luna e Jane estavam indo. Passamos ao lado delas, parando há alguns metros. Fiquei a sua frente, ficando de perfil para aquele grupinho. – É, Antônio! Eu fui mesmo falar com a McGonagall! Eu fui falar que tem um idiota falando besteiras sobre mim! Ela está de olho!

O moreno me olhou com a cara mais esquisita que um ser humano poderia fazer. Dei-lhe um beliscão e logo entendeu concordando com a cabeça algumas vezes.

- Ah, verdade mesmo, Hermione?! E o que ela vai fazer?! – Um plano idiota, eu sei: gritar palavras de ordem para que elas escutem e caiam direitinho. Tinha culpa de tal imbecilidade? Tive apenas meio minuto para pensar num plano. Não tinha exatamente, a necessidade de acabar de vez com a festa da Fibby, mas fazer o que, não é? Ela mexeu com a pessoa errada.

- Detenção, expulsão, talvez! Não é para menos, agora, essa pessoa irá saber com quem está mexendo!! – Nas últimas palavras, aumentei meu tom de voz. Vi o rosto de desespero de Fibby que comentou alguma coisa rápida com Jane. – Você viu o Malfoy??

- Hã- - Fez um gesto de não estava entendendo nada mas proseguiu. – Não, por que?

- Só pode ser ele, eu juro que vou matar aquele desgraçado!! – Saquei a varinha fazendo Tony arregalar os olhos. – PORQUE ELE NÃO PRESTA! AH, EU VOU ATRÁS DELE! – Sai em passos rápidos o arrastando comigo para fora daquele Salão. O puxei para de trás de uma estatua, esperando que Fibby saía correndo na direção das escadas principais. – Vamos... – Sussurrei olhando atentamente as escadas que ela pegava. Ao entrar no corredor exato, começamos a acelerar o passo. – Banca o bad boy.

- O quê?! – Quase gritou. Fiz um gesto para que não gritasse e arrumei a gola da minha camisa afrouxando a gravata.

- Banca o bad boy!

- Como assim?! – Guardei minha varinha.

- Espera. – Ela subira as escadas para os dormitórios dos monitores naquele momento. – Eu vou subir e você vem atrás. – Subi o puxando pela manga. Fibby batia na porta de Draco desesperada, estava chorando e pedindo milhares de perdões e suplicas, uma perfeita idiota. Que cena ridícula. – Tony meneou com a cabeça e olhou com um olhar reprovador sobre Fibby.

- SE VOCÊ ENCOSTAR UM DEDO NO DRACO, EU TE MATO! – Ameaçou partir para cima de mim, mas Tony se colocou na minha frente.

- Calma aí, tampinha. Você procurou, agora achou! Tá fudida, apenas digo isso! – Tinha um jeito de malandro, abria os braços e fazia uns gestos idiotas. – Tá fudida, garota!! Mexeu com a Hermione, mexeu comigo, tampinha. – Cruzou os braços e olhou por cima, empinando o nariz e se sentindo o 'maioral'.

- CALA A BOCA! VOCÊ NÃO TEM NADA A VER COM ISSO! – Como estava um degrau mais baixa que Tony, deitei meu queixo em seu ombro e com as mãos alisei seus ombros num mero sorriso malicioso nos lábios comprimidos com o pequeno medo que estava começando a ter.

- Querida, eu cansei de discutir com você. Eu mandei você ficar longe do Draco, eu mandei você cair fora daquela festa, e ainda por cima, você fica inventando essas história ridículas sobre mim? – Rimos sarcasticamente. – Tá perdendo a noção do perigo! – Rimos de novo. Fibby soluçava, olhava para a porta do quarto de Draco constantes vezes, parecia que ia entrar em desespero. – Eu avisei para não se meter comigo. – Cruzei os braços ficando no mesmo degrau que ele. – O que vamos fazer? – Tony mirou em mim e riu.

- Não sei, eu tenho uns livros de torturas medievais maravilhosos lá no quarto, podemos ver algumas de lá, tem uma variedade incrível. – Cruzou os braços também.

- Não, algo mais acessível. – Coloquei uma mão no queixo e olhei para ela, fingindo desenhar uma vingança em cada pinta daquele rosto.

- Até parece... Vocês são patéticos! – Desceu as escadas esbarrando em nossos ombros.

- Agora, podemos ser apenas patéticos para você, Fibby, mas se mete de novo comigo para ver os resultados. – Disse, depois forcei um sorriso malicioso. – Saia de perto do Malfoy, ele não é homem pra você.

- Como se você mandasse nele.

- E se eu mandasse? O que você ia fazer? – Desci alguns degraus, ficando mais perto daquela garota. Alguns segundos me observando, virou-se batendo o cabelo no meu rosto. – Ah, faz um favor pra mim? – Virou-se novamente. – Avisa para sua amiguinha Gina Weasley que o Harry dança super bem! – Ri. Antonio não tinha entendido mas riu também. Seus olhos arregalaram-se, desceu as escadas rapidamente sumindo nos corredores. Comecei a rir, me segurando em Tony para não rolar aquelas escadas abaixo.

- Que papo é esse do Malfoy? – Perguntou cruzando os braços.

- Nada. Eu só queria ver ela quebrando a cara! – Ri ainda mais. Sentamos nos degraus. Recuperei-me, ficando com um leve sorriso no rosto.

- Quando dançou com o Potter?

- No final da festa. Eu tinha que dançar com ele, ele é – ergui meu olhar para Antonio com um sorriso malicioso em lábios. – meu melhor amigo...? – Rimos.

- Ah claro, nenhum intuito de provocar a Weasley, não? – Riu. – Mas por que essa troca de alfinetadas, vocês não eram tão amigas, grudadas praticamente siamesas? – Fechando o sorriso instantaneamente, mirei os dedos e depois os degraus que estavam na nossa frente.

- Um dia aí com um desentendimento de uma frase e eu acabei vendo que ela seria, além da minha maior concorrente em questões Potterianas, uma pessoa completamente diferente.

- E isso tudo num dia?

Era completamente complicado pensar que uma amizade de seis anos conseguiu minguar em um dia, em um trem, numa única viajem, e questão de minutos e olhares desconhecidos. Para piorar, parece que não fui só eu que nutriu certo ódio, ela também nutriu seu ódio interior contra mim. Nessas questões, Harry nem entraria. Se eu fosse sua amiga, nas antigas situações, para mim, Harry era uma mulher que não depila as pernas. Não sei o que eu faria hoje. Eu sei do que ela seria capaz se me visse com Harry, acho que pensaria como uma Weasley pensaria. A questão é: como uma Weasley pensaria?

- Vamos, eu quero ver a cara daquelas frangas. – Não dei a devida resposta. Peguei em seu braço e o levantei dali. Andamos em passos calmos, conversando sobre assuntos idiotas, colocando defeitos nos professores, contando desventuras e tudo mais.

***

Não fui para o jantar, realmente, estava sem fome aquele dia. Fui para meu quarto, estava sem mais aquela dor de cabeça enorme no qual acordei. Deitei na cama, trazendo algumas almofadas e travesseiros para perto de mim. Não deu nem tempo para fechar os olhos quando ouço baterem na porta. Estava tão confortável ali, não queria levantar. Bateu de novo. Estiquei-me, pegando minha varinha. Fiz um movimento rápido e a porta se abriu, relevou Malfoy atrás dela, segurando a alça de sua mochila por cima do ombro.





- Hã, tá ocupada? – Perguntou olhando por todo quarto. Deitei-me olhando para aquele garoto num sorriso malicioso nos lábios.

- Me dê um maravilhoso motivo para não te expulsar daqui a azarações, Malfoy. – Fechou a porta rapidamente, deixou sua mochila no chão e saltou até a cama, sentando na beirada.

- Eu- – Ergueu as mãos para tentar explicar, enquanto eu me sentava agarrada a uma almofada. – eu sei que eu fiz mal de ter levado a Cloe no seu aniversário.

- Fibby. – Corrigi.

- É, tanto faz. – Rolou os olhos. – Ela se autoconvidou!

- Falasse para não ir, Malfoy. – Me levantei e deixei minha varinha em cima da cômoda.

- Ah, pra Hermione Granger é a coisa mais fácil do mundo! Eu tenho um filtro entre a minha língua e o meu cérebro. Aliás, a menina- – Abriu um pequeno sorriso malicioso e respirou fundo. – Bom, acho que você não vai querer saber.

- Não quero saber se você dormiu com ela ou não, Malfoy, não tenho nada a ver com isso. – Soltei uma leve risada indo até meu espelho.


Baby, Baby, when you're looking deep into my eyes,
Baby, Baby, quando você está olhando no fundo dos meus olhos,

I know you're seeing past my make-up.
Eu sei que você está vendo através da minha maquiagem.

Into the little girl that used to hide out and cry.
Chegando na garotinha que costumava se esconder e chorar.

When her parents fought.
Quando seus pais brigavam.

Tryin' to be strong.
Tente ser forte.

You can see the hurt in me...
Você consegue ver a ferida em mim...

The cover ups so secretly
A capa sobre o segredo

And all that I aspire to be,
E tudo o que eu espero ser,

You see, you see.
Você vê, você vê.

You know who I really am,
Você sabe quem eu realmente sou,

No entourage or caravan
sem companhia ou caravana

And do u even give me a damn
e será que você ligaria?

All about that, tell me...
Sobre tudo isso, me diga...


Ficamos alguns segundos em silêncio. Eu, passava os dedos entre os cachos, arrumava meu cabelo, analisava minha roupa, totalmente distraída de tudo. Malfoy, eu sei lá, ainda estava sentado, provavelmente pensando na nojenta da Fibby que nem lembrava seu nome.

- Eu ouvi. – Parei o que estava fazendo e olhei, através do reflexo do espelho, para aquele garoto que agora estava com os olhos mirados em mim. – Eu ouvi a briga aqui nas escadas.

- Aquilo não foi uma briga, foi uma intimidação. – Ele riu.

- Ah, lógico, mandando ela ficar longe de mim agora é uma intimidação? – Riu mais uma vez. – Por que falou isso? Ciúmes? – Levantou-se com as duas mãos nos bolsos da sua calça de jeans escura.

- Uma coisa que Hermione Granger não tem, é ciúme.

- Imaginem só, Hermione Granger com ciúmes? Essa palavra há no dicionário dela?! – Ironizou, chegava mais perto de mim. Uma pulsação oscilante dentro do meu peito fez com que eu me sentisse estranha.

- Continua brincando, continua... – Voltei a passar os dedos entre meus cachos. Quando senti uma mão segurar a minha, parei no mesmo momento. Estava exatamente atrás de mim. Conseguia ver seu rosto por cima da minha cabeça. Eu sei, eu sou uma nanica, mas vamos fazer o quê?! Abriu um pequeno sorriso no rosto, abaixei minha mão, segurando também na dele, peguei sua outra mão e entrelacei na minha cintura. Nossos corpos ficaram juntos, deitou a cabeça em meu ombro olhando para mim através do reflexo do espelho. – Será que você olharia desse modo para mim- - Pensei se essa era a pergunta exata para aquele momento. - se eu fosse a mesma de antes?

Draco não respondeu, talvez eu nem queria que ele respondesse. Tinha medo da resposta e não admitia. Muitas noites, algumas coisas como essa, me tiravam o sono me perguntando se eu teria amigos, namorados, caras que dizem que me amam agora, mas sempre me odiavam agindo, sendo como aquela Hermione de antes.

- Por que?

- Não responda com outra pergunta. – Soltei. – Você mesmo não disse que me ama? – Me virei e coloquei os braços em volta do seu pescoço. – Será que me amaria sem essas roupas, essa maquiagem, sem esse jeito de não querer a baixar a cabeça para ninguém, ou você está me amando por fora? – O deixei sem reação. Passei a mão entre seus cabelos e dei uma pequena risada conclusiva. – Eu sabia. O que você diz, parece ser da boca pra fora...


Would you love me if I didn't work out
Você me amaria se eu trabalhasse fora

Or I didn't change my natural hair?
ou se eu mudasse a cor natural do meu cabelo?

I could be the one you could grow older with, baby...
Eu posso ser aquela que vai envelhecer com você, baby...

I'll give you all that I got.
Eu daria tudo que eu tenho.


- Não. – Respondeu para minha surpresa. – Eu- – Houve uma pausa. – você abriu meus olhos, eu não sei o que eu sinto dentro de mim quando eu estou perto de você. – Riu. – É idiota, eu sei disso, mas- – Continuou com a boca aberta, esperando que eu o interrompesse, falando alguma coisa idiota, o incentivando a não falar mais besteiras, mas não o fiz. – Esquece, estamos vivendo um conto de fadas, não está vendo? – Largou-se se mim e deu alguns passos cruzando os braços. – A princesa rebelde, em seu palácio de cristal, não pode ser tocada pelo vilão que consegue dizer uma coisa que nunca conseguiu, uma coisa que nunca sentiu como está sendo com ela.

- Nossa história não é um conto de fadas, Draco.

- Lógico, estamos vivendo um logro idiota... – Virou-se para mim, com os braços aberto e continuou: – Você, ama apenas uma pessoa nesse mundo e eu sei que eu nunca vou me igualar a ela. Eu, tento esquecer cada minuto que eu passo com você, por que cada vez que eu lembro, dói em pensar que sou apenas o segundo ...

- Você não é o segundo. – Andei até ele e segurei em seus braços. – Meu coração não tem colocações, não tem primeiro, nem segundo, nem último. Você conseguiu ganhar minha confiança, meu carinho, onde mais eu posso achar um cara que sempre me ajuda quando eu faço uma besteira? – Ri com lágrimas nos olhos. – Dá próxima vez que eu ouvi da sua boca que você é sempre o segundo, eu juro que eu mesma acabo com você, sem pensar nas conseqüências. – Lhe dei um abraço, segurando nas suas costas, um abraço apertado e possessivo. – Acho que seu jeito de ver "amor" é diferente do meu...

- Por que? Você não jura amor ao Potter e fica saindo com outros caras só para provocá-lo? – Colocou suas mãos em minhas costas, ainda estávamos naquele abraço.

- Ah, eu- – Ri. – tem razão. – Rimos. – Mas se você encostar de novo naquela idiota, eu acabo com o seu maior instrumento para que nunca mais sinta atração por uma mulher na sua vida. – Ameacei num tom tão forte que se afastou de mim lentamente.

- Não me faça pegar medo de você. – Abriu um sorriso de canto de rosto.

- Não se preocupe, eu sou bem difícil de estourar. – Peguei em sua nuca e lhe dei um profundo beijo. Num mero sorriso, ficamos quase a noite inteira juntos.

***

Desci as escadas dos dormitórios dos monitores rapidamente, era nove da manhã. Tinha que tomar café para ir a Hogsmeade com as meninas, comprar algumas coisas que estava precisando. Enfiei as mãos nos bolsos da minha jaqueta e, em passos largos, alcancei Parvati que também ia para o Salão Comunal.

- Bom dia! – Disse indo ao seu lado.

- Tá muito feliz, sabia? – Perguntou sorrindo, tinha um livro em mãos, provavelmente, História da Magia.

- Dá pra perceber? – Não escondia o sorriso, era inevitável não sorrir.

- Lógico. – Voltou a ler. – Você não é mais o assunto da escola.

- Por que? – Cruzei os braços por causa da forte brisa gelada que tinha invadido os corredores.

- Ronald Weasley. – Parecia que a brisa tinha aumentado, congelando minha espinha.

- O que tem Ronald Weasley? – Pirraça começou a tacar terra sobre a cabeça de alguns alunos que passavam por debaixo dos arcos, evitamos passar por lá e pegamos o caminho mais longo.

- Todo mundo riu dele quando ele se declarou, ontem, no meio do jantar, para a Luna. – Arregalei os olhos.

- O que deu nele para fazer isso?

- Sei lá, mas foi antes da chegada dos professores, lógico. Ele foi até ela, começou a dizer tudo que sentia, só que aos berros, foi horrível. – Meneou com a cabeça.

E mais ressentimentos.

- Coitado... – Soltei olhando para frente, parecia estar abalada de mais com o assunto.

- E a Luna nem deu bola pra ele, apenas se levantou e saiu de perto de todo mundo. - Fiquei pior ainda, perdi até a fome. – Eu acho que tá desesperado pra fazer as pazes com ela, pareciam que eles se amavam de verdade. A Jane é mesmo uma vaca pra estragar esse amor...

Pare de me torturar assim, Parvati! Eu queria me jogar de um penhasco, eu queria que alguém me matasse ali, não importa o jeito que for, apenas acabe com a minha vida. Entramos no Salão Comunal. Não era mesmo o assunto da semana, era bem melhor sem aqueles olhares reprovadores sobre mim. Sentei-me com Parvati e logo me servi, com pouca comida.

- Cadê as meninas? – Olhou por toda a mesa.

- Acho que perderam a hora. – Ri, me servindo de leite.

- Lógico que não, eu desci junto com ela, mas passei na biblioteca antes, elas já deviam estar aqui. – Dei uma rápida olhada em toda a mesa e realmente nem um sinal delas.

Um pássaro feito de papel encantado, cor de rosa, pousou em cima de uma colher ao meu lado. Batia as asas lentamente e parecia que até piava. Olhei para os dois lados, todos estavam bem preocupados para mandarem um pássaro para mim.

- Olha só, Hermione, mal terminou com Miguel Córner e já está ganhando Pássaros da Paixão? – Brincou.

- Pássaros da Paixão? – Perguntei pegando o passaro que se debatia.

- É. Tem Pássaros da Amizade que são azuis, tem Pássaros Pretos que são de ódio, tem Pássaros para todos os gostos e situações. – Bem criativo. Abri lentamente, dando os últimos pios.

- Está em branco. – Mostrei para Parvati.

- Espera, irá aparecer a mensagem.

O Pássaro exalava uma fragrância de rosas, era delicioso, aproximei do nariz e fechei os olhos. Eu já tinha sentido algo assim. Lentamente, começaram a aparecer, letra por letra, formando um pequeno bilhete.

"Voando como esse passarinho, espero no seu coração pousar, e lá repousar a minha calma."

- Deixa-me ver! – arrancou da minha mão e começou a ler. – Hmm, quem será o poeta que te mandou esse bilhete? – Analisei novamente o Salão. Não tinha nem idéia que quem seja.

- Coisa mais- – Não tinha palavra para descrever aquilo. – velha, bilhetes com poeminhas! – Reclamei, bebendo meu suco.

- Ah, Hermione, fala sério! Duvido que você não gostou. – Me entregou o papel novamente.

- Imagina só, no seu café da manhã você receber coisas como essas, sem nenhum nome. É assustador só de pensar. – Lentamente, o papel tomou a forma do passarinho e saiu voando, acompanhado pelos meus olhos e de Parvati, passando pela entrada das corujas e sumindo.

- Dizem que se eles voam para longe, o amor é eterno. – Comentou.

- Amor? Um cara desses só deve tá brincando com a minha cara. – Achei praticamente um absurdo.

Deu três minutos. Deena entrou correndo no Salão Comunal, segurando um panfleto, estava mais vermelha do que de costume, sentou-se ao meu lado quase me derrubando do banco.

- O que foi, garota?! – Perguntei quase engasgando com o suco.

- Olhem isso! – Entregou para nós. Juntas, segurando cada uma, uma ponta, começamos a ler.

"LXIº BAILE DOS BRUXOS DE LONDRES".
"Para todos aqueles que se acham bruxos de qualidade."

"ORGANIZAÇÃO: Horácio Slughorn."


Comecei a rir, não conseguir conter. Parvati também riu, pegando o papel da minha mão e relendo. Tinha uma foto animada de um casal dançando algum tipo de música lenta.

- Você não está pensando que a gente vai nisso, né? – Perguntei rindo.

- Lógico que não, terá uma seleção. – Parei de rir junto com Parvati. – Dumbledore e Minerva irão escolher casais, acho que uns dez, para comparecer, já que vai gente de Londres inteira. – Joguei um olhar sobre Parvati e voltamos a rir.

- Que idiotice! – Soltou Parvati.

- Esse baile é a festa mais importante para o social de qualquer bruxo que queria um emprego de qualidade. – Ajeitou os óculos no rosto. – Só acontece de trinta em trinta anos e parece que temos a incrível sorte ou o incrível azar de termos o Horácio Slughorn, nosso professor de Feitiços Avançados, como organizador.

- As festas dele não eram das piores. – Comentei tomando um gole do meu suco.

- Para você que era convidada. – Soltou Parvati com um tom de rancor. – E como funciona essa seleção?

- Está interessada? – Perguntei sorriso sarcástico.

- Não, é que- – gaguejou. – Como é?

- Dumbledore irá falar no jantar de hoje à noite.

- E cadê as outras? – Deena olhou para trás.

- Pensei que viriam também, devem estar enchendo Minerva de perguntas sobre esse baile.

Fracamente, não têm o que pensar. Só me faltava essa: Um baile aonde velhos cheirando a formol e tias solteironas se reencontram pra conversar sobre a última safra de chá que não saiu como imaginavam.

Espera, essa pode ser uma ótima oportunidade, Hermione, pense pelo lado bom: você não irá sozinha.



~~


AHHHHHHHHHHHHHH! DATA MUITO IMPORTANTE A DE HJ PESSOAL!!! PQ HJ EH O ANIVERSARIO DA JUOOHH!!!! O/
Tah ficando mais velhinha a minha companheira de fic.. Tão lindo isso!!! *-*
Cantemos parabéns para nossa AUTORA FAVORITAAA!!! o//

Acho q tah na hora dos agradecimentos nãoo!? Leitores amadoooos.. *-* MUUUUUITO obrigada por gostarem tanto dos devaneios de Juoh e Naah! Eh muito importante pra gente q vcs curtem oq nós criamoos..! Amamos todos... e eu repito TODOS MESMO!!!!! BEIJOOOS E MAIS BEIJOOOS AMOREEES!!!!

ps. Aki eh a Naah :D:D:D acho q eu esqueci de esclarecer isso.. :D:D:D beijooos!

~Naah e Juooh~

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