Bônus - Histórias



Capítulo Vinte e Três
Histórias


Passei pela biblioteca, devolvi aqueles livros que agora não tinham mais nenhuma utilidade para mim, já que aquele pingente caiu nas mãos das melhores pessoas para lidar com tal artefato. Quando Tonks souber, não quero estar viva para presenciar. Aliás, não só Tonks, a Ordem inteira ficará furiosa comigo

Mas não tenho nem um pingo de culpa. Eu nem sei como aquilo saiu andando por aí e foi parar, de noite, num dos corredores mais desertos de Hogwarts.

Bom, fantasmas dão aula e temos uma árvore lutadora no nosso singelo jardim. Coisas que aparecem e desaparecem nem deviam tomar tanto tempo assim da minha vida.

Entrei no Salão Comunal e vi que Ernesto estava comendo com seus amigos, e Fibby nem ali estava. Deu certo. Abri um largo sorriso e me sentei ao lado de Kim.

- Bom dia, meninas.

- Bom dia. – Responderam juntas.

Deena com os olhos no Profeta Diário, Parvati se deliciando com um pedaço de bolo dos sete pecados, Kim atenta a uma revista trouxa e Verônica apenas divagando mexendo levemente em sua comida.

- Que clima de velório é esse? – Todas miraram seus olhares em mim e suspiraram.

- É segunda-feira. – Estava explicada.

- Adorei o que você fez, Hermione, obrigada mesmo. – Agradeceu Verônica, todas comentaram.

- Foi totalmente antiético. – Soltou Deena sem erguer seu olhar.

- "Um antiético" que, se fosse com você, também estaria muito agradecida. – Brinquei sorrindo. Deena não se conteve e riu também.

- Foi simplesmente fantástico! Eu nem pensaria eu tal coisa! – Disse Verônica com os olhos brilhando. – Agora, terão que decidir quem irá pegar o lugar deles.

- Deve ser um outro casal aí. – Comentou vagamente parvati. – Tipo, aqueles que você ainda se pergunta se estuda nessa escola.

Servi-me com um reforçado café da manhã. Tinha as aulas matinas, as aulas vespertinas e ainda tinha ronda. Essa segunda-feira ainda me matava.

- Granger! – Ouvi alguém chamar meu nome. Oh, era Padma Patil, aquela que, nessas férias, tinha perdido uns dez quilos. Era assustador. Estava com um papel em suas mãos e parecia um tanto aborrecida. – Mandaram te entregar! – Esticou para mim.

- O que foi, Padma? Está... Pálida. – Disse sua irmã, Parvati.

- Não é nada, Parvati. Eu tenho que comer alguma coisa. – Virou-se de costas, mas logo voltou à mesa. – Entregue isso para McGonagall, - Virei os olhos. - agora.

- Quem mandou isso? – Não me respondeu, apenas correu para a mesa da Corvinal se entupir de comida.

Eram pergaminhos lacrados com magia. Parecia ser uma coisa importante. As letras, levemente apareceram sobre o papel um pouco escuro. Era um dourado forte, em letras medievais. "À Minerva McGonagall". Se não entregasse isso logo, poderia me encrencar. Seqüestrei dois bolinhos, coloquei minha bolsa sobre os ombros e disse que as veria numa das aulas.

Em passos largos, pedia licença a pequenas aglomerações desnecessárias no meio dos corredores já estreitos. Olhei no grande relógio que passava em frente e vi que tinha cinco minutos antes das aulas começarem. Apertei o passo. Dei duas batidas a porta de McGonagall, logo Pirraça apareceu no seu humor sarcástico.

- Sala do Dumbledore, garota, larga de ser burra! – Revelou um vaso que tinha escondido e quase o tacou na minha cabeça. Aquele verme transparente e flutuante! Um dia ainda o mando para o inferno sem passagem pela Terra.

Teria que ir até a sala de Dumbledore, no outro lado do castelo. Parecia até uma conspiração de mau gosto. Por que aquela gorda não entregou logo a McGonagall?! Corri, agora estava correndo.

Parei em frente a grande estátua que dava acesso à sala de Dumbledore. Ótimo, alguém aí sabia da senha? Não, foi que pensei. Virei os olhos e tentei ver como aquela coisa poderia funcionar sem nenhum tipo de senha. De repente, começou a girar, revelando as escadas. Subi num dos degraus e subi ate um pequeno corredor com muitos quadros.

Da sala de McGonagall para a sala de Dumbledore, completamente em cima da hora para a minha primeira aula e começando a ficar com fome. Acho que se comer os bolinhos agora, não me fará mal. Peguei um enfiando na boca rapidamente, estavam realmente deliciosos.

Estiquei minha mão para bater naquela porta revestida com grades de aço, mas se abriu no mesmo momento.

- Entre, Senhorita Granger! – Pediu uma rouca e velha voz. Era Dumbledore.

Mastiguei aquele bolinho o mais rápido que pude limpando minha boca e me colocando para dentro da sala.

- Professor, bom dia.

- Bom dia. – Juntou as finas pontas dos dedos e desceu os degraus de sua escada.

- Eu tinha que entregar esses papéis para a professora McGonagall e o Pirraça disse que ela estaria aqui. – Dumbledore riu.

- Pirraça, sempre pregando peças nos outros. – Caí nos ombros. – Minerva está em Londres, voltará apenas à noite.

Ah, ótimo.

- E então, com quem eu deixo isso aqui? – Apontei para o pergaminho. Dumbledore mexeu os lábios em algo que não pude entender, andou até mim e pediu que lhe entregasse. Olhou bem o papel e voltou para mim sorrindo.

No mesmo momento, Harry surgiu de um canto da sala com as mangas de sua camisa arregaçadas e a varinha em mãos.

- Já estou indo, Harry. – Pediu Dumbledore voltando a sua mesa e deixando o envelope em cima de mais alguns papéis.

- Eu não vou mais incomodar, Professor, me desculpe. – Virei-me fugindo dos olhares de Harry, abaixei a cabeça e fiquei a dois centímetros da maçaneta até ele me chamar de volta.

- Espere, Senhorita Granger. – Congelei. – Acho que- - Mirou seu olhar em Harry, virei-me e forcei um pequeno sorriso. – seria bom se Harry aprendesse com alguém do seu nível.

Aprender?! Alguém do seu nível?!

- Mas, professor, eu tenho aula ago-

- Harry também teria, mas como o diretor está pedindo, pelo menos hoje, que perca algumas aulas, ou melhor, não estará perdendo nada, estará aprendendo ainda mais. – Caí nos ombros; como posso recusar um pedido tão agradável de Dumbledore?! Perder algumas aulinhas para duelar com aquele que eu nem queria dividir a mesma escola, imagina a mesma sala... – Posso considerar isso um sim? – Levemente, concordei com a cabeça. – Ótimo! – Sorriu para Harry e depois para mim.

- E o que estamos aprendendo?

- Feitiços avançados. – É, estou mesmo ferrada. Foi até mim, me levou até uma saleta e mandou que eu tirasse o sobretudo, a gravata e arregaçasse as mandar. Fiz o que pediu rapidamente logo voltando a sala principal. – Ah, prenda o cabelo, Hermione, posso te chamar assim?

- Cla-Claro. – Sorri falsamente.

- Vamos. – Num dos quadros, Dumbledore fez um movimento com sua mão. Revelou um interior escuro, tanto eu quanto Harry estávamos surpresos com aquilo. Com uma palma, todas as velas se acenderam.

Uma sala onde as laterais eram cobertas com penumbras, havia algumas cadeiras um pouco mal cuidadas, no centro do chão rústico, um circulo desenhado e em volta, escrituras de Deus sabe lá que língua seria aquela. A sala era alta, tinha pilastras de sustentação. Fazia o estilo religioso gótico. Como ainda o sol não batia naquela parte do castelo, ficava difícil a iluminação sem as velas. A sala, além de fria e sombria, tinha um cheiro forte. Dumbledore pediu que entrássemos sem demora.

Segurava minha varinha com as duas mãos. Perguntava aonde tinha me metido.

– Essa é minha sala particular de duelos, acho que todos os professores já treinaram aqui, principalmente antes de algum duelo, já que a sala de duelos de vocês, anda um pouco descuidada. – Meneou com a cabeça. – Vamos, entrem no círculo. – Fizemos o que disse.

No mesmo momento, ergueu os dois braços. Suas vestis prata descobriu suas mãos grandes e finas. Fechou os olhos por de trás dos óculos e começou a sussurrar alguma coisa que estava impossível de escutar. As letras em volta de nós, começaram a acender, logo começaram a subir e girarem em volta daquele círculo, só poderia ser um ritual satânico. Abaixou os braços, e as letras foram junto, apagando logo em seguida.

- Professor, o que foi isso? – Perguntou Harry. Um estranho vento surgiu, mas nenhumas das janelas estavam abertas.

- Apenas o reconhecimento de 'carne-nova' dentro do círculo de duelos. – Evitei pensar em rituais satânicos. Se acalme, Hermione, ele mesmo disse que vários professores já usaram essa sala, não é a toa que não temos um normal. – Hermione, ataque o Harry.

Meu cérebro demorou em interpretar esse pedido tão comum.

- ... O quê?!

De repente, senti como se meu corpo fosse lançado para trás e caísse fortemente do chão. Minha cabeça rolava e rodava, não via praticamente nada. Levantei-me me apoiando numa das pilastras com um discurso na ponta da língua para soltar para cima de Harry.

- Muito bom, Harry. – Disse o professor.

- Mas eu- - Comecei a dizer mas o moreno já lançou outro na minha direção. Gritei 'Protego' no mesmo momento. – Posso pelo menos terminar de- - Lançou outro e protegi novamente. – falar! – Gritei soltando um 'Expelliarmus!', fazendo com a varinha de Harry voasse longe.

- Isso mesmo, Hermione. – Dumbledore só sabia falar isso.

A dor do primeiro feitiço tinha voltado. Cambaleei para trás colocando uma das mãos na barriga mas fui advertida por Dumbledore.

- Cuidado para não saírem do círculo. – Quase tinha pisado fora da linha. – Quem sair, perderá.

- Estamos duelando de verdade?! – Perguntei assustada voltando ao centro.

- Você achava o que? Que te atacaria por bobeira...? – Harry disse num tom alto e irônico. Pegou sua varinha e ficou em guarda.

- Mas não é perigoso de mais, Professor? – Perguntei engolindo seco, não tirando os olhos de Harry.

- Perigoso seria os dois soltos por aí, sem um preparo adequado. – Cruzou os braços e cerrou as grossas e brancas sobrancelhas.

Harry olhava para mim compenetrado até de mais. Apertei a varinha e olhei para Dumbledore, nesse milésimo de segundo, Harry voltou a me atacar. Se não tivesse desviado a tempo, estaria fora do círculo.

Mandei três feitiços de ataque seguidos. O último, acabou escapando e pegando seu ombro. Escorregou e caiu com um dos joelhos ao chão. Percebi que tinha feito um grande estrago quando vi o estado que tinha ficado sua camisa. Mas Harry devolveu na mesma moeda que me rendeu um corte no antebraço esquerdo. Ao ver o dano, levei a mão enxugando a gota de sangue que tinha escorrido.

- Vamos, continuem. – Disse Dumbledore. – Que tal no escuro? – Olhamos instantaneamente para o velho e tudo ficou num breu só. – Podem continuar, apenas tomem cuidado para não pisarem fora da linha.

- Como podemos não pisar fora da linha se não a vemos?! – Perguntei completamente confusa e perdida. Um flash vermelho passou rente ao meu rosto disparando meu coração. Voltei a atacar do mesmo lugar que o flash tinha saído e ouvi um gemido de dor. Acertei em cheio.

Vamos dizer que ficamos tentando nos achar por mais de dez minutos. Estava completamente cansada, mas em compensação meus sentidos estavam muito mais aguçados. Encontrava Harry pelos barulhos que seus sapatos faziam no chão. Andava em passos lentos e muitos bem calculados. Qualquer ruído era motivo para um ataque.

Um barulho atrás de mim e me viro rapidamente já atacando. Meu coração disparou novamente quando uma mão pegou num dos meus braços e senti a varinha encostar no meu pescoço.

- Você perdeu. – Sussurrou no meu ouvido num pequeno sorriso no rosto.

- Nem pensar. – Lhe dei um chute e apontei a varinha para seu peito. Podia senti-lo tocando com uma das mãos e a ponta da varinha.

Subia e descia constantes vezes, estava molhado de suor e camisa parecia estar suja e um pouco rasgada.

- Você não tem coragem de me acertar. – Começou a dizer. Cadê Dumbledore nessas horas. – Você não me acertaria.

- Não duvide de mim. – Senti a ponta da sua varinha na minha barriga.

- Você que sabe, me ataca e eu te ataco, mas você pode se render e nenhum dos dois sairão daqui tão machucados.

- Vai pro inferno você e suas condições. – Dávamos voltas, sem desencostar a ponta das varinhas em nossos corpos. Minha mão ainda estava no seu peito e logo depois senti uma mão em meu braço machucado. Soltei um gemido me esquivando rapidamente.

- Está ferida? – Perguntou tentando segurar no braço de novo.

- Fica quieto senão terá que respirar por aparelhos. – Nossa, a coisa estava realmente séria.

- Vamos, desista logo. – Fazia aquela pressão moral.

- Desista você se tanto quer. – Também sabia jogar seu joguinho baixo.

Senti como se chegasse mais perto de mim. Encolhi meu braço ainda pressionando seu peito e ele a minha barriga. Ouvi sua respiração bem perto da minha, ofegante e cansada. A mão solta, pegou no meu queixo delicadamente. Com as pontas dos dedos, desceu pelo meu pescoço, até o primeiro botão da minha camisa que estava aberto. O suor escorria por todos os cantos possíveis do meu corpo. Passou pela gola da minha camisa e depois para o segundo botão.

Merlin, o professor estava ali! Eu continuava paralisada, sem poder fazer nada. Lentamente, fui afrouxando a pressão que fazia já que as minhas pernas tremiam e meu coração queria pular para fora do peito. Veio até perto do meu rosto e foi até meu ouvido.

- Não disse que ia desistir...? – Perguntou rindo. Gritou 'Estupefaça!' e eu fui lançada a mais de três metros dali batendo as costas contra o chão e caindo para fora do círculo.

Dumbledore bateu as palmas novamente e as velas acenderam, o sol já começou a fazer diferença batendo daquele lado do castelo. Olhei para o chão, estava salpicado de sangue, meu braço direito estava banhado dele; Harry tirou seus óculos quase quebrados e os concertou colocando sobre o nariz novamente.

Andou até mim e esticou a mão para que eu levantasse, mas eu era uma pessoa muito orgulhosa, então, levantei por conta própria, segurei no seu ombro e inclinei até seu ouvido.

- Isso é golpe baixo... – Sussurrei num sorriso malicioso.

- Só assim para você desistir. – No mesmo tom sarcástico com que eu disse a ele. Fomos até o professor que nos deu parabéns.

- Acho que teremos que chamar Papoula, vocês deram quase o máximo de si.

***


Já estava limpa de sangue e meu braço já estava enfaixado e devidamente curado. Olhei-me num dos espelhos majestosos da sala de Dumbledore e ajeitei meu cabelo o soltando. Já precisava de um banho. A enfermeira limpava o rosto de Harry fazendo curativo naquele corte grande que eu tinha feito.

Ela mandou que tomássemos poções estimulantes para que fiquemos ativos o dia inteiro e para que não sentirmos dores.

– Estão melhores?

- Acho que sim. – Soltou limpando sua boca e deixando os frascos em cima de uma das cadeiras.

- Viram como duelam melhor no escuro? Sem prever os movimentos do seu adversário?

- É muito pior, você não sabe onde está pisando. – Comentei indo até eles, cruzando os braços. A enfermeira já arrumara suas coisas e já tinha se despedindo saindo da sala.

- Está sendo guiada por sua razão, muitas vezes por intuição. – Suspirou. – Amanhã, temos mais um encontro, Harry.

- Está ensinando ele? – Perguntei.

Uma coisa me chamou atenção. Era um quadrado de vidro, me aproximei lentamente. Meus dois olhos se arregalaram. Era aquele pingente numa caixinha preta. Dumbledore o conseguiu, está exibindo como uma peça e nem deve saber a metade de sua história. Explicava os motivos de Harry estar tendo aulas e eu nem escutava.

Estava hipnotizada, tinha que tocar para ver se era verdade mas o vidro não deixava.

- Acho que está gostando. – Riu. – Oh, está impressionada com a beleza dessa peça, não é? – Agora, também tinha chamado a atenção de Harry.

- Professor, o senhor sabe o que é isso?

- O professor Slughorn ainda está se aprofundando nos estudos. Está querendo mesmo saber sobre isso, senhorita Hermione? – Concordei com a cabeça ainda olhando para o pingente. – Irei lhe contar uma história... – Fez um movimento com a sua varinha, na minha frente e na frente de Harry, passaram-se as cenas como se fosse um filme. Era fantástico.

Nas terras mais distantes de toda a província Francesa, nas épocas dos feudos, havia um grupo de alquimistas. Esses procuravam, além do elixir da vida, alguma coisa que lhe trouxessem paz, tranqüilidade, esperança.

Mas, um desses alquimistas, mais ambicioso do que os outros, começou a estudar como ter Orgulho e Oportunidade Farta. Mesmo com conselhos para deixar essa ambição de lado, ele começou a pesquisar. Perdeu quarenta anos de sua vida para apenas descobrir um dos seus objetivos, o orgulho. No leito de sua morte, deixou para seu filho tudo aquilo que tinha conquistado.

- Fique com todos meus estudos, todos meus ganhos, meu filho. Quero que continue com esse pensamento, ache a outra metade. – dizia antes de morrer. Seu filho, na época apenas treze anos, não pensava nisso. Não queria ser alquimista, queria ser camponês, queria fazer outras coisas.

Com a morte de seu pai, toda aquela província estava ameaçada. Todos os outros alquimistas tinham morrido. Pensavam que bruxos de outros condados poderiam vir e saquear tudo. Acabar com gerações de histórias. Então, esse filho continuou as pesquisas do seu pai.

Demorou trinta e cincos. Conseguiu. Fez a pedra perfeita, fez a pedra que um dia trará toda a felicidade que o mundo inteiro precisaria. Mas, decidiu não usá-la.

Era o amuleto da província. Depois de sua criação, a paz reinou naquele lugar. Nenhuma briga, nenhuma desavença, nenhum mau presságio. Tudo era atribuído à pedra. Aos cinqüenta anos, parecia que aquele filho, agora pai de três, começou a ficar dependente da pedra, não usando para todos, mas para si. Enriqueceu, comprou todas as terras, expulsos todos de lá.

Com a morte do homem, a pedra foi perdida, para nunca mais ser encontrada.


Que história linda, mas não contaria para meus filhos adormecerem.

- E como veio parar aqui, professor? – Perguntou Harry. Estremeci, me afastei daquele vidro e coloquei meu sobretudo.

- A professora Sibila está vendo em oráculos, bolas de cristais-

- Isso é ridículo. – Soltei para mim, mas ecoou pela sala, fazendo Dumbledore ficar em silêncio.

- Ridículo?

- Professor, o senhor está atribuindo a aparição de um objeto praticamente das trevas em Hogwarts a uma pessoa que nem sabe o que diz! Ficava predizendo a morte de todo mundo, nunca acertou uma de suas deduções.

- Não sabemos os resultados da pesquisa de Sibila, mas tudo que vier, será bem vindo. Como a senhorita mesmo disse: é um objeto praticamente das trevas. Temos que tomar o máximo de cuidado. – Andou pela sala. – Quero que essa conversa não saia dessa sala, quanto menos pessoas souberem, melhor. – Harry estava se vestindo. – A sineta para a próxima aula baterá em dez minutos, se correrem, pode dar tempo. Obrigada por sua participação, senhorita Hermione. – Sorri e saí da sala seguida por Harry. Não disse um apalavra enquanto estávamos descendo as escadas.

Meu braço já tinha parado de latejar. Ao descer o último degrau, acabamos nos esbarramos por pegar caminhos contrários. Queríamos passar, mas um ficava no caminho do outro como uma mera coincidência.

Olhou para mim e deu um pequeno sorriso pegando em um dos meus ombros e passando por mim.

Eu esperava que ele chamasse pelo meu nome, eu viraria e começava uma briga ali mesmo, mas não fez isso. Peguei meu caminho. Diminui a intensidade dos meus passos e, lentamente, me virei em direção daquele idiota que conseguia me deixar pior do que já estou. Não vi ninguém. Provavelmente, já estava longe dali. Continuei em meus passos acelerados até minha próxima aula.

***


As cinco e meia, segundo o relógio de David, saímos das aulas mais cansativas que já tive. Ao meu ver, parecia que aquela poção estimulante estava perdendo seu efeito. Meu corpo estava começando a ficar dolorido e uma crise de bocejos começou quando saímos para o jardim.

Nos sentamos numa das grandes pedras. Deitou sua cabeça no meu colo e eu me segurava para não fechar os olhos e tombar dali de cima. Acariciava lentamente seus cabelos desejando estar em seu lugar. O pequeno sol que ainda fazia estava começando a sumir no lago, quase anoitecendo.

Esses dias, a noite estava chegando mais rápido. As tochas foram acesas. Estava com meu olhar fixo no horizonte quando me assusto com uma sombra que apareceu por cima do meu ombro. Era Filth, mandou que fossemos para dentro e ameaçou que se nos pegar novamente lá fora depois das seis, irá nos colocar detenção o resto do ano.

Abraçados, fomos até as escadas principais. No meio de nosso caminho, Fibby se aproximava feito um tiro. Estava mais vermelha do que nunca e descabelada. Parou em nossa frente e cruzou os braços.

- David, o que a mãe disse?!

- Não enche, pirralha. – Colocou a mão na sua testa e a empurrou de lado. Me assustei com sua atitude.

- David, você não sabe do que ela é capaz. – Começou a jogar seu veneno. – Eu não confiaria nela.

- Mas eu estou com o seu irmão e não com você. – Disse rudemente, continuando a andar com ele.

- A mãe disse que chega de namoradas! Você está indo muito mal nas matérias! – Andava ao nosso lado, pisando duro.

- A mãe não disse nada disso. – Virou os olhos.

- Mas-

- Não está vendo que está sendo muito inconveniente? – Parou, se soltou de mim e olhou com os olhos mais profundos sobre Fibby. A morena ficou estática, apenas olhava incrédula para seu irmão. – Se não se importa, mana, eu tô indo. – Continuou a andar me pegando pelo o braço e me arrastando dali. Torci o pescoço para ver a sua cara de arrasada. Foi muito engraçado. – Desculpe minha irmã, ela não tem um filtro entre o cérebro e a boca. – Disse aborrecido que podia notar de longe.

- Tudo bem, não se preocupa. Ela é uma – Hesitei em terminar aquela frase. – irmã, tem que fazer o seu papel direito. – Sorriu. Por pouco, ele não descobre meu ódio mortal por toda aquela liga extraordinárias de frangas.

Imagina só, David descobrindo que eu consegui ferrar com a vida de sua irmã. E ela não foi a primeira e nem será a última.


Compartilhe!

anúncio

Comentários (0)

Não há comentários. Seja o primeiro!
Você precisa estar logado para comentar. Faça Login.