A Supremacia Serpente



Capítulo Vinte e Oito
A Supremacia Serpente


Aquelas semanas tinham voado. Já estávamos no meio de novembro, aquele mês tão sem nada em Hogwarts. É quando todos procuram aqueles enfeites bregas para já deixar tudo pronto para, na semana de natal – que seria daqui há mais de um mês – preparam tudo como aquele amor e carinho. Que coisa mais meiga. O inverno estava vindo para deixar qualquer um congelado se não se agasalhasse direito.

Numa semana dessas, recebi uma carta de Tonks. Enigmática como sempre:

Querida Hermione,

Como está? Soube que aquele ser orgulhoso e oportunista está visitando com freqüência o escritório do supremo. Acho que você já deve ter pensado naquela valoriza proposta. Ela pode mudar sua vida completamente de dois modos: se você não aceitar ou aceitar, mudará de qualquer jeito. Estamos tensos com a sua reposta! Nas férias de Natal, pode passar um dia aqui. Você, o Harry e o Ron. Será uma honra.

Carinhosamente, Ninfadora Tonks.

P.S: Responda logo, por favor. Moody e Lupin esperam 'calorosamente' sua carta.


Em resposta, mandei uma carta, breve e clara.

Queridos Tonks, Lupin e Moody,

Que bom que as notícias chegam rapidamente a Ordem... Eu estou ótima quando não fico pensando naquela valorizada proposta. A resposta continua sendo a mesma. Não quero saber das conseqüências. E sobre as férias de Natal, seria uma boa passarmos um dia aí. Estou ansiosa para que chegue logo para colocarmos os pingos nos is.

Carinhosamente, Hermione Granger.


Traduzindo: O colar apareceu novamente em Hogwarts.

Isso deixou todos os professores mais apreensivos do que antes. Alguns, até recorreram às forças ocultas para ver a razão desses aparecimentos e desaparecimentos. Soube quando entrei no escritório de Dumbledore para entregar o relatório de acompanhamento das rondas, já que tinha me esquecido de entregar na última reunião que teve.

Toda vez que pensava na história que roubar esse colar, sentia como a adrenalina caísse no meu sangue e me deixasse alucinada. Era terrível, completamente terrível. Mas, por trás de tudo, Tonks tinha lá suas razões.

Se eu não pegasse esse colar e talvez, devolvesse para ela para ficar guardado num lugar seguro, iam descobrir minha ligação com ele. E ainda por cima, vão descobrir que eu o usei. Isso é o pior de tudo que ninguém, absolutamente ninguém, pode descobrir.

Nessas semanas, também, não tive nenhum contato humano com Draco. Tivemos apenas uma troca de palavras quando descíamos os corredores juntos. Estávamos seguindo a risca aquela nossa greve, mas eu já necessitava de pelo menos, um de seus viciantes beijos. Como estava sem nenhum cara para apenas dizer "alguém me quer", estava um pouco carente de mais.

Fomos visitar Parvati, ela ainda estava muito mau naquela segunda pos baile, mas depois de alguns dias, voltamos a visitá-la e disse que estava melhor. Mas não conseguia fazer associações básicas. Era um mês de recuperação. Conseguiu ficar totalmente debilitada.

Fibby pagou com detenções o ano inteiro. Todos queriam expulsão, mas Dumbledore disse que ela teve seus motivos. Motivos que era para me atingir. Nem Gina nem Jane falavam mais com ela. Ernesto tentava fingir que não a conhecia. Está sem amigos, alguns dizem que a viram com os nerds do Corvinal, aqueles que assoam nariz e olham o resultado. Depois de alguns dias, David veio conversar comigo, e eu expliquei mais uma vez que com essa família, não queria nenhum outro vínculo.

Mudei as minhas aulas vespertinas, pegando coisas mais agradáveis ao meu ver. Voltei a conversar com Kim e Verônica que tinham me julgado indevidamente, elas pediram desculpas e falaram que foram idiotas e tudo mais. Era verdade. McLaggen não estava com Kim, nunca esteve. Deena e Ron ficaram muito mais amigos e eu sei que a garota está tendo uma paixão avassaladora pelo moleque, eu sei disso, dá pra perceber.

Recebi mais oito bilhetes assustadores. Estava quase indo a McGonagall, aí talvez aquele idiota do Belby se toque que isso já é perseguição. Pelo que dizem, Draco e Luna ainda estão "juntos". O relacionamento mais duradouro de Draco Malfoy, coisa que só me deixava ainda mais p. da vida. Estava tentando fazer de tudo para me deixar nervosa e enciumada; Apenas a beijava quando via que eu estava olhando. Um dia desses, quase pulei em seu pescoço como um animal feroz.

Ninguém entende o que a loira faz com ele, nem Harry, muito menos Ron. Ouvi dizer que Gina acha que ele a enfeitiçou, mas eu sei que não pode ser verdade. Luna fica boba quando está perto dele, queria ter uma conversa descente com Malfoy pra ver o que ele está fazendo com aquela garota que até uns tempos, era apenas mais uma idiota do sexto ano que mal sabia se vestir.

Bom, eles que se entendam.

Era uma quarta feira. Uma quarta feira aparentemente comum. Estava discutindo, na hora do almoço, quem ficaria com o último pedaço de bolo de neve e menta. Eu, Kim e Deena. Verônica observava tudo apenas rindo. Tudo bem, eu tenho que revelar esse lado criança que consegue até discutir por um insignificante pedaço de bolo.

- Tá! A Nica escolhe! – Verônica arregalou os olhos e apontou para o próprio peito. – É, você mesmo! – Confirmou Kim.

- Mas – Riu. – mas serão vocês que irão comer, não eu!

- Mas você tá fora, então, decida! – Disse rapidamente. Verônica colocou uma das mãos no queixo e olhou para cada uma de nós.

- A Deena. – Respondeu. A loira vibrou e pegou o pedaço para si.

- Injustiça! – Dissemos juntas, as derrotadas pelo pedaço de um bolo.

- Vocês pediram para eu escolher, então, eu decidi. – Deena comia feliz e agradecia Verônica. – Gente, é um bolo, sem revoltas, OK? – Resmungamos e nos contentamos com aqueles bolinhos sem gosto.

Depois de minhas aulas vespertinas, resolvi dar uma volta geral pelos corredores. Talvez, encontrasse alguém que valesse a pena para ficar conversando por alguns momentos.

Num dos corredores, no andar das salas mais importantes de Hogwarts, encontro um aluno totalmente desequilibrado andando pelos corredores carregando mais livros que podia carregar, rolos de pergaminhos e mapas. Ia cair. Não foi para menos. Foi ao chão, fazendo as coisas irem até o meu pé. Era o Belby. Virei os olhos e me abaixei para pegar os rolos que tinham ido até mim.

- Cara, quantas vezes eu te disse pra não carregar tanta coisa assim?! – Levantou-se arrumando seu uniforme e num meio sorriso no rosto. Lhe entreguei os rolos que agradeceu, se desculpando. – Não foi nada. Para onde está levando tudo isso? A biblioteca fica pra lá. – Apontei para trás dele.

- Era para a sala de Dumbledore, são os livros e os mapas que ele pediu. – Pisquei em compreensão.

- Você – limpei a garganta. – leva essas coisas para Dumbledore?

- É. – Começou a juntar as coisas. – Sou um faz tudo nessa escola.

- E – Hesitei em perguntar, olhando para ele. - 'ce tem passe livre pra entrar a hora que quiser lá? – Concordou ainda abaixado.

Parecia que tinha sido a luz da minha escuridão. A fórmula para minha questão. O milho pra minha pamonha (Sinceramente, estou andando muito com Antonio).

Dei leves piscadas e abri um leve sorriso malicioso. Despedi-me, pedindo mais cuidado e peguei a outra direção. Não, Hermione! Você está pensando em roubo. Roubo, roubo, roubo! É totalmente antitético. Se alguém descobrir, eu irei do apogeu às ruínas da Grécia antiga em um piscar de olhos! Mas, se o Belby pegar para mim eu não... Lá vem você com esses pensamentos maléficos! Ocupe sua mente com outra coisa.

Virei num dos corredores que davam acesso às escadas principais quando vejo Draco e Luna caminhando na minha direção, ele segurava seus livros e ela estava com aquele sorriso largo e bobo. Que cena mais ridícula. Aqueles dois eram ridículos, nada irá mudar isso. Fingi que não conhecia nenhum dos dois e passei com a cara amarrada. Inferno. Será que não posso nem piscar os olhos que todos começam a conspirar contra mim?!

Se não ocupava minha mente com essas coisas idiotas que me tiravam do sério, eu ia cair de novo na tentação do roubo do colar. Vamos lá, Hermione, um roubo é o melhor jeito de começar a preencher sua ficha criminal. Posso alegar insanidade. Fiquei totalmente louca desde a morte dos meus pais, por que não? Tá, tudo bem, devaneios idiotas saiam da minha mente agora. Conversando com meu inconsciente, fui até meu quarto e ali fiquei até a hora do jantar.

Eram sete e meia da noite quando desci para o jantar. Ao descer o último degrau da escada, encontrei com Malfoy – assim que o chamarei daqui para frente se continuar com essa putaria – subindo. Abaixei meu olhar, mas ele pegou em meu pulso depois de ter passado por mim despercebido.

- Nem cumprimenta mais? – Não o olhei, apenas soltei meu pulso e continuei a andar.

Com aquele seu jeito delicado, pegou novamente em meu pulso e me arrastou escada a cima. Pedia para me soltar a todo custo, mas não fez. Abriu a porta de seu quarto e me jogou lá dentro como se fosse um mero objeto.

- Seu idiota! – Soltei indo para cima dele, que já tinha fechado a porta. Pensei em esmurrá-lo, mas já tinha segurado nos meus pulsos antes que fizesse qualquer ação. – Me solta! – Ordenei.

- Está fazendo papel de patética, sabia? – Perguntou com aqueles olhos diferentes, num tom um pouco mais agressivo e com a força concentrada em meus pulsos. – Desvia o olhar quando passo por você, não me cumprimenta mais, não quer mais saber de ouvir no meu nome... O que está dando em você?! – Perguntou instantaneamente depois dessa analogia.

- Me solta. – pedi num tom grosso.

- É a Luna? – Não respondi, apenas fiquei olhando para seus olhos querendo matá-lo ali. – Sabia que era ela... – Começou a dar uma risada óbvia.

- Não é a Luna! Para mim, ela aqui grudada a você, ela lá longe não faz a mínima diferença! É apenas a sua cara de pau de sempre que estou perto, fingir que não estou ali e começarem a se comer na minha frente! – Ele negou com a cabeça respirando em reprovação. - E não foi apenas uma vez! Foram várias!

- Se você está pensando que isso é algum tipo de provocação, está enganada.

- Acho que estou coberta de razão. – Cortei suas asas ali. Soltou meus pulsos que já estavam latejando, os massageei sem olhá-lo. – Me diz que isso que eu disse, é uma mentira escabrosa? – Não respondeu. – Foi o que eu pensei.

Fui até a porta e coloquei a mão na maçaneta. Virei-me para dizer mais algumas verdades a ele, mas fui surpreendida com um beijo, com sua boca encostando a minha e começando aquela dança de línguas.

Pegou-me totalmente sem esperar e fiquei sem reação a não ser corresponder o mais profundo possível. Ele pegou a varinha de dentro do bolso de sua calça jeans incrivelmente cara e trancou a porta. A varinha foi lançada em qualquer lugar. Minhas mãos foram no seu cabelo desmanchando todo aquele gel pastoso, sabia que aquele cheiro maravilhoso não ia sair das minhas mãos tão cedo assim.

Comecei a dar passos para frente, fazendo ele dar seus passos para trás. Um único destino: a cama. A coisa mais macia que poderia nos acalentar naquele momento de desespero. Eram mais de três semanas sem se quer um beijinho de como vai.

Estávamos completamente necessitados daquele calor imenso. O derrubei na cama e subi lentamente e sensualmente sobre si, num sorriso sarcástico. Ergui uma das sobrancelhas e tirei minha jaqueta relevando minha blusinha curta de renda que tinha por baixo. Draco virou seu corpo em cima de meu com uma força e uma habilidade digno daqueles que jogam Quadribol. Tirou sua blusa de lã verde musgo e revelou uma camiseta um pouco colada ao corpo valorizando seus músculos bem definidos. Passei a mão no seu peito enquanto me dava mais um daqueles beijos.

Uma coisa passou pela minha cabeça: se Luna já tivesse chegado nos finalmente com Draco, o que eu estava esperando para também chegar nesse patamar tão desejado? Coragem? É, coragem depois encarar os fatos, ou melhor, encarar ele.

Porque eu sei que nada aconteceu de tão extraordinário porque eu não quis, se dependesse dele, nem queria ver. Beijava meu pescoço lentamente, passou a mão pela minha perna e subiu pela minha barriga e passou a mão por debaixo da blusa que seria um pouco colada de mais. Tinha reparado que ele nem tinha feito a barba direito, aquele ia me deixar com os lábios ardendo.

Passou da minha boca para minha orelha e depois voltou de onde tinha saído. Agora, estava em cima dele. Passei a mão pelos seus cabelos e lhe mordi os lábios. Parecia que estava mesmo disposto a tudo. Luna não deve dar todo aquele amor que ele tanto gostava. Minhas mãos desceram de sua nuca para sua cintura, ergui sua blusa e abri seu cinto. Ele erguia minha blusa tão delicadamente que nem sentia. Cansada de esperar, arranquei a blusa e logo ele se virou novamente em cima de mim.

Ah, não. O que eu estava fazendo?! Pai, se você estiver vendo qualquer coisa aí em cima, me desculpe, eu pequei, ou melhor, quase pequei, porque pararíamos por aí.

- Draco... – Sussurrei enquanto ele beijava meu colo e descia pela minha barriga. – Draco! – O chamei mais uma vez. Voltou para cima e me deu um beijo. – Vamos parar, OK? – Parou tudo que estava fazendo e soltou o ar que prendia. Lentamente, o empurrei de cima de mim e peguei minha blusa que estava quase caindo da cama. – Não seria legal, eu nem estou preparada para isso... – Soltei um pouco envergonhada.

- Posso perguntar uma coisa? – Coloquei minha blusa. Ele se sentou numa das poltronas, apoiou o queixo numa das mãos apoiadas nos encostos de braço, o anel verde do seu dedo mínimo estava dando um grande destaque na roupa comum que usava. Fechou a calça e se apoiou nos joelhos.

- Pode. – Peguei minha jaqueta.

- Você ainda é virgem? – Levemente, corei.

Pensei que um dia, um cara perguntaria isso pra mim e eu correria enfiando a cara no primeiro buraco que eu visse, mesmo que fosse o do vaso sanitário. Engoli e me sentei a sua frente.

- Algum problema se eu for? – Negou com a cabeça.

- Pensei que com esses namorados aí, já tivesse rolado de tudo no seu quarto. – O olhei com desdém.

- Ah, é assim que você pensa, Draco? – Perguntei rindo.

- Me baseio no que acontece no meu quarto. – Virei os olhos e cruzei as pernas me afundando mais nos sofás.

- Lógico, que garota não conhece o quarto de Draco Malfoy e sai daqui completamente mudada? – Eu ri.

- A Luna. – Parei de rir.

- Vocês nunca-

- Nunca. Pensou que já? – Ele riu. – Nada, a Luna é certinha de mais.

- Entendi porque você ainda está com ela. – Soltei num tom adivinhador.

- Não, não é por isso que eu estou com ela, Senhorita Granger. – Divertido. – Tô com ela só pra – riu. – acho que se eu contar estragaria a graça.

- Ah, conta! – Pedi me levantando e sentando no seu colo.

- Não, não vou contar. – Colocou uma das mãos na minha cintura e a outra nas minhas pernas.

- É bom você contar, Malfoy. – Disse num tom ameaçador.

- Estou com ela pra fazer ciúmes em você. – Por um momento, o olhei como se não tivesse entendido, depois comecei a rir feito louca, quase caindo de seu colo. – Era pra você achar graça...? – Ri mais um pouco.

- Idiota! – Lhe dei um tapa no seu peito. – Desgraçado! Você sabe quantas noites de sono eu perdi chorando por sua causa?! – Falei merda. – Quer dizer-

- Hermione, não tenta arrumar o que você disse. O que falou, tá falado. E pelo que eu escutei: andou perdendo algumas lágrimas pelo reles mortal aqui? – Ele riu mas eu estava séria e estática.

- Esquece, OK?

- Nem pensar! – Levantou-se e me pegou no colo.

- Draco Malfoy! Coloque-me no chão agora! – Pedi quase rindo. Dava voltas e eu pedia para parar. Acabamos caindo na cama de novo. Caiu sobre mim, ele pegou a minha mão que tinha parado em cima do meu peito e viu que o anel que tinha dado ainda estava lá.

- Olha, tá usando.

- E se você não sair de cima de mim, pode tê-lo de volta rapidinho. – Obedeceu me ajudando a levantar. – Eu tenho que ir para o jantar agora, todas minhas estão me esperando. – Fiquei de frente para ele.

- É, eu também. – Me deu um rápido beijo e depois outro, e aquele beijo se prolongou, se prolongou até estarmos de novo na cama. Tinha um imã naquela cama que me atraia como se fosse um clipe. Levantei-me pedindo uma trégua de dois minutos.

- Tá, vamos antes que fiquemos sem jantar. – Saímos em passos silenciosos. Ao descermos o último degrau, encontramos com Ron que me cumprimentou e olhou com Draco com uma profundidade de ódio sem tamanho.

- O que você está fazendo com ele? – Perguntou sem tirar os olhos dele.

- Eu não estou com ele, Ron, eu apenas tive a infelicidade de sair do quarto e encontrar com essa alma pálida também descendo as escadas. – Draco também olhava para Ron como quem queria acabar com a raça Weasley. – Pare, Ron. – Pedi me colocando a sua frente e olhando nos seus olhos.

- Até mais tarde, Hermione. – Disse saindo esbarrando no ombro de Draco. Olhei para Draco virando os olhos. Durante alguns metros, não trocamos uma palavra se quer.

- O Weasley me odeia, não é?

- Você ainda tem dúvidas?! – Perguntei num tom engraçado. – Mas não fique arrumando briga nos corredores, de encrencada aqui, já basto eu.

- Está encrencada com o quê? – Hoje é o dia para falar merda.

- Revelei a você que eu ainda sou virgem! Olha como eu estou encrencada! – Ótimo, falei mais merda ainda.

- Tá, Hermione, OK. – Fingiu acreditar. Perto do Salão Comunal, nos separamos naquela desculpa de "se alguém nos ver juntos, o que pensarão?!?".

Ao entrar, Kim acenou e logo me sentei ao lado de Deena e a frente de Verônica e dela. O jantar num clima um pouco tenso, não só aqui, mas como em todos os cantos. Ninguém conversava direito, alguns até quietos de mais.

- Vocês não tão achando estranho- – Comecei a dizer mais Kim pediu silêncio. – O que tá- – Me interrompeu de novo. – Dá pra me dizerem o que está acontecendo aqui?! – Quase gritei chamando a atenção de todos. O Salão ficou em silêncio justamente na hora que soltei essa pergunta.

- Você chegou um pouco atrasada, acho que não teve tempo de ficar ouvindo o sermão. – Disse Deena. Mirei meu olhar na cadeira de Dumbledore, estava vazia. Mirei meu olhar na cadeira de McGonagall, também estava vazia. Meu sangue começou a correr muito mais rápido, engoli seco, muito seco, quase trincando minha garganta. – Snape está como-

- Diretor Substituto. – Soltei olhando aquele ser comendo num jeito um civilizado e frio, jogando olhares mortais no salão inteiro.

- Cara, ele disse que durante essas duas semanas que-

- Duas semanas?! – Quase gritei novamente levando as duas mãos a boca.

- Dá pra falar baixo, cacete?! – Perguntou Kim num sussurro berrante.

- Ele disse que durantes essas duas semanas que Dumbledore e Minerva estarão fora, ele comandará essa escola como nunca foi comandada. – Completou Verônica.

- Imagino como ele irá comandar: escorraçando grifinórios e vangloriando sonserinos. – Comentei a mim mesma.

Parecia que uma música maléfica, dedilhada num piano, estava tocando de fundo, apenas em minha mente.

A cena passava em minha cabeça: Grifinória com quase nenhum ponto nas ampulhetas, deteriorando em cima dos livros para estudar para as provas consecutivas, sofrendo perseguições apenas porque deu uma risada pelos corredores, enquanto os sonserinos maltratam alunos dos primeiro e segundo ano, fazem o que bem entende e sempre se salvam das broncas e punições mais severas. Estamos vivendo numa democracia! Não podemos chegar a esse ponto, de jeito nenhum.

Não irei dar uma de democrata assídua de grupos de revolta contra o governo da ditadura, mas situações desesperadas, pedem medidas desesperadas. Esse sempre será meu lema, até que um dia eu não possa respirar para dizer essas poucas palavras que dizem absurdamente tudo.

Ao vê-lo comendo, o comparei a um predador de primeira classe, apreciava uma deliciosa carne humana que teria matado com suas próprias mãos depois de uma série de torturas.

Estávamos na mão do ditador, ele que irá ditar as novas regras desse lugar que, provavelmente, faria uma prisão. Uma prisão para jovens problemáticos; Lógico que isso não incluiria a sua linda Sonserina. Como para tudo tem seu começo, nosso caso de ódio – agora, refiro a mim mesma e Snape – começou aquele dia que me expulsou da sala e eu prometi a mim que teria volta. Mas irá ter volta, nunca esqueci dessa possibilidade, mas agora como Dumbledore e Minerva longe, as coisas podem fluir de uma maneira nada agradável para um dos lados. É assim: ou eu acabo com ele, ou eu que acabo me ferrando.

Ao terminar o jantar, Snape se levantou e foi ao lugar de Dumbledore. Pediu, ao começar o jantar, que ninguém saísse sem suas ordens. Começou a dizer e todos os monitores caíram nos ombros. Uma coisa incomum, pediu para que cada um acompanhasse o primeiro e segundo ano de sua casa.

Procurei Ron pela mesa que estava xingando tudo e todos. Sabíamos muito bem que a essa altura do ano, não precisávamos mais acompanhar os primeiros anos até seus quartos, mas parecia que Snape era cabeça fechada e não acreditava na capacidade de discernimento de corredores por essas pobres crianças.

Pobre de nós que sabe como acompanhar pirralhos é um pé no saco. Eles ficavam fazendo perguntas idiotas e muitas vezes confabulando coisas sem noção para te passar a perna e te deixar alguns dias na enfermaria. Com a permissão do 'todo poderoso', fui ao encontro de Ron.

- Cretino, ele faz isso porque não é ele que vai ter que acompanhar os babões até seus quartos! – Soltou Ron indo contra todo o fluxo dos outros anos que saiam pela porta principal.

- Deixa ele comigo, Ron, deixa ele comigo. – Era o dia de falar merda, esqueceram?! Tinha que terminar falando mais ainda.

- Você fica com o primeiro. – Queria protestar mas já tinha tomado a frente do segundo. – Segundo ano! Sigam o tio, aqui! – Apontou para si mesmo.

- Oh, tio, olha só esse livro! – Um pequeno menino do segundo ano perguntou, acho que nome dele seria James ou Jack, não sei. Ron se inclinou para ver o livro fechado nas mãos do pequeno garoto, quando abriu, uma mão saiu de dentro assustando Ron por completo. – É isso aí, otário! – Todos riram. Ron me olhou completamente abismado, eu apenas ri.

- Primeiro ano! Comigo. – O primeiro ano era um pouco comportado comparado ao segundo. – Para quem não me conhece, sou Hermione Granger, monitora da Grifinória! Agora, vamos andando depressa que eu ainda tenho muita coisa que fazer! – Fomos em passos rápidos.

Sempre tinha os gordinhos sedentários que não mexiam uma pena para andar um pouco além do normal. Uma menina com os cachos loiros bem rebeldes, parou ao meu lado e começou a puxar conversa. Eu dava respostas monossilábicas, era fácil responder quantos anos eu tinha e tudo mais.

- Foi você que namorou um monte de caras, não é? – Arregalei os olhos para a loirinha.

- E o que te interessa, pirralha?! – Respondi achando um absurdo que até o primeiro ano comente isso.

- Pirralha é você! Dispensou caras com Miguel Córner, Ernesto MacMillan e David Scott! – Meu queixo caiu.

- Ô, pirralha, escuta aqui. – Parei a sua frente e peguei em seus braços, querendo quebrá-los com minha força. Tinha que me inclinar para olhar nos seus olhos. – A vida é minha e não é uma garotinha do primeiro ano que nem deve saber o que é a palavra "namoro" que vai me fazer rever qualquer conceito passado, ouviu bem?! – Estava num tom assustador. Todos os outros alunos pararam e me olhavam assustados. A soltei e continuei andando. – Vão ficar parados aí? Sabiam que o Nick-Quase-Sem-Cabeça tem um cachorro de verdade? Ele fica vagando pelos corredores à noite, tem dentes afiadíssimos – Dei alguns passos para frente, ainda inclinada com as mãos erguidas e uma cara maligna. – quando sente cheiro de carne nova, ele sai à caça... Chama-se Carniça e ele gosta de morder todos vocês! - Fez uma careta e um grunhido esquisito batendo os pés, coloquei todos para correr. Passaram por mim desesperados e logo entrando no quarto da Mulher Gorda. Ao ver o quadro se fechando, comecei a rir.

Ouvi palmas. Virei-me assustada e já sacando a varinha.

- Anda muito assustada, Granger. – Disse aquela voz sombria. Abaixei a varinha no mesmo momento em que vi seu rosto surgir da penumbra.

- Com licença, professor. – Passei rapidamente por ele, Snape, que não tinha a mínima idéia como ele tinha me seguido.

- Espere. – Ordenou. Parei e voltei a olhá-lo. – Não ameace mais os alunos, ouviu bem?

- Sim, senhor.

- E não tente nada esses dias, estou de olho em você. – Pegou um caminho diferente do meu.

Voltei para meu caminho.

Snape estava mesmo muito mais esperto do que antes, eu sabia que agora, tinha que tomar mais cuidado com meus atos. O escritório de Dumbledore estaria vazio durante essas duas semanas. Se eu tiver que fazer alguma coisa, que seja nesse meio tempo que tenho. Mas para isso, eu tenho que ter a senha e o único acessível que tem, seria o Belby.

Só sei que essas serpentes, Malfoy e Snape, ainda me darão muito trabalho.

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