Casais Imperfeitos



Capítulo Vinte e Dois
Casais Imperfeitos


Não consegui pregar os olhos um minuto. Pensava naquele colar como se fosse a última coisa do mundo. Tomei banhos, tentei ler qualquer coisa chata, contava carneiros, mas não conseguia. Nunca fiquei tão preocupada assim a ponto de ficar paranóica com o mínimo barulho. Não conseguia para de pensar, era fato e já estava me cansando.

Coloquei meu uniforme lentamente, me observando no espelho. Estava achando que tinha algo de muito – como era a palavra?! – comum em mim. Passei a mão nos cabelos, não era. Minhas unhas, novo esmalte. Talvez seria essa mesmice de uniforme brega. Onde já se viu, usarem saias até os joelhos?! Francamente (Bem que nunca reclamei...). Peguei minha varinha.

Antes, no começo do ano, tinha encurtado dois dedos, agora, foram-se quatro. Estava na metade da coxa. A meia calça era de uso obrigatório, uma coisa totalmente fora de debate. Ajustei minha camisa para que ficasse mais justa ao meu corpo, a gravata sempre mais larga. Abri a janela do quarto e vi que estava fazendo um sol fora de estação.

Apenas peguei meu sobretudo caso algum professore implicasse. Sai do quarto pegando bolsa e livros. Terminava de colocar meus brincos de argolas com dificuldade por estar segurando tudo e mais um pouco. Senti-me como se o chão fosse pouco, quase caí das escadas senão fosse a mão de Ron segurar nas minhas costas e no meu ombro.

- Vai com calma, garota. – Pegou alguns livros da minha mão.

- Oh, obrigada, Ron. Se não fosse por você, eu certamente-

- Rolaria escada abaixo, agradeça ao seu ruivo aqui. – Gabou-se rindo.

- Muito obrigada mesmo, Ron. – Sorri.

- Tamos aí pra isso. – Rimos. – É hoje!

- 'É hoje' o quê? – Eu sabia que não devia ter perguntado naquele sorriso largo.

- Hoje eu convido a Luna para esse baile! – Sorriu ainda mais.

Parecia que meu mundo estava começando a tremer, o ar estava rarefeito e um calor estava começando a surgir do nada.

- Mas vocês já estão bem? – Perguntei com receio da resposta.

- Bem? – Perguntou confuso.

- É- - Limpei a garganta. – Bem.

- Não. – Soltei o ar aliviada. – Ainda não, mas eu irei convidá-la para o baile e ela não poderá dizer não! – Riu.

Parecia que agora sim, meu mundo estava entrando em colisão com todos os planetas existentes. Um forte aperto no coração, tomou conta de do meu peito.

– Hoje, hoje, hoje... Até que essa reconciliação será rápida! – Imaginava feito uma criança, mal sabia do destino de Luna.

Faltava apenas a escada principal para chegarmos, finalmente, ao Salão Comunal, quando David passa a nossa frente, como se não tivesse me visto, mas estava redondamente enganada. Voltou e me deu um beijo, fitando Ron como se quisesse matá-lo ali.

- Com licença. – Pegou os livros da mão de Ron, num sorriso sarcástico. – Eu a ajudo, obrigada.

- Qualquer coisa, Hermione, grita.

- Obrigada, Ron. – O ruivo, vermelho que só vendo, saiu de cabeça baixa, entrando no Salão Comunal como um tiro.

- Avisasse que eu viria correndo e carregava quantos livros você quisesse. – Sorriu me dando um beijo. Eu não resisto a aquele sorriso.

- Ron estava lá do lado. Não se preocupe, não passamos de bons amigos. – Sorri passando a mão por debaixo de seu queixo.

- Que tal depois das nossas aulas vespertinas, darmos uma volta no lago? – Entrelaçou seus dedos nos meus e nos dirigimos até a saída.

- OK, eu vou adorar.

Hermione, você estava se comportando feio uma boba apaixonada. Pelo amor de Merlin, não se apaixone por mais ninguém, sua vida está uma confusão só e não quer mais um integrante assíduo em seus pensamentos.

Ao entrarmos, nos despedimos. Ele ia sentar com seus amigos, e eu com as minhas. Ao me aproximar da mesa, Kim deixou seu queixo cair assim como Deena que levou as duas mãos a boca.

- Onde está sua saia, garota?! – Perguntou se espantando com o tamanho.

- Ah, gente. Por favor, né. – Me sentei deixando minhas coisas ao meu lado.

- Deixa McGonagall ver isso. – Comentou Verônica lendo um livro.

- Por que? O que ela irá fazer? – Me servi de suco e de torradas com geléia.

- A última menina que ela pegou num tamanho de saia como esse, mandou que usasse calças. – Dei uma pequena risada.

- Eu me acerto com ela.

Parvati se aproximou da mesa num largo sorriso. Sentou-se ao meu lado tendo um ataque de histeria.

- Ele me convidou! Ele me convidou! – Repetiu mais algumas vezes, respirou aliviada depois de quase ficar sem ar. – Eu não acredito!

- Quem te convidou, Parvati? – Perguntou Deena, ajeitando os óculos no rosto.

- Antonio Goldstein! – Não me contive e comecei a rir. – O que foi? – Disse sem aquele sorriso.

- Nada, meus parabéns. – Ria não por ela, mas sim por ele.

Na última conversa continua, disse-me que não ia a esse baile e achava a coisa mais ridícula do mundo. Agora, vejam só: Está amarrado a Parvati Patil.

- Ótimo. Não tem como não sermos escolhidas! Olhem só: Eu com McLaggen, a Parvati com o Goldstein, a Hermione com o Scott, a Verônica com o MacMillan e a Deena- – Todas nós olhamos para Deena que abaixou seu olhar no mesmo momento. – E você, vai com quem?

- Eu não vou. – Tentou sorrir para disfarçar.

- Como não vai? Pelo menos dê seu nome!

- Não, eu não gosto de festas, vocês sabem bem disso. Vamos mudar de assunto, gente? – Tentava rir, mas não convencia nenhuma de nós.

- Ninguém te convidou? – Olhou com uma expressão de velório sobre mim. Não deveria ter feito essa pergunta.

- Não. – Abaixou o olhar e tomou num gole só seu leite. – Esqueçam, eu não queria ir mesmo.

- Ah, Deena. Não fica assim. – Disse Verônica confortando a amiga. Ouviram risadas altas e gritos. Olharam para o lado e vimos Miguel Córner quase sugando Jane literalmente. – Aqueles dois já voltaram?

- Eles se merecem. – Soltei com um extremo mau humor.

- Falou então...!

***


Tinha em mãos, o meu nome e de David num pedaço de pergaminho um pouco amassada. Passei por todos os corredores em passos rápidos, estava quase perdendo meu almoço. Entrei na sua sala e vi que Harry e Gina estavam a sua mesa, pensei em voltar outra hora, mas seria o momento perfeito.

- Oh, pode se aproximar, senhorita Granger! – Disse McGonagall na sua incrível visão. Tanto Gina, quanto Harry, viraram suas cabeças para mim. Fiquei ao lado deles, McGonagall terminara de assinar num grande livro os nomes deles. Parecia um contrato de casamento ou algo parecido. Falou que colocasse o nome dentro de uma caixa roxa e assim o fez. – Vou aproveitar e passar a regra para os três. – Pegou o papel da minha mão e leu. – Avise o sr. Scott, ok? – Gina soltou uma respiração fina e deixou seu queixo cair. – Nesse papel, estão as dez regras a serem seguidas. Alguma das mais importantes, eu vou ler para que fique bem claro: "Para total segurança de todos os alunos presentes no dia, deverão seguir o esquema de horários para ida e para a volta, rigorosamente." Alguma dúvida? – negamos com a cabeça. – "O professor responsável por sua casa – no caso, eu – deverá ser comunicado de qualquer problema que aja no local." "Não deverão sair do Ministério da Magia por hipótese alguma, se, por acaso, algum aluno desobedecer a essa regra, terá suas conseqüências ao retorno a sua escola." "Não consumir exageradamente bebidas alcoólicas e nem comidas muito fortes. Assim, não podendo também o uso de sua varinha que ficará retida a escola até o retorno." Essas, são as mais importantes. Quero que fique bem claro que mas também, a Grifinória, então, se comportem como os tais. – Concordamos com a cabeça. – Como a senhorita é do sexto ano, senhorita Weasley, peço que mande uma coruja aos seus pais pedindo autorização. – Vi a expressão de indignação de Gina. – Já vocês do sétimo, não precisam. – Coloque aqui o nome do casal, senhorita Granger. – Assim fiz. – Podem ir. – Entregou uma cópia das regras a mais para mim, para entregar para David. Ao sairmos da sala, Gina fez questão de fazer algum comentário, como sempre de mau gosto.

- Tem certeza que irá com o Scott? – Apenas sorri maliciosamente.

- Vou sim. Pode avisar sua amiguinha Fibby, ela sabe que comigo, ela não deve nem pensar em mexer. – Harry evitava prestar atenção em nós, mas era inevitável.

- Está muito confiante, Hermione, o que está subindo sua cabeça? Só porque agora você está um pouco mais popular do que antes, acha que pode tudo?

- Eu não acho, eu tenho certeza.

- E você tem certeza, então, que será escolhida? – Cruzou os braços. Harry virou os olhos e preferiu olhar para o outro lado.

- Não sei. Mas eu acho que você deve estar realmente muito feliz, será escolhida a custa do Harry! Porque todo mundo sabe que Harry Potter é escolhido para tudo! Seja para bem – Mirou seu olhar em mim. – ou para o mal. – Virei-me e tomei meu rumo. Não esperei uma resposta.

Passei em frente a biblioteca quando senti alguma coisa pegar em meu ombro e começar a acelerar o passo em arrastando junto. Era Ron, estava mais vermelho do que nunca, estava completamente nervoso, mas não precisava descontar isso no meu pobre braço.

- Heey! Pára, Ron! – Pedi me soltando bruscamente. – Vai com calma.

- CALMA?! CALMA?! ACHO QUE A ÚLTIMA COISA QUE EU VOU QUERER VER NA MINHA FRENTE, É CALMA! – Estava um poço de estresse, todos estavam olhando.

- Vamos para um lugar mais reservado, por favor. – O arrastei para as escadas que dão acesso a torre de Adivinhação. Aquele cantinho, em baixo das escadas principais, era perfeito. – Apenas não grite porque eu estou na sua frente. O que aconteceu?

- EU NÃO POSSO- – Pedi que abaixasse o tom. – acreditar nisso. – Disse as últimas palavras completamente atordoado.

- No que você não pode acreditar? – Parecia ainda mais atordoado. Apoiou-se na parede e deslizou-se até o chão. Apertava os olhos com as palmas das mãos.

- A Luna vai com outro. – Queria dizer "me conte alguma novidade", mas me contive.

- Oh, Ron... – Me abaixei ao seu lado colocando a mão no seu ombro.

- E ela- – Seus olhos se encheram de lágrimas. – não quer me dizer quem é o desgraçado! – Acho que você nem vai querer saber.

- Eu acho que eu também não falaria. – Comentei.

- Hermione, não tá ajudando. – Me desculpei. – Eu fui, eu falei tudo que eu estava sentindo! Ela esperou eu fazer um puta papel de palhaço na frente dos meus amigos e ela diz "alguém já me chamou e eu aceitei, me desculpe!", francamente! – Estava aborrecido ao extremo. – Com certeza, não será escolhida! Quem irá escolher Luna Lovegood?! – Perguntou a si mesmo.

- Mas você nem tem suspeitas de quem seria o cara? – Negou. – Paciência, Ron. Você quer ir a esse baile?

- Lógico que sim! Um Weasley já não tem muitas oportunidades na vida, quando aparece uma dessas que pode dar uma de alavanca da minha vida profissional, é claro que eu abraço de braços e pernas. Mas- – Abri um pequeno sorriso malicioso nos lábios.

- Eu sei de alguém que você poderia chamar. – Ergueu uma de suas sobrancelhas e me encarou cheio de dúvidas.

***


- Ah, Hermione, aquela?! – Perguntou encolhido junto comigo atrás de uma parede, observando Deena renovando o painel da escola.

- Ronald Weasley, você mesmo não diz que a vida não te dá muitas oportunidades?! Então, você está esperando o quê?! Vai lá! – O empurrei fazendo quase cair em cima de Deena. Observava tudo de trás da parede, algumas pessoas que passavam, assobiavam, às vezes esquecia que tinha encurtado essa maldita saia. Parecia que a conversa fluía bem. Durou três minutos, até Ron voltar até mim fazendo um sinal de positivo. – Vou logo avisando, se magoar minha amiga-

- Não, pode deixar, eu não sou nenhum canalha. Valeu, Hermione. – Sorriu.

- Nada, isso foi em agradecimento ao seu salvamento de rolar a escada abaixo. – Rimos.

***


Recebemos a notícia que a seleção dos casais acontecerá na Saguão Comunal às 15 horas do domingo. Isso deixou todos ainda mais alvoroçados. Tinha que ir para Hogsmeade um dia desses ver se lá, tinha alguma moda a rigor que não seja ao estilo bruxo.

As aulas vespertinas passaram mais rápido do que pensei. Apenas deixei minhas coisas em meu quarto e desci rapidamente para me encontrar com David. Juntos, fomos andando em passos calmos. Tínhamos até o anoitecer para ficarmos andando por aí. Qualquer coisa, a desculpa da monitora-chefe e o seu aluno desordeiro pego nos corredores depois do horário permitido, caía como uma luva.

As histórias de David não eram como as histórias de Miguel. Pareciam verdadeiras, eram até engraçadas. Era um doce de garoto. Andamos muito e nem senti o cansaço, não era à toa, ele conseguia me distrair com a coisa mais sem importância que passasse por nós.

Suas histórias faziam com que meu imaginário trabalhasse o dobro do que o normal. Não sei, posso estar sendo uma boba, mas ele é um ótimo cara, um excelente namorado, mesmo falando algumas coisas idiotas e sem noção. Eram quase seis da tarde quando sentamos a frente do lago e esperamos anoitecer.

- Eu queria te confessar uma coisa. – Mirei meu olhar nele; Colocou uma de suas mãos na minha cintura e respirou fundo. – Desde que te vi no primeiro dia de aula, no Salão Comunal, eu- – Riu. – tô me sentindo um idiota...

- Fala! – Pedi rindo também.

- Eu apaixonei por você. – Meu pequeno sorriso tinha se fechado. – Meu, eu nem sei o que deu em mim. Eu vi que você estava completamente diferente! E olha que antes, nem conversávamos. Sabíamos da existência de cada um, mas nunca paramos para ter uma conversa que durasse mais de dez segundos. – Riu.

Eu não achava a mínima graça, não tinha que achar graça.

Naquele momento, senti uma coisa tão estranha dentro de mim. Senti-me como se antes, não existisse, como se antes, eu era apenas mais um número nas estatísticas da escola, do país. Achei-me uma idiota. As pessoas só começaram a se aproximar de mim porque mudei meu jeito. Se fosse como antes, acho que ninguém me notaria.

- Eu demorei em aceitar o fato de você estar com o MacMillan e depois com o Córner, mas eu ficava pensando 'um dia, ela também olhará para mim, como olha para eles'. – Riu mais uma vez. – E agora, estou aqui. Sozinho com a menina mais linda desse mundo. – Me deu um beijo na bochecha. Eu me encontrava séria, olhando fixamente para o lago. – Hey, acorda.

- Tava só pensando. – Deitei minha cabeça em seu ombro. – Acho que ninguém pensa que Hermione Granger tem sentimentos. Acham que apenas é mais um rostinho bonito no meio de mais um monte. Isso me- – Parei. – Nada.

- Termina. – Pediu.

- Nada, eu ia dizer que isso me deixa totalmente angustiada por dentro.

Nossa, estava sendo mesmo sincera.

- Você tem que parar de deduzir o que os outros pensam. Pensando assim, só irá enlouquecer. – Riu, forcei uma risada mesmo não achando a mínima graça.

Passamos mais alguns minutos ali. O por do sol veio, e eu nem prestei atenção no que estava acontecendo. Apenas pensava e beijava David. Ignorava tudo que minha mente dizia. Queria que ficasse num grande vazio. Se eu pensava com o coração, fazia besteira, se eu pensava com a razão, me arrependia depois de um segundo.

Era inconseqüente. Um sou uma garota inconseqüente, aceite isso!

Seguimos rumo ao castelo. Estava levemente escuro. Ao entrarmos, nos despedimos. Eu fui para minha torre tomar um banho para o jantar, e ele, nem estava interessada.

***


Sábado que não passava, sábado que não queria que passasse.

Estava tão desatenta às coisas que passavam a minha frente. Apenas sentada num dos bancos do jardim junto com Deena que me contava algumas histórias que tinha lido no Profeta Diário de manhã. Achava que não passava das três, mas eram três e dez, que incrível. Encolhida, com meus pés cruzados em cima do banco e minhas costas escoradas nas paredes, procurava a posição perfeita para que não sentisse nenhuma dor.



Baby, seasons change but people don't
Querida, estações mudam, mas as pessoas não

And I'll always be waiting in the back of the room.
E eu sempre estarei esperando no quarto dos fundos.

I'm boring, but overcompensate with
Eu sou chato, mas super compensado com

Headlines and flash flash flash photograpy.
Manchetes e flash flash flash fotografia.



Ausente a maioria do tempo.

Apenas pescava algumas palavras, algumas como "baile", "Dumbledore" outras coisas relacionadas integralmente a aquele próximo sábado, onde tinha quase certeza que poderia ser chamada.

O frio vento passava por todos os corredores, não sei como conseguia uma força inigualável quando se aproximava do jardim. Estava repleto de pessoas. Professores constantemente passavam por lá, sendo cumprimentados por muitos alunos. Deena conseguia fazer o tipo 'não cala a boca nem para respirar'.

Às vezes, quando prestava atenção, se questionava se era o certo a ir a esse baile com Ron. Perguntei se já tinha dado o nome para McGonagall e ela confirmou. Provavelmente, nós todas iremos. Já são cinco casais, mais Harry e Gina, seis, Jane e Miguel, sete. Queria saber quem seriam os outros. Ah, teria também Draco e Luna, aquele casal totalmente fora de todos os padrões conhecidos, são oito. Faltam dois. Certamente, algum casal de monitor ou puxa saco da McGonagall.

- Já viu a roupa com que vai?

- Não, temos que ir a Hosgmeade.

- É. Mas talvez minha mãe me mande um vestido. Por que não pede pra sua mãe mandar um pelo correio para você? – Perguntou sorrindo. Olhei para o chão, forçando um sorriso.

Às vezes, eu me perguntava se perguntas assim, eram para testar minha paciência.


But don't pretend you ever forgot about me.
Mas não finja que você já me esqueceu.

Don't pretend you ever forgot about me!
Não finja que você já me esqueceu!


- Talvez eu peça. – Menti me ajeitando no banco pensando como era bom apenas mandar uma carta para meus pais e lá estava, no outro dia, uma coruja trazendo o que eu pedia.

- Primeiro, temos mesmo que ver se seremos sorteadas, coisa que eu duvido muito.

- Que isso, você irá com Ron Weasley, esqueceu? – Tentei animá-la.

- Não digo por ele, digo por mim. Eu não sou ninguém! Estou competindo com Harry Potter, Hermione Granger, Gina Weasley, Draco Malfoy!

- Não pense assim. Amanhã, anunciaram os escolhidos, então, relaxa, faça que nem eu. – Forçou o sorriso e não voltou a me encarar.

***


- Vamos, Hermione! – Gritou pela terceira vez Parvati. Estávamos todas no meu quarto, estava terminando de me arrumar. – O baile é na semana que vem! Hoje, é a apenas a seleção!

- Mas eu estou horrível! – Reclamei.

- Você está ótima. – Comentou Verônica pela terceira vez.

Sim, eu estava realmente horrível. Tem dias, que eu acordo do lado errado da cama e tudo parece conspirar contra a mim.

- Se atrasarmos, não pegaremos lugar para pelo menos nos sentar. – Advertiu Kim, sentindo todos meus perfumes em cima da cômoda.

- Tá, tá! - Peguei minha varinha e a coloquei no bolso da calça.

Descemos as escadas rapidamente. Entramos no Salão e foi difícil encontrar alguma mesa desocupada. Quase no canto, nos sentamos nas mesas, com os pés nos bancos, assim como a maioria fazia.

Esperamos apenas dois minutos para que McGonagall seguido de quase todos os professores e Dumbledore, entrasse no Salão segurando um rolo de pergaminho amarrado com uma fitinha vermelha vivo. Ao meio, pararam apenas ela e Dumbledore. todos os outros professores ficaram perto dali. Alguns pedidos de silêncio e logo obedeceram.


Wouldn't you rather be a widow than a divorcee?
Você não preferiria ser uma viúva a ser uma divorciada?

Style your wake for fashion magazines.
Estilize seu alerta para revistas de moda.

Widow or a divorcee?
Viúva ou uma divorciada?

Don't pretend!
Não finja!

Don't pretend!
Não finja!



Era engraçado. Enquanto Dumbledore discursava sobre os reais valores do baile e tudo mais, reparei na expressão de cada um. Uns interessados de mais, outros interessados de menos. Tinha aqueles aflitos e aqueles despreocupados. Imagino o que passa na cabeça daqueles que deram seu nome e logo vem a sua mente seus rivais como Harry Potter, Draco Malfoy entre outros.

Esse sétimo ano é bem forte, tenho que admitir. E Dumbledore anunciou o primeiro casal: Jane Conley e Miguel Córner.

Vi que Jane quase teve um ataque de histeria. Miguel apenas se levantou, tinha certeza que seria escolhido, a palmas, foram recebidos até chegarem à frente de McGonagall que mandou que ficasse numa fila ali ao lado. Tá, eram dois nomes fortes mas esse descaso de Miguel? Ah, me esqueço que ele se acha o maioral e que sempre ganhará em tudo...


We don't fight fair.
Nós não lutamos de forma limpa.

We don't fight fair.
Nós não lutamos de forma limpa.



Para minha surpresa: Antonio Goldstein e Parvati Patil. Aqueles dois ficaram surpresos ao cubo, assim como eu. Tony veio buscá-la sorrindo largamente, sussurrou algo para mim como 'ah, eu sou de mais' e partiu para o lado do primeiro casal.

Para terceiro casal: Cormac McLaggen e Kim White. Essa menina é muito sortuda mesmo... Vi os olhares reprovadores de quase Hogwarts inteira sobre Kim. Lógico, McLaggen era um dos mais lindos e atléticos de toda a escola, quem sabe d Inglaterra.

O quarto casal me fez sorrir até o primeiro nome: Ernesto MacMillan. OK, eu disse até o primeiro nome porque minha amiga Verônica ia realizar um dos seus sonhos e tal mas ao ouvir o segundo, meu queixo caiu e meu sangue subiu. No lugar de Verônica Cleeman, Fibby Scott.


They say your head can be a prison,
Dizem que sua cabeça pode ser uma prisão,

Then these are just conjugal visits,
Então essas são apenas visitas conjugais

People will dissect us till
As pessoas vão nos dissecar até

This doesn't mean a thing anymore.
Que isso não signifique mais nada.



O ignorante canalha do MacMillan fez minha amiga de trouxa. Verônica estava quase chorando, e agora, não era de emoção, era de ódio. Queria levantar no mesmo momento e pular naquele projeto de gente, mas a seguramos.

- Depois você resolve isso, todos os professores estão aqui. – Disse para que se acalmasse.

- Mas ela roubou o Ernesto de mim! Ele prometeu que ia comigo!

- Verônica, você não viu quando ele deu os nomes a McGonagall?

- Não, ele disse que daria ele mesmo e não precisava me preocupar com nada! – Voltou a chorar.

- Homens... – Soltou Deena meneando a cabeça.

Isso tem um nome: sacanagem pra não usar um termo ainda mais pejorativo. Mas continuando a seleção, os próximos foram os 'queridinhos de Hogwarts': Harry Potter e Gina Wealey.


Don't pretend you ever forgot about me!
Não finja que você já me esqueceu!

Don't pretend you ever forgot about me!
Não finja que você já me esqueceu!



O salão explodiu em aplausos e tudo mais. Mantive-me imóvel, acompanhando com os olhos aqueles dois até o lado dos outros.

Sexto casal reascendeu nosso grupo: Ron Weasley e Deena Peterson. A loira que estava consolando a amiga, nem tinha ouvido seu nome, tive que lhe cutucar e chamar sua atenção para que fosse lá. Ajeitou seu óculos com os olhos brilhando e correu até Ron pegando em seu braço. Luna que estava sentada a nossa frente deixou seu queixo cair lentamente, demonstrando toda sua surpresa e tristeza.

Para o sétimo casal, Marcos Belby e Cho Chang. Primeiro: Cho Chang ainda vive?! E segundo: Aquele menino estranho foi chamado para ir ao baile?? Sinceramente, não esperava um casal como esse.


Wouldn't you rather be a widow than a divorcee?
Você não preferiria ser uma viúva a ser uma divorciada?

Style your wake for fashion magazines.
Estilize seu alerta para revistas de moda.

Widow or a divorcee?
Viúva ou uma divorciada?



O próximo foi um sonserino: Blaise Zabini e Pansy Parkinson. Aquela buldogue desgraçada que fica se esfregando no Draco sabendo que está saindo com o Zabini, outro idiota. Bom, eles se merecem.

Tá, tava na hora da Hermione aqui sair desse banco e ir para lá, não é? Ser a última também não dá. Hermione Granger e David Scott. E a surpresa também foi maçante, mais maçante ainda naqueles 'queridinhos de Hogwarts' que não esperavam por isso. Levantei-me, peguei na mão de David que já me esperava e num sorriso malicioso e vitorioso, tomei meu lugar debaixo de uma salva de palmas.


We do it in the dark,
Nós transamos no escuro,

With smiles on our faces,
Com sorrisos nos nossos rostos,

We're dropped and well concealed,
Nós estamos ajeitados e bem escondidos,

In secret places.
Em lugares secretos.



E o último foi pra marca história: Draco Malfoy e Luna Lovegood. Sabe o que é um Salão inteiro ficar surpreso onde nem palmas nem suspiros são ouvidos? Depois de Dumbledore puxar as palmas que o salão reviveu. Ron estava uma pilha de nervos, Deena pedia que ele ficasse calmo mesmo não entendendo nada também. Draco parou ao meu lado olhando fixamente para frente e soltou um 'eu consegui' sem mexer os lábios. Suspirei rapidamente e meneei a cabeça.

McGonagall pediu que a acompanhassem para a sua sala.

***


Saímos da sua sala quase sete da noite. Muitos estavam bocejando, outros estavam quase caindo de sono. Naquela sala, todas as regras foram repassadas. Toda vez que pensava em Ernesto, uma raiva queria sair da minha boca como um pássaro fugindo do ninho. Usava as forças que um dia foram colocadas sobre mim para não pular em seu pescoço.

Junto com as meninas, fui até o dormitório feminino. Ao entrar, ouvimos coisas se quebrarem, não era para menos. Verônica estava tendo um ataque, tacava tudo que via nas paredes. Foram vidros de perfumes, sapatos, livros, travesseiros. A cama estava desorganizada, os lençóis jogados no chão e aquela menina surtando ali. Pegou o livro mais grosso que tinha ali e virou na nossa direção.

- NÃO! – Gritamos nos encolhendo. Ela soltou o livro e sentou na cama chorando novamente.

- ELE ME ILUDIU! ELE ME ILUDIU! – Repetia algumas vezes. Deena pegou sua varinha e começou a reconstituir as coisas jogadas por todos os lados.

- Verônica, se acalma. – Pedi me sentando ao seu lado, Parvati se sentou ao outro e Kim ficou na sua frente, com os braços cruzados.

- Olha, se ele fez o que fez, prova que ele é um descarado imbecil. Ele não te merece. – Disse Parvati num tom triste.

- O Ernesto não presta, ouça o que estou te dizendo. – Disse rapidamente, pegando nas suas mãos.

- É, a Hermione é a primeira a dizer qualquer coisa aqui. – Confirmou Kim.

- ELE É UM IDIOTA! EU NUNCA DEVERIA TER ACEITADO AQUELE CONVITE! EU SABIA QUE ELE É IGUAL AOS OUTROS! – Berrou.

- Ficar se culpando não é a melhor coisa. Então, levanta essa cabeça, enxuga essas lágrimas e não dê mais para isso. – Sugeriu Parvati sabiamente.

- ISSO CONSEGUE ACABAR COM OS SONHOS DE QUALQUER GAROTA! – Voltou a chorar. Coloquei as mãos nas suas costas mirando meu olhar em Parvati que negava lentamente com a cabeça.

***


- Por que eu, Hermione?! – Perguntou pela terceira vez. Arrastei Deena comigo até as escadas das Masmorras dos Monitores.

- Por que você é a única que consegue, pelo menos, fazer alguma coisa certa antes de pular no pescoço daquele desgraçado! – Peguei em seu braço e a incentivei em andar mais rápido.

- Mas o que eu tenho que fazer?! Eu não tenho nada a ver com isso. – Parei a sua frente, um degrau a cima do seu.

- Eu já te disse o que você tem a fazer, é só- – Cruzei os braços. – seguir o que eu te disse! – Ri. Entreguei-lhe um papel que passou levemente os olhos sobre as palavras.

- Por que você não bate na porta dele e entrega isso?

- Por que eu sou a ex dele...? – Voltando a subir. – Não seria nada legal, sabe.

- Mas isso aqui vai-

- Eu sei o que vai acontecer. – Sorri maliciosamente.

Paramos a frente da porta de seu quarto. Eu desci as escadas até meu quarto, fiquei encostada a porta, podia ouvir toda a conversa, se houvesse uma.

Bateu a porta. Ninguém abriu, bateu mais uma vez. Ernesto abriu a porta colocando seu roupão. Deena ficou levemente ruborizada, segurava o papel tremendo e quase gaguejou.

- Fibby Scott está aí? – Perguntou nervosamente. Ernesto olhou para dentro e a viu dormindo em sua cama.

- Tá, por que?

- Entregue esse bilhete para ela. – Entregou rapidamente. – Ah, não leia, é totalmente confidencial. – Piscou algumas vezes e desceu as escadas rapidamente. A porta se fechou e eu puxei Deena para o meu lado.

- Tudo certo? – Concordou. – Agora, é uma questão de minutos.

- Você acha que irá ler?

- Homem é um ser muito curioso, a primeira coisa que irá fazer é dar pelo menos uma espiada no bilhete.

- Hermione, isso não é legal. – Cruzou os braços e se encostou a porta.

- Pode ficar tranqüila, já fiz coisa pior. – Sorri maliciosamente respirando fundo. De repente, gritos e coisas sendo quebradas. – Foi mais rápida do que pensei.

- EU NÃO POSSO ACREDITAR! – Ouvimos Ernesto gritar.

- E como você sabia que ela estava tendo um caso com o Malfoy?

- Encontrei os dois no corredor, um dia desses. – Estiquei meu pescoço até a porta.

- NÃO É NADA DISSO QUE ESTÁ PENSANDO, ERNY! – Erny? – EU E ELE NUNCA-

- Mas aí eles irão desistir, e quem entrará no lugar?

- Não sei. Alguém que preste talvez. – Espiei mais uma vez e mais uma vez, barulho de coisas quebrando. Ron desceu as escadas no mesmo momento, no seu roupão verde musgo inconfundível.

- O que tá acontecendo ali, gente? – Perguntou indo ao nosso lado. Deena abaixou seu olhar ajeitando seus óculos no rosto, ficando ruborizada novamente.

- Ah, deve ser o MacMillan com a tal da Scott. – Disse como se não soubesse nem um pingo da história.

- Já tão brigando? – Mais coisas se quebrando.

- É, né. Casais de hoje! – Ri. Deena também abriu um sorriso jogando um olhar sobre mim e depois sobre Ron. – Meus parabéns a vocês dois, viu. – Não podia deixar Deena ainda mais encabulada.

- Que isso, Hermione. – Soltou a menina. Ron sorriu, sendo retribuído com outro sorriso. No mesmo momento, Fibby saiu do quarto de Ernesto terminando de colocar sua jaqueta e segurando suas sandálias. Estava chorando como nunca, seu cabelo totalmente desordenado e suas roupas amassadas. Ernesto nem colocou a cabeça para fora, apenas fechou a porta antes que ela retrucasse alguma coisa. Acho que nem nos viu ali, desceu num tiro e logo sumiu.

- Acho que um casal acaba de desistir. – Comentou o ruivo.

- E quem entrará no lugar? – Perguntei deixando uma dúvida no ar.

- Não tenho idéia. – Bocejou. – Eu vou voltar para o meu quarto. – Deu um beijo na bochecha de Deena e sorriu para mim. – Se eu não as virem, boa noite, meninas.

- Boa noite, Ron. – Respondemos juntas.

Ao sumir, olhei para Deena num sorriso sarcástico.

- O que é que foi? – Perguntou emburrada, prendendo o riso.

- 'Ce tá caidinha pelo Rony. – Ri.

- Hermione, não coloque palavras na minha boca, ok? – Começou a descer as escadas. – Vamos, não irá contar o que fez para elas?

- Conta você. Eu vou para o meu quarto. – Sorri falsamente, fingindo entrar em meu quarto. Esperei não ouvir mais nenhum ruído. Subi algumas escadas e fui até o quarto de Draco. Dei duas batidas e logo abriu.

- Oh, hã – Abriu a porta levemente e vi que Luna estava lá dentro, meu queixo caiu no mesmo momento. Draco estava desprovido de camisa e Luna estava apenas sentada em sua cama com um livro em mãos, uma cena um pouco inocente de mais. – O que você está fazendo aqui, Granger? – Perguntou num tom agressivo que já tinha entendido.

- Olha, Malfoy, da próxima vez que você mexer com meu gato, irá se ver comigo! – Joguei um olhar significativo e apontei com a cabeça para baixo das escadas, rezando para que compreendesse que era meu quarto.

- Eu não mexi coisa nenhuma com teu gato, e se não incomodar, eu tenho mais coisas para fazer. – Fechei meus punhos.

- E é melhor você vir agora comigo, McGonagall quer ver a gente. – Cruzei os braços.

- Já abriu a boca pra ela?

- E você nem sabe o que ela tem a te dizer. – Joguei mais um olhar significativo. Pegou uma camisa e se virou para Luna.

- Eu já volto, vou resolver isso. – Colocou a camisa e eu acabei fechando a porta, olhando incrédula para Luna que estava apenas lendo o livro. Descemos as escadas em silêncio, averiguamos se ninguém estava por perto e logo entramos no meu quarto. – Desculpinha idiota essa, hein?

- Foi a melhor que eu consegui. – Me sentei a cama. – O que ela estava fazendo lá?

- Incrivelmente, lendo. – Virou os olhos se jogou numa das poltronas. – Até pensei que tirando a camisa ela pensaria de outro modo e-

- Draco, o que você pensa que está fazendo com a Luna?! – Achava um absurdo.

- Aquilo que eu faço com todas as garotas que vão ao meu quarto...?

- Quantas vezes eu terei que dizer que a Luna é diferente?! – Rolou os olhos.

- Relaxa, Hermione. Você acha que irei fazer o que com ela? Você, que é muito mais – pensou na palavra. – experiente, não saímos do zero a zero, imagine com ela.

- O que você quer dizer com "muito mais experiente"?? – perguntei me exaltando.

- Me expressei mal, você sabe muito bem que não desse modo que eu quis colocar as palavras. – Cruzei os braços e soltei o ar que prendia. – Por que você me tirou do meu quarto? Pra perguntar sobre ela que não é.

- Eu botei em ação um plano e eu quero que você afirme isso quando a certa pessoa te fizer o devido interrogatório. – Me olhou completamente confuso. – Certo, eu fiz com que o Ernesto e a Fibby terminassem qualquer relação contando a ele que você e ela... Bom, tiveram um caso.

- E o que eu devo fazer?

- Confirmar isso. Vou acabar com dois problemas de uma vez só. A Fibby não irá ao baile, e eu acabei com a festa do Ernesto. – Sorri.

- Isso irá me prejudicar?

- De maneira alguma. Pelo que eu sei, ninguém irá saber porque Ernesto apenas não vai querer ser o assunto 'corno' da escola. – Ri.

- 'Ce tá malvada, hein? – Foi até mim e pegou na minha nuca.

- Extremamente malvada. – Mordi o lábio inferior e logo ele deitou seu corpo em cima do meu me dando um beijo.



Presente de natal a todos esses leitores !
Feliz Natal a todos !
ano novo estamos aí (y)

:*

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