Sossego



29 – Sossego


Na noite de domingo depois da agitação por conta das novidades os garotos começaram novamente com os planos de visitarem a mansão dos Riddle. Moody que permaneceu na Sede disse que quer os garotos quisessem ou não, a Ordem ia junto nessa empreitada e ponto final.

-Harry, acho que não vai dar para sair com essa neve toda, caiu uma nevasca essa noite. Você já olhou o jardim? Está branco! Vamos precisar esperar. Vamos congelar se sairmos a temperatura está muito baixa.

-Mas, Hermione, não temos tempo a perder! Temos que prosseguir com essa busca. Eu não agüento mais... Você não entende... – Foi interrompido no meio da frase pela amiga.

-Pára de falar que eu não entendo! Pois eu entendo. Não sou nenhuma tapada.

-Não foi isso que eu quis dizer. Desculpa. – Respondeu envergonhado.

-Eu sei. Mas temos que ter responsabilidade, só isso. Apesar de ficarmos em casa não significa que vamos fica parados. Temos outros planos a fazer, como por exemplo: como vamos acabar com a cobra. E isso pode levar muito tempo.

-E o que você sugere que façamos?

-Primeiro ler tudo que pudermos sobre as cobras. E quando digo tudo, eu quero dizer tudo mesmo. Precisamos de livros e mais livros, tantos os bruxos como os trouxas. – Informou Hermione, colocando para trás da orelha uma incomoda mecha de cabelo que cismava em cair na testa.

-E aonde vamos conseguir os livros?

-Em Hogwarts, claro! Onde mais?

E a noite acabou por aí com cada um engolindo uma xícara de chocolate quente e indo dormir.

Na segunda feira pela manhã, Hermione pediu para falar com a professora McGonagall, precisava ir a Hogwarts pegar os livros para investigar os hábitos da cobra. Na verdade ela precisa de livros trouxas também, mas esses ficariam para depois, caso os livros da escola não contivesse o que desejava.

Minerva avisada por Arthur apareceu na Sede no dia seguinte com Carlinhos ajudando a carregar uma boa variedade de livros sobre animais mágicos.

-Achamos melhor trazer todos os volumes que havia na biblioteca de uma vez, ao invés de ficar te esperando na escola, Hermione. Papai me pediu para ajudar Minerva. – Informou Carlinhos. – O tempo está péssimo... Os gramados de Hogwarts estão branquinhos, branquinhos, está bonito. Teve uma nevasca essa noite em Hogwarts.

Atrás dos dois, uma criaturinha olhava para Hermione por entre as pernas de Carlinhos, se mantinha quieta, mas olhava intensamente para a garota.

-Winky! – Exclamou Hermione quando viu o elfo. – Como... Você aqui? Você está bem?

-Ah! Senhorita Hermione, Winky está melhor, bem melhor mesmo, mas devidamente envergonhada de ter tratado a senhorita muito mal, muito mal mesmo. Winky pede sinceras desculpas. – Falou se inclinando numa profunda reverencia. – Agora Winky já trabalha todos os dias e não bebe mais. Definitivamente Winky está bem melhor. Winky gosta de trabalhar, mas não quer receber salário, nem ter folgas, ainda não se rebaixou a tanto. – Disse cheia de orgulho balançando as enormes orelhas.

-Mas por que você esta vestida com essa toalha de chá? Você é livre.

-Winky quer assim e professora Mcgonagall aceitou o pedido de Winky.

-Ta bom, Winky, ficou contente de você esta bem melhor.

-Se um dia senhorita Hermione quiser, Winky ficará feliz em ser seu elfo doméstico. – Finalizou olhando de rabo de olho para professora McGonagall que sinalizava um discreto sorriso observando o oferecimento da elfo.

-É, pode ser. Mas você terá que suas roupas Winky, nada de toalha de chá. Mas, isso é um assunto para muito, muito mais tarde.

-Winki fará o que a senhorita Hermione desejar. – Respondeu a elfo se inclinando até o chão.

-Bom... Vamos começar a ler e descobri como se comporta uma cobra. Não acredito que haja muito mistério, afinal é apenas um ofídio. – Falou Hermione sentando-se numa poltrona com um grosso livro nas mãos.

-Não se esqueça que ela pertence ao Lord das Trevas, Hermione e a partir daí podemos esperar incontáveis surpresas. – Observou Carlinhos prudentemente. – Nunca se esqueça “Vigilância Constante”. – Disse numa perfeita imitação de Moody o que arrancou risos de todos.

-Aqui na sala? Nem pensar! Vamos tropeçar nos livros. Podem se alojar em outro lugar. – Reclamou Molly já recolhendo do chão vários livros espalhados.

-Venham... Podem fazer o que quiserem aqui dentro. – Indicou Gui abrindo a porta da sala de reuniões e conjurando pequenas mesas e confortáveis cadeiras para que os garotos ficassem bem acomodados.

Dobby que permanecia na Sede ajudou Winky a levar todos os livros para a sala de reuniões empilhando-os num canto para não atrapalhar a passagem de ninguém.

-Harry... Harry... Vem ver uma coisa. Corre aqui na cozinha. – Chamou a senhora Weasley.

Harry saiu correndo da sala de reuniões e entrou na cozinha esbaforido, preocupado com o chamado, mas parou de sofre na porta da cozinha com todos os amigos colados nas suas costas.

Encarrapitada na guarda da cadeira estava sua coruja branca acompanhada de mais três. Dois filhotes malhados de olhos cor de âmbar como os da mãe e um grande macho marrom que tinha os olhos muito pretos e furiosos.

-Edwiges... Você voltou?! - Falou chegando perto dela e alisando suas lindas penas. – E trouxe seus bebezinhos! Você se incomoda se eu pegar os filhotinhos? – E estendeu as mãos. Cada um deles subir na mão oferecida pelo garoto sem medo, dando-lhes delicadas bicadinhas. Mas não conseguiu acariciar o grande macho que, arisco abriu as imensas asas e saiu pela janela que a senhora Weasley deixará aberta.

-Ele vai voltar. Eles formam um casal e vão estar juntos até que um dos dois morra. É a natureza deles. Tome... Dê para eles esses petiscos, vão gostar. – E passou para o garoto um punhado de nozes moídas que os filhotes comeram na palma de sua mão.

Harry ficou feliz com a volta de sua coruja, as meninas encantadas com os filhotinhos. Cada uma delas pegando um deles da mão de Harry, acarinhavam as penas macias admiradas como eles eram mansos.

-Você não vai dar nomes a eles Harry? – Perguntou Gina encostando o delicado bichinho no rosto.

-Escolham vocês nomes para eles. Eles são seus. – Disse dando um beijo na namorada e sorrindo para a amiga.

Ambas se penduraram no pescoço do garoto que precisou dar uns passos para trás para não cair sentado no chão, beijaram-lhe o rosto e agradeciam felizes por terem ganhado os lindos bichinhos.

-Que nomes vamos dar? – Perguntou Gina a Hermione.

-Ah! Mas já sei como a minha vai se chamar. Será Cliodna. Umas das três irmãs com curavam com as pessoas doentes com o canto. – Respondeu para a amiga.

-Que bonito! – Comentou a senhora Weasley. – Gostei muito da sua escolha. – E a sua filha?

-Gosto de Dilys. Antiga e renomada diretora de Hogwarts que tem quadro em vários lugares, inclusive em St. Mungus, pois era medibruxa também.

-Bela homenagem. Também gostei. Vocês duas sem dúvida têm bastante conhecimento da história do Mundo Bruxo. Fico feliz por isso.

-Acho que Edwiges não se incomodou por eu dar os filhotinhos, pois é ela apenas piscou. – Comentou Harry que ficará na cozinha oferecendo nozes para a coruja mãe agora pousada feliz em seu ombro, aceitava deliciada as guloseimas.

-Ela sente que os filhotes serão bem tratados. Terão que comprar gaiolas para eles.

-Vamos ter que ir ao Beco Diagonal então. – Emendou Harry feliz só em pensar na idéia de poder sair de casa um pouco.

-É, parece que sim. Mas não vão sozinhos. Esperem Lupin ficar melhor ou então peçam para Gui ou Carlinhos irem com vocês. Não é por que a comunidade está mais calma que já podem sair sozinhos, nada disso. Só irão se forem acompanhados. Enquanto isso acomodem os filhotes na gaiola de Edwiges mesmo.

-Vocês não podiam dar outros nomes para os filhotes? Até parece que estamos dentro de uma aula de História da Magia. – Reclamou Rony apenas para perturbar Hermione.

Mas a garota não entendeu como apenas uma brincadeira e respondeu de forma mais séria possível.

-Senhor Ronald Weasley, o senhor sabe o porquê de estudarmos história?

-Só sei que não serve para nada.

-Serve para aprendermos a não nos matarmos. É para isso que serve a história; conhecermos os usos e costumes antigos e aceitar que cada qual tem suas particularidades, e principalmente para aceitarmos o outro como ele é, e não julgarmos os outros por nós mesmos.

-Bem que o professor Binns poderia ter explicado o objetivo da matéria dessa forma. – Disse Neville que como sempre prestava atenção em tudo que Mione dizia.

O mês de novembro terminou com tempo frio e fechado e a entrada de dezembro não foi diferente. O frio estava cada vez mais intenso e nevava freqüentemente, com isso não foi possível irem ao Beco Diagonal tão depressa como queriam. Molly não os deixou sair por causa da baixa temperatura por mais que insistissem.

-Crianças... Chamou Lupin. - Vamos ao Beco Diagonal. Agasalhem-se bem, pois embora hoje não esteja nevando o tempo está bem frio. – O ex-professor que tinha se tornado o acompanhante oficial deles nas visitas ao Beco.

Viajaram via pó de flu direto ao Caldeirão Furado. Tom estava um pouco mais atarefado, não que tivesse muitos fregueses, mas por que se dedicava a atender bem os que lá estavam.

-Seis cervejas amanteigadas, por favor, Tom. – Pediu Lupin enquanto os garotos se acomodavam em volta de uma das mesas.

-Uau... Tava com saudades disso. – Comentou Rony com o braço apoiado nos ombros de Hermione.

-É. Essas coisas fazem falta. – Completou Harry abraçado a Gina.

-Tudo vai voltar ao normal, Harry. Não fique tão preocupado. Vamos aproveitar o dia, está bem? – Disse Lupin. – Lupin sempre procura levantar o moral dos garotos mesmo tendo sérias dúvidas quanto ao futuro.

-Bom... Tenho algumas coisas para fazer, mas não quero que ninguém vá comigo. – Disse Harry que tinha em mente comprar os presentes para os amigos.

-O que você quer fazer sozinho Harry?

-O Natal está próximo Remo, e quero comprar alguns presentes, mas quero fazer as comprar sozinho.

-Sinto muito Harry, precisamos ficar todos juntos apesar da calmaria atual. Vamos todos juntos a todos os lugares. Nada de zanzar por ai sozinho.

E assim passou-se à tarde com todos aproveitando para fazer as compras de Natal. Visitaram cada loja onde podiam encontrar presentes originais, apenas lembranças para mostrar o carinho que sentiam uns pelos outros. Cada um deles escondia com o corpo o que escolhia, não dando chance para que vissem o que comprava. Se bem que não havia necessidade de tanto cuidado, pois cada um deles estava mais preocupado com suas compras e não nas que os amigos faziam.

Voltaram para a Sede carregados de coloridos pacotes de todos os tamanhos. Gina e Hermione carregavam as novas gaiolas para as corujinhas que ganharam de presente. Na verdade, Harry não comprou presentes para elas, pois ambas já o haviam avisado claramente que os filhotes eram os presentes de natal, e não admitiram retaliações.

-Não, Harry. Nada de presentes. Você já me deu Dilys e estou muito feliz com ela.

-Mas Gina... – Tentou ainda argumentar com a namorada sem sucesso. – Quero comprar para você algo especial.

-Nada de mas... – Finalizou beijando o namorado.

Logo seria Natal e com ele a saudade de Hogwarts se tornava mais presente em cada um dos garotos. Harry, especialmente sentia muita saudade, o castelo para ele era a casa que nunca teve.

Minerva McGonagall estava sentada na cozinha confabulando em voz baixa com Alastor, Arthur, Gui e Carlinhos.

- ...pois então, acredito que a escola esteja realmente segura agora que o maldito armário sumidouro foi definitivamente destruído, então gostaria de fazer um jantar de Natal lá. Estava pensando em convidar as famílias dos alunos, quem sabe não seria uma boa coisa a se fazer? Podemos convidar o Senhor Ministro também e talvez ele conferindo que a escola está segura, concorde em dar permissão para sua abertura no novo período letivo. Que vocês acham?

-Acho que pode ser arriscado. Mas pensando por outro lado, arriscar abrir a escola agora ou depois, os perigos são os mesmo. Se tiver que acontecer um ataque vai acontecer a qualquer tempo. Se as famílias dos alunos concordarem em ir, estaremos em um bom número se ocorrer qualquer tentativa de invasão. Grande parte dos pais dos alunos está participando dos cursos que Rufo finalmente aprovou e estão bem preparados. É, acho que podemos tentar fazer uma reunião dessas. Os garotos vão ficar animados. Dumbledore não abriria mão da comemoração. Era o feriado que mais gostava.

-Ótimo! – Exclamou Minerva juntando as mãos. – Então vou começar a escrever os convites hoje mesmo e enviá-los amanhã. – E saiu da cozinha apresada para voltar para Hogwarts.

A idéia foi guardada no mais absoluto silêncio para não causar expectativas vãs nos garotos que já estavam sofrendo um involuntário confinamento por causa da guerra e atualmente por causa do tempo ruim.

18 de dezembro.

Minerva toda animada entrou na Sede dias depois da troca de idéias, contando que muitas das famílias dos alunos confirmaram presença e informaram que estariam no castelo três dias antes do Natal.

A notícia de que passariam o Natal em Hogwarts caiu como uma bomba de chocolate entre os garotos. Uma balbúrdia se instalou imediatamente, com risos altos e planos sem cabeça, tal a alegria com que receberam a novidade.

-Então porque não vamos para lá hoje mesmo, faltam poucos dias para o Natal? – Sugeriu Harry mais que eufórico.

-Que você acha Alastor? Será que podemos ir? – Perguntou Arthur.

-Bem, faltam apenas alguns dias para o feriado. Não vejo nenhum problema em ficarmos por lá uma semana ou três dias é a mesma coisa. Sim, podemos ir ainda hoje. Vão meninos... Vão se arrumar, mas, por favor, não há necessidade em levar os malões. Levem apenas o que vão usar durante uma semana, esta bem? Vou preparar a chave do portal.

-Temos que levar os livros para... – Começou Hermione, mas foi literalmente cortada por Gina.

-Não, Mione. Estamos em férias. Vamos, amiga, vamos arrumar nossas coisas, os livros não vão fugir. – E saiu empurrando uma indignada Hermione pelas costas em direção ao quarto.

-Mas... Mas... – Ainda tentou argumentar sem sucesso.

Harry se dirigia ao quarto com os amigos, mas parou para ver o que Lupin fazia na porta de entrada da Sede. Ele movia a varinha em grandes movimentos circulares e murmurava um encantamento. Notando que Harry o observava só deu uma piscadela, porém não explicou nada. Recebeu do garoto um olhar carrancudo.

Chegaram a Hogwarts no final da tarde sendo acolhidos por Hagrid no portão de entrada.

-Ah! Harry, Rony, Hermione, Gina, Neville! Que bom ver vocês meninos! Senti falta de todos. Isso aqui é muito chato sem os alunos, sabe, e sem a visita de vocês é mais chato ainda. – Disse Hagrid distribuindo apertados abraços nos amigos.

-Muita calma comigo Hagrid. Não sou tão forte quanto os demais. – Pediu Molly já sabendo dos abraços de quebra costelas que o grandalhão distribua nos que lhes eram caros.

-A senhora é que pensa que não é forte. Mas é muito forte... Venham... Professora McGonagall já está esperando. O salão principal ta lindo, precisam ver. Caprichei mais que os outros anos. Ah! Os Lovegood já chegaram, resolveram vir antes também, estão tomando chá e conversando com a professora e com outros professores que vieram passar o Natal aqui também. O Castelo vai ficar cheio de novo... – Contou feliz da vida.

Neville não esperou mais. Correu para encontrar a namorada, pois fazia mais de um mês que não se viam.

-Que bom que vocês chegaram. – Disse Minerva recebendo os amigos da Ordem com enorme satisfação. – Temos outras famílias que chegaram hoje também. Ah! Como é bom ver esse castelo habitado novamente. Como é bom! – Ela exibia um sorriso que ia de orelha a orelha.

E de fato outras famílias chegaram os Finnigan, os Thomas, os Johnson, os Creevy, da Grifinória, os Chang, os Chambey, os Carmchael da Corvinal, os Branstone, os Macmilan e até os Diggory da Lufa-Lufa, aceitaram o convite, apesar de... Isso só para citar alguns.

A euforia do encontro com os amigos foi grande, estavam separados a mais de quatro meses e não se esquece uma amizade de seis longos anos convivendo sob o mesmo teto.

-Minerva, eu vou buscar aquela pessoa se você não se importa, já volto.

-Está certo Alastor, mas não se demore, sim, está quase na hora do jantar.

-O senhor vai buscar quem? – Perguntou Harry curioso.

O professor só lhe deu um sorriso misterioso enquanto saia do grande salão.

Depois de pouco mais de meia hora, Moddy retornou trazendo consigo Arabela Figg, que sendo um aborto não conseguia se locomover magicamente.

-Senhora Figg! A senhora aqui! É bom vê-la novamente. – Cumprimentou Harry realmente feliz em ver a velha senhora que cuidara dele desde pequeno quando os Dursley se recusavam a levá-lo em passeios e viagens.

-Ola Harry, é muito bom te ver também. Você me parece bem. – Respondeu simpática, e dando-lhe um abraço pela primeira vez na vida. – Desculpe-me Harry se fui muito chata com você quanto ficava na minha casa, mas não podia ser diferente, sabe, instruções de Dumbledore. Se os Dursley desconfiasse que você se divertisse lá, não deixariam mais que eu tomasse conta de você. São os trouxas mais trouxas que já vi! – Harry sorriu.

-Está tudo bem senhora Figg.

-Sabe... Não vou mais voltar para aquela horrível vida trouxa. Agora vou viver aqui no castelo e ajudar Minerva no que for possível. – Disse feliz. – Acho que ainda sirvo para alguma coisa. Posso não fazer mágica, mas sei fazer muitas outras coisas e ler algumas receitas. Argo Filch foi embora pelo que sei, então posso ser de um bocado de ajuda para Minerva.

-Isso é muito bom. – Comentou Harry.

Desde que Harry ficara sabendo que ela também pertencia a comunidade bruxa, mesmo sendo um aborto, desenvolveu por ela um carinho especial. Ela era bem legal na verdade, e não aquela velha chata que cuidava dele. Ela circulava agora entre os presentes distribuindo sorrisos e calorosos abraços. Era bem conhecida, e não uma João Ninguém como o garoto imaginará.

McGonagall dividiu as famílias pelas casas, porém não houve jeito em deixar os casais juntos, foram divididos nos dormitórios femininos e masculinos. Os banheiros dos monitores foram liberados para que todos tivessem maior comodidade. O clima era bastante festivo e a comida mais saborosa que nunca, o que fez a alegria de Rony. Os elfos se esmeravam em preparar os mais variados pratos para o contentamento de todos. O castelo todo estava bem iluminado e aquecido, todos os archotes e lareiras estavam acesos emprestando ao castelo um ar confortavelmente acolhedor.

Os fanáticos por quadribol, no dia seguinte à chegada, como não podia deixar de ser, se organizaram para uma deliciosa partida tendo como narrador Lino Jordan, fanático roxo pelo jogo e pela Grifinória. Dessa vez, Minerva McGonagall não lhe chamou atenção nenhuma vez sequer. Nas arquibancadas, apesar do frio que fazia, todas as famílias acompanhavam a partida com os olhos grudados nas peripécias que os garotos aprontavam a 15 metros de altura. Graças a Merlin a partida terminou empatada, causando grandes gargalhadas nos presentes.

-Vocês perderam o jeito. – Gozou Lupin. – Só uns meses sem treino e perderam a prática.

Um insignificante brilho apareceu na orla da Floresta Proibida chamando a atenção de Arthur que alertou Moody.

-Que é aquilo? Alastor, veja lá na orla da floresta. – Disse Arthur apontando para o local.

-Mas até aqui! Como será que esse intruso conseguiu entrar? Vou lá ver de uma vez por todas de quem é essa pessoa e o que ela quer.

Desceu as arquibancadas com a maior dificuldade por causa de sua perna de pau e em passos apressados se dirigiu até onde o estranho vestido de preto estava parado. Ele estava a uns cinqüenta metros da pessoa, quando um ínfimo raio vermelho passou muito rente a Moody e espantou o estranho. Moody olhou para todos os lados e bufou de raiva. “Mas que droga!”. – Reclamou para si mesmo.

-E ai Moody, conseguiu descobrir alguma coisa? – Perguntou Lupin ansioso.

-Não, ele desapareceu. Uma faísca vermelha partiu não sei de onde e quando olhei de volta o cara havia evaporado.

Depois da partida quando todos já estavam limpos se dirigiram para o salão principal, que estava mobiliado de forma diferente. Havia apenas duas das grandes e compridas mesas, no restante do espaço foram espalhados confortáveis poltronas e sofás com mesinhas ao lado para apoio dos copos e pratinhos cheios de guloseimas. Ali era o lugar para que todos se reunissem com o intuito de travarem e firmarem mais ainda os laços de amizade que os unia.

Disfarçadamente Lupin se levantou e se dirigiu para a saída do castelo. Chamou Hagrid que vinha entrando pelo longo corredor com suas enormes passadas.

-Venha comigo Hagrid, tenho que fazer uma coisa e posso precisar de sua ajuda.

-Claro professor. Aonde o senhor quer ir?

-Na Floresta Proibida Hagrid. Na floreta. Venha e sem perguntas, por favor.

Quando já na floresta, pediu que Hagrid chamasse os Centauros. Agouro, atendendo ao pedido do guardião das chaves de Hogwarts, chegou de muito mal-humor e foi logo perguntando agressivo:

-Que quer humano?

Calmamente e com polidez Lupin explicou o que vinha acontecendo na comunidade bruxa desde a trágica morte de Alvo Dumbledore, da invasão dos comensais da morte no final do ano letivo, dos ataques que tinham sofrido, dos lobisomens, das fugas dos presos de Askaban. E do quanto os integrantes da comunidade bruxa precisavam unir forçar. Não escondeu nada do Centauro.

-Estou pedindo que vocês se juntem a nós. Precisamos estar preparados para o encontro final entre Harry Potter e o Lord das Trevas, não sabemos quando vai acontecer, mas é melhor estarmos juntos com toda ajuda possível. O Lord das Trevas tem os dementadores e alguns lobisomens do lado deles, é melhor nos unimos e ficarmos prevenidos. Não peço que vocês me dêem a resposta agora, mas pelo menos analisem a possibilidade de se unirem a nós, depois me respondam. Pode ser?

-Vamos pensar. – Foram as duas únicas palavras que Agouro deu enquanto virava o imenso traseiro para o professor.

-Agora outra coisa. Se esconda Hagrid. Não quero que ele te veja.

Hagrid não questionou, apenas olhou com dúvida para Lupin e se agachou detrás de uma enorme rocha que havia a poucos metros de onde professor estava parado.

Lupin deu um assovio muito alto e ardido e sentou-se no chão para esperar. Esperou por longos minutos. Ao seu lado apareceu uma criatura realmente repugnante.

-Muito bem, Pedro. Assim que eu gosto. Avisou alguém que vinha até aqui?

-Não Remo. Cheguei ainda há pouco. Não vão notar minha ausência se eu não me demorar muito.

-Bom... Quero saber o que seu asqueroso Mestre está planejando agora.

-Nada. Ele mandou que ficássemos quietos depois da invasão de Azkaban. ele tem estado reunido com Lucius, Nott e MacNain. Não sei o que estão planejando, mas por esses dias acho não faremos nada, é tudo que sei. Ele não me chama para as reuniões. Sei que tem perguntado por que Aleto não conseguiu fugir de Alkaban mesmo já estando fora da cela. Depois que Bellatriz foi presa ele está mais nervoso que nunca e não quer que nada de errado. E está bem desconfiado de mim.

-Mas eu quero saber o que estão fazendo entendeu. De um jeito de descobrir e me avise.

-Não vai dar Remo. Você sabe que não posso.

-Isso Pedro é problema seu, dê um jeito. Você fará tudo que eu mandar entendeu. Vá. Não preciso mais de você por hora.

Pedro virou as costas para o antigo amigo se transformou e desapareceu dentro da Floresta Proibida. Quando o rato já estava a uma boa distância Lupin chamou Hagrid.

-Vamos... Vamos voltar para junto dos outros antes que dêem pela minha falta. Vai ser difícil inventar uma história convincente.

-Hum... Professor, como esse rato asqueroso conseguiu entrar na propriedade? Que eu saiba as proteções...

-Hagrid, é que as proteções não impedem os animagos de entrar onde queiram. Foi assim com Sirius quando fugiu da prisão e veio para cá, e com aquela repórter enxerida descobriu quem você é e sobre sua família.

-Puxa... – Foi só o que respondeu o meio gigante.

Enquanto esteve fora, os visitantes da escola ficaram todos reunidos como uma grande família no salão principal. Os garotos se divertindo jogando partidas de xadrez, snap explosivo, as mulheres mostrando fotografias das famílias e falando sobre novas receitas e os homens discutiam as últimas novidades da comunidade bruxa. Em fim, gozavam de uma paz que a muito não tinham. Hogwarts transpirava harmonia.

-Onde esteve Lupin? – Perguntou Alastor que não perdia um detalhe sequer do que acontecia ao seu redor.

-Ah! Eu o chamei para dar o fim num bicho-papão que achou de morar embaixo da minha cama professor. – Mentiu Hagrid na maior cara de pau.

-Professor Moody, será que não podemos fazer um clube de duelos para treinamento amanhã à tarde? Sabe como é, treinar numa é demais e agora tem mais gente com quem praticarmos. – Pediu Harry.

-É. Seria muito bom.

-Também acho, ainda mais que você-sabe-quem é como lagartixa. – Opinou Luna que ouvira o pedido do amigo.

-Como assim, Luna? – Quis saber Lupin.

-É que ele parece ter sete vidas, igual a uma lagartixa. – Respondeu Luna com se comentasse a cor das estrelas.

-Não, Luna, é como gato. – Completou Harry sério com a comparação da amiga. “Ela ta certa” – pensou.

-É. Acho que é isso mesmo. – Disse distraída.

-Sete vidas? O que quer dizer isso? – Perguntou Arthur que adorava as histórias trouxas.

-É um ditado trouxa. – Explicou Hermione. – Mas, não é verdade. Dizem isso porque o gato é muito esperto, ágil e resistente, e quase sempre se dá bem, em caso de acidente. Por isso que existe a lenda de ele ter sete vidas.

Tanto Harry como os demais integrantes de Ordem ficaram olhando para Luna. Era a mais pura verdade o que ela sem quer falara. Ta certo que ela errara o animal em referência, mas realmente Lord Voldemort era como gato, ele havia feito “sete vidas” para garantir sua imortalidade.

No dia seguinte, na parte da tarde todos participaram do clube de duelos. Moody fez pé firme para que todas as mães de família também participassem. McGonagall, junto com Hermione e Gina ficaram encarregadas de passar os novos feitiços a todas, menos as novas maldições. Estas seriam ensinadas mais tarde aos homens e depois para as mulheres. As novas maldições tinham que ser lançadas com cuidado e era necessária muita concentração para utilizá-la. Alastor decidiu que escolheria a dedo a quem ensinar. Além do mais não era indicado que muitos soubessem das maldições, pois Voldemort não podia nem desconfiar delas.

Hermione ficou impressionada com a segurança que Luna mostrava. Aprendeu a dominar as novas formas de feitiços mais rápido que todas as outras presentes e ainda ajudou a mãe de uma colega da Corvinal a segurar a varinha com mais firmeza para melhorar a pontaria. Ta certo que ela era meio avoada, mas estava mostrando uma maturidade própria que uma garota de dezesseis anos. Mas continuava a guardar a varinha enfiada atrás da orelha, a ler o Pasquim de ponta cabeça, e reclamava que nunca conseguia desvendar o enigma escondido na charada das runas. Agora usava nas orelhas um brinco de couve-flor rosa-choque. Essa era a Luna, a amiga que deu duro junto com todos na invasão há dois anos no Ministério. Sua principal característica: ela era realmente fiel.

-Engraçado. – Comentou a mãe de Angelina. – Não veio ninguém da Sonserina.

-E eles não fazem falta, não é mesmo? – Respondeu Luna com o olhar perdido. – Quanto mais longe, melhor para nossa saúde.

-Como assim? – Quis saber a mãe de Angelina.

-Eles são muito encrenqueiros e isso faz mal para a saúde.

Todas trocaram um olhar admirado. Era a mais pura verdade, encrenca fazia mal para saúde. Apesar da observação ser verdadeira ninguém mais comentou nada. Porém nem todos integrantes da Sonserina eram assim, mas...

Em menos de dois dias Luna havia verbalizado duas verdades irrefutáveis.

Dois dias antes do Natal, Harry desceu das escadas do dormitório correndo empurrou as costas do quadro da Mulher Gorda e voou escada acima para a sala da diretora. Bateu.

-Posso entrar professora?

-Senhor Potter? Que faz aqui tão cedo? Já sei... Quer ver se consegue conversar com Alvo? – Adivinhou com um sorriso discreto.

-É, professora. É isso mesmo.

-Sinto muito Harry, desde aquela tarde ele está assim, ressonando, e em muitas ocasiões nem no quadro permanece. Acho que ele nos abandonou. – Comentou deixando transparecer um pouco de mágoa na voz.

Harry olhou para o quadro e suspirou frustrado... Fazer o quê? Antes de voltar para o salão comunal resolveu dar uma passadinha na Sala Precisa para matar a saudades. Enquanto caminhava pelas extensas escadarias pensava na vida que levava na Sede. “Quando tudo isso vai acabar?”. Pensava. “A Sede. A Sede. A Sede. Mas por que estou pensando tanto na Sede?”. Quando percebeu já estava de frente para uma porta muito diferente da porta que sempre se abria para a sala de treinamento da AD. Empurrou a porta com cuidado usando a varinha, mas não entrou, ficou parado estático olhando para dentro dela. Depois de seis anos vivendo no mundo mágico aprenderá que não deveria ceder a todas as vontades, elas poderiam levá-lo a lugares mais variados e perigosos possíveis.

“Não pode ser!” – Falou alto, ficou parado uns instantes olhando pela porta aberta, indeciso se entrava ou não. A prudência venceu. Voltou correndo para o salão comunal da Grifinória.

-Venham, venham comigo agora. Venham andem. – Chamava excitado os amigos.

-O que foi Harry. – Perguntou Arthur. – Por que essa agonia toda?

-Vocês vão ver. Venham logo. Não vão acreditar. – O garoto se mostrava muito surpreso. – Eu ainda não consigo acreditar.

Os amigos não questionaram mais, saíram correndo atrás de Harry para ver o que tinha deixado tão agitado.

-Estamos indo à sala precisa Harry? – Perguntou Gina que corria de mãos dadas com ele.

-Não sei dizer.

-Em que você estava pensando Harry? – Perguntou objetiva.

-Pensava na Sede. Não sei por que, mas ela não sai da minha mente. Daí dei de frente com a porta.

E Harry começou a mentalizar novamente “A Sede. A Sede. A Sede”, e repentinamente a mesma porta surgiu do nada na frente de todos. Era uma porta de madeira vermelho escuro, talhada em alto relevo com frisos dourados; diferente de todas as portas que existiam em Hogwarts, porém muito bonita. Parecia uma porta de entrada de uma residência.

Moody chegou com seu toc toc em companhia de Lupin se juntando ao grupo parado frente à porta.

-Não abram. Deixem-me verificar antes de qualquer coisa.

Com cuidado redobrado apontou a varinha para a porta que se abriu sozinha. A visão da porta aberta deixou todos pasmos.

-Mas essa é a nossa sala de reunião da Sede! – Exclamou Rony que afoito entrou, Hermione tentou segurá-lo, mas não alcançou seu braço a tempo de impedi-lo de entrar na sala.

-Isso é muito estranho. – Dizia Harry agora preocupado. – Será que o professor Dumbledore planejou isso?

-Calma. Vamos ver do que se trata.

Moody entrou na sala. Rony estava conferindo os livros que Winky e Dobby haviam arrumado cuidadosamente perto da parede. Alastor reparou na porta que ficava à direita daquela por onde entrou, abriu-a, estava parado exatamente na porta da sala de estar da Sede.

-Estou na Sede. – Contou em voz alta. – Isto tudo está me parecendo uma da passagem secreta que pode ligar a escola à residência de Dumbledore. Mas se isso é possível ou não eu realmente não sei. Vou ter que fazer um teste. Vocês fiquem aqui e não entrem na sala até que eu volte. – Avisou puxando Rony pelas costas das vestes para fora da sala e fechando-a porta atrás de si. A porta sumiu.

-E aonde você vai? – Perguntou Lupin.

-Vou voltar para a Sede e tentar por lá chegar até aqui. Se der certo então não corremos perigo. Vou com pó de flu, é mais rápido do que caminhar até os portões de entrada da propriedade.

Não bateu chegando à diretoria, apenas entrou assustando Minerva que compenetrada, conversava com a professora Sprout e senhora Figg sobre as providencias que seriam tomadas para a noite de Natal.

-O que aconteceu Alastor, você está branco como um floco de neve!

-Depois Minerva. Por enquanto vá ao encontro dos outro no corredor da sala precisa, eles te colocaram a par da recente descoberta.

Apanhou um punhadinho de pó jogou na lareira e entrou nas chamas verdes vivas dizendo – A Sede.

Caminhou apressado até a sala de reunião, porém não havia porta nenhuma onde minutos antes estivera. Apalpou a parede. “Mas a porta de Hogwarts estava bem aqui”. – Pensava concentrado. - E pensando na porta de Hogwarts continuou a apalpar a parede, quando se viu caído de borco no chão aos pés de Lupin.

-Eu estava na Sede. – Explicou enquanto era ajudado por Arthur e Remo a se por em pé.

-Uauuu! Temos uma passagem direta entre Hogwarts e a Sede.

-O que significa isso Alastor? – Perguntou Mcgonagall que caminhava a passos lentos para encontrar os amigos.

-Minerva, venha comigo que você vai entender sem que precisemos te contar nada.

-Sempre me perguntei como é Dumbledore conseguia ir e vir para Hogwarts com tanta rapidez. – Foi só o que Minerva comentou.

Depois da descoberta do “Portal” como foi apelida a ligação entre os dois locais os garotos estavam nas nuvens, sorriam sem parar e entravam e saiam da Sede para Hogwarts. Para Harry particularmente não poderia ter acontecido nada de mais emocionante naquele Natal. Poder ir e vir da escola a qualquer hora era simplesmente espetacular.

-Professora McGonagall, eu posso vir para cá a qualquer hora? A senhora sabe, a escola para mim é minha verdadeira casa.

-Pode Harry, claro que pode, mas não quero que faça isso às escondidas, está bem?

-Certo. – Respondeu risonho. – Hã... Professora, eu ainda estou sendo vigiado?

-Vigiado não, Potter, protegido seria a palavra mais adequada. Sim, está, é necessário, e você sabe muito bem o por quê?

Harry não respondeu, apenas aceitou o fato como deveria aceitar na atual circunstância – normalmente.

O dia de Natal chegou mais branco que nunca, o gramado de Hogwarts estava coberto com uma espessa camada de neve fresca, sinal claro que havia nevado a noite toda. As únicas marcas que se observava no tapete branco eram as enormes pegadas de Hagrid que ia e vinha de lá pra cá, sempre procurando deixar tudo em ordem para a festa que teriam a noite.

Todos acordaram com pequenas pilhas de presentes aos pés das camas. A melhor hora na opinião dos garotos. Exclamações como: “puxa, que legal”, “nossa, não precisava se incomodar”, “oba, era mesmo o que eu estava querendo”, eram ouvidas em todas as salas comunais ocupadas.

Harry ganhou de Gina uma capa nova tão verde quanto seus olhos e vários e vários beijos escondidos de todos. Sempre que podiam, escapavam sem serem notados para namorarem em paz.

-É bom podermos namorar sozinhos para variar. – Comentava Harry abraçado a Gina.

-É. – Respondeu com simplicidade voltando a corresponder os beijos ardentes que trocava com o amado. – Não temos chance de ficar sozinhos na Sede com aquela quantidade de pessoas entrando e saindo.

-E ainda tem Rony que morre de ciúmes de você. Pensei que ele fosse aceitar com mais normalmente meu namoro com você.

-Ele aceita Harry. Mas detesta quando nos vê trocando nossos beijos. Aliás, ele nunca beija Hermione na nossa frente. Acho que sente vergonha. Você já notou isso?

-Já. – Respondeu voltando a beijar a namorada.

E, ali escondidos de todos namoraram por um bom tempo.

Observaram que Rony e Hermione de repente também desapareciam, voltando com os rostos corados e sorrisos bobos. “Como nós” – cochichou Gina no ouvido dele. É claro que isso não passava despercebido por ninguém, mas ficava por isso mesmo. Poder namorar na Sede era impossível com o movimento de entra e sai, não tinham privacidade, mas agora com o Portal...

Harry comprará para senhora Molly um lindo xale que brilhava com o menor movimento que fazia, o que fez a alegria da simpática senhora.

Neville ganhou dos gêmeos um chapéu que projetava um escudo protetor, o que agradou muito o garoto.

-Legal! Isso vai ser muito útil, poderei me concentrar melhor nos ataques. – Comentou realmente satisfeito.

Ele levou um cutucam tão grande de Fred que ficou massageando as costelas, por um tempo.

-Até o Ministério comprou vários. – Contou Lino para desviar o assunto, mas era verdade.

-Nevelli, quer ser mais discreto seu avoado! – Reclamou Jorge.

-Desculpa.

Rony comprou para Hermione uma correntinha que tinha como pingente uma fadinha em prata, cada vez que a garota sorria do pingente emanava uma luz azulada.

-Bata palmas. – Mandou Rony.

-Que?

-É. Bata palmas.

Hermione bateu palmas e as asinhas da fada vibraram, quanto mais Mione batia palmas mais elas se agitavam; a garota ficou encantada com o mimo. E ela presenteou o namorado com um belo traje a rigor azul noite, com golas decentes, sem rendas esquisitas e uma bela gravata borboleta.

Minerva McGonagall distribuiu para todos, Sapos de Chocolates da Dedosdemel, com um bilhete que dizia:

“Comam os doces, mas deixem pelo menos um para comerem na passagem do dia de Ano Novo. Há uma lenda que diz que se comermos chocolate na passagem do ano, o ano que se inicia será mais doce. É uma lenda trouxa, porem acredito que nos fará muito bem”.
“Feliz Natal. Minerva McGonagall”.

Os alunos que estavam na escola para comemorarem o Natal, passaram o dia todo envolvido numa furiosa guerra de bobas de neve. Quando entraram para se arrumarem para o jantar festivo estavam gelados e ensopados até os ossos, tremiam de frio, mas estavam com as bochechas coradas e olhos brilhantes.

Durante à tarde, outras famílias chegarão de última hora para passarem o feriado no castelo. A desculpa mais freqüente era:

-Ah! Resolvemos vir matar a saudades da escola e rever os amigos. Decidimos de última hora, sabe. Por isso não deu tempo de avisar.

O Salão principal estava mais lindo que nunca. Durante à tarde as senhoras presentes ajudaram a dar um toque mais festivo na decoração que Hagrid já havia feito. Com isso o salão principal ficou mais aconchegante ainda. As velas, que ficavam suspensas no ar, foram enfeitadas com pequeninas estrelas brilhantes o que dava ao salão um aspecto cintilante.

Quando Hagrid viu o complemento da decoração original, comentou que nunca havia pensado nisso, senão já teria feito isso nos natais passados, pois tinha ficado muito lindo.

Na hora do jantar os convidados não podiam estar mais chiques. Exibiam vestes a rigor coloridas e alegres. As senhoras, que dispensaram os tradicionais chapéus, traziam nos cabelos lindos arranjos de flores e se cumprimentavam com calorosos abraços e beijos. As palmadinhas nas costas dos honoráveis bruxos também não faltaram.

Minerva McGonagall antes de iniciar o jantar festivo agradeceu emocionada a disposição de todos em comemorarem no Natal no castelo.

-“O castelo sem a presença de vocês não é nada, é só uma enorme construção velha de pedra fria que não respira, sem vida. Espero de coração que no próximo período letivo estejamos aqui saboreando um delicioso banquete de abertura com todos os alunos presentes. Umas das atividades que já estou programando é que reuniremos as famílias na noite das Bruxas. Somos e seremos sempre uma grande família.” Finalizou com as feições contorcidas pela emoção.

Lupin pediu a palavra.

-Bom... Não quero me estender. Além de reiterar as palavras amáveis e amigáveis de Minerva eu gostaria de dizer que aconteça o que acontecer somos fortes e muitos e acima de tudo nossa posição é o lado do bem. E não me lembro de uma única vez, desde que o mundo é mundo, em que o bem não tenha vencido o mal. O mal pode tentar persistir, mas ganhar, jamais. Vamos continuar todos juntos e unir nossas forças que não são poucas e vamos lutar por a nossa felicidade. E vamos começar agora. Feliz Natal a todos.

O grande salão estourou em aplausos, assobios, com todos em pé se cumprimentando fraternalmente. Instantaneamente no centro da mesa, grandes travessas com os mais variados tipos de pratos surgiram, arrancando de cada um dos presentes exclamações de prazer.

No meio da festa a comitiva do Ministro chegou espalhando neve na entrada do salão. O olhar de Rufo foi direto para Harry, que abaixou a cabeça resmungando baixinho para Gina:

-Acho bom essa anta não vir falar comigo, não vou me responsabilizar pelas respostas que vou dar.

-Fica calmo. Por enquanto ele está junto com os professores e com a professora McGonagall. Depois inventamos qualquer coisa para evitar que ele chegue até você. Aproveite a festa que está muito legal. – Disse Gina sensatamente e o beijou.

Quim e Tonks, que faziam parte da comitiva, entram calados, distribuíram alguns sorrisos e piscadelas discretas para os amigos mais chegados, e saíram mudos. Eles não queriam e não podiam mostrar envolvimento com nenhum membro que Rufo costumava chamar: “Homens de Dumbledore”.

Mas era claro que Rufo não ia perder a oportunidade em ter um minuto com Harry a sós. Estava com tudo esquematizado, assim que terminasse o jantar ele se aproximaria do menino que sobreviveu. “Ele não terá escapatória, o salão está cheio, ele não tem por onde escapar”. – Pensava satisfeito. “Vou começar falando do garoto que tanto ele queria que fosse solto”.

Depois que as mesas ficaram limpas das sobremesas, Rufo levantou-se como quem não quer nada e cumprimentando um aqui e outro ali, foi caminhando a passos lentos para perto do lugar onde Harry estava sentado junto com os amigos.

Gui, observando tudo da outra extremidade da mesa deu aos gêmeos um sinal de cabeça. Não deu outra, fogos de artifícios que eram usados mais de uma vez, explodiram em todo salão distraindo a atenção de todos. Carlinhos muito calmamente foi até o Ministro e o envolveu numa calorosa conversa sobre a fuga dos Comensais da Morte de Azkaban e ganhou agregados na discussão, o que manteve o Ministro entretido até a hora de retornarem para Londres.

Mais uma vez o propósito de Rufo em conseguir de Harry uma palavrinha, uma fotografia foi por água a baixo. Na volta para Londres ele estava mais amargo que vinagre, respondia as perguntas que lhes eram feitas de má vontade, até se enfezar de vez e pediu para os dois acompanhantes se calassem.

-Será que vocês nunca foram numa festa de Natal? Precisam ficar assim tão excitados e matraqueando o tempo todo? Fiquem de boca fechada, por Merlin! – Ralhou com Quim e Tonks que comentavam a festa em Hogwarts.

Lino, Fred, Jorge, Neville, Harry e Rony, os dois últimos de mãos dadas com as namoradas, subiram para o salão Comunal rindo a beça da cara do Ministro.

-Coitado do Ministro. – Falou Rony rindo muito. – Ele não dar sorte em falar com Harry nem mesmo estando no mesmo salão. Nossa! Esse cara não vai dormir essa noite.

Gui, que vinha logo atrás com Fleur, Carlinhos e os pais estavam se divertindo com as observações dos garotos. Muito intimamente Arthur dava toda razão aos garotos, principalmente para Harry em não querer falar como Ministro, ele era muito chato mesmo.

***

Os Comensais da Morte libertados receberam tratamento adequado para recuperarem as forças a fim de engrossarem as fileiras da legião das Trevas.

Lord Voldemort estava arquitetando planos em cima de planos para poder por as mãos em cima de Harry. Ele já vira uma pessoa protegida, mas tão protegida como o garoto estava ia alem do que havia pensado. Ele teria que usar cada gota de sua astucia para conseguir seu intento.

Anteriormente ele tivera certeza que, com a morte de Dumbledore alcançaria o que tanto desejava sem dificuldades. Mas a realidade mostrara-se completamente oposta ao imaginado. O cerco de proteção em volta de Harry não tinha brechas e ele tinha certeza que isso era obra de Alastor Moody. Mas pegar o velhote louco estava tão difícil quanto pegar o menino.

-Lucius, agora que você retornou para nossa frente, quero o melhor de você. Fique avisado, não admitirei falhas. As que você já fez são suficientes para que eu acabe com você sem pensar. Eu não perdôo, não esqueço, lembre-se disso. – A ameaça era clara tanto na voz do Lord como no olhar estreito.

-Sim, Mestre, darei o melhor de mim e com certeza teremos posto fim na vida do maldito Harry Potter antes do esperado. Armaremos um plano que ele não terá escapatória. – Vingarei o que fizeram com Bellatriz também, se o senhor me permitir, é claro. – Dizia Lucius respeitoso com o filho calado ao lado olhando para o chão.

-Depois que eu tiver o garoto nas minhas mãos, e vivo, preste muita atenção, vivo, você poderá fazer o que quiser. – Respondeu o Lord satisfeito com a disposição que o comensal demonstrava.

Todos os Comensais da Morte encontravam-se no suntuoso salão onde o Lord das Trevas costumava ficar para seu uso particular. Sua prepotência o levará a decorar seu salão tal qual Hogwarts era decorada. O mesmo estilo de móveis, tapeçarias nas paredes, armaduras, lareira grande. Porém, era só esse ambiente que apresentava luxo, os outros aposentos eram decrépitos.

-O que vocês estão esperando? Têm trabalho a fazer. Vão. - Berrou.


***

11/02/2007 – 15h20

Puxa... pensei que não fosse poder cumprir minha palavra em postar hoje o capítulo 29. Estava com problemas na conexão até agora a pouco. Graças a Merlin já está normal e consegui editar.

Na semana que passou não tive como acompanhar as fics que leio, a correria foi grande e está grande, mas com certeza vou achar um tempinho para prestigiar as minhas preferidas, e já tenho uma lista de outras tantas que quero ler.

Acompanho sempre as novas entradas na fic e agradeço a todos os leitores. Vocês todos é que fazem a diferença, viuuu!!!

A vocês: Gina_Weasley, Vivi Black, Lili, Manu Riddle, Samara Ribeiro, Amanda Regina Magatti, Lola Potter, Eline Garcia, Sô, MarciaM, meus bjosss personalizados.

[]s e {}s McGonagall

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Comentários (1)

  • Harry Dumbledore

    A fic é mesmo mt boa. estou ansioso por saber quem é o homem misterioso. Tenho de ir para o próximo cap. Acha que podia ver a minha fic? o nome é: HARRY POTTER E OS HORCRUXESeu posto no mínimo um capítulo por dia. é a minha primeira e seria mt importante se vc comentasse, desse nota e até fizesse sugestões pois eu gostaria de ter opinioes de autores prestigiados principalmente de si pois é brilhante. Obrigado.H.D.

    2012-08-21
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