As explicações



4 – As explicações

Fazia mais ou menos 30 minutos que os Weasley e Héstia estavam de guarda, quando ouviram o estalido de bruxos aparatando. Tonks, auror esperta que era, abriu a porta da cozinha e correu para o lado dos dois companheiros com as varinhas apontadas exatamente para o lugar onde ouviram o barulho. Imediatamente viram os três amigos que haviam chegado.

Molly, da janela da cozinha, viu quem havia chegado. Abriu a porta. Entraram o marido, Héstia, Remo, Olho-Tonto e “Emelina” que haviam acabado de chegar. Olhava com cara de ponto de interrogação quando bateram na porta. Tonks ficou no quintal.

- Atenda Molly, Emelina chegou. – Pediu Lupin, gentil.

Molly olhou para a cara dele, Emelina?

- “Harry”! – exclamou. – Abraçou-o apertado e continuou – Como você está, te aconteceu alguma coisa? Meninos, Harry chegou!

De repente Emelina, “na pele” de Harry, se viu presa num abraço de muitos braços. Ela lutava para se livrar daquela montoeira de gente que insistia em abraçá-la e beijá-la. Até que conseguiu se ver livre.

- Ai! Credo... Sai. Larga! Vocês me sufocam!

- Que cê tá falando, cara?

- Rony, eu não sou Harry.

- Como não, tá maluco?

- Sou eu. – Disse “Emelina”, parada no meio da cozinha. Muito “séria”.

Os três trocaram olhares confusos, sem esboçar reação alguma.

Moody, sisudo como sempre, disse.

- Sim, “esta” é Harry. – Disse apontando para “Emelina”. Vamos, meninos, cumprimentem seu amigo. – “Harry-Emelina” os olha meio sem jeito. – Era estranho estar vestido de mulher.

- Vamos, vamos. Vamos nos sentar. Nem tudo é o que parece ser. Mas acho melhor Harry e Emelina trocarem de roupas, para evitar constrangimentos.

Sentaram-se nas cadeiras e sofás desparelhados espalhados na sala de estar da família Weasley.

Os minutos seguintes foram seguidos pelo silêncio. Os garotos entenderam o que estava acontecendo. A espera durou pouco. A transformação começou a reverter cada um deles.

Agora, Harry na sua forma real e se sentindo mais à vontade, deu um sorriso meio sem jeito para os amigos. Foi imediato. Os braços lhe apertavam em abraços calorosos, recebia beijos, mas não sabia de quem era a boca que lhe beija o rosto. Quando acabou de ser abraçado sentiu que apenas um braço estava ainda em volta de sua cintura, Gina! Feliz, beijou seus cabelos e fez questão de ficar bem perto dela, matando a saudade que até então sentia, enquanto ela sorria feliz para ele.

- E aí? Como está, cara? Que susto você me deu com aquela carta! Que era aquilo?

Harry sorriu, mas não respondeu a pergunta do amigo. Alias, estava com muitas perguntas na mente, e queria resposta para todas elas.

- Professor Moody, o que é tudo isso? – pediu Harry.

- Bom, é o seguinte... Dumbledore, numa certa manhã, me chamou em Hogwarts, estava muito preocupado e sua mão mais enegrecida ainda e...

"- Alastor. – Disse Alvo. - Precisamos tomar algumas medidas de segurança. Harry completará 17 anos e faltam apenas três meses. A segurança que usei na casa dos Dursley perderá o efeito, exatamente à meia noite do dia 30 para 31 de julho. Harry ficará vulnerável. Antes dessa hora teremos que tirá-lo de lá. Mas teremos problemas, pois Voldemort com certeza estará vigiando de perto a casa e atacará tão logo possa. Pensando nisso, andei pensando em algumas alternativas para enganar Tom Riddle e sua corja de Comensais. Todas as minhas sugestões estão nesta caixa, que ficará guardada com Fawkes.
- Você está desconfiado de alguma coisa?
- Sempre, meu caro Moody, sempre. Precisamos estar preparados, afinal não é você que sempre fala “Vigilância constante”?
- Por que não montamos um plano, como já fizemos?
- Não, já fiz todas as sugestões possíveis. E não quero que todos fiquem sabendo, a não ser na hora exata em que um dos planos tiver que ser usado. Temos que evitar que mesmo entre os membros da Ordem existam conversas paralelas. Voldemort está mais astuto que nunca, e de olho em nós.
- Você acha que ele tem algum espião dentre nós? Não é possível.
- Sempre há essa possibilidade. Mas não, não acredito que alguém dentre nós esteja fazendo jogo duplo. Mesmo assim, cuidado nunca é pouco. Bom, as sugestões estão aqui (mostrou uma caixa feia sem nada em especial). Ficarão guardadas em lugar seguro com Fawkes. A instrução é: Quando for necessário chame a ave. “Fawkes – caixa de Dumbledore”. Ele a entregará para quem chamar somente – eu, você, Gui ou... Tudo isso que estou te falando deverá ficar entre nós dois e Gui. Ele já está sabendo do plano, tivemos uma longa conversa ontem. Escolhi o Gui, por ter mais possibilidade de saber o que acontece com Harry, afinal Rony está sempre em contato com o amigo.
- Que “ou” é esse?
- Você saberá.
- Mas o que tem nesses pergaminhos?
- Planos, caro Moody, planos, um diferente do outro. Não se sabe qual será aplicado até que se retire um deles da caixa. Lembre-se, Voldemort é um grande mestre em legilimancia. Se ele capturar um de nós não haverá como descobrir nossos planos, não é mesmo? Não me agrada agir assim, mas tenho que pensar na segurança de todos.
- Você pensou em tudo, não?
- Não, meu amigo. Temo que haja falhas.
- E será que Harry vai cooperar na aplicação de qualquer um dos planos se não estivar sabendo de nada? Você sabe como ele é! Ultimamente tem estado muito irritado com todos.
- Ahhh! vai sim, ele está mais crescido e temos tido contatos semanais. Tenho observado seu comportamento mais adulto. Já está deixando de ser tão impulsivo, porém está mais determinado.
- Espero que você esteja certo. Harry sempre nos surpreende com suas “atitudes”."

- E foi assim – continuou Moody – graças às instruções de Dumbledore tivemos uma ação rápida e sem transtornos. – Dizendo isso, tirou do bolso interno da capa as instruções e mostrou para os membros da Ordem. O pergaminho passou de mão em mão. Todos queriam ver.

Harry olhava para o Moody.

- É, Harry, Dumbledore usou o mesmo plano que Voldemort usou para enganar a todos nós no Torneio Tribruxo. Aí está a genialidade da situação, como dizia Dumbledore.

- Não posso me esquecer que se podem usar as mesmas armas dele contra ele mesmo. – Tom Riddle nunca iria imaginar que o Professor fosse fazer o mesmo contra ele.

Quim tinham entrado na sala durante a narrativa de Olho-tonto, e se manteve calado.

Alastor voltou-se para Quim:

- O que você conseguiu?

- Nada, o sujeito é esquivo. Enquanto estava observando de longe, ele parecia não me notar. Mas quando fui me aproximando, ele simplesmente sumiu no nada. É quieto, respira calmamente e pouco se mexe. Tem os movimentos precisos. Tenho certeza de que consegue ver através da capa de invisibilidade. Manteve o olhar fixo na janela de Harry o tempo todo sem desviar um segundo. E tinha também um rato olhando para a casa dos tios de Harry e para o sujeito. Tenho certeza de que era Rabicho a mando de Voldemort, mas ele não me viu.

- Muito bom. Isso conta a nosso favor. – Falou Moody.

- Esperem, tenho uma coisa para mostrar. – começou Harry.
Mas foi interrompido, por Lupin.

- Daqui a pouco, Harry.

- Deixe que ele falar, Lupin. – disse Arthur.

- Bem, é que isso apareceu na minha mão do nada, enquanto eu olhava para aquele cara pela janela. Não sei de onde veio. – E pegou o pergaminho do bolso, entregando para o Professor Moody.

Olho-Tonto, muito desconfiado, pegou o pergaminho, colocou-o na mesinha de canto e disse:

- Revele seus Segredos.
Nada.

- Apareccium.
Nada.

Parecia estar livre de qualquer tipo de magia.

Pegou o pergaminho, virou-o e revirou-o e finalmente leu alto para que todos ouvissem:

“Procure nos lugares mais prováveis.”

O sujeito sabia o que Harry tinha que fazer? Mas como?

- Guarde-o, Harry, vamos ver do que servirá. Avise-me se qualquer coisa acontecer.

Harry pegou o pergaminho e guardou novamente dentro do bolso.

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