Retaliação



32 - Retaliação

Aos pouco os moradores da Sede começaram a se levantar e se inteirar sobre os acontecimentos do final da madrugada e é claro não faltaram comentários.

-Mas é claro que o Lord das Trevas iria querer que o senhor Olivaras fizesse varinhas exclusivamente para o mal. Que poderia sair de uma mente tão estragada como a dele? – Comentou Hermione.

-Olivaras sempre levou sua arte a sério. Suas varinhas são consideradas as melhores do mundo mágico. – Disse Lupin.

-Quando o conheci ele me pareceu muito estranho. – Foi a vez de Harry dizer. – Por falar em estranho, queria conversar com o professor Moody.

-Eu não posso te ajudar? – Perguntou Lupin.

-Talvez. Queria saber por que Snape respondeu as perguntas que fiz e não as de vocês. Isso me pareceu muito estranho; não faz sentindo entende. Como foi que fiz isso?

-É, vou ficar te devendo está resposta, acho que só o Moody pode te responder. Sinceramente também pensei muito sobre o acontecido, mas não sei o que dizer. Foi realmente muito estranho.

E Harry ficou com aquilo na cabeça, Olho-Tonto não apareceu na Sede naquele dia, e ele não tinha como elucidar essa dúvida, teria que esperar. Se Harry já estava diferente naquela manhã, ficou mais invocado ainda.

Gina que se sentou a seu lado.

-Que você tem Harry? – Perguntou Gina baixinho.

-Não sei. Estou preocupado com essa história do Severo responder a minhas perguntas. E também com a varinha nas mãos de Lucius. Dele só pode vir o pior, não é?

-É, mas não precisa ficar desse jeito, você não pode fazer nada.

-Ta bom, não tenho como resolver isso agora. Bom, preciso ir até Hogwarts. Quer vir comigo? – Perguntou em pé vestindo a capa.

-Que você tem que fazer lá Harry? – Perguntou Lupin.

-Contar para Hagrid sobre a cobra que pode aparecer por lá antes que ele a mate, ainda não conversei com ele sobre isso. Você sabe como ele é. Ele gosta de animais estranhos, mas com cobra ele não brinca, ele mata.

-Vou junto com você. – Disse Rony.

No final os cinco amigos foram até a cabana do grandalhão.

-É. Então está bem. Mas não vou deixar que ela entre na minha casa. Isso não. Cobra não, não da para acreditar nas cobras.

-Não estou pedindo que você lhe dê abrigo, só estou pedindo para você não matá-la, só isso. – Respondeu Harry.

-E como saberei que é a cobra sua amiga?

-Ela ficará por perto até que eu apareça. Ela não lhe atacará e nem te picará.

-Sei. Não vou nem passar perto dela, é isso que vou fazer.– Respondeu Hagrid mais que desconfiado. – Vamos tomar um chá, estou com frio. – Convidou os amigos para por um fim na conversa da cobra que não lhe agradava nem um pouco.

E os cinco amigos ficaram ali por mais um tempo se divertindo com as histórias de Hagrid, tomando chá para espantar o frio. Quase na hora do almoço foram mandados embora para a sede.

-Ta na hora de vocês irem embora. Tenho muito que fazer hoje e não posso ficar o dia todo conversando, hoje não.

-Que tanto você tem a fazer? A escola está vazia! – Disse Rony.

-Vou passar a tarde toda com o Gropinho e com Bicuço, tenho dado pouca atenção a eles.

21 de janeiro

Apesar do frio intenso que estava fazendo no Caldeirão Furado não havia uma mesa sequer vaga de tão lotado que estava o famoso lugar. Tom, o dono do bar, achava-se atarantado, mal dava conta de atender seus fregueses que a todo o momento pediam algo mais para beber ou comer. Todos os quartos estavam ocupados, e ele foi obrigado a contratar um ajudante para poder dar a merecida atenção aos freqüentadores do bar.

A passagem mágica localizada no fundo do barzinho parava mais aberta que fechada a todo instante tal o movimento.

-Enfim um pouco de liberdade. – Disse um bruxo de barba rala e atarracado a seu amigo enquanto tomavam canecas e mais canecas de cerveja amanteigada.

-É, acho que o “escolhido” botou medo em Você-sabe-quem. – Respondeu o companheiro com um cachimbo soltando fumaça preso entre os dentes.

-Já não era sem tempo. É obrigação dele fazer isso, não é mesmo? De quem mais é a obrigação a não ser dele? – Respondeu como se fosse dono da verdade. – Deixe-me encontrar com ele que vou cobrá-lo disso. Espere para ver. – Finalizou com prepotência.

-Não sei não. – Respondeu o amigo prestando atenção na conversa.

Os comerciantes do Beco Diagonal estavam excitados com a volta do movimento. As lojas todas abertas expunham nas vitrines as últimas novidades. Galeões mudavam de bolsas. Os fregueses entravam e saiam dos estabelecimentos felizes por poderem enfim, gozarem da merecida liberdade de freqüentar a rua mais famosa do mundo bruxo com tranqüilidade.

As crianças muito agasalhadas vibravam encantadas com as invenções dos gêmeos, lotavam a loja Gemialidades Weasley, e os pais agradecidos por verem os rostos iluminados de suas crianças compravam inúmeras brincadeiras só para continuar vendo-as sorrir.

Naquela manhã, a loja Floreios & Borrões estava em festa; um bruxo apresentava seu livro sobre a vida daquele que fora o mais famoso e respeitado bruxo da atualidade – Professor Alvo Dumbledore, numa seção de autógrafos. Fotos e mais fotos do professor sorrindo e acenando para os presentes estavam dependuradas em todas as paredes da livraria.

***

Molly, Fleur e Neville estavam sozinhos na Sede, todos haviam saído inclusive, os garotos que tendo liberdade do Portal, sumiam de repente. É claro que ela sabia que eles saiam para namorar. Não tinham privacidade na Sede, além do mais eram jovens, tinham o direito de gozarem de liberdade.

Molly estava atarefada na cozinha da Sede, parada no meio da cozinha sacudia a varinha organizando as panelas, arrumando os pratos, pondo tudo no lugar para dali a algumas horas começar novamente a preparar o jantar. Depois de tudo arrumado fez menção de usar varinha para debulhar as ervilhas frescas, adiantar o serviço é bom. “Não, vou debulhar a moda dos trouxas”. – Pensou sorridente. “Arthur que deveria fazer isso”. Sorriu para si mesma.

Fazia dias que tudo estava calmo e isso não era normal. Enquanto via as ervilhas saltarem das cascas e caírem na bacia que tinha no colo, cantarolava uma música que ouvia na RRB (Rede Radiofônica dos Bruxos). “Essa calmaria me deixa irritada. Que será que esse Lord das Trevas está pensando, com certeza coisa boa não é”. – Pensava preocupada.

Neville entrou na cozinha a procura de algo para comer.

-Não quis sair com os demais, querido? – Perguntou a senhora Weasley.

-Não. Eles saíram para namorar e não vou ficar atrapalhando. Gostaria de poder ficar um pouco com a Luna, mas o professor Lupin não me deixou ir. Disse que é arriscado. – Respondeu com a boca cheia de nozes.

Olivaras continuava na Sede, muito embora não tivesse a mínima noção de onde estava. Muito cabisbaixo se mantinha calado, provavelmente ainda remoendo as informações que Moody tinha lhe passado.

“Não. É melhor que ele continue aqui na Sede. Em Hogwarts poderá ficar exposto o que não é bom. Aqui ele estará seguro. – Decidiu Alastor”.

A música parou na metade. Molly olhou para o rádio.
“Que será que aconteceu”. – Disse para si mesma.

“E ATENÇÃO, ATENÇÃO...”

“Aqui fala o repórter exclusivo da RRB, direto do Beco Diagonal...

-FLEUR – Gritou chamando a nora. – Ouça Fleur, ouça o que aconteceu. – Disse apavorada.

-Shhh! Escuta, escuta. – Pediu Neville chegando mais perto do rádio. – Escuta só isso!

“Há uma correria desenfreada. Os bruxos então em pânico... Olha lá, eles atearam fogo no Empório das Corujas...”

***

-E nosso filho? – Perguntou Harry abraçado com Gina contemplando os jardins de Hogwarts depois de terem trocado ardentes beijos e abraços.

-Ah! Vai ser lindo como você e como eu, é claro. Já imaginou, olhos verdes e cabelo ruivo! Todas as bruxinhas vão fazer fila na nossa porta procurando por ele. – Respondeu Gina risonha se aconchegando mais nos braços de Harry.

Estavam namorando sossegados sentados nas escadarias da escola encostados à parede.

-Que filho? – Perguntou Rony assustando os dois e se pondo em guarda.

-O que planejamos ter. Por que, você e Hermione não conversam sobre o que querem? – Perguntou Gina em alerta com a atitude do irmão. – Vai embora Rony e nos deixe namorar em paz.

Harry não deu a mínima atenção ao espanto de Rony. Conhecia bem demais o amigo e entendia que quando se tratava da irmã o ciúme falava mais alto. Mas nem por isso deixou de segurar Gina bem próxima de si.

Rony se afastou de muito mal-humor de mãos dadas com Hermione.

-Rony, não fique assim. Sua irmã cresceu e não é nenhuma boba. Além do mais ela e Harry querem ficar sozinhos. – Disse Hermione com toda paciência do mundo para o namorado. – Você percebeu que eles nunca nos incomodam? – E lascou um beijo em Rony de tirar o fôlego.

-Mione! – Exclamou. – Nossa... Você nunca fez isso?

-Quem sabe assim você volta a atenção para mim, ou vai querer que eu te chame de Uom-Uom. – Respondeu risonha. – Deixe os dois e vamos cuidar de nossa vida que é o mais acertado que temos a fazer.

-Nem me lembre disso. Foi um custo me livrar dela. Pensei que nunca fosse me acertar com você. – Respondeu rodando com Hermione os braços.

Harry abraçado a Gina cruzou com os dois no corredor e não perdeu a oportunidade.

-‘To gostando de ver. – Disse Harry com um sorriso de lado a lado no rosto.

Mais tarde na Sede...

-Harry... Que história é essa de filho?

-Rony, você não acredita mesmo que vou lhe contar minha vida com a Gina, né? – E terminou de se arrumar sem se preocupar com os pensamentos do amigo.

No quarto das meninas...

-Mione... Que fez o Rony rodar você no ar? – Perguntou Gina divertida.

Hermione riu. – Apenas o provoquei.

***

BUM.

O chão tremeu.

BUM.

Os visitantes da rua olhavam ao redor tentando identificar de onde vinha tal barulho.

-Alguém ganhou na Loteria dos Bruxos, está comemorando como se deve. – Disse um bruxo que saía da loja de Madame Malkin – Roupas para Todas as Ocasiões, com um grande pacote nas mãos.

-É, e deve mesmo comemorar. Não é sempre que se tem essa sorte. Conheço Arthur Weasley, que ganhou uma vez a loteria, cara sortudo!

BUM – Outro estouro mais forte.

-Isso não é comemoração. – Disse o acompanhante do bruxo que havia comprado novas vestes sentindo o corpo inteiro tremer.

De repente uma gritaria nunca ouvida invadiu o Beco abafando o alarido descontraído. O corre-corre tomou conta do lugar. Pessoas trombavam uma com as outras na pressa de irem para casa. Pais seguravam seus filhos pelas mãos tão firmemente, que as pobres mãozinhas ficavam com as juntas brancas pela falta de circulação do sangue.

BUM.

Outra explosão, dessa vez tão forte que causou pânico imediato na população. Famílias inteiras entravam aos trancos e barrancos nas lojas entupindo as lareiras para voltarem ao refugio de suas residências mais rápido que o vento.

-Corram... Corram que eles vêm vindo... – Gritou um bruxo que corria desembestado pelo Beco.

Medo. Medo era o que se via nos olhos arregalados. Alguns bruxos e bruxas nem saiam do lugar, imobilizados por causa do medo.

“Vai, corre! Vai ficar parado ai esperando que eles te peguem é? Se mexe homem”. – Disse um bruxo que corria para se proteger.

“Para que você vai fechar a porta? Salve sua vida!”

Frases como essas eram ditas as pressas incentivando para que todos se refugiassem.

Os estalidos de aparatação tornaram-se ensurdecedor. O desespero tomou conta de todos. Pais aparatavam com seus filhos dependurados de qualquer maneira sobre os ombros. Procurar refúgio imediato era imprescindível.

E lá vinham eles. Todos vestidos de preto, as máscaras cobrindo os rostos já não tão anônimos assim. Mais de 10 comensais da morte caminhavam a passos lentos pela extensão do Beco Diagonal e explodiam aqui e ali estabelecimentos comerciais a bel prazer. Estuporavam os bruxos desesperados que corriam para todos os lados, torturavam aqueles que tentavam em vão baixar as portas de suas lojas. Gargalhavam alto enquanto lançavam a maldição cruciatus. Não era um só que lançava feitiços, vários comensais faziam uso das maldiçoes imperdoáveis, principalmente a maldição da tortura.

-Avada kedavra, Avada kedavra. – Berrou um dos malditos dominado pelo desejo de matar.

O comensal que parecia estar no comando da invasão matou na frente dos pais, por puro prazer mórbido, duas crianças não pareciam ter mais de 5 anos e 3 anos.

-Treme desgraçado! Sinta a ira de meu Mestre. Sofra agora! – E fez bruxos sofrerem a maldição da dor.

-Vamos acabar com a lojinha como o Mestre mandou. Não podemos perder tempo. – Disse Lucius que mantinha a máscara no rosto como se fosse possível se manter anonimato. Caminhava na frente dos companheiros dando ordens e mais ordens.

-É aquela ali coberta de cartazes de tudo quanto é tipo. – Informou um companheiro que estava ao lado dele.

-Estupore. – Gritou Lucius apontando a varinha para a Loja dos gêmeos. E o jato de luz vermelho intenso saiu da varinha negra.

Em pouco mais de uma hora o horror e pânico tomou conta do famoso Beco.

***

Nervosa, a senhora Weasley ia e vinha do jardim para a sala, esfregando as mãos, enquanto Fleur ficou parada no meio do jardim mesmo com a neve que caía cobrindo-lhe os ombros.

-Estão todos fora de casa! Todos! Eu vou cortar cada uma deles em pedacinhos bem pequenos! – Ouviu o estalido de aparatação.

-Onde vocês estavam... – Já ia começar a passar um de seus famosos sermões quando viu quem era.

Fred e Lino aparataram na Sede, mais sujos que uma lareira que não é usada há séculos; por baixo da sujeira estavam pálidos, trazendo com eles o corpo de Jorge desacordado.

-Que aconteceu? Jorge, Jorge meu filho abra os olhos! – Pedia a mãe angustiada dando tapinhas no rosto do filho desacordado.

-Enervate. – Ouviu Fleur dizer com a varinha apontada para o cunhado estendido no chão frio do jardim encantado da Sede.

Jorge acordou sem saber onde estava e nem o que havia acontecido olhou zonzo para os rostos que estavam em cima dele.

-Que foi? – Perguntou ainda deitado.

-Você foi estuporado por um comensal da morte. – Informou Fred ajoelhado ao lado do irmão.

-Por Merlin! Jorge, meu filho, você está bem? O que foi que aconteceu? – Voltou a perguntar a senhora Weasley ajoelhada ao lado de Jorge. – Ai... Estava tão preocupada! Vocês estão bem? – Perguntou apreensiva. – Fique deitado mais um pouco. – Mandou.

Fred depois da costumeira reclamação de “me solta, mamãe” contou:

-Tivemos sorte. O Beco Diagonal está aos pedaços. – Contou Fred.

-Foi um horror. Não costumo sentir medo. – Disse Lino coberto de fuligem. – Mas tremi nas bases.

-Quando saímos da loja...

-Mas vocês estão inteiros. É isso que conta. – Exclamou a mãe abismada pelo filho estar pensando na loja.

-Pára mamãe. – Pediu Jorge, se pondo em pé e recebendo os beijos da mãe, que aliviada não parava de alisá-lo. Até Lino ficou um pouco sem jeito com o carinho recebido.

-Não, mamãe, estava começando a contar sobre o que aconteceu. Quando ouvimos as primeiras explosões, achamos que fosse alguém festejando alguma coisa e saímos para ver o que era. Claro que não iríamos perder a farra. E foi quando vimos que todos corriam desembestados para todo lado. Ficamos parados na frente da loja sem entender nada e lá vinham eles, apontando as varinhas explodindo o que desse na telha. – Contou Fred antes que a mãe pensasse mais besteiras.

-De repente eles apontaram a varinha para a loja e a explodiram. Não foi um ataque gratuito, parecia que estavam nos procurando. Tenho certeza. – Contou Lino fazendo um forte aceno com a cabeça. – E tive mais certeza ainda quando Jorge foi estuporado.

-O Beco ficou no chão, uma calamidade. É, os comensais da morte destruíram o Beco. Ta uma confusão danada, ninguém entende ninguém, todo mundo correndo sem direção, tem fogo por tudo quanto é canto, e as lojas destruídas. Não tem um único prédio inteiro, a não ser o Banco Gringotes, que embora em pé, tem a fachada toda danificada. – Completou Fred falando aos tropeços.

-Mas por que vocês estão tão sujos?

-Por que quando eles destruíram a loja com nós estávamos na porta da loja e os destroços caíram em cima de nós e só tivemos o tempo exato de agarrarmos o Jorge e desaparatamos, sem pensar em nada. Eles sabiam que estávamos lá. Lucius estava em pé na nossa frente e apontava a varinha para nós. Estavam nos procurando. – Contou Fred.

-Mas como? Procurando você por quê?

-Ah! Minha sogra está bem claro não, é? Queriam pegar um Weasley para atingir “Arry”.

-Vocês não vão mais sair de casa. Vão ficar aqui dentro bem perto de mim. – Disse a senhora Weasley.

-Que vamos ficar trancados o quê! – Reclamou Fred.

-Sortudos esses duendes. Seria uma boa se eles estivessem do nosso lado. – Disse Jorge.

-Bem... Agora tenho mais argumentos. Até agora eles não me davam ouvidos por acharem que eu estava exagerando. – Disse Fleur para os demais.

-É? Como você sabe? – Quis saber Fred que limpava o rosto sujo de poeira com um guardanapo que pegou das mãos da mãe.

-E você acha que eu trabalho no banco só para enfeitar? Minha missão é trazê-los para o nosso lado. Instruções de Moody. – Respondeu cheia de pompa.

-Aí Meu Merlin! – O desespero em segundos tomou conta da matriarca dos Weasley. - Os garotos não estão em casa. Saíram e não avisaram para onde iam. Num minuto estavam na sala e de repente não estavam mais lá.

-Estão sim, senhora Weasley, eles já chegaram, Harry saiu do banho e Rony estava se arrumando. – Contou Neville.

-Preciso saber se Arthur e os demais estão bem. – Falou Molly aflita. – Vou até o Ministério.

-A senhora fica aqui, eu vou atrás dos membros da Ordem. Acharei alguém. Gui com certeza deve estar no banco. – Assim, Fleur aparatou para saber notícias dos demais.

Quando os garotos entraram na sala de estar, foram recebidos com expressões de aflição.

-Eu vou matar vocês. Querem me deixar louca? Onde estiveram? Não pesaram em mim, estou aqui desesperada sem saber onde tinham ido, custava avisar que já haviam chegado? – E enquanto falava distribuía tapas nos ombros dos garotos, não tão forte, é verdade. – Vocês podiam ter morrido!

-Hein! Mãe para que esse escândalo todo? – Perguntou Rony.

-Calma senhora Weasley, chegamos a mais de dez minutos. – Tentou explicar Harry já dentro da sala. – ‘Ta tudo bem.

-Não, está bem, não, senhor, os comensais atacaram...

Harry observou a sujeira dos amigos, ficou tenso na mesma hora, não era coisa pequena que havia acontecido a julgar pela aparência dos gêmeos e Lino. O ataque fora sério demais.

-Como assim atacaram? Atacaram quem? – Perguntou Harry se virando para a senhora Weasley sem esperar o final da notícia. – Alguém da Ordem está ferido, foi morto?

-Eles atacaram o Beco Diagonal. – Informou Jorge. – Estavam atrás da gente, tenho certeza.

-Como? – Perguntou assustado.

-Atacando, ora essa. Apontando a varinha para todos os lados e lançando feitiços de tudo quanto e tipo. O Beco está destruído. – Respondeu Jorge. – Você não se lembra do que Snape disse? Pois é, acataram o Beco. Fui estuporado.

-Quer fazer o favor de ser educado com Harry. Ele só fez uma pergunta. – Reclamou Gina com o irmão.

-Eu não respondi mal-educado. Só contei o que aconteceu.

Edwiges entrou pela porta aberta da sala, trazia no bico uma edição extra do Profeta Diário que o menino que sobreviveu arrancou sem muita delicadeza. A coruja como que entendendo o acontecido não reclamou como o dono a tratou.

“O dia 21 de janeiro é um dia que vai ficar na história da comunidade mágica”.

PÂNICO NA COMUNIDADE MÁGICA

BECO DIAGONAL DESTRIUDO E EM CHAMAS.

Um bruxo que conseguiu se esconder dentro de uma lata de lixo no Beco Diagonal contou a este repórter que nunca vira tal confusão. - “Os Comensais da Morte pareciam que estavam fazendo um passeio, andavam calmamente pela rua estreita e apontavam a varinha para lá e para cá ateando fogo onde acertasse, e causando explosões aleatórias. Eles se divertiam, você acredita?”.

“Nunca vi coisa igual. Se eu não tivesse me espremido dentro do latão de lixo estaria frito com como um ovo numa frigideira quente”.

“Os Comensais da Morte só começaram a correr desvairados quando um grande número de aurores chegou ao local. Mas já era tarde, a rua já estava tomada pelas chamas”. – Comentou outro informante que não deseja ser identificado com medo de perseguido.

“A loja Gemialidades Weasley ficou completamente destruída. Os Comensais invadiram a loja e simplesmente acabaram com ela. Mesmo com a loja destruída reviraram todos os destroços, e quando saíram não estavam de bom humor”. Contou o vizinho da loja dos irmãos Weasley, que por milagre saiu ileso da calamidade se fingindo de morto estirado no meio da rua.

“O impressionante é que os bruxos não enfrentam os comensais. Até quando Merlin, vamos ficar passivos diante de tanta atrocidade? O que somos, bruxos ou trouxas?”

“Nós precisamos fazer alguma coisa, simplesmente precisamos”.
E com essa frase encerrou o artigo.

Horas mais tarde Harry ainda não tirava os olhos das manchetes. Lia ora uma ora outra notícia e voltava para a anterior. Ele não queria acreditar no que tinha acontecido e pior ele não podia fazer nada, sentia-se desolado, andava sem parar cochichando consigo mesmo. Ele queria ter saído para ver de perto o que havia acontecido, mas a senhora Weasley numa atitude das mais firmes impediu qualquer um dos garotos saíssem da Sede.

-Você vai esperar aqui mesmo Harry. E não adianta nenhuma desculpa. Fleur já saiu.

-Mas ela está demorando muito. Faz horas que o Beco foi destruído e ainda não temos nenhuma notícia.

-Assim mesmo. Você fica. E não ouse me desobedecer.

O fato dos Comensais da Morte terem invadido a loja dos gêmeos, deu a Harry a certeza de que Lord Voldemort dera ordens explicitas para capturarem um dos Weasley. Esse pensamento deixava Harry mais angustiado ainda. Por causa da obsessão do Lord em matá-lo, mais um dos seus amigos podia sofrer as conseqüências.

Arthur e Lupin entraram juntos na Sede mais sujos que os garotos e foram recebidos pela preocupada senhora Weasley que não parava de conferir se ambos estavam de fato bem.

-Onde está o professor Moody? – Perguntou Neville.

-Não sabemos. Não o encontramos, e olha que procuramos em todos os lugares. – Respondeu Arthur enquanto tirava a capa suja de cima dos ombros.

Os dois integrantes da Ordem chegaram com uma notícia mais preocupante que a outra. Crianças haviam morrido na frente dos pais, bruxos foram queimados vivos enquanto tentavam se salvar, Tom o dono do Caldeirão Furado estava internado em St. Mungus com sérios ferimentos, e todos os bichos do Empório das Corujas, morreram nas chamas que consumiu a loja.

-Fleur foi atrás de Gui e Carlinhos e ainda não chegaram. Não acha que é melhor alguém ir procurá-los.

-Não, Molly, vamos ficar em casa. Não é aconselhável sair agora. – Respondeu o marido.

Passaram-se alguns minutos até que ouviram uma batida na porta de entrada da Sede.

-Quem será? – Perguntou Gina, pois não era comum alguém bate à porta.

Molly se levantou para atender.

-Não Molly, eu faço isso. – Disse Lupin com a varinha na mão. Gesto que foi imitado por todos os presentes na sala de estar.

Era Doris Crockford a bruxa que cumprimentou Harry Potter incontáveis vezes no Caldeirão Furado.

-Os outros vão demoram mais um pouco a chegar, ainda estão todos no Ministério. – Contou antes que fosse questionada ainda parada na porta sem fazer menção de adentrar na sala de estar. Era melhor primeiro ser convidada. – Bem, acho melhor explicar. Sou mais uma das integrantes da Ordem, e ajudo a Ordem da Fênix desde que Dumbledore a fundou. Trabalho na sombra para ajudar a Ordem. – Disse encarando a todos. – Por acaso estava no Caldeirão Furado na primeira vez em que Harry esteve lá. – E sorriu para Harry.

-E como você achou este lugar? – Perguntou Arthur ainda com a varinha na mão apontando ameaçadoramente para a bruxa.

-Tenho este endereço desde que o próprio Dumbledore me deu quando organizou a Caixa de Fawkes. Sim, eu sei dos segredos da caixa. – Falava com calma e não se mostrava assustada com as varinhas apontadas em sua direção. Não tinha nada a temer. – Tomem, leiam isso, acabará com as dúvidas de vocês. – E estendeu um pedaço de pergaminho muito amassado para Lupin que estava mais perto.

Lupin leu o que estava escrito em verde no pergaminho numa caligrafia fina e inclinada.

Cara Doris.
Sei que posso contar com sua usual disposição em ajudar a Ordem da Fênix. Se bem te conheço, você deve estar se perguntando se vamos reunir a Ordem novamente. A resposta é sim. Com os últimos acontecimentos e a resistência de Cornélio Fudge em aceitar a volta de Voldemort precisamos ficar atentos. Você sabe o que é necessário fazer. Ficar atenta a tudo que acontece no Ministério é sua prioridade. Muito atenciosamente, Alvo Dumbledore.

-A carta foi escrita por Dumbledore, tenho certeza e julgar pela exposição dos fatos foi escrita logo após o Torneio Tribruxo. – Informou Lupin depois de ter atenciosamente o bilhete.

-Isso mesmo. Dumbledore me avisou logo depois da discussão que teve com Ministro da Magia. – Confirmou calmamente. – Hum... Eu vou ficar aqui fora com todo esse frio? – Perguntou estremecendo.

-Ah! Nos desculpe. Entre. Acredito que você estenda nossa precaução. Por quê ele nunca nos falou de você? Conhecemos todos os outros! E por que você está aqui? – Perguntou Arthur.

-Bem, Dumbledore sempre teve um carta na manga caso alguma coisa saísse de seu controle. Como trabalho também no Ministério e como uma inominável, teria mais possibilidades em descobrir as armações do Ministro. Quando Dolores se tornou a Alta Inquisidora de Hogwarts a mando do destrambelhado Fudge, passei a informar Alvo dos despropósitos das atitudes que estavam sendo tomadas e o prevenia. Dumbledore foi um bruxo excepcional, mas em muitas vezes não podia estar em dois lugares ao mesmo tempo. Em algumas vezes ele até conseguia com o vira-tempo. Espero que vocês entendam, eu não podia me mostrar de jeito nenhum. Bem, estou aqui por que Moody foi gravemente ferido no Beco Diagonal, levei-o para St. Mungus e vim avisá-los. Ele está desacordado e...

-E o que? – Perguntou Harry dando um passo em direção a bruxa de aparência descuidada.

-Não sei o que pode acontecer Harry, sinto muito. No entanto ele é forte e esperemos que saia desta também. Até agora não conseguiram derrubá-lo, não é mesmo?

-Que aconteceu com você? – Perguntou Arthur agora mais relaxado e vendo as manchas de sangue que havia nas vestes desgastadas da inominável.

-Estava no Beco ajudando os bruxos a se refugiarem e saí um pouquinho machucada, nada de grave, apenas alguns arranhões.

-Deixe-me ver isso Doris. – Pediu Molly.

-Não se preocupe. Estou muito bem.

-Mesmo assim. Deixe-me cuidar desses arranhões.

Doris achou melhor evitar discussões por causa de simples arranhões, era melhor aceitar a oferta e se deixar ser cuidada.

-Porque os outros não vieram com você?

-Estão ocupados. – Respondia enquanto deixava a que a senhora Weasley passasse líquidos que ardiam nos arranhões.

Depois das desconfianças esclarecidas Harry voltou a concentrar sua atenção nas notícias sensacionalistas do jornal.

-Não pode ser. Não pode ser! – Harry continuava a fala para si mesmo inconformado. – Como não senti nada? – E olhava para Remo em busca de respostas.

-Só tenho uma resposta para te dar. Voldemort está usando oclumência para você não entrar mais na mente dele.

-E o que o Rufo vai fazer para ajudar todas essas pessoas?

-Já fez Harry. Ele e Minerva abriram a propriedade da escola para abrigar todos que precisam de auxilio. – Respondeu Doris que agora estava sentada numa poltrona com uma xícara de chá nas mãos. Ela havia escutado a decisão do Ministro.

-Onde estão Quim e Tonks?

-Ainda estão organizadas as idas para Hogwarts. Ta uma confusão. O Beco Diagonal não era só uma rua de comércio, havia muitos bruxos que residiam lá.

-Sabia atitude. – Murmurou Hermione que estava inconsolável com a notícia.

-O problema é que ele não me encontra. Talvez se um de seus espiões me visse andando por ai a atenção dele seria focada em mim. – Disse Harry.

-Não seja pretensioso. Ele quer te pegar sim, é fato, mas isso que aconteceu foi por ter perdido a arte de Olivaras. Esse é o motivo da retaliação. – Explicou Lupin.

Doris Crockford ouviu sobre Olivaras, porém manteve-se calada. Isso não era assunto dela.

-Mas nem pensar, pode tirar essa idéia maluca da cabeça. Depois que tudo que estamos fazendo você dar as caras por ai! É o fim da picada senhor Harry Potter. – Ralhou Arthur com o jovem amigo.

-Deixar que ele te veja? Ta louco Harry? – Dessa vez quem ficou brava foi à senhora Weasley.

-Harry pode estar certo. Deixar que Tom o visse andando despreocupado por ai, pode ser uma grande estratégia e nos dará chance de arquitetar um contra-ataque. Chamo isso de propiciar uma “distração”, tirando a visão dele sobre o que o restante da Ordem.

-Onde você aprendeu isso Hermione? – Perguntou Arthur.

-Nos filmes trouxas, e das literaturas de suspense que li.

-Aqueles filmes que passam naquelas caixinhas pretas, é? – Já perguntou todo animado.

-É, e também nas telonas.

-Telonas? O que é isso?

-Chega Arthur. Depois descobre mais sobre isso junto com Hermione. Temos outros assuntos para resolvermos agora. – Interferiu Lupin que sentia que a conversa sobre trouxa podiam ir muito, mas muito longe. – Precisamos reunir todos da Ordem dessa vez. Não gostaria de fazer isso, mas agora é essencial.

-Tenho que ir embora, por mais que seja agradável a companhia de vocês, tenho muito que fazer. Outra coisa, para todos os efeitos eu não passo de uma bruxa tão comum como todas as outras, que passa seus dias sem nada para fazer a não se fofoca, entendido? – Avisou Doris com um olhar de quem é capaz de fazer qualquer coisa. Ninguém pode saber que estive aqui, NINGUÉM. – Repetiu bem vagarosamente.

***

As manchetes dos jornais bruxos erram as mais aterradoras possíveis. A comunidade mágica apavorada precisava de ajuda urgente, estavam em pânico. As lareiras do átrio do Ministério não paravam de brilhar com as chamas verdes vivas, famílias inteiras invadiram o Ministério da Magia exigindo uma atitude rápida do Ministro e buscando proteção.

Para a maioria dos bruxos, o Ministério da Magia era um lugar onde poderiam ter muita proteção já que era ali onde os aurores ficaram aquartelados.

Rufo, sendo o Ministro da Magia tomou a única atitude que se esperava dele naquela hora de desespero. Precisava encontrar um lugar para abrigar todos necessitados e só existia um lugar grande o suficiente.

Assim, Rufo reuniu-se com Minerva McGonagall e com os professores e juntos numa das conversas mais sérias que jamais tiveram, decidiram que o melhor seria abrir Hogwarts para os desabrigados. O problema era a neve; como acampar naquele terreno branco e gelado e dentro do castelo não havia acomodações suficientes para todos.

-Agora Hogwarts é segura não senhor Ministro? Sabe, eu não entendo essas coisas. O senhor poderia me explicar? Ah! - deixa para lá, o importante é acolhermos quem precisa de ajuda. – Disse Minerva com impaciência.

-É claro que podem se alojar nas estufas. Não é grande coisa, mas estarão abrigados na neve. Depois dou meu jeito para conseguir novas mudas e formar outros canteiros. – Disse de assalto a professora Sprout.

-Mas não mesmo! Não podemos nos desfazer das estufas. Elas nos fornecem uma grande variedade de ingredientes para remédios e poções. – Reclamou Papoula jogando um balde de água fria na sugestão da professora Sprout.

-Eu sei Papoula. – Disse com um suspiro. - Também não gostaria de me desfazer das estufas. Mas acredito ser mais importante acolhermos os necessitados. Só por isso dei a sugestão.

-Hum hum. Se me derem licença, acho que seria melhor eu e o Gropinho cuidarmos das plantas. Podemos acomodá-las em cavernas, assim elas ficarão abrigadas da neve. Ta certo que elas não são tão quentinhas como as estufas, mas também não são geladas. Quando tiverem necessidade de alguma planta terei prazer em ir buscá-la. – Sugeriu o guardião das chaves de Hogwarts.

-Quem é Gropinho? – Quis saber o Ministro.

-Então está acertado. Pode começar a transportá-la Hagrid. – Mandou Minerva sem responder à pergunta de Rufo.

-As crianças menores de 11 anos ficarão abrigadas nas masmorras. Tem espaço suficiente nelas.

-Mas lá é muito úmido. Será necessário colocar braseiros e com muita brasa para aquecer aqueles ambientes. Lá embaixo é muito frio. – Disse A senhora Figg que agora residia no castelo.

-Acho melhor acendermos todas as lareiras do castelo. Todas as salas de aulas serão utilizadas como dormitórios. Vamos Rufo, que você está fazendo parado aí? Temos muito trabalho. – Dobby! – Chamou Minerva alto.

Com um estalo característico Dobby apareceu.

-A senhora me chamou professora Minerva, Dobby atende. – Respondeu o elfo domestico fazendo uma reverencia até o chão.

E Minerva McGonagall mandou que Dobby e o restante dos elfos domésticos acendessem todas os archotes e lareiras, que colocassem braseiros nas masmorras e que fizessem caldeirões de sopa quente e nutritiva.

-Você cuida de tudo Dobby.

O elfo não precisou de nova ordem, nos minutos que se seguiram podia se observar a claridade das inúmeras lareiras invadirem as sombras do castelo depois de tanto tempo sombrio e rápido a unidade e friagem começaram a abandonar as dependências do castelo dando lugar a um reconfortante calor.

Hagrid e Grope foram de muita ajuda. Com agilidade transportaram rapidamente a grande variedade de plantas para a Floresta Proibida e as ajeitaram no terreno rochoso no interior das cavernas.

A presença de Grope parado na frente das portas de carvalho da entrada do castelo é claro, causou um grande mal estar entre Rufo e Minerva, que finalizou a gritaria do Ministro dizendo mais brava do que nunca:

-Pois muito bem. Quer que ele se junte ao Lord Voldemort? Vá em frente, mande-o embora, e depois não diga que não avisei. Vai em frente senhor Ministro, não é isso que deseja? – Gritou Minerva nervosa com o Ministro da Magia.

-Mas ele é um gigante? – Dizia o Ministro da Magia apontando o dedo para o irmão de Hagrid.

-Não, é um anão de óculos! É claro que é um gigante! Você não viu a altura dele? Oras, sinceramente! E se quer saber do mais? Quantos mais deles estiverem de nosso lado melhor será para nós. E vê se pára com esse preconceito tolo. Temos muita coisa a arrumar para continuarmos com esse bate boca inútil. Anda, senhor Ministro, temos muito que fazer! Vá fazer a sua parte!

A notícia que os desabrigados seriam acolhidos em Hogwarts se espalhou pela comunidade mágica como um rastilho de pólvora. Apesar de Minerva ter colocado o trem a disposição de todos, muitos aparataram com pressa para o povoado vizinho a escola – Hogsmead.

***

No dia seguinte muito cedo Hagrid foi acordado com um barulho que não era normal em Hogwarts nos tempos atuais. Parecia que um monte de alunos gritava para que os portões fossem abertos. Ainda vestindo o imenso casaco de pele de toupeira ele chegou aos portões de entrada de Hogwarts, que estava apinhado de bruxos em busca de asilo e que gritavam desesperados para que os deixassem entrar.

-Abra os portões, temos que entrar sem demora. – Disse um bruxo atarracado.

-Claro, mas primeiro quero ver se não tem ninguém com tatuagem escondida tentando passar por gente do bem. Podem ir mostrando o braço esquerdo. Aqui só entra quem tiver a pele bem limpinha.

Foi o que bastou para causar a maior balburdia entre aqueles que esperavam autorização para entrarem no castelo, e como sempre a encrenca começou com os que se considerava melhor que os outros, os ditos puros sangue.

-Isso é um absurdo! Sou puro sangue, minha árvore genealógica figura em todos os livros de história bruxa e não admito que duvidem de mim! Não vou me rebaixar a ponto de mostrar meu braço para que você acreditar em mim. – Reclamou um bruxo de barba rala e atarracado indignado com a atitude do meio gigante.

-Bom... Então você não entra, é simples. – Informou Hagrid com jeito direto.

-Exijo falar com Minerva imediatamente.

-Tudo bem. Depois eu a chamo. Chega pra lá, deixe os outros entrarem.

Mas a discussão não parou ai e virou o maior tumultuo. Hagrid com sua determinação não deixava o bruxo entrar, e o bruxo por sua vez forçava a entrada tentando com todas suas forçar empurrar o Hagrid para trás o que é claro não conseguiu. Os bruxos que estavam atrás do causador da confusão começaram a reclamar da demora e do frio que estava sentindo. Nevava demais. Cheio de razão e imponência o dito cujo bruxo aprontou a maior gritaria ampliando a voz chamando por Minerva aos altos brados.

-Mas o que está acontecendo aqui? – Perguntou a professora McGonagall que desceu pelo pátio da escola, coberto de neve, correndo assustada acompanhada por Rufo, chegou esbaforida ao portão. Observando aquele ajuntamento de bruxos perguntou:

-Explique-se Hagrid. – Mandou nervosa.

-Bem... Eu quero que todos mostrem o braço esquerdo. É simples. Pele limpa, entra, tatuada não. – Respondeu com a maior naturalidade do mundo e mostrando na voz o respeito que tinha pela professora.

-Muito bem pensado. – Apoiou Rufo, e segurando no cotovelo de Minerva disse: - Precaução nunca é demais. Esperto esse sujeito. Vamos entrar, ele pelo jeito pode dar conta do recado muito bem sozinho.

-Continue Hagrid. – Foi a resposta curta e direta da professora.

O bruxo causador da confusão ficou olhando para as costas da professora Minerva de boca aberta; ele não podia imaginar que ela sendo uma das pessoas mais ponderadas que ele conhecia tivesse apoiado a atitude ‘daquele’ homem. Sem alternativa, os cheio de pompa arregaçaram a manga do casaco do braço esquerdo mostrando que estavam livres de qualquer mancha.

-Satisfeito? – Perguntou grosseiramente.

-Muito. Agora podem entrar, mas abra bem os ouvidos senhores para o que eu vou falar. – E Hagrid cutucava o peito do encrenqueiro com seu imenso dedo indicador. – Não faça confusão e não se esqueça que aqui o senhor é hospede, portanto trate de ser educado e obedecer às regras. Eu sou o guardião das chaves e das terras de Hogwarts só para o senhor ficar bem informado. Bagunça e desordem aqui trás diretamente a este portão e daqui para fora.

Com a atitude de Hagrid os que escutaram entenderam o recado bem demais, e a julgar pelo tamanho o homem era melhor atender sem discutir.

Hagrid, depois de colocar todos para dentro dos terrenos da escolar foi conferir como Grope estava se saindo na arrumação das plantas. Ele caminhava de cabeça baixa floresta adentro quando trombou num centauro.

-Ola Ronan, estou com um pouco de pressa, pode me dar licença?

-Só quero que você dê um recado para o professor lobisomem. Diga-lhe que eu concordo em me unir a eles nessa guerra. Me unirei aos bruxos e farei o que for necessário, podem contar comigo.

-Obrigado. Mas é só você? – Perguntou Hagrid.

-Então você juntou-se a nós? – Perguntou Firenze que havia se aproximado de Hagrid e de Ronan. – Os outros ainda estão confabulando?

-Sim. Os outros ainda não se decidiram. Parece que está muito difícil entender o que os astros falam há tempos. Não vou ficar insistindo. Todos têm capacidade para interpretar os astros, mas estão se mostrando obtusos demais em entender.

-Obrigado Ronan. Darei o recado para o professor assim que encontrar com ele. Agora com licença.

-Me chame se ele quiser falar comigo. Estarei por perto. – E adentrou na floresta sem mais palavras. Hagrid notou que o centauro tinha dependurado nas costa um arco e uma aljava carregada de flechas.

-Olhe Hagrid... Quando os centauros entram numa briga, entram para valer. – Disse Firenze. – Não espere atitudes fracas de nós, Hagrid. Somos fortes.

-Eu sei, Firenze.

***

16/04/2004 18h00

Pois é, gente, a fic está na reta final, faltam apenas mais dois capítulos que espero estar editando dentro em breve, mas também não quero escrevê-los as pressas, não seria legal, né?

Então, pode haver intervalo um pouco maior entre eles agora.

Aos meus queridos leitores que deixam registrada a leitura...MUITO OBRIGADA.

Gina_Weasley, MarciaM, Lili Coutinho, Sô, Eline Garcia, Zoey Evans Black, Lola Potter, Amanda Regina Magatti. adoro ler os comentários de vcs.

E também àqueles que preferem não se identificar.

ps. A fic não foi betada, então me desculpe algum erro de digitação. Se vcs encontrarem algum, por favor , me avise que corrijo, ta.
[]s e {}s

McGonagall

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