Godric Hollow



13 - Godric Hollow

24 de agosto

Harry havia se recuperado rapidamente. E com a recuperação os pensamentos voltaram com a mesma velocidade.
Logo que acordou se dirigiu à sala de sala de estar grande e espaçosa da casa do Professor Dumbledore. Encontrou justamente a pessoa com quem queria conversar. Remo J. Lupin.

- Remo. Quero ir amanhã a Godric Hollow.

- Pra quê?

Harry não respondeu, já tinha tomado a decisão.

No dia anterior à ida a Godric Hollow, todos os que fariam a jornada se reuniram na sala de estudos e Moody explicou:

- O plano é o seguinte. Remo, os gêmeos, Neville e Rony vão à frente, e fazem toda verificação do lugar. Eu, Harry e Tonks ficaremos aqui aguardando notícias. Estando tudo em ordem, Remo volta para nos avisar, aí então aparataremos. Alguma dúvida?

- Por que Quim, Carlinhos, Gui e Senhor Weasley não vão? – Quis saber Harry.

- Quim e Arthur estão de plantão no Ministério e Carlinhos e Gui, bem... – Rony desviou o olhar.

- Bem o quê?

- Nada, Harry. Chega de perguntas.

- Não estou gostando de ser deixada para trás. – Disse Hermione, acompanhada de Gina.

- Não há necessidade de irem todos, só por isso. – Respondeu Moody, antes de Harry.

Durante a tarde, Harry aproveitou para ficar com Gina todo tempo que pôde.

- Olha, Gina, sei que falei para você no final do ano que não poderíamos ficar juntos, mas gosto muito de você e não quero que aconteça alguma coisa contigo. Tudo já é ruim demais e sem você fica ainda pior. Mas vamos ter que tomar muito cuidado se você me aceitar de volta. Você vai ter que ser bem obediente, ok? É para o nosso bem.

- Mas eu quero ajudar, Harry, será que é tão difícil de entender!? Já te ajudei quando foi ao Ministério, se lembra?

- Lembro sim, mas também me lembro que você foi a primeira que os Comensais ameaçaram.

- Está bem. Vou fazer tudo certinho. – Disse, feliz por estar com Harry de verdade agora.

- Harry, não queria que você fosse até a casa de seus pais. Que você vai fazer lá? Tá tudo destruído.

- Tá, Gina, eu sei, mas é uma coisa que tenho que fazer, entende? É minha casa e eu nunca a vi, nem por fotografia.

- Mas pode te acontecer alguma coisa. Eu tenho medo!

- Não tenha. Vai me acontecer o que tiver que a acontecer. Mas a gente tem que acabar com tudo isso, você não concorda? – E outra coisa, Gina, nós só vamos ter sossego, para podermos viver bem, depois que tudo isso acabar. Não falo isso só por nós, mas por todos nós. Você entende?

- Eu sei, mas...

- Chega de mas... – Disse lhe dando um abraço bem apertado e a beijando, carinhoso. – Vem, vamos para a sala. – E caminharam de mãos dadas até a sala.

Quando lá chegaram, encontraram Rony e Hermione trocando um beijo.

- Heiii, que foi que perdemos? – Perguntou Harry risonho.

- Hããã? Nada...é...sabe, nós... – Começou uma Hermione envergonhada.

- Vocês o quê, mesmo? – Insistiu Harry que olhava de rabo de olho para Gina. – Tá, nós já entendemos, não é, Gina?

- Claro. Tá na cara, né? Mas por que não nos contaram, posso saber?

- É, foi na semana passada, a gente conversou bastante e resolvemos ficar juntos. Mas a gente ia contar, sim, mas não deu tempo. – contou Rony.

- Sei... Tempo... Tá bom!

***

Neville estava com a cara enterrada na carta que havia recebido de Luna.

Os gêmeos estavam sentados num canto da sala, absorvidos numa conversa, com as cabeças muito próximas uma da outra, nem notaram o que estava acontecendo entre Rony e Mione. Conversavam baixinho.

- Heiii, vocês dois aí. Que estão aprontando? – Perguntou Gina.

- São umas coisinhas que inventamos para nossa defesa, são meio infantis, mas o resultado é dos melhores.

- O que é? – Quis Saber Gina.

- Ahhh! Sabe, são umas coisinhas para nossa defesa. Nós já as testamos. – E caíram na gargalhada.

- Acho bom explicar isso. – Disse Lupin, que estava na porta da sala.

- Bom. – E riram de novo. – Essas belezinhas aqui – disse Fred, mostrando umas bolinhas verdes - estão repletas de pó-coça-coça. O negócio é o seguinte. Se formos atacados, basta vocês jogarem uma das bolinhas que nós vamos dar para cada um, bem no peito do Comensal que estiver te atacando. Vai acontecer que eles vão se coçar tanto, que não poderão segurar as varinhas. O pó entra através das vestes e não passa o efeito senão depois de algumas horas e de um bom banho de suco de tomate com sabonete de maracujá. Mas esse antídoto nós não vamos contar para ninguém, não é mesmo? – E riram novamente.

- Tá, e por que vocês estão rindo tanto? – Insistiu Remo.

- É que testamos as bolinhas em Crabbe esta semana no Beco Diagonal quando o encontramos. A cena foi hilariante. O cara teve um siricutico, começou a se coçar tanto que parecia que tava dançando uma música muito louca das Esquisitonas. O desespero foi tanto que ele ficou só de ceroulas em plena rua. Foi levado pelos pais para o hospital de tão vermelho como uma pimenta e empipocado que ficou.

- Cara, isso é muito legal. – Disse Harry, se dobrando de rir, só de pensar na cena.

- Vocês fizeram isso? – Indagou Lupin.

- Fizemos sim. Eles são uns filhos da mãe de comensal da morte mirim. – Responderam os gêmeos, sérios.

Durante o jantar, os gêmeos explicaram a todos o plano louco que eles tinham e distribuíram para todos uma sacolinha com várias das ditas cujas bolinhas verdes. E com uma cara de santo, Jorge perguntou ao Professor Moody:

- Quer experimentar para ver se funciona mesmo, professor?

- Não. Vou deixar para ver os efeitos nos outros. – Respondeu carrancudo, porém guardando a sacolinha dentro do bolso da capa.

- Vocês não vão vender isso! Estão proibidos. – Disse Molly, muito séria.

- Tá louca, mãe! Acha que vamos vender armas pros inimigos? E tem mais coisas que estamos preparando. É claro, tudo muito delicado. – Sorriram, cínicos.

- Chega de conversa. Cama. Todos, agora mesmo.

O dia amanheceu com tempo fechado e cinza. Estavam tomando café quando repassaram todo o plano.

Harry saiu da cozinha à procura de Gina; encontrou-a na sala de estar com a cabeça enfiada entre as mãos, e lágrimas pingando pela pontinha de seu nariz. Sentou-se ao lado dela, deu-lhe um beijo na testa e a abraçou, puxando-a para mais perto e começou:

- Já estou pronto para sair. Quero voltar bem rápido para você, ok? Promete ficar dentro de casa e se comportar? Gina, não fica assim...

- E como você quer eu fique, Harry?

- Não quero que você fique chorando, só isso. – Disse calmo.

- E você quer que eu fique saltitando por aí?

- Não foi isso que eu falei. Tenho que sair e vou ficar preocupado com você.

- Eu vou me comportar, tá bom? É isso que você quer?

- Gina... Não faz assim. Só quero que você entenda que tenho que fazer certas coisas; é só isso que estou pedindo. Que você entenda! - Olha, eu sei como você vai ficar. Mas vou voltar para você e inteiro. Quero ficar com você, já te disse isso, não disse?

- Já, já disse. – falou chateada.
Rony, de mãos dadas com Hermione, entrou na sala, olhou para Harry, perguntando. – Pronto?

- Tô. – Harry ergueu o rosto de Gina e a beijou.

Os integrantes que iriam à frente já estavam prontos esperando o sinal de Alastor.

- Vão.

E todos aparataram para uma estrada velha, deserta a abandonada. Remus deu uma volta cuidadosa pela redondeza, conferindo se estava tudo bem e desaparatou para a Sede. Rony e os gêmeos foram até um lugar onde havia muitas árvores, ao longe ele podia se ver uma pequena aldeia pouco habitada. Não tinha nada de suspeito. Retornaram informando que pelo menos não acharam nada de anormal.

Não demorou muito e o restante do pessoal da Ordem apareceu com o Harry, que estava completamente invisível.

Remo falou. – Por aqui, à direita Harry. – E foi andando para o local indicado. O grupo ia seguindo os passou de Lupin. Para dar um jeito na situação incômoda, Harry ficou atrás de Rony, com a mão nos ombros do amigo que ia seguindo Lupin.

Chegaram a uma coisa que poderiam (com muito boa vontade) dizer que era uma casa em ruínas. Ele parou, instintivamente reconheceu este lugar. Ele tinha visto isto em sonhos. “Isto” tinha sido a casa dele. Involuntariamente apertou o ombro do amigo. Os olhos umedeceram. Rony disse algo, mas ele não prestou atenção, a mente girando com emoção.

- Harry, tome cuidado, o lugar está com o feitiço Fidelius, mas o Rabicho contou a você-sabe-quem, então cuidado. Não tire a capa. Sua mãe também encantou o lugar e não podemos saber se depois de todos esses anos o feitiço ainda permanece. Grande Lily... Minha amiga era fantástica. – Disse Remo, saudoso.

- Vou andar por aí. Quero ficar sozinho.

- Não, sozinho não. Se quiser um pouco de privacidade, deixe pelo menos Rony perto de você, assim podemos saber onde você esta.

- Tá. – Falou sério.

“Minha casa” – Falou baixinho. Amaldiçoou Pedro Pettigrew. “Eu te pego ainda. Você não perde por esperar... Você traiu meus pais e pagará por isso”.
E continuou andando pelas ruínas, abaixava-se de vez em quando levantando tábuas, tirando do lugar tijolos amontoados no chão.

De repente, ele se viu no interior de um jardim; era a sua casa.

- Harry não está mais aqui comigo professor. – Disse Rony, que já não sentia a mão de Harry no ombro, para Lupin, que acompanhava não de muito perto os passos de garoto.

- É, sabia que isso podia acontecer. Fique calmo. Ele conseguiu entrar dentro da casa, o feitiço não funciona para ele.

Era algo assim que ele viu em sonhos, mas não exatamente. Nos sonhos via a casa como era quinze anos atrás. Havia uma cerca de pedra ao redor da propriedade com um portão de madeira bonito, mas o atual portão estava caído no chão, podre. Dentro da cerca o jardim estava acabado, mato de toda natureza tomava conta do lugar, quando antes era bonito e cheio de flores. Uma porta aos pedaços pendia do que um dia deveria ter sido um batente. Entrou cauteloso. As janelas estavam quebradas. Harry andava concentrado, não percebeu que estava sozinho.

- O Senhor não pode entrar, professor?

- Posso, Rony, mas não vou. Harry merece esse tempo só para ele. Ele sairá bem daqui. Vamos esperar. – Disse, sentando-se numa pilha de tijolos.

Conforme andava lentamente, passava as mãos pelas paredes. Algumas coisas nunca mudam, a casa era impregnada de amor. Ele sentia isso nas pontas dos dedos com um arrepio percorrendo todo seu corpo.

O interior da casa parecia muito maior que o exterior. Ele estava na sala de estar, ou pelo menos parecia ser; era uma área familiar. Havia uma escadaria. Subiu devagar, sentindo em cada passo a presença dos pais. Parou num corredor que levava a vários quartos, presumivelmente um era de seus pais e o outro seu. Entrou no primeiro que viu. Parecia ser o seu quarto; tinha certeza que era. A mobília, que de longe lembrava um tom de azul, estava toda quebrada, um berço destroçado encostado na parede. Pelo chão encontravam-se brinquedos esquecidos ao longo de tantos anos. Ajoelhou-se e pegou o primeiro que viu e levou ao peito apertando-o com todas as forças que tinha. Presentes que havia ganhado de seus pais. Lágrimas escorriam pelo seu rosto. Ele não conseguia e nem queria segurar a emoção que sentia. Era o único e o maior momento da presença dos pais que sentia na vida.

Marcas de explosão de maldições poderosas estavam visíveis nas paredes.

Ficou ali silenciosamente chorando, sentindo um turbilhão de emoções de brotavam de dentro de seu peito que ele nem sequer sabia que tinha.

De repente, uma névoa encheu o quarto. Porém, nada mais emergiu e a névoa clareou lentamente.
Retrocedendo depressa, ele viu imediatamente que o quarto tinha mudado. A mobília estava intacta, as paredes clarearam, as janelas em ordem, as portas no lugar. Havia três pessoas agora no quarto, um homem, uma mulher, e uma criança pequena. Ele tinha visto este homem e mulher anos antes, no Espelho de Ojesed.

“O Pai, a mãe e ele, nos braços da mãe”.
“Isto é igual a uma memória da penseira”.

“Estou vendo meus pais quando eu era pequeno. Isso é o que aquela névoa era, a memória da minha infância”.

Agora via Thiago no chão com o pequeno Harry, sorrindo e brincando com o filho. Cada vez que o bebê Harry ria era beijado pelo pai. Thiago se divertia com a alegria e as risadinhas que ele dava.
De repente um alarme, assustando os três. Thiago e Lily olharam um para o outro em pânico, e o pequeno Harry começou a chorar.
“Lily, leve o Harry e vá!”. Thiago gritou. “É ele! Vá! Corra! Eu o retardarei”.

O estômago de Harry revirou e sentiu um aperto na garganta.
Ele soube o que estava vivendo, o que havia acontecido no primeiro ano de sua vida. Ele tinha visto a cena muitas vezes em pesadelos e quando os dementadores chegavam perto.

Thiago evitou uma maldição, porém atrás dele apareceu Voldemort novamente. Já era muito tarde. Voldemort já tinha lançado o feitiço. “Avada Kedavra!”. Um jato de luz verde atingiu Thiago Potter no peito, derrubando-o no chão.

Ele viu Voldemort escancarando a porta do quarto, apontando a varinha para a mãe. Lily chorava com a criança no colo. “Não o Harry! Não o Harry! Por favor, eu farei qualquer coisa”.
“Saia da frente, menina. Me dê o menino, você é uma menina tola”.
“Não o Harry, não o Harry, me mate ao invés dele”.
Lily abraçava o filho com força e uma luz brilhante cercou mãe e filho. Ficaram alguns segundos envoltos nessa luz, como se dentro de uma redoma de vidro só deles.
“Não o Harry! Por favor! Tenha clemência… tenha piedade”. Colocou Harry no berço.
Agora Voldemort estava decidido a separar os dois. Apontou a varinha para Lily. Risadas estridentes. “Avada Kedavra.” A voz assobiou mais uma vez, a luz verde flamejou e Lily caiu morta no chão.

De repente uma espada toca a cabeça do bebê.
O Harry real percebeu que espada era aquela. Pelo brilho da lâmina, ele observou a face do Lord das Trevas, seus olhos verdes cintilaram.

“Avada Kedavra!”. A luz verde saiu a jato, golpeou pequeno Harry diretamente na testa sendo refletida pelos olhos. Porém, essa mesma luz verde refletiu direito no peito de Lord Voldemort, que evaporou. Simplesmente sumiu!

Harry sentia as pernas bambas.

A mesma névoa encheu o quarto novamente, então lentamente dissipou. Ele voltou a ver o quarto dilapidado e com a mobília velha e quebrada.

Harry recordou o que tinha visto. “A espada, aqui?”
“Então ela não é uma Horcrux, é?” - “Não” respondeu uma voz. “A alma não entrou na espada. Voou fora.” - “Esta é a espada de Godric Gryffindor, a mesma com que você matou o basilisco”. – Disse uma voz dentro da sua mente.

De alguma maneira, a espada tinha se comunicado com ele quando ainda bebê.
“Quando eu matei o basilisco, eu tirei a espada do Chapéu Seletor. Mas quando Fawkes me deu o chapéu não tinha nada dentro dele. Ela só apareceu quando convoquei para ajuda.”
“De alguma maneira, a ajuda aparece quando eu chamo”.

Ele virou-se, deu uma olhada ao redor do quarto.
“De alguma maneira, as memórias inteiras estavam aqui esperando para serem vividas. Eu estava certo em querer vir aqui, era para descobrir a verdade que eu precisava saber”.
“Eu tenho sentido isto me chamando durante muito tempo”.

E pensando na espada.
“Nós estamos unidos”.
“Eu acho que esta é a chave”.
“O nome deste lugar é Godric Hollow”.
“É com ela que eu vou matá-lo.”
“Tudo se liga de alguma maneira”.
“Agora nós temos outra razão para voltar a Hogwarts na semana que vem”.

Ele olhou para trás mais uma vez.
“Talvez o quadro de Dumbledore tenha algumas respostas para nós.”

Harry andou horas pela casa, tocando aqui e ali, se alimentando de lembranças passadas, se fortalecendo no amor dos pais que pairavam naquelas ruínas. Era como se o amor que ali existiu estivesse se materializando e aos poucos o envolvendo, tornando-o uma pessoa renovada. “Lord Voldemort nunca teve como destruir os sentimentos, ele só tem poder de destruir a matéria. “Ele não sabe do poder que tenho”.

Ficou sentado no chão do quarto de seus pais, ou que ele imaginava que era. O silêncio tomou conta dele. Os olhos passeando pelos escombros. “Estou completo”. Levantou-se e saiu da casa. Era uma outra pessoa. Tinha vivido uma vida em pouco mais de seis horas. Ele tinha se alimentado com o elixir da vida.

Agora que saíra da casa não mais a via. Ficou silencioso olhando para o nada. O feitiço lançado por sua mãe estava ali e ele podia senti-lo na pele.

De mansinho colocou a mão no ombro de Rony, que se assustou.

- Tudo bem, Harry? Podemos ir?

- Sim, podemos ir. – E continuou. - Primeiro eu quero lhe agradecer por tudo o que você fez hoje. Eu não posso falar o quanto significou saber que você estava aqui, pacientemente me esperando. É bom tê-lo comigo, amigo-irmão.

- Heiii, pára com isso, cara! Quer me ver chorando, é? – Trocaram um abraço apertado.

- Estou livre, Rony. - Vamos, depois eu conto tudo.

- Você é o Harry, seja bem-vindo, amigão! – Disse Rony, emocionado dando-lhe palmadinhas nas costas.

De repente Rony arregalou os olhos... Lentamente ele levantou o braço e apontava para o céu...

***

Bom... Como prometido o cap. 13 está ai. Vou começar o próximo que já tem todo esquema montado.
[]s +{}s aos leitores por terem deixado recadinhos: Adi Potter, Ricardo Almeida, Ricardo Andrade, Adriana Gusmão, Eduardo Thome, Miss Sweet~* Lala*~, Scheil@_Potter, Rafael, Zay_lion, Maíra Bortoncello, Daniel M. dos Santos, Renato.

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