Azkaban



27 – Azkaban

-Ta. E agora Harry, como vamos destruir essa coisa? – Perguntou Lupin que dessa vez era quem mantinha a Tacinha na mão.

-Acho que tenho uma idéia. – Se intrometeu Gina na conversa antes que Harry pudesse responder. – Porque não com sangue de dragão? Bastam 10 gotas.

Todos ficaram olhando espantados para ela, como se ela tivesse dito a maior das barbaridades.

-Hei! Quem disse foi o professor Dumbledore. Ta escrito no livro. – E apontou para a estante do outro lado da sala de estar.

-Certo. Vamos tentar então. Mas acho que temos que nos proteger. Não quero ficar doente de novo, já chega.

-Alguma opinião Alastor, de onde podemos fazer isso? – Perguntou Arthur.

-Acho que na sala de reuniões.

-Ah! Não, lá não. Vai que fica tudo cheio de fumaça. – Disse Harry precavido. Sua última experiência com fumaça não havia sido nada agradável e as lembranças permaneciam bem vivas em sua memória.

-Ta. Então que tal no jardim? Ele ta encantado mesmo! – Opinou Hermione.

-Acho que é o certo, garota. – Concordou Moody com um rosnado. – Vamos acabar logo com isso.

Gina saiu correndo da sala, voltou com uma sacola cheia de pequeninos frascos e foi distribuindo um para cada um dos presentes.

-É poção de Bezoar. Podem tomar agora. – Imperativa, a garota mandou que todos bebessem enquanto ela própria desarrolhava um dos fraquinhos e virava na boca.

Estavam todos apreensivos no jardim frio, Alastor Moody conjurou uma base de pedra com uma cavidade no centro onde se podia encaixar perfeitamente a Taça.

McGonagall à Sede em tempo de ver a Taça inteira, olhou maravilhada para ela.

-Como é linda! Mas será que não tem outro jeito de... de... de... – Gaguejava apontando para a jóia rara de Helga Hufflepuf que segurava com carinho na palma da mão.

-Não, professora, não tem. O único jeito é destruindo.

-Mas ela pertenceu a um dos fundadores da escola. É uma relíquia... – Exclamava Minerva inconformada pela iminente destruição da Taça.

-Eu sei disso... Bem... O Medalhão também era e acabamos com ele, não foi? Também sinto ter que dar fim num objeto tão raro e bonito, mas é ela ou eu, ou melhor nós. – Disse chocando a todos com as palavras ditas de forma tão realista.

Minerva ficou sem fala. Não havia contra argumento para a colocação de Harry. Pior! Ele estava certíssimo.

-Hermione. Onde está a sacola que dei para guardar? – Pediu Moody.

-Ah é! Já venho. – E voou para dentro da Sede.

-‘ Taqui. – Disse entregando-a para o professor.

-Qual desses vidrinhos tem o que precisamos.

-Acho que é esse aqui. – Mostrou Hermione um frasquinho específico sem nenhum rótulo. – Veja, acho que esse é puro e não preparado como os demais, não tem indicação nenhuma. – Tome Harry, basta pingar 10 gotas em cima dela. - Disse passando para as mãos do amigo um frasquinho. – Se for o frasco certo, logo verá o resultado.

Harry pegou o frasquinho e olhou para ele por longos minutos.

-Que você está esperando, Harry? – Indagou Lupin.

-É, vamos ver o que vai acontecer agora. Bom... Lá vai. – Disse soltando um suspiro enquanto deixava pingar o sangue de dragão bem em cima da boca da linda Taça.

Alguns momentos se passaram sem que nada acontecesse. Mas então, com um chiado o centro da Taça começou a borbulhar como se estivesse fervendo e aos poucos se tornou numa deformada taça de ouro com duas asinhas meio distorcidas colada ao lado. Mas por mais incrível que parecesse a imagem do Texugo continuava ali, não tão bem definida como antes, mas claramente distinguível.

Harry deu uns passos para frente a fim de ver o que sobrará da jóia. Na cavidade onde estava a peça distorcida, uma gosma negra e espessa se acumulou em sua volta.

-Que será que é isso? – Questionou Harry com a mão pronta para investigar aquilo.

-Não toque nisso! – Disse Lupin segurando a mão do garoto já estendida. – Eu vejo isso.

Lupin pegou do chão um graveto e mexeu naquela coisa. Conforme ele revirou “aquilo”, dele “escapou” um grito como se fosse um presságio de morte; toda a gosma se transformou em uma fumaça roxa se dissipando no ar da noite fria de outono. Lupin, precavido deu uns passos para trás.

-Todos estão bem?

-Estamos. – Respondeu Arthur que conferia com o olhar se todos estavam em pé e principalmente inteiros.

-Que é isso Remo? – Perguntou Harry.

-É mais uma das partes da alma dele que foi destruída.

-Então com esta já acabamos com quatro pedacinhos do maldito, é isso? – Perguntou Rony.

-É. Mas ainda faltam duas. – Disse Harry olhando para Rony.

-Não, Harry, ainda faltam três. Lembra-se da nossa conversa daquela noite lá n’A Toca. – Relembrou Carlinhos.

-Lembro. – Respondeu Harry que se recordava bem das duas opiniões divergentes. Mas será que eram mesmo divergentes, ou formas diferentes em expressar as mesmas idéias?

-Mas tem uma coisa que não estou entendendo direito. É que... Bom... Se já foram destruídas quatro das Horcruxes, como “ele” não deu sinal de estar enfraquecendo? – Comentou Gina acentuando a palavra “ele”.

-Eu não sei ao certo Gina, mas tenho uma idéia. É que as outras Horcruxes, não importam quantas ainda restem, continuam intactas, elas mantêm a alma dele e lhe da força. Da para entender? – Explicou Harry com a confirmação de cabeça de Carlinhos.

-Acho que sim. Mas é muito estranho isso. – Disse balançando a cabeça. – Eu achava que as forças dele iriam diminuir com a destruição das Horcruxes.

-Pura Magia Negra, Gina. – Falou Hermione estremecendo. – Credo! Haja maldade!

-Vamos dar um jeito de sumir com tudo isso. – Disse Alastor.

-Espera... Vou guardar o que sobrou. – Interferiu Harry na atitude do professor e guardou o que restou da Taça. Pegou a massa disforme colocando-a no bolso da jaqueta não sem antes dar uma boa olhada naquilo.

-Pra que você quer guardar essa porcaria? – Perguntou Moody estranhando a atitude do jovem amigo.

-Deixe Moody. Ele sabe o que esta fazendo, apesar de nós não entendermos bem o por quê. – Respondeu Lupin sob o olhar atento de todos.

Embora não satisfeito com a resposta recebida, Olho-Tonto rapidamente fez questão de acabar com aquele cenário armado com um feitiço definitivo.

Ficaram ainda no jardim por alguns minutinhos para confirmar que nada de mais estranho ou macabro pudesse acontecer enquanto estivessem desprevenidos dentro de casa.

-Vamos, todos para dentro. Está esfriando muito. – Disse Molly olhando para céu esbranquiçado daquele outono se aconchegando mais na capa quente que usava.

Entraram na Sede todos com o coração mais leve e satisfeito por terem se desvencilhado de mais uma tarefa.

-Muito bem Harry, em pouco menos de 24 horas você deu um fim definitivo nutra Horcrux.

-É, mas ainda faltam outras e não vejo a hora de acabar com essas coisas. To louco para voltar para a escola e viver tranqüilamente de uma vez por todas. – Desabafou.

-O que? – Deu um gritinho estridente Hermione. – Não esperava um dia fosse ouvir isso de você. – Comentou entre risos divertidos.

-Ah! Qual é Mione? Ta certo que sou meio resistente para fazer as tarefas, mas gosto da escola, nunca disse nada ao contrario. – Falou o garoto sorrindo. – Você sabe que o Castelo para mim é a minha casa, a casa que nunca tive.

-Vocês vão voltar para a escola no próximo ano letivo. Se Merlin quiser.

-Ta, tudo muito bem. Que vocês acham de tomar um lanche antes de nos recolhermos? – Ofereceu Molly.

O oferecimento foi aceito imediatamente por todos. Comeram gostosas tortas, tomaram chocolate quente que além de aquecer o estomago, aquecia também a alma pura de todos os membros da Ordem da Fênix que só tinham um pensamento naquele momento, “estamos chegando perto do fim”. Sem saber o porquê, inconscientemente sabiam que era verdade.

Na manhã do dia 11 de novembro, Harry acordou mais cedo que todos com rugas marcando a testa.
“Porque será que acordei tão cedo? Ainda está escuro”. Perguntou-se. “Puxa... como está frio”. Observou olhando pela janela que o tempo esbranquiçado que não dava sinais de melhora. “Este ano o inverno vai ser de lascar”. Ficou andando pela casa tentando descobrir por que havia acordado tão cedo. Não se sentia tão bem. Foi para a cozinha em busca de algo para mastigar. Nem a senhora Weasley acordara ainda, mas antes de comer alguma coisa resolveu tomar um banho bem quente para espantar o frio.

Enquanto se olhava no espelho para tentar assentar melhor nos cabelos, uma coisa estranha aconteceu.

-Vá ao zoológico. – Mandou o espelho.

-Quê? – Respondeu espantado.

Mas não teve mais respostas. O espelho ficou calado. “Acho que estou ficando louco” – Pensou. “Onde já se viu conversar com espelho”. Mas aquilo não era tão estranho assim. Não era a primeira vez que isso acontecia. Lembrou-se da primeira noite que passou sozinho no Caldeirão Furado depois de ter fugido da casa dos tios por ter transformado a tia Guida num balão. “Ela mereceu”. Riu para si mesmo enquanto se dirigia para a cozinha. “O mundo da magia é mesmo maravilhoso!”

Sentou numa das laterais da mesa enquanto beliscava umas torradas que achou dentro de uma cestinha coberta com um guardanapo muito branco. A senhora Weasley sempre deixava na mesa alguma coisa para ser merendada durante a madrugada caso alguém sentisse fome. Logo ela chegou à cozinha.

-Já acordado Harry querido? – Comentou Molly enquanto amarrava o colorido avental na cintura se preparando para organizar o café da manhã, observando que o garoto estava esparramado na cadeira.

-É, acordei cedo. Não sei por que.

-É essa agitação toda. Não sei quando isso vai acabar. Não se tem mais sossego nessa vida! Esse Lord não sei das quantas já deveria estar morto e enterrado há muito tempo. – Ela reclamava mais como indignação pela situação que estava vivendo que para Harry, enquanto mexia nas panelas e arrumando a mesa. – Oh! Não se sinta pressionado, querido. É só o desabafo dessa velha. Você não tem culpa de nada.

-Eu entendo senhora Weasley e penso como à senhora. Queria poder fazer mais. Mas o que?

Não demorou muito Hermione apareceu bocejando, olhos inchados, mais fechados que abertos.

-‘ Dia. – Sentou-se ao lado de Harry e apoiou a cabeça entre as mãos. – Temos que nos organizar novamente para ir a Little Hangleton.

-Onde? – Quis saber Molly.

-Little Hangleton. O povoado onde fica a antiga residência dos Riddle. – Informou Harry.

-Mas por Merlin, que vão fazer lá?

-Temos que procurar as outras Horcruxes e uma delas pode estar escondida por lá. – Respondeu Harry para a senhora que ele amava, não como se fosse mãe dele, mas chegava bem perto.

-É longe Harry. Como vamos?

-Não sei. Vamos esperar para conversar com o professor Moody, Remo e senhor Weasley à noite. Hoje não estou com vontade de fazer nada. – Disse desanimado esfregando o peito com a mão.

A senhora Weasley notou o gesto e garantiu a si mesma conversar com o marido logo mais a noite sobre a angústia que Harry estava sentindo.

-Vocês estão cansados, isso sim. Vou fazer uns doces deliciosos para vocês, isso com certeza os animará. – Disse entusiasmada escondendo a preocupação que sentia por Harry estar angustiado.

Os garotos na maior preguiça ficaram esticados na sala de estar curtindo o não fazer nada. Jogaram algumas partidas de xadrez; Harry tomou uma surra homérica de Rony.

-Assim não vale, Harry! Você não está prestando a menor atenção. – Reclamou o amigo organizando as peças para uma nova partida.

Harry não deu a mínima bola para o amigo, foi para o chão perto de Gina e deitou a cabeça na almofada que estava no colo dela, depois de lhe dar um beijo na frente de todos para desagrado de Rony. Abraçou a namorada pela cintura e em instantes estava adormecido. Sonhou.

Seu sono foi conturbado, resmungava frases sem sentido se mexia muito. Sonhava com Voldemort, com Azkaban, com Malfoy. Estrondos, uma barulheira dos infernos. Correria, muitas gente correndo. Luzes coloridas iam e vinham em todas as direções e em direção a ele. Uma confusão de cenas, portas e grades destroçadas, diálogos sem pé nem cabeça, gritaria por toda parte. Pessoas caídas no chão. Paredes arrebentadas. Gemidos de agonia e dor, sangue, muito sangue espalhado no chão. Voldemort estava agitado, mas não via o rosto do grande vilão.

-Ele não está bem. – Comentou Gina com os amigos enquanto acariciava os cabelos molhados de suor do namorado adormecido. – Acha que devo acordá-lo? Ele está muito agitado e suando demais...

-Acho bom acordá-lo. – Opinou Neville. – Ele não ta bem.

-É, também acho. – Concordou Hermione.

-Harry... Harry... – Chamou Gina. – Acorde Harry.

Harry acordou olhando assustado para ela e para os amigos em volta.

-Tem alguma coisa acontecendo... Não está bom, não está nada bom... – Falou se pondo em pé.

-Que foi que você sonhou Harry? – Perguntou Rony, que já conhecia os sinais que Harry apresentava quando tinha algum sonho. Sonho ou pesadelo?

-Preciso falar com Remo. – Respondeu passando as mãos no rosto para enxugar o suor. – Onde eu o acho agora?

-Como vamos saber, cara! Talvez minha mãe saiba. – Continuo Rony.

-Senhora Weasley, senhora Weasley. – Chamou entrando na cozinha.

-Que foi Harry? Por que está assim tão agitado?

-Preciso falar com Remo agora. Onde posso encontrá-lo?

-Lupin, agora? Lupin só volta para cá depois de amanhã.

-Sonhei que Voldemort e acho que ele está aprontando alguma. – Contou sem rodeios.

-Ai! Harry querido! O que será dessa vez? – Falou colocando as duas mãos no coração disparado como se quisesse controlá-lo. Ela ficou aflita.

-Precisamos encontrar alguém agora. Não sei se temos muito tempo. – Harry não disfarçava o nervosismo estampado no rosto.

-Harry... Hã... Olha, não me leve a mal, ta. Mas será que você não está sendo enganado de novo? Sabe, como daquela vez? Quero dizer, quando fomos ao Ministério naquele dia achando que iríamos ajudar o Sirius? – Expôs Hermione com toda cautela para não deixar Harry se sentindo melindrado. Aquele dia no Ministério tinha sido um terrível.

-Também me lembro de tudo que aconteceu, Mione. Mas precisamos nos prevenir. Por isso quero conversar com o pessoal da Ordem antes de tomar qualquer atitude. Temos que chamar alguém. Mas como? – Ele não parava quieto, passava a mão pelos cabelos molhados, algo lhe dizia que tinha que se apressar. - Vou até o Ministério... – Disse num impulso.

-Você não vai a canto nenhum. – Impediu Molly taxativa. – Vai ficar aqui dentro e bem quietinho esperando até que alguém chegue. Daqui você não sai.

-Pode não haver tempo! Alguém tem que ser avisado. – Respondeu ele sabendo que não podia dar sorte para o azar. - Temos que fazer alguma coisa agora. A senhora entende né? Pode ser urgente! – E virou-se para Gina. – Gina... Já que eu não posso sair, será que você não pode aparatar no Ministério e falar com seu pai ou com Quim? Se eu for pode posso causar mais confusão do que as que já temos. Sua mãe tem razão. – Finalizou olhando para a senhora Weasley.

-Posso. – Disse com simplicidade. – Mas seria bom você me emprestar a capa de invisibilidade. Assim ninguém me vê, não levanto suspeita e não causo confusão. E você fique calmo, entendeu? – Disse séria encarando Harry.

Neville no que ouviu “capa de invisibilidade” saiu correndo da cozinha e voltou com ela nas mãos.

-Desculpa Harry. Achei melhor não perder tempo.

Harry não respondeu, apenas pegou a capa das mãos do amigo entregando para Gina.

-Vai Gina. Volte logo. Tenha muito cuidado, sim. Não se deixe ser vista de forma nenhuma, do contrario pode piorar a situação.

-Mas... mas... – Começo Molly. – Acho melhor esperar aqui. – Não saia minha filha, pode ser perigoso.

-Perigoso é deixarmos o tempo passar sem fazermos nada. Esses sonhos de Harry já se revelaram muito úteis. – Lembrou Rony à mãe, fazendo-a se recordar do acidente que o marido sofrera.

-Eu já volto. Não vou demorar. E ninguém vai me ver mamãe, eu prometo. – Respondeu dando-lhe um beijo no rosto, depois deu um rápido beijinho em Harry.

Gina se cobriu com a capa e desaparatou. Ninguém sabia se ela já tinha ido. Harry estendeu as mãos para o local onde Gina estava, nada, ela já não se encontrava na cozinha.

Gina aparatou no átrio do Ministério, o movimento era grande. Bruxos com capas coloridas andavam apressados em todas as direções. Ela andava com muito cuidado para não esbarrar em nada e nem em ninguém; caminhava colada a parede. Olhou para todos os lados procurando as escadas que levavam até a sala do pai. Era melhor não utilizar o elevador. Chegou ao gabinete do pai, parou encostou o ouvido na porta para tentar ouvir se tinha gente na sala. Silêncio absoluto. Cuidadosamente ela abriu a porta, nada, a sala estava vazia. Voltou para o átrio. Com surpresa viu Moody e o pai saindo de uma sala, Moody chacoalhava a cabeça de um lado para o outro, mas não deu tempo de alcançar os dois, eles já haviam sumido numa das inúmeras lareiras do Ministério. Pensou um instante e se dirigiu até uma sala do outro lado do átrio onde no alto da porta havia uma indicação - “Departamento dos Aurores”. “É ali mesmo que vou entrar”, raciocinou. Vagarosamente foi até lá, a porta estava entreaberta, empurrou-a delicadamente e entrou. Quim estava envolvido numa calorosa discussão com Tonks, gesticulava expansivamente. Ela chegou bem perto do ouvido dele e disse num sussurro quase inaudível:

-Sou eu, Gina. Harry precisa falar com vocês agora, lá na Sede. Parece que é urgente.

Foi como se a cadeira tivesse molas embaixo do acento impulsionando-o para cima. Quim que caiu no chão com as pernas no ar. Levantou-se sem jeito arrumando as vestes brancas.

-Que foi Quim? Esta se sentindo mal?

-Não. – Respondeu se recompondo. – Vem, vamos sair.

-Quer ir a St. Mungus ver se está tudo bem com você? Deixa que te ajudo. – Disse pegando no braço do chefe toda solicita e cheia de cuidados.

-Não. Vamos até a Sede. Gina veio nos chamar.

-Gina? Aqui? Acho que você endoidou de vez. Vem... Vamos a St. Mungus. Você não está bem... – Ela se esquecera completamente da habilidade de Gina aparatar sem fazer ruído algum.

-Você vem ou não? – Ele sabia que não podia dar muita bola para a distraída auror.

Gina não demorou mais que quinze minutos no Ministério. Quando chegaram à Sede a garota já se achava tranqüilamente sentada ao lado de Hermione. Harry, impaciente estava em pé ao lado da lareira esperando o integrante da Ordem.

-Desculpa. – Gina disse para Quim muito sem graça assim que ele chegou à Sede. – Não tinha outro jeito. Ou eu ia ao Ministério ou o Harry ia, achamos melhor eu ir.

-Não precisa se preocupar, está tudo bem. – Respondeu simpático e foi direto. - Que foi Harry?

-Quim... Sonhei com Voldemort agitado, com Azkaban, com luzes verdes vindo em minha direção. Ele está tramando alguma, tenho certeza. Cenas com Lucius. Mortes...

-Continua. – A testa do auror negro começava a ficar plissada.

Falar com Quim não era a mesma coisa que falar com Alastor ou Remo, ele não se sentia tão à vontade; eles não tinham tanta intimidade, foram poucos os contatos que mantiveram. Nunca conversava com o auror sobre essas “coisas”. Mas agora não era hora de sentir melindres. Tinha que expor tudo, sua atitude podia ser muito importante. Armar defesas era o principal passo para prevenirem-se dos ataques de Voldemort, que poderiam ser mais intensos de agora em diante. Se ele realmente estava se preparando para invadir a prisão dos bruxos é porque já tinha planos traçados e estava procurando reforços para sua frente do mal.

-Bem... Ele está sem quatro de seus melhores comensais né? Será que ele não está pensando em tirá-los de Azkaban? Você sabe, a gente tem feito de tudo para enfraquecê-lo. Ele não vai ficar quieto. Não vai mesmo! Ele precisa dos seus fieis comensais! Acho que seria bom ver se está tudo em ordem em Azkaban. Draco comentou que Voldemort iria libertar seu pai naquele dia na loja. Se lembra?

Harry circulava em volta do auror enquanto contava o sonho, ele não tinha parada, até que Quim o segurou pelos ombros.

-Pára de andar em volta de mim, Harry! Vou ficar tonto e não prestar atenção no que você fala.

Alastor e Arthur com as feições de poucos amigos entraram na sala pela lareira espanando com as mãos a fuligem que impregnava a capa sobre os ombros.

-Que foi? Que está acontecendo aqui? – Perguntaram os dois juntos quando viram Quim com os braços cruzados e Harry andando e gesticulando sem parar na frente do auror.

Moody não precisou de informações adicionais para entender a cena. Foi até Harry e colocou as duas mãos nos ombro do garoto que estava agora da sua altura, numa atitude firme, mandou:

-Fala Harry... Conte tudo desde o início o que você está sentindo. Conte até mesmo aquilo que você acha que não tem importância, entendeu?

-Entendi.

E pela segunda vez naquela tarde Harry contou. A platéia ficou silenciosa enquanto o menino que sobreviveu começou a narrar todo seu dia, desde acordar muito cedo sem que nem por que, sobre a estranha sugestão do espelho, de estar se sentindo muito desanimado e do sonho que teve durante à tarde.

-Não sei. Só sinto que tem algo acontecendo. Acho que entrei na mente de Voldemort novamente. Sabe como daquela vez... – Finalizou fazendo todos se lembrarem do ataque que o senhor Weasley sofreu no Ministério.

-Será que ele sabe que você está invadindo a mente dele? – Perguntou Gina.

-Acho que não. Mas tenho certeza que ele não consegue entrar em minha mente sem sentir extrema agonia.

-Como você sabe disso? – Quis saber Hermione curiosa. – Você está nos escondendo algo Harry?

-É uma longa história. – Respondeu à amiga automaticamente, não entrou em detalhes, o que deixou os amigos curiosos.

-Realmente é preocupante demais esse sonho. Acredito que não tenhamos dificuldade em ir até Azkaban. Acho até que seria uma atitude que se não fizer bem, mal com certeza não fará. Vamos agora.

-Vou junto. – Informou Harry num tom de voz que não ia admitir negativas.

-Nós também. – Emendou Rony e Neville numa só voz.

-Peguem as capas quentes, lá é muito frio. Andem logo. Vocês duas vão ficar aqui e bem comportadas.

-Chega professor! Pára com isso de sempre nos deixar para trás! Vamos junto dessa vez e ponto final. Também estamos nessa guerra tanto como vocês, esqueceu? – Esbravejou Hermione enfurecida. – Chega de nos deixar de lado como se fossemos duas débeis mentais, incompetentes e idiotas. Que é? Só servimos para tarefas leves? Mas que droga! – E bateu o pé no chão inconformada.

Moody ficou sem fala diante da explosão de Hermione. Ele não queria admitir para as meninas que ele preferia realmente que elas fizessem tarefas leves onde não corresse nenhum perigo. Não era porque não acreditasse na capacidade que tinham - elas eram competentes, mas ele as queria longe de complicações. Essa era a razão pura e simples. Já havia acontecido o pior com Lílian e Alice estava internada em St. Mungus. E ele gostava demais de Gina e Hermione para vê-las machucadas ou pior, mortas.

Sem alternativa, todos, inclusive as meninas aparataram para o Ministério e de lá foram com chave de portal para Azkaban.

Chegando à prisão os garotos olhavam em volta. Tudo era muito macabro, para falar a verdade. Um nevoeiro tomava conta de todo local fazendo parecer estranhas formas nubladas e o ar carregado. Tudo era deprimente, com árvores mortas e podres, espalhadas em todos os lugares, o terreno todo estava coberto de neve, que não era mais branca, e sim cinza de tanta sujeira.

Askaban era situada numa ilhota rodeada por recifes, o mar nada convidativo de tão encapelado. O prédio muito alto, todo pintado de preto tinha uma única entrada guardada por duas guaritas, quatro bruxos se mantinham em sentinela. Quim mostrou alguma coisa na mão e com um aceno de cabeça foram autorizados a entrar.

Os guardas que tomavam conta do local vestiam-se de preto da cabeça aos pés, não se identificava seus rostos que eram cobertos com uma tela preta, andavam sempre em trio; devia haver no local mais de 100 bruxos. Cada um deles empunhava a varinha sempre apontada para as celas. Todas as vezes que um trio passava por eles, os cumprimentavam com sinais respeitosos de cabeça. Sons eram ouvidos e vinham de todas as direções.

Os guardas olhavam espantados para as meninas que caminhavam caladas lado a lado com os namorados. Elas eram sérias e pelas expressões faciais nada amigáveis; seguravam as varinhas com firmeza apontadas para o chão.

-Que barulho é esse professor?

-São lamurias. É um dos castigos que são impingidos aos presos. Já que os dementadores foram para o lado das trevas, enfeitiçamos as celas para causar sofrimento os presos. Não é como os dementadores faziam, mas impedem que esses marginais fiquem arquitetando planos mirabolantes para escaparem daqui.

-Até agora Harry, tem dado resultado. – Explicou Quim observando todas as celas por onde passavam.

-Olha, não é por nada não, mas acho que deveríamos ir até onde Lucius está. Acho que estamos perdendo tempo.

Enquanto andavam pelo prédio, Harry observou que a prisão era formada por corredores, todas as celas, pequenos cubículos, com grades no lugar das portas, não tinham janelas, e eram vigiadas incessantemente pelos guardas vestidos de preto. Um prisioneiro não tinha como ver o outro, e isso evitava confabulações perigosas.

Um bruxo enorme, que mancava da perna esquerda, veio caminhando em direção à pequena comitiva.

-Tudo certo eu espero, senhor diretor? – Perguntou Quim.

-Sim. – Respondeu o diretor com voz forte encarando as meninas. – Há não ser a inquietude de Lucius. Hoje ele está agitado demais, num dos piores dias desde que chegou. Está grudado nas grades, sacudindo-as com mãos de garras, olhos arregalados gritando como um louco. Tenho meia dúzia de guarda lá agora. Vamos até lá, acho melhor vocês verem. Por aqui. – Disse sinalizando o caminho. – A ala dos presos de alta periculosidade é no centro do pavilhão. – E acrescentou para o chefe dos aurores sem rodeios. – Aqui não é lugar para mulheres, Senhor.

-Elas não são de cristal e já enfrentaram os comensais da morte três vezes. Se eu fosse o senhor não as irritaria, o gênio delas está mais para inflamável do que para como se costuma dizer “doce”, se é que me entende.

Gina e Hermione trocaram entre si olhares satisfeitos. Era gratificante conhecer a opinião que Quim tinha sobre elas.

A aparência de Lucius antes tão bem cuidada e impecável, mostrava-se agora em plena decadência, vestia ordinárias vestes marrons, descabelado, barba comprida, unhas sujas tanto quanto a aparência geral. Lucius seguidor do Lord das Trevas, Comensal da Morte agora desmascarado estava realmente alucinado, chacoalhava as grades com força e gritava pelo filho e para que abrissem a cela.

-Draco! Draco, meu filho me tire daqui. Draco... Peça ao Mestre, ele vai te atender, ele gosta de você. Tire-me daqui... – Berrava alucinado.

-Professor, acho bom dar um jeito nos comensais da morte o quanto antes e irmos embora. Minha intuição não está nada boa. Estou me sentindo mais inquieto a cada instante. Vamos nos apressar. – Havia urgência nas palavras do garoto.

Moody olhou em dúvida para o garoto. Será que esse menino até a pouco tempo tão impulsivo, desconfiado e que tinha atingido a idade adulta a menos de quatro meses estava certo? Será que o sonho fora mesmo mais uma invasão nos pensamentos do Lord das Trevas como Dumbledore o havia prevenido que podia acontecer?

-Ou o senhor faz ou eu mesmo faço. – Harry pressionou o professor com firmeza já com a varinha na mão pronto para tomar a iniciativa.

Não houve tempo para raciocinar e muito menos para tomadas de atitudes. Da entrada da prisão um barulho ensurdecedor pôs em estado de alerta todos dentro da prisão. A porta de entrada de Askaban explodiu, virou um buraco imenso. Os guardas sentinelas caíram mortos sem ter compreensão do que acontecia. Em poucos segundos um bando de comensais da morte, todos mascarados, entraram pelos corredores estuporando quem estivesse na frente. Feitiços eram lançados por todos os lados. Vários guardas correram em direção ao bando de intrusos contra-atacando quase que às cegas por causa da luzes dos feitiços, enquanto outros corriam para reforçar a guarda das celas onde os bruxos mais perigosos ficam encarcerados.

-Procurem Lucius, libertem-no. Vão Logo. – Gritou um dos mais ferozes comensais. – Achem Aleto e Avery.

-Avada Kedavra. Avada Kedavra.

Mais dois bruxos da guarda caíram com os olhos aberto. Mortos pela pior das maldições.

-Não estou encontrando ele Nott. – Gritou um outro comensal correndo desvairado pelos corredores.

-Procurem seus incompetentes. Procure direito.

-Eles não estão aqui.

-É claro que estão. PROCUREM DIREITO! – Berrou autoritário o comensal que chefiava da invasão.

Os gritos estavam se aproximando de onde o grupo da Ordem estava. Moody, Quim e Arthur fizeram um semicirculo em volta dos garotos, mas estes já estavam de varinhas em punho prontos para atacar e se defender.

-Avada Kedavra. Avada Kedavra.

-AQUI. ELE ESTÁ AQUI. – Gritou uma voz muito conhecida de Harry.

-Nott, Moody está aqui! CUIDADO... – Gritou. - Atrás de vocês... Olha os aurores entrando!

Um grupo de aurores entrou estuporando e botando no chão alguns comensais que estavam de costas para a entrada. Pularam por cima dos corpos mortos ou desacordados correndo em direção aos comensais que procuravam por Lucius e os outros presos. Mas estavam atrasados... Quando estavam no corredor paralelo ouviram:

-ALORROMORA!

E a grade da cela de Lucius arrebentou com um estrondo. Um companheiro de maldade entregou para Lucius uma varinha negra novinha em folha.

-Avada Kedavra. Avada Kedavra. Avada Kedavra. – Foram as primeiras palavras que Lucius pronunciou quando fora da cela. E os raios verdes expelidos pela nova varinha do comensal tiram a vida de três dos guardas que cuidavam de sua carceragem.

Harry vez um gesto na horizontal com a varinha em direção ao comensal que ele conhecia a voz. A mascara do comensal voou longe, e o garoto vislumbrou o nariz de gancho que ficava bem no centro rosto todo pintado de preto.

-Eu conheço esse cara! Eu conheço esse cara! - Gritou Harry para Moody. – É Snape! O maldito assassino do professor Dumbledore. – Gritou desesperado. – Snape, eu vou te pegar! – Ia correr atrás do odiado ex-professor, mas foi impedido por Aslastor.

-Harry Potter está atrás de Moody. Ataquem! – Gritou Nott. – Vou buscar Bellatriz.

Harry sentia o coração bater na garganta aos pulos, sentiu medo. Mesmo com o coração batendo forte ele não se permitiu fraquejar, disparava feitiços em direção a seus atacantes com força e vontade. Desviava com facilidade dos feitiços que vinham em sua direção, caia e logo se levantava. Já começava a suar. Não tinha como verificar se seus amigos estavam se saindo bem, mas pelo que parecia estavam se virando, levando-se em conta os gritos que ouvia.

-Você fique onde está. – Ordenou Moody para Harry enquanto travava um duelo fantástico com Lucius que estava sedento de vingança. – Proteja-se Harry, não se deixe pegar! Duele como você duelou com Bellatriz em Godric Hollow!

Moody num momento de distração enquanto chamava a atenção de Harry para não se deixar abater, foi pego por Lucius que o pos fora de combate. Alastor ficou deitado no chão de barriga para baixo com a cara enfiada no chão encardido totalmente inconsciente. De sua face direita um corte sangrava. Estaria morto?

Godric Hollow! Ele se lembrara bem da batalha que travara com Bellatriz. Não, ele já havia duelado com a pior dos comensais, ele podia fazer melhor agora, estava mais bem treinado. Sentiu-se mais confiante.

Harry se posicionou entre Lucius e Moody. Não podia deixar o amigo desprotegido perante o sanguinário comensal da morte e faria tudo para protegê-lo nem que com isso perdesse a vida também.

Lucius agora dirigia os feitiços para Harry; colocar o responsável pela sua prisão fora de combate era o que queria.

-E te avisei Harry Potter que um dia iria te pegar. – Gritava Lucius.

-É, avisou, mas ainda não me pegou. E como te disse uma vez Lucius... SOU BOM EM FUGAS. – Berrou malcriado. – E não se engane, maldito Lucius, você voltará para a prisão. Tem a minha palavra.

-Você me paga Harry Potter, eu vou te matar! Garoto dos infernos.

-Não vai não. Se me matar Voldemort te mata. Incrível, mas até seu desprezível mestre me protege, apesar de quer me matar. – Riu sarcástico da cara de Lucius enquanto se desviava de mais uma azaração que ia a sua direção e continuou. – É isso mesmo, enquanto vocês estão loucos para me pegar, ele não deixa que vocês me façam mal algum. Um bando de elfos domésticos, é isso que Voldemort faz de todos vocês!

Com essas palavras Harry conseguiu enfurecer mais ainda Lucius.

Harry com força atingiu Lucius com a Azaração Ferreteante duas vezes, que gritou e levou as mãos no rosto tentando amenizar a dor. O garoto aproveitou a deixa, e com o expleliarmus jogou a varinha do comensal a metros de distância. Lucius correu para apanhar a varinha e continuou correndo em direção a saída de Askaban. Era melhor sair dali antes que fosse trancafiado novamente. Lucius não estava em sua melhor forma. Sofrendo com os feitiços da cela, sentia-se fraco, e o duelo com Moody e Harry o havia enfraquecido ainda mais.

Os garotos colocavam em prática os ensinamentos que tanto havia treinando. Gritavam Protego Plenus, Estupore Totalus, Estupefaça Totalus com tanta vontade que os comensais não conseguiam chegar perto o suficiente. O escudo de proteção era mais forte que os malditos comensais estavam acostumados.

As meninas paradas perto da parede apontavam as varinhas para os comensais e gritavam com força Uediuósi e pedregulhos eram atirados no rosto dos comensais que por instantes desviam a atenção delas na tentativa de defenderem os rostos; um dos pedregulhos vazou o olho de um dos comensais que apavorado, gritando de dor e com o de sangue escorrendo pela face sumiu do local.

Gina, não deixava se pegar, com competência atacava e se defendia, pegou dois deles com o feitiço tarantallegra. Mas ambos foram socorridos por companheiros das trevas na hora.

Hermione gritava expeliarmus com rapidez atrapalhando o ataque dos comensais, que por segundos ficavam sem as varinhas. Momentos preciosos para poder atacar.

Unindo forças, as meninas conjuram o Aguamenti tão veloz, que o jato d’água jogou ao chão três comensais que juntos as atacavam. Gina, desaforada ainda pisou com toda força na varinha de um deles que se partiu ao meio.

-Não conseguimos chegar até eles, está difícil Nott! – Gritou um comensal que mantinha a mascara no rosto.

Rony e Neville não paravam de atacar.

-Estupore Totalus. Protego Plenus.

-Estupefaça Totalus.

“Confundus”. – Harry ouviu Neville gritar, em seguida ouviu Rony azarando um comensal com o Tropeço.

Num ato de puro desespero Neville gritou o feitiço da Troca e as orelhas e as mãos do comensal trocaram de lugar. Atarantado o seguidor das trevas se debandou para fora da prisão.

-Conjunctivitus, Conjunctivitus. – Gritou um comensal.

E os olhos de Neville e Rony ficaram inchados de tal forma que não conseguiram fazer mais nada a não se defenderem.

-Diffindo, Diffindo. – Rony e Neville receberam cortes nos braços e no tórax.

-Travalíngua. – Gritou Harry para o comensal que não parava de dar informação para Nott e que tinha lançado o feitiço nos amigos.

Harry não queria dar trégua nos ataques e para prejudicar ainda mais os comensais chamou o feitiço Oppugno. Uma revoada de pássaros amarelos e forozes voaram em cima dos comensais que estavam perto dele enchendo-os de dolorosas bicadas e arranhadas nos rostos, mãos e braços. Com um feitiço não verbal chamou mentalmente: Serpensortia. A serpente enorme que apareceu acatou o primeiro comensal que estava perto, e foi o que bastou para ele cair morto pela picada da cobra bem a seu lado.

-Lacarnum Inflamare. – Gritou ao mesmo tempo outro comensal cheio de raiva apontando a varinha para Harry. – Vou te assar vivo, menino dos infernos!

Num segundo Harry atacava no outro tentava apagar o fogo que subia pelas vestes chegando até a cintura. Em pânico, ele tirou água da varinha e apagou o fogo, mas as pernas ficaram bem queimadas – ardiam. O que restou das calças e da capa do garoto ficou em tiras chamuscadas.

Arthur, vendo que Harry estava impossibilitado de continuar atacar com vigor gritou para Quim proteger Harry enquanto ele mesmo corria para Moody. Mas Quim de joelhos ofegava, segurava as costelas com uma das enormes mãos e com dificuldade respirava; não conseguia nem responder e muito mal de protegia.

A situação dos integrantes da Ordem da Fênix era péssima. Moody desacordado, Quim não respirava direito, Gina não podia ficar em pé por causa de uma torção no tornozelo, com o rosto sangrando estava caída perto de Hermione que tinha as palmas das mãos esfoladas e amparava a perna aberta por um corte. Elas estavam imundas e molhadas por causa do aguamenti; a única coisa que podiam fazer era chamar o feitiço de proteção e atacar precariamente.

O combate estava mais intenso a cada minuto. Os aurores estavam ocupados demais em atacar para poder dar proteção aos garotos. Foi com alivio que o senhor Weasley o único integrante da Ordem da Fênix que continuava em pé e inteiro ouviu a ordem:

-Vamos embora. Não deixem nossos companheiros para trás, acordem todos eles. Vamos mexam-se seus imprestáveis. Carregue-os se for necessário. – Gritou mais uma vez Nott. – Pegaram Aleto e Avery? Bellatriz não serve para mais nada.

-Não, só Avery. – Respondeu Amico.

-Esqueça Aleto. Vamos embora. É melhor dois do que nenhum. Vamos embora! Corram!

-Eu não vou deixar minha irmã para trás. – Reclamou Amico raivoso, e sem obedecer à ordem recebida saiu em busca da irmã.

-Faça o que estou mandando. – Mandou o chefão gritando. Mas o companheiro não ouvia mais nada.

Depois de resgatar Aleto, Amico passou correndo arrastando a irmã pela mão por perto de onde Harry estava. O garoto ainda no chão não teve tempo de refletir no que estava fazia; movimentou a varinha inconscientemente e com o feitiço não verbal jogou as novas maldições nos dois comensais.

-Nott. Consegui pegar Aleto. – Informou correndo em direção ao que poucos minutos atrás tinha sido o portão de entrada da prisão.

E o bando de Comensais da Morte se dividiu em dois, um na frente para acordar os azarados e outro defendendo a retaguarda deles com os aurores nos seus encalços. Saíram correndo de Askaban deixando para trás um rastro de sangue, bruxos mortos e destruição. Todos os comensais aparataram.

Aos poucos o clima de tensão foi se normalizando e a gritaria diminuindo em Askaban. Os garotos no chão ou apoiado nas paredes olhavam o estrago a volta.

-Você está bem Harry? Não estou vendo nada. – Falou Neville ofegante.

-To. Como vocês estão?

-Estou sangrando. – Respondeu Rony que enxergava tudo embaçado. – Hermione, Gina, cadê vocês?

-Estamos aqui, Rony. – Respondeu Gina.

-Hermione, você está bem?

-Estou machucada mas, estou bem. – Respondeu a namorada.

-Calma, garotos. – Disse uma voz bem conhecida dos garotos. – Já vou levá-los para casa.

-Tonks? Onde você estava?

-Combatendo Harry. Fomos avisados por um dos guardas que Askaban estava sendo invadida e viemos correndo.

-Meninas, tudo bem com vocês?

-Mais ou menos. – Gemeram juntas.

-Vou levá-los embora enquanto Arthur levará Moody e Quim para St. Mungus. Os dois não estão bem.

Aos trancos e barrancos Harry conseguiu ficar em pé apesar da ardência que sentia nas pernas. Rony e Neville, com os braços envoltos em ataduras conjuradas por Tonks, se escoravam um no outro. Hermione, conjurou ataduras para sua perna que sangrava, as mãos em carne viva, e um grande hematoma cobria metade do rosto. Gina, com metade dos cabelos queimados, um corte dividia suas bochechas em duas, os lábios bem inchados e partidos, mancava por causa de uma forte dor pé.

Harry antes de ir embora fez questão de passar pela cela de Bellatriz que permanecia sentada no fundo da cela com o olhar perdido alheia a movimentação dos corredores. Conversava consigo mesma num dialogo sem sentido de palavras desconexas. Ele olhou a comensal da morte sem um pingo de dó. Ela merecia o que havia acontecido.

-Podemos ir embora. – Disse o garoto sem reclamar da dor. – Esse lugar é o pior lugar que já vi na vida...

Retornaram silenciosamente para o local onde tinham chegado pela chave do portal e foram embora.

***

08/01/2007 – 15:33hs

Oi meus queridos leitores,

Como foram de Natal e entrada de Ano Novo? Espero que vcs tenham se divertido tanto ou mais que eu. Realmente minhas festas foram muito boas.

Queria ter atualizado a fic nesse último final de semana, mas esqueci o arquivo no trabalho, por isso não postei. Acho que estava ainda atarantada com as festas do final de ano.

Meus agradecimentos para: Manu Riddle, Gina_Weasley, Lola Potter, MarciaM, Gabizita, Eline Garcia, Vivi Black, Sô, †Dianna Black†, Leno B., Lili Coutinho, que tem a paciência de deixar recadinhos. Bjosss para vcs.

Fiquei feliz em ter comentários de novos leitores.

Aos leitores silenciosos, também meus agradecimentos e deixo um pedido: deixem pelo menos um “ola” nos comentários. Isso é tão bom para todos os leitores! Porém não quero forçar nada, sintam-se a vontade, ok?

Bom... Em relação ao próximo capítulo quero contar que ele está bem adiantado. Bom né? Assim, quero ver se posto antes de 15 dias, como usualmente faço, para compensar o atraso dessa semana.

Até a próxima.

Ps.: Esse cap. não foi betado, então peço que desculpem os erros e me informem se encontrarem algum que corrigirei em seguida.

[]s e {}s.

McGonagall


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