Os Ataques



18 – Os Ataques


Rufo Scrimgeour, Ministro da Magia, estava possesso. Gritava aos quatro ventos, na reunião com os aurores.

-Eu não disse, eu não disse??? Eu sempre tive razão! Os malditos entraram em Hogwarts de novo. Entraram de novo! Entraram de novo! – Exclamava indignado, levantando as mãos para o alto enquanto andava em círculos em volta de sua mesa na sala lotada e abafada.

-Chefe, o senhor está se repetindo. – Falou Quim calmo.

-E se a escola estivesse aberta e cheia de alunos, hein? O que é que teria acontecido? Ãã? Me digam? A essa hora eu estaria crucificado nu no meio da rua, que nem “Budas”, servindo de chacota para toda comunidade bruxa.

-É “Judas” e não “Budas”, chefe. – Respondeu um dos aurores que tinha descendência trouxa. – E ele não foi crucificado nu.

-Como foi que o Profeta Diário ficou sabendo da invasão? A comunidade mágica ficou desesperada. Mais um ataque! – O Ministro estava ensandecido. Queria respostas e não as tinha.

De alguma forma, não se sabe como, a notícia da nova invasão à escola vazou e o Profeta Diário publicou na primeira página a matéria no maior sensacionalismo. A comunidade bruxa enlouqueceu e de quebra quase enlouqueceu o Ministro também.

Depois da morte de Cacique Supremo da Corte dos Bruxos, a comunidade bruxa estava indo de mal a pior. Ninguém acreditava em ninguém. Dumbledore, com seu jeito característico, tinha o carisma necessário para acalmar a todos com palavras simples e olhar tranqüilo. Alias, só a fotografia dele nos jornais já era um alento para a sociedade mágica.

A mesa de Rufo, costumeiramente cheia de pergaminhos por todo lado, agora parecia que tinha se tornado um corujal também. Havia titica espalhada por toda extensão da grande mesa. As corujas entravam e saíam durante o dia todo com uma quantidade enorme de berradores enviados pelos leitores do jornal mais popular do mundo bruxo. E berradores, quando não são abertos imediatamente, simplesmente explodem. Por causa disso, seus documentos apresentavam marcas das ditas explosões. Penas para escrever? Não tinha mais nenhuma que prestasse. Até alguns fios dos vastos cabelos do Ministro mostravam-se queimados. Claro, tinha também os leitores mais educados, enviavam as cartas, digamos, mais normais, mas as corujas tinham instruções de bicarem enquanto o Ministro não as respondesse. Com isso Rufo foi obrigado escalar vários bruxos para ajudarem abrir as cartas e respondê-las. A pena de repetição rápida nunca trabalhou tanto. Seu escritório estava uma verdadeira balbúrdia.

A comunidade cobrava do Ministério atitudes mais firmes e diretas que acabassem de vez com as atividades do Lord das Trevas. O Profeta Diário, animado com o aumento das vendas por causa da reportagem da invasão em Hogwarts, aproveitou a oportunidade e começou a publicar os fracos ataques que eram direcionados à comunidade bruxa e até aos trouxas, alguns deles registrados esporadicamente. Nada grave, na verdade, apenas brincadeirinhas dos Comensais que não tinham nada para fazer. Nenhuma desgraça foi registrada, só sustos. Bruxos do esquadrão do feitiço do esquecimento – Obliviadores - estavam tento muito trabalho para apagar as memórias dos trouxas que sofreram ataques, ou que apenas os presenciaram. Porém tudo isso deixava Rufo sem tempo para nada; ele chegava ao Ministério de manhã muito cedo e só ia embora tarde da noite. Sua vasta cabeleira alaranjada já apresentava muitos fios prateados.

Os pais dos alunos não paravam de entrar e sair do Ministério. Marcavam hora com o Ministro para questionar para qual escola deveriam mandar os filhos, já que Hogwarts definitivamente não abriria e fora mais uma vez invadida.

Ele realmente tinha muito o que fazer e ainda não tinha conseguido falar com Harry Potter. O menino era mais teimoso que ele. Se pelo menos ele tivesse uma fotografia, só uma, de Harry Potter entrando ou saindo do Ministério já ajudaria. Mas não, não tinha nada. Da última vez que se encontrara com Harry, o garoto o olhara e reafirmara com todas as letras o que já havia dito no Natal. Ele não abriria a boca pra nada e uma palavrinha dele que fosse deixaria toda a comunidade bruxa mais calma, afinal ele era o Menino que sobreviveu, o “Escolhido” como o jornal agora costumava chamá-lo. “Mas eu ainda vou conseguir falar com ele e arrancar umas palavras”. – Pensava, com um otimismo que estava longe de refletir a realidade.

Depois que a reunião terminou ele pediu para Tonks permanecer na sala.

-Tonks. Ãã... Você está namorando aquele... Quer dizer o Remo Lupin, não?

-Pra quê quer saber? – Respondeu, olhando fixamente nos olhos do seu superior.

-Apenas responda, por favor.

-É. Tô. Algo contra?

-Não. Claro que não, imagina. Ãã... Remo era muito amigo dos Potter, ele deve ter contato com Harry, não é mesmo? Então, eu queria saber se por um acaso você não poderia pedir a ele para trazer Harry Potter aqui para conversar só um pouquinho comigo, sabe. É muito importante e ele poderia nos ajudar a acalmar a comunidade.

-Bom... Não custa nada perguntar para ele. Vou falar com ele e depois aviso o senhor. É só isso?

-É. É só. Pode ir.

Tonks voltou para a sala dos aurores com um sorriso estampado no rosto. Ahhh! Se o Ministro soubesse do real estado de Harry. Ele com certeza invadiria o hospital para tentar arrancar algumas palavras do garoto. Seria muito engraçado ver a cara de decepção dele por não conseguir absolutamente nada do garoto. Não por Harry estar doente, mas pela sua determinação em não dizer nada ao Ministro.

-Que cara é essa, Tonks? – Perguntou Quim, vendo a colega com um sorriso enviesado.

Aos cochichos contou para o colega sobre o questionamento de Rufo. Ambos trocaram uma risadinha cúmplice. Se o Ministro suspeitasse que eles integravam a Ordem da Fênix reorganizada pelo falecido Dumbledore e que podiam chegar até Harry Potter à hora em que bem entendessem, que eram amigos de fato, Rufo os colocaria a ferros até que conseguisse chegar ao garoto.

-Deixa ele pra lá, Tonks. Não liga. Ele é assim mesmo. Acho até que às vezes ele tem umas atitudes próprias do Cornélio. – Disse Quim, com sua voz calma e baixa. Era agradável ouvi-lo falar.

De repente o silêncio foi quebrado. Uma gritaria desmedida vinha do átrio do Ministério.

-Mas que droga! Que será agora? Que barulheira maldita é essa... – Reclamou Quim exasperado, levantando-se depressa de sua mesa e indo em direção à porta que se abria direto para o átrio do Ministério. Dali ele acompanhava toda a movimentação da casa.

Agora que Rufo passara a ser Ministro, Quim era o chefe dos aurores e desempenhava sua função com toda categoria e de quebra contava com a ajuda de nada menos nada mais que Alastor Moody, ex-auror que tinha enchido Azkaban com a captura de Comensais da Morte.

Não acreditou no que viu. Olhou pasmo um grupo de Comensais da Morte que atacavam todos com feitiços que poderiam mandar várias pessoas para St. Mungus.

O Ministro, irritado, escancarou a porta de seu escritório e saiu correndo em direção à gritaria.

Rufo já fora auror, então se uniu ao grupo dos aurores que se defendiam e atacavam com igual ferocidade. Luzes coloridas cruzavam todo o espaço do átrio do Ministério. Estupefaça, Estupore, Protego, Expelliarmus, Impedimenta, Finiti Encatatem, Incendiun, Incarcerum, eram ditos pelos dois grupos. Raios coloridos iam e vinham em todas as direções. A gritaria era ensurdecedora. O ataque estava sendo um dos mais violentos. Os Comensais da Morte atacavam com requintes de crueldade. Os aurores, aos pares, posicionado costas com costas um com o outro, se defendiam muito melhor, pois sabiam estar com a retaguarda protegida, assim podiam atacar e contra-atacar com maior competência. De repente um Avada Kedavra foi ouvido pelo Ministro, que ficou branco, seu sangue congelou nas veias. Quem fora vítima da pior das maldições de todos os tempos?

Da mesma forma que os Comensais chegaram, foram embora com a mesma rapidez, deixando para trás um rastro de bruxos caídos inconscientes, gravemente feridos e um morto. Dois dos Comensais ficaram desacordados no chão. Os companheiros simplesmente foram embora, largando-os no meio do átrio. Haviam sido estuporados e ficaram ali à mercê dos aurores.

Scrimgeour ficou satisfeito em ter dois deles para interrogar. Imediatamente se reuniu com os aurores para receber o relatório do que havia acontecido. Descobriram que quem havia morrido era o Érico Munch. O coitado era só um vigia do Ministério e ma-le-ma sabia de defender.

Quim e Tonks rapidamente prendem os Comensais Aleto e Avery e, usando Mobilicorpus, os levaram para uma sala reservada preparada com feitiço anti-aparatação na companhia do Ministro.

-Esses dois não saem daqui por nada desse mundo, nem que eu tenha que quebrar pessoalmente as pernas deles. – Disse Quim, que estava furioso e sentido com a morte com vigia, um bruxo muito humilde que não fazia mal para ninguém. Ele tinha sempre uma piadinha meio sem graça sobre trouxas para contar.

-Tonks. – chamou o Ministro. – Comece o interrogatório e tire deles tudo que conseguir. Pode usar a poção Veritaserum se necessário.

-Certo, chefe.

Os dois aurores, como uma morsa, espremeram os comensais da morte que foram abandonados no Ministério pelos companheiros das trevas. O interrogatório foi difícil, mas rápido. Quim e Tonks deixaram os dois comparsas à beira da morte de plena exaustão. Enquanto Quim gritava – “Olhe pra mim”, para um deles, Tonks gritava para o outro – “responda agora”. Não paravam de andar nem de falar, transitando num vai e vem frenético na frente dos comensais. Faziam perguntas diferentes ao mesmo tempo para cada um dos dois comparsas. Elas eram pronunciadas tão depressa que confundiam os pensamentos Aleto e Avery. Eles não tinham chance de pensar coerentemente nas respostas que davam. A intenção era realmente deixá-los totalmente atarantados e não prestarem atenção no que falavam.

-Terminamos. – Disse Tonks, que estava tão cansada quanto Quim, passando a mão pela testa para enxugar o suor. – Caramba, essa sala é quente demais. – Reclamou.

-É... Vamos...

Saíram da sala deixando os dois comensais a cargo dos colegas aurores que os levariam para Azkaban.

Bateram e já entraram na sala de Rufo.

-Bom, é o seguinte... – começou Quim falando muito depressa. – Lord Voldemort deu ordens para os Comensais atacarem o Ministério em represália por termos ajudado na defesa de Hogwarts. Bellatriz também conseguiu entrar na Mansão dos Black porque o Monstro, o elfo doméstico, no ano passado deu informações para ela. Como Monstro não apareceu mais para falar com ela, o Lord mandou que ela desse um jeito de entrar na Mansão. Mas não tinha ninguém lá. O garoto desapareceu.

-Como desapareceu? Ninguém desaparece! Ele tem que estar em algum lugar, não? Chamem...

-O senhor que calar a boca um instante?

Rufo abriu e fechou a boca com um olhar espantado para o chefe dos aurores. “O chefe dos aurores me mandando calar a boca? Que história é essa?” Pensou, indignado.

-Quem você... – Mas não teve tempo de completar a frase.

-Os Comensais vão atacar o hospital agora, não temos tempo para ficar tentando explicar o desaparecimento do menino. – Disse Quim, com pressa.

-E o que vocês estão esperando? Vão para lá e defendam o hospital. E depois voltem aqui para me contar direitinho essa história do desaparecimento do garoto. Vocês entenderam? – Finalizou, gritando para os dois funcionários que já estavam saindo.

-Tá. Entendi. Volto depois. – Respondeu Tonks, gritando já no meio do átrio do Ministério.

Saíram o mais rápido possível do Ministério acompanhados pelo grupo de aurores. Ao chegarem ao hospital Quim distribuiu os aurores em pontos estratégicos para recepcionarem os comensais. Empunhando a varinha, ele conferiu se todos estavam bem posicionados para que não houvesse falhas e que tudo até estão estava bem calmo. Mas sabia que essa calma era aparente. Os bruxos que estavam esperando para serem atendidos desapareceram do saguão do hospital num piscar de olhos.

Tonks, olhando discretamente para todos os lados, saiu de fininho da formação de defesa armada por Quim, precisava dar um jeito de tirar Harry do hospital sem mais demora. A hora era agora. Correu para a escadaria que levava até o quarto andar. Tropeçou e rolou escada abaixo. “Ai, que droga... Tinha que cair justamente agora?” – Pensou, exasperada consigo mesmo enquanto esfregava ora o cotovelo ralado no tombo, ora o quadril que doía por causa da batida no chão. Continuou correndo por entre os diversos corredores que levavam às enfermarias e foi ao encontro de Lupin.

Encontrou Remo Lupin dormindo com a boca aberta a sono solto numa cadeira perto da cama de Harry. Remo tinha o sono leve, então tocou o ombro do namorado levemente, que despertou assustado segurando a varinha; os reflexos dele eram bem aguçados. Não deu chance nem de ele cumprimentá-la...

-Remo, você tem que tirar Harry daqui agora. Voldemort mandou seus malditos comensais da morte atacarem o hospital. Eles já fizeram um estrago no Ministério ainda há pouco. – Disse Tonks, afobada.

-O quê? Meu Merlin! Bellatriz? – Disse Remo, levando um susto, pondo-se em pé.

-É. É... Os Comensais invadiram o Ministério hoje. Conseguimos pegar dois Comensais e os interrogamos. Anda... Vai... Lupin, se mexe homem! Leve o Harry para a Sede agora. Aparate com ele enquanto eu falo com o medibruxo chefe para mandar uma curandeira junto.

-Não, Tonks! Ninguém entra na sede, esqueceu?

-Tá... Mas Madame Pomfrey entra, né? Então ela vai junto.

-Tá, então vai atrás dela. – Respondeu, enquanto pegava Harry no colo. Sem mais demora aparatou.

Sabia que o que estava fazendo poderia agravar o estado de Harry, mas era preferível correr esse risco a deixá-lo no hospital podendo ser capturado pelos aliados de Lord Voldemort. Eles não teriam complacência.

Quando o medibruxo responsável por Harry ficou sabendo que ele já não estava mais nas dependências do hospital, ficou uma fera por terem removido o garoto sem o consentimento dele.

-Vocês estão loucos? Quem vocês pensam que são para tomar uma atitude dessas? Vocês não poderiam ter feito isso! O estado dele é delicado, ele pode piorar. Seus irresponsáveis! Tragam já o menino de volta! – Gritava o medibruxo com a auror de cabelos cor-de-rosa.

-Os comensais vão atacar agora o hospital. Tínhamos que tirá-lo daqui. Será que o senhor não entende que ele estava em perigo? Agora ele já está seguro. Madame Pomfrey manterá contato constantemente com o senhor.

O medibruxo estava muito bravo, pois o garoto ainda não estava de alta, tinha que tomar a poção na hora exata, e que isso e que aquilo. Mas acabou se conformando um pouco quando Tonks explicou que Madame Pomfrey poderia ficar com ele o tempo todo.

-Como? Os comensais aqui? Não pode ser!

-Pode. E eles já devem estar chegando.

Entre a escapada de Lupin e a conversa de Tonks com o medibruxo, foi o tempo exato para o hospital ser invadido pelos Comensais, porém o ataque não foi lá essas coisas. Os Comensais não esperavam ser recebidos com tamanha chuva de feitiços que os aurores lançavam em cima deles e quando foram embora estavam um bocado chamuscados.

Bellatriz disfarçada com vestes discretas e andando curvada, conseguiu furar o bloqueio dos aurores como se fosse mais uma das inúmeras pessoas que entravam e saíam do hospital, ou para fazer uma visita, ou mesmo para ser medicada. Andou por todas as enfermarias à procura do Eleito sem nenhum estardalhaço. Foi em vão. Não localizou o garoto em nenhuma das dependências em que entrou.

***

-Aqueles idiotas dos Aleto e Avery deram com a língua nos dentes com certeza. Foram interrogados. – Dizia Voldemort para os Comensais que retornaram sem nenhum resultado do Ministério e do hospital.

-Eu... quero... o... garoto. – Falava, frustrado.

***

Remo Lupin apareceu na sala da Ordem da Fênix com Harry desacordado no colo. Harry estava pálido, largado nos braços de Lupin, alheio a todos os acontecimentos. Sua aparência era péssima, tez pálida marcada com manchas esverdeadas, lábios esbranquiçados. Ele estava horrível!

Gina, vendo o professor com o namorado nos braços teve um tre-le-le.

-Que aconteceu com ele? Que fizeram com ele?

-Quer calar a boca, Gina? – Disse Molly, brava, para a filha. - Que aconteceu, Remo? – Perguntou assustada por vê-lo ali e notar a aparência do garoto.

-Daqui a pouco Molly. Primeiro vamos pôr Harry na cama. Já me arrisquei demais tirando-o do hospital, ele pode piorar. – E saiu em direção aos quartos. Lupin estava cansado. Afinal carregar um homem não era uma atividade rotineira, ainda mais para ele que tinha um “probleminha com pêlos”, como Harry costumava dizer.

-Coloque-o aqui. – Indicou o quarto de Rony. – Ficará mais bem acomodado. E quem vai cuidar dele? – Perguntou Molly, enquanto ajeitava as cobertas em cima de Harry, pedindo para Gina fechar as janelas por causa da claridade e do vento frio de final de tarde que entrava.

-Madame Pomfrey já deve estar chegando. Não é bom arriscar trazer outra pessoa para a sede, não é mesmo?

Os garotos se reuniram em volta da cama de Harry. Gina estava ajoelhada ao lado cama do namorado, passando carinhosamente a mão pelos cabelos desarrumados dele.

-Venham, meninos. Vamos para sala esperar por mais notícias. Também não sei direito o que foi que aconteceu. Tonks não deve demorar a chegar. – Chamou Lupin. Gina não se mexeu, ajoelhada estava e ajoelhada ficou.

Não tiveram que esperar muito por Madame Pomfrey, que chegou apavorada pela lareira, coberta de fuligem. Molly a levou até o quarto onde colocaram Harry. Fez um exame minucioso nele e constatou que estava na mesma, bom, pelo menos não piorara. E avisou:

-Eu durmo aqui com ele. – Gina, fora! – A menina saiu de cabaça baixa.

-E nós? – Reclamou Rony, se referindo a ele e Neville.

-Vocês vão para o quarto junto com o Professor Lupin. Acho que ele não se importará. – Informou a mãe, olhando para Lupin para ter confirmação do que falava.

-Não, Molly, está tudo bem. Depois de amanhã é lua cheia e então... – Ele não conseguiu terminar o que estava falando, Molly interferiu.

-Mas você não toma a poção?

-Claro que estou tomando! Mas amanhã vou para a Mansão dos Black. Vou ficar lá por dois dias, depois volto.

-Lupin? A poção não está mais fazendo efeito, é isso?

-Não. Não, está tudo bem. Tranqüilize-se. – Mas também não deu maiores informações.

Tonks não chegou naquela hora, nem na seguinte e nem na outra. A cada hora que passava Lupin e os demais ficavam mais nervosos. Será que tinham sofrido outro ataque? Ou o ataque ao hospital tinha tido conseqüências mais sérias?

-Eles estão demorando, não? – Falou Hermione, esfregando as mãos e dando voltas sem parar na sala de estar.

-Não adianta ficar assim, Mione. Senta aqui e fica quieta. – Chamou Rony, pondo a namorada sentada perto dele, dando-lhe um beijo na testa.

-Mas Rony! E se eles sofreram outro ataque? Que vamos fazer?

-Nada, Mione. Só podemos esperar para saber.

Foi com alívio que no final de noite ouviram as chamas da lareira ficarem verdes e estalarem, sinal que alguém estava chegando. Um a um os amigos foram entrando na sala, sacudindo a fuligem das vestes por todo o tapete.

-Graças a Merlin, todos estão inteiros e sem ferimentos dessa vez. – Exclamou Molly, indo ao encontro do marido, que foi o primeiro a chegar. – Por que demoraram?

Com calma e paciência Arthur, ajudado pelos companheiros de Ministério, depois de já sentados confortavelmente, contaram sobre os dois ataques sofridos, o do Ministério e do hospital. Apesar de tudo nenhum auror ficou ferido gravemente. Estavam, graças a Merlin, com todas as forças intactas.

“Lord Voldemort está desesperado”. – Pensou Rony.

-É, os aurores estão cada vez melhores.

-Por que você esta dizendo isso, Professor Moody? – Perguntou Rony.

-Porque depois que a escola foi invadida no ano passado eu intensifiquei os treinamentos dos aurores, ensinando-lhes a deixar os feitiços mais eficientes e poderosos. E vocês passarão pelo mesmo treinamento dentro de mais alguns dias. Tão logo Harry melhore. – Os garotos olharam para ele, felizes.

-Por que? – Perguntou Molly.

-E você pergunta por quê, Molly, não é óbvio?

-É. – Respondeu Molly, meio sem jeito, dando um suspiro.

-Molly, querida, tem algo para comer? Estou com fome. – falou Arthur.

-Hã... Sim... claro... Nossa! Que distração a minha. Não servi jantar para ninguém. Venham, vamos para a cozinha. Também, com toda essa agitação, não tive cabeça para nada.

Em volta da mesa todos ainda comentavam sobre os ataques, tanto o ocorrido no Ministério como no hospital. Isso ainda iria render alguns dias até ser devidamente ingerido.

-Foi realmente muita sorte Tonks ter conseguido avisar Remo a tempo. Esse maldito senhor das Trevas quer pegar Harry de qualquer forma. – Disse Arthur.

-Mas não vai conseguir. – Disseram Rony, Hermione e Gina juntos. Neville concordou com a cabeça.

-Não, não vai. – Confirmou Moody.

À noite a professora McGonagall, afobada, entrou perguntando pelo aluno. Depois de ter notícias e fazer uma visita rápida ao quarto onde ele estava, contou a todos sua conversa como Rufo.

-Estou saindo no Ministério agora. Fiquei horas lá dentro. O Ministro mandou me chamar para saber se eu sabia onde Harry estava se escondendo. Mas que audácia dele! Não me conformo! Ele quer o Harry de qualquer jeito. E ainda disse da maneira mais cínica do mundo. – Minerva começou a imitar o Ministro. - “Ele não é o queridinho da escola? Como a senhora não sabe onde ele se encontra? É claro que sabe! Vamos... Me conte onde posso encontrá-lo ou traga-o até aqui.”

-Não acredito que ele fez isso! – Disse Hermione indignada.

-Pois acredite, Hermione. – Disse Tonks. – Rufo ficou fulo da vida quando informamos que Harry havia desaparecido de Hogwarts. Disse que ninguém desaparece, e bla bla bla... – E tem mais... - E finalizou contando a conversa particular que teve com o Ministro após a reunião, olhando para Remo.

-Ele não se enxerga mesmo! – Comentou Molly, indignada com a atitude do mais alto funcionário do Ministério.

-Era mais fácil Harry conversar com ele de uma vez. Assim pára essa perseguição. Enquanto ele não falar com o Ministro, Rufo vai continuar fazendo pressão. Ouçam o que estou dizendo... Harry não vai ter sossego em nenhum lugar, nem agora e nem nunca. Quer dizer, enquanto essa maldita guerra não acabar. – Completou Rony.

Carlinhos, Gui e Fleur, que haviam chegado em casa cansados por algum trabalho que estavam fazendo, apenas ficaram olhando para Rony, como se ele tivesse falado a maior das besteiras de todos os tempos. Mas não comentaram nada.

-Bom... Vou me deitar. O dia hoje foi muito puxado e estou com as costas em fogo. – Explicou Carlinhos.

-Nós também já vamos. – Comunicou Gui, ajudando Fleur a se levantar. – Boa noite. – E o jovem casal saiu da cozinha abraçado e falando baixinho um com o outro.

-Quem sabe um chá melhore a dor, querido. – Ofereceu a mãe.

-Não, mamãe. Já tomei chá. Preciso de cama mesmo e uma boa noite de sono. Amanhã não vai ser nada diferente. – Beijou o rosto da mãe.

Carlinhos bateu na porta no quarto de Gui. – Posso entrar?

-Claro. Você pensou...

-Pensei...

-Certo. Boa noite, mano.

Carlinhos continuou o caminho de seu quarto com uma ruga profunda na testa. Seus miolos estavam fervilhando como nunca.


***

30/08/2006 - 22:18hs

Puxa... Como demorei dessa vez não? Mas foi problema com o Zé-Zé. Prazer, é o meu micro. Pifou geral e foi pro hospital. Agora já ta tudo certinho e fucnionando belezinha.

O cap. 19 já esta prontinho, saiu do forno agorinha mesmo e vai para ser betado sábado.
Brigadinha viu gente pela paciência, pelos comentários e pelos votos... Vocês são mesmo una anjinhos.

[]s {}s
McGonagall.

Beijos no coração para: Samara Ribeiro, Nikamaluk, Marvin Grinffindor, Pablo, Gina_Weasley, Molly, Malu Ridlle, MarciaM, Krika Evans, Eline Garcia, Viviane Ferreira Miranda, Mel e Brian, Tati, Lili Coutinho.


Compartilhe!

anúncio

Comentários (0)

Não há comentários. Seja o primeiro!
Você precisa estar logado para comentar. Faça Login.