Os acontecimentos



6 – Os acontecimentos

Naquele final de semana n’A Toca aconteceu o casamento de Gui Weasley e Fleur Delacour. O jardim antes tão malcuidado da família Weasley estava agora todo arrumado, com mesinhas enfeitadas com toalhas lilás e azul, com lindas flores coloridas dentro de vasinhos de cristal. Estava tudo pronto para receber os convidados. O pátio estava extremamente agradável. Uma música suave deixava o ambiente mais acolhedor ainda.

De convidados, só os parentes de Fleur, os membros da Ordem de Fênix, os pais de Hermione, Hagrid, Professora McGonagall, e mais alguns outros professores. Todos os irmãos Weasley estavam lá à exceção de Percy, que apesar de ter sido convidado não deu satisfação se iria comparecer ou não.

Não foi uma cerimônia grandiosa, ao contrário, foi restrita, porém muito animada. Gui, com uma longa capa verde esmeralda estava muito feliz. Andou calmamente pela trilha formada entre as mesinhas até onde sua noiva o esperava. Sorria para todos, o que deixava seu rosto, agora tão marcado, mais suave.

Fleur, vestida de azul brilhante, ladeada por Gabrielle e Gina, esperava ansiosa que Gui chegasse a seu lado para que o Bruxo celebrante realizasse a cerimônia. Depois de cruzarem as varinhas, elos de fumaça colorida os envolverem. Três fitas, branca, dourada e prateada, conjuradas pelo celebrante enlaçaram o casal e foram declarados solenemente casados pelas Leis bruxas. Estrelas brilharam em volta dos recém-casados.

Durante a festa Fleur não saiu do lado do marido um momento sequer e conversaram com todos que compareceram para as bodas. O casal era a alegria personalizada e contagiava a todos com sorrisos que distribuíam.

Os gêmeos não deixaram por menos, estouraram dúzias de fogos da Gemialidades Weasley, colorindo assim ainda mais a festa.

Todos que compareceram para a celebração não pouparam elogios ao casal, e nem ao capricho com que a festa foi organizada.

Harry chegou perto de Remo Lupin.
- Harry, como vai você?
- Bem... Hum... Preciso te perguntar uma coisa.
- Diga...
- Eu preciso de uma penseira. Você sabe onde posso conseguir uma?
- Pra quê, Harry? - Remo perguntou interessado.
- Dumbledore me disse uma vez que ele usava a sua para organizar os pensamentos quando eles eram demais na sua cabeça. Disse que era muito útil. Eu... Eu penso que podia ser útil para mim também.

Harry não contou o real motivo para o amigo e odiou ter que enganá-lo. Remo olhou para ele estranhamente.
- Por acaso eu sei onde você pode conseguir uma.
- É, onde?
- Você tem uma. – Disse rindo.
- Como assim?
- Seu avô tinha uma. Thiago uma vez me mostrou. Eu imagino que ela esteja em seu cofre em Gringotes.
- Eu... Eu tenho uma?
- Tem sim. Sabe... elas são muito raras e caras.

Harry ficou ali conversando com Lupin durante alguns minutos, até que Tonks sentou-se ao lado do namorado e ele não se sentiu mais à vontade para conversar com o velho amigo de seu pai.
Finalmente Remo e Tonks haviam assumido o namoro. Pediu licença e saiu indo procurar os amigos.

As estrelas já brilhavam na clara noite de verão quando os convidados começaram a ir embora. Fleur tinha levado Gui até cama. Ela era toda cuidados com Gui, agora seu marido. Sr e Sra Weasley subiram em seguida, com Arthur dizendo a Molly que tinha trabalhado duro aquele dia. Os gêmeos pegaram a última garrafa de whisky de fogo e aparataram sabe-se lá para onde. Carlinhos, que estava com dor de cabeça por ter tomado muito vinho, foi deitar no quarto que ficava no sótão.

Harry, Ron e Hermione ficaram sentados no jardim escuro. Gina tinha ido deitar. Harry achou a oportunidade perfeita para contar a eles sobre a penseira.
- Legal... Harry. Elas são realmente raras. Rony disse. - Seu vovô deve ter sido...
- Rony, você sabe que não ligo para isso. Harry disse, tirando seus óculos e esfregando os olhos com as mãos. Sabia que Rony se referia à montanha de galeões que ele tinha herdado.

- Rony... Vamos por algumas coisas no lugar, ok? Eu nunca tive amigos até encontrar você no trem para Hogwarts. Eu jamais tive uma coisa nova, me davam sempre as sobras do meu primo Duda. Eu dormia dentro de um armário e a única razão de ter conseguido um quarto pra mim foram as cartas que Dumbledore enviou me informando que tinha uma vaga em Hogwarts. Elas assustaram os Dursley. Nos dias de Natal, eu ficava no meu armário debaixo da escada, enquanto escutava todos se divertindo, comendo coisas deliciosas e dando gostosas risadas. Minha primeira memória de Natal foi a que passei em Hogwarts, com vocês. Meus primeiros presentes foram vocês que me deram. Dá pra entender?
- Harry... Começou Rony.
- Desculpe-me. – Disse Harry. - Eu só... você não tem idéia de como é afortunado. - Eu nem mesmo posso namorar a Gina. - Harry de repente ficou em pé. Eu vou dormir. Boa noite.
- Harry!

Harry escutou Hermione chamá-lo, mas não se deteve. Continuou a caminhar direito para casa. Passou pelo quarto pequeno todo cor de rosa e viu que uma menina de cabelo cor de fogo estava em pé olhando pela janela aberta com a luz apagada bem acima de onde estava conversando com os amigos, só não viu que lágrimas escorriam pelo seu rosto.

5 de agosto.

Na manhã seguinte Harry acordou muito cedo, se arrumou e desceu para a cozinha. Senhora Weasley estava terminando de fazer o café da manhã.
- Sr Weasley?
- Harry! Por que você se levantou tão cedo?
- Eu preciso ir ao beco Diagonal. A que horas Gringotes abre?
- Beco Diagonal, Harry? – Molly começou.
- Sete de manhã. Está aberto agora, Harry. Que você pensa em fazer?
- Vou até lá! Eu realmente tenho que ir.
- Talvez Remo pudesse...?
- Não. Eu irei sozinho, Sr Weasley. Voltarei bem depressa.
- Muito bem.
- Arthur! Ele não deveria ir sozinho.
- Molly... o menino tem já tem dezessete anos. Molly sustentou o olhar do marido.
- Você tenha cuidado!
- Terei, Sra Weasley. Eu prometo. Vocês precisam de alguma coisa?
- Não. Faça o que tem que fazer e venha direto para casa!
- Sim, senhora.

Vestiu a longa capa preta puxando o capuz sobre a cabeça de forma a esconder os olhos, tirou um punhadinho de pó flu do vaso ao lado da lareira, jogou nas chamas e viajou para a loja dos gêmeos.
- Quê!!! Ah! Harry? Algo errado?
- Nada. Só preciso ir a Gringotes. Vocês dois precisam de alguma coisa?
- Você realmente não deveria ir sozinho. – Disse Jorge, sem responder à pergunta feita.
- Vou rápido. Eu voltarei dentro da uma hora. Pode deixar a porta aberta para mim?
- Tá.

Entrando em Gringotes, ele foi imediatamente a um duende.
- Bom dia, Sr Potter. Em que podemos servi-lo?
- Hum... Grampo?
- Precisamente.
- Eu quero ir até meu cofre.
- Certamente.
Harry foi prontamente conduzido a um carrinho. Vários minutos depois parou em frente a seu cofre. O duende abriu o cofre.
- Espere por mim. Ele disse ao duende.

Harry entrou. “Lumus” – Disse. - Atrás das pilhas de galeões que ele já conhecia, ele notou agora que escondiam outras formas no fundo do cofre. Segurando sua varinha acima da cabeça para iluminar todo o lugar, viu caixas de engradados amontoados atrás das pilhas.

Começou a abri-las e ver o que tinha nelas. Realmente, na terceira ele achou uma coisa que mais parecia uma tigela de pedra grande e pesada, muito parecida com a de Dumbledore. Harry a guardou numa bolsa. Pegou mais uma bolsa e encheu com punhados de galeões, falou um feitiço e elas ficaram leves como penas. Depois de fazer o que queria deixou o cofre ser fechado pelo duende que aguardava pacientemente na porta.

Harry andava com a cabeça baixa, segurando a varinha por debaixo da capa. A caminho para a loja dos gêmeos se deteve, comprado um saco bastante grande de pó de flu e alguns ingredientes para poções.
- Harry! – Fred disse... Você falou que era rápido, e demorou muito. Já estávamos preocupados. O que é isso?
- Pó de flu, alguns ingredientes para poções. Já vou indo... Obrigado por me deixar usar seu pó de flu.
- Sem problemas, Harry.

Ele tropeçou chegando na cozinha d’A Toca com os pacotes que estava carregando. Quase imediatamente viu o semblante bravo de Gina Weasley.
- Onde você foi?
- Eu tive ir para beco Diagonal. - Harry disse, colocando as bolsas cuidadosamente na mesa.
- As sete de manhã?
- É. Melhor do que à uma da tarde! Não havia ninguém lá... Estava tudo vazio. Muito melhor.
- Minha mãe ficou preocupada.
- Eu sei. Mas tinha que ir, Gina.
- Por quê? Poderiam ter esperado, iríamos todos nós juntos e compraríamos nosso material escolar!
Harry olhou para ela de um jeito esquisito e Gina empalideceu.
- Talvez a escola não abra este ano...
- Eu não penso assim...
- Mas isto não importa... Não é mesmo?
- Harry? - Disse preocupada.
- Gina, você sabe que tenho coisas a fazer.
- Eu sei...
- Até estar tudo resolvido... Eu não penso em voltar para Hogwarts...
- Mas...
- Gina, eu tenho que... Para todos... Por nós... – E se calou. Não podia continuar a falar o que estava pensando. Tinha que conversar com Gina sobre a situação deles. Mas sabia que agüentaria ficar longe dela. Estavam mais unidos do que podia imaginar.

- O que é isso, Harry, querido? – Perguntou Molly.
- Ahhh! Eu comprei um... hum... um presente.
- Você fez o que?
- Eu tenho usado o pó de flu de vocês em todos esses anos em que venho passar as férias aqui. Então eu comprei isso. E mostrou o saco. Era enorme. Gina estava com os olhos arregalados, nunca tinha visto tanto pó de flu na vida de uma vez só.
- Eu nunca vi...
- Quê?
- Um saco de pó de flu deste tamanho!!! Por que você comprou tudo isso? – Perguntou Senhora Weasley, com as mãos na cintura. – Você sabe quanto custa isso? É caríssimo!!! Por Merlin, esse menino é louco...
- Claro que sei. Eu comprei não foi? Onde vai guardar?
- Aqui. – E indicou uma porta no armário da cozinha. – Olhando muito brava para ele.

- Que você dois estão fazendo? – Perguntou Hermione, descendo as escadas com cara de sono, esfregando os olhos. - Harry, onde você conseguiu isso? – Disse, vendo que ele guardava um saco enorme no lugar indicado pela senhora Weasley.
- Ele foi ao beco Diagonal hoje de manhã. - Gina disse com irritação na voz.
- O quê? Harry... Você sabe que não pode sair sozinho... – Disse Hermione já brava.
- É. Fui até o beco Diagonal pegar isso. E mostrou as bolsas. – Ele não deu atenção à repreensão da amiga.

E subiu as escadas carregando as bolsas. Com um sorriso nos lábios, ele colocou a bolsa com a penseira embaixo da cama e guardou a com galeões embrulhada no suéter que ganhou da Senhora Weasley no guarda-roupa. Rony ainda dormia.

- Café da manhã em quinze minutos. – Gritou a Senhora Weasley.

Quinze minutos depois, Harry estava tomando café da manhã. Salsichas, ovos, torradas e uma pilha de panquecas.
Rony sentou ao lado de Harry, seus olhos inchados.
- O que aconteceu?
- Como assim?
- Que você fez?
- Nada. – Harry disse dando de ombros, enquanto pegava outra panqueca.

***

No quartel-general de Voldemort.

- Por que você demorou tanto, Rabicho, seu verme?
- Estava procurando pelo garoto, Mestre... Ele sumiu...
- MALDITO! VOCÊ ME PAGA, DUMBLEDORE. Eu ainda vou me vingar de você! Você não vai conseguir me enganar mais nenhuma vez. EU POSSO TUDO. – Gritou Tom Riddle. Apontou a varinha para Pedro e: Crucio!

Pedro se contorcia de dor. Era como se facas afiadas se enterrassem por todo seu corpo. A dor era desesperadora, alucinante. Ele queria morrer. Ele queria que a dor parasse, não agüentaria muito tempo. – O feitiço parou. Tinha demorado demais a dar a notícia para o Mestre.

Rabicho, assustado e ofegante, acuado num canto do suntuoso salão, não sabia o que falar nem fazer. Tinha acabado de contar para seu mestre que o garoto Potter havia sumido, simplesmente tinha desaparecido e tinha sofrido por causa disso.
Pensou – “Harry Potter, você ainda me paga”.

- Mestre - começou Rabicho muito baixo. – Tinha mais alguém vigiando Harry Potter. Um homem com... – E descreveu o que tinha visto.
Não mencionou o auror Quim, ele não podia ver através da capa da invisibilidade.

- ACHEM O MENINO DE QUALQUER FORMA. QUERO SABER ONDE ELE ESTÁ!
Todos saíram à cata de Harry Potter.

***

10 de agosto.

Na semana que entrou, A Toca estava muito movimentada. Um entra e sai, pessoas para o almoço, conversas sigilosas pelos cantos. Isso deixava Harry mais curioso; queria saber o que estava acontecendo. Já havia feito 17 anos e era adulto aos olhos do mundo bruxo.

Naquela manhã...

- Senhor Weasley, o que está acontecendo? – perguntou Harry, parando Arthur no meio das escadas.
- Ahhh... Nada Harry, apenas temos que discutir algumas coisas. Providências, sabe?
- Não, não sei. Pode me contar?
- Harry, entenda, é assunto da Ordem.
- Senhor Weasley, eu quero saber, já sou adulto! – Falou calmo, mas com firmeza.

- Arthur, venha, vai começar a reunião. – chamou Molly.

Harry simplesmente o seguiu. Rony, Hermione e Gina fizeram o mesmo. Na cozinha apertada estavam todos da Ordem de Fênix reunidos, inclusive Carlinhos, que havia viajado para Romênia logo depois do casamento de Gui e tinha chegado de surpresa dizendo ter tirado férias.

Harry sentou-se espremido junto com os amigos.

- Não, não, meninos, fora, a reunião é para os adultos. – Disse Molly.
- Vamos ficar. - Disse Ronald tranqüilamente.
- Não, vocês são muito crianças ainda.
- Mãe, já tenho 17 anos e quero participar!
- Mas Gina ainda é menor. Então, fora. – disse Molly ficando nervosa.
- Senhora Weasley – Falou Harry calmo – Não adianta, vou contar para Gina tudo o que acontecer aqui. É melhor que ela fique. A situação envolve a nós todos, e não só os “grandes”. – Recebeu um belo sorriso de Gina.
- Mas, mas...
- Certo. – Falou Moody. – Em parte Harry tem razão. Se ela ficar sabendo de tudo na reunião, diminui as chances de erros.

Mas a Senhora Weasley não deixou por menos e disse com as mãos na cintura:
- Mas já vou avisando antes de qualquer coisa. – Gina não vai a canto nenhum, vai ficar bem debaixo dos meus olhos. É muito criança ainda e não quero saber de perder nenhum filho!
- Molly, eu acredito que não tenhamos muitas escolhas em quem vai ou não ajudar. Então é melhor não ficar nervosa antes do tempo. – Falou Arthur, que agora junto com Lupin e Moody comandava a Ordem de Fênix.

Na reunião foi discutido o que a Ordem faria para ajudar Harry na terrível missão da profecia e achar alguma forma de acabar com Voldemort.

Com a queda de Dumbledore, todos temiam que a escola não fosse mais tão segura. Mas qual lugar era seguro agora?

Era público que Lord Voldemort temia o diretor falecido e com a falta dele poderia se tornar mais terrível ainda, invadindo a escola e fazendo muitas vítimas.

No mundo bruxo algumas coisas estavam acontecendo, ataques violentos eram registrados, porém não tinham ninguém como testemunha. Ou pelo menos ninguém que estivesse disposto a contar os fatos, o medo falava mais alto.

O Ministério nas mãos de Rufo Scrimgeour não estava lá essas coisas. Apesar de estar elaborando bulas de defesa para a comunidade bruxa, ainda estava mais preocupado em pegar Harry de surpresa para que pudesse obter uma declaração. Isso na cabeça dele era muito importante, pois o Ministério teria mais credibilidade com as declarações do Eleito.

Num final de tarde, quando a maioria dos membros da Ordem já tinham ido embora, e poucos estavam na cozinha, que acabou virando sala de reuniões, comentavam a atitude de Rufo...

- Ele estava obcecado em saber de Harry o que realmente aconteceu na fatídica noite. – Comentou Lupin. – Ele não vai sossegar, Harry, enquanto não te pegar de jeito.
- Não tem problema, sei tratar com ele. Ele já tentou me fazer um garoto propaganda do Ministério no ano passado, não conseguiu e nem vai conseguir.

Lupin ergueu uma das sobrancelhas, pensando na resposta que o garoto havia dado.
Todos olharam para Harry. “Que será que o Menino de Sobreviveu andava pensando?” Ele estava mostrando uma faceta da sua personalidade muito nova para todos. Suas tomadas de atitude eram firmes.

Bateram à porta.

Apresada, Molly atendeu.

- Minerva!!! Que bom que veio, estamos conversando sobre as “coisas” que estão acontecendo, sabe?
- Sei sim, e precisamos conversar. O Ministro não quer que a escola abra este ano; acha que você-sabe-quem pode atacar os alunos. – Balançando a cabeça, disse – Não sei o que fazer.
- Venha, vamos entrar, tomar um chá e conversamos com todos, é melhor.

***

Enquanto isso, longe dali...

- Muito bem... Harry Potter pode ter sumido, mas ainda saboreio a vitória da morte daquele velho caduco! – e continuou. – Ahhh! Como é doce o sabor da vitória! Quero ver como aqueles que estão com o garoto vão protegê-lo!

De repente falou baixo e sibilando:
- Ataquem aquele pardieiro que chamam de A Toca. DESTRUAM-NA, não deixem uma tábua em pé. Vamos começar a destruição pelos Weasley, traidores do próprio sangue. Quero ver para onde Potter vai depois que eles forem destruídos. AGORA. MATEM TODOS, que estão esperando? – e gargalhou sarcasticamente depois da ordem dada.
- Draco. – chamou. – Você vai com eles. Comece a fazer jus à marca de Comensal da Morte que tem em seu braço.
Draco tremeu. Era um fraco, medroso. Severo, ao seu lado, apenas olhou para o garoto.

***

McGonagall entrou na cozinha, acompanhada da Senhora Weasley com as feições fechadas. Estava muito preocupada.

- Lupin, eu estava no Ministério até agora, e Rufo Scrimgeour não quer que a escola abra esse ano. Está com medo que aconteça alguma coisa. Os Comensais entraram em Hogwarts no final do ano letivo e ele acha que a escola com certeza será atacada novamente. Que a segurança que Dumbledore colocou não é suficiente. Que podemos fazer?
- Minerva, não temos muito que fazer contra o Ministro da Magia, ele detém o poder, você sabe disso!
- Eu sei, mas e os ensinamentos, Lupin, como os alunos terminarão seus estudos?
- Eles terminarão quando a guerra terminar.
- E se não terminar, Remo?

***

Harry estava zonzo. A cicatriz doendo demais, passou a mão involuntariamente pela testa.
- Que foi Harry? A cicatriz está doendo? – Perguntou Rony.
- Nada, não. Só uma dorzinha à toa. – E calou-se.

- O que foi, Harry? Fala. – Mandou Lupin. Ele conhecia bem demais Harry para se deixar enganar.
- Nada, Remo. Só uma dorzinha...
- Harry. Não esconda nada, por favor...

Harry suspirou. Algo estava acontecendo, só não sabia dizer o que era. Mas que tinha alguma coisa errada, tinha.

- Tem alguma coisa errada. Acho que Voldemort está bravo. Não sei como, mas sinto que está planejando alguma coisa.
- Dumbledore me falou que as dores de sua cicatriz são uma espécie de comunicação com ele, não?
- É, eu consigo senti-lo. Mas ele não consegue entrar na minha...

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