A TUMBA SE ABRE



CAPÍTULO 38:

A TUMBA SE ABRE


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Harry sentiu uma nova pontada em sua cabeça e um guincho lhe dominou toda a mente, Fawkes agora voava na luta contra o pássaro negro que roubara o seu Medalhão.
Harry não sabia exatamente, mas algo como um veneno estava cada vez mais presente em todo seu corpo, toda vez que o Medalhão era tirado do seu pescoço, sentia coisas estranhas e todas as dores pareciam se intensificar.
Jamais vira Fawkes tão furiosa quanto aquela noite, lutando, tão bravamente, contra o pássaro, enquanto o Testrálio seguia seu caminho rumo à luz.
Imaginando se conseguiria suportar o veneno que agora lhe dominava o Testrálio ampliou sua velocidade e cada vez mais próximos da luz sentiu seus olhos arderem de forma inexplicável, algo ali, parecia o fazer, de forma devastadora, mal.
Prosseguindo, pelo céu negro e sentindo o aperto de Hermione ter sido morta e Rony ferido, sentiu o Testrálio reduzir sua velocidade e então despencou das suas costas para as montanhas. Se virando percebeu que a luz as suas costas parecia extremamente forte.
Fawkes em um belo mergulho deixou o Medalhão pendurado em seu bico cair ao lado de Harry e então pousou.
_Fawkes - Harry murmurou fitando-a com dificuldade, a dormência agora por todo seu corpo - Eu não...eu não queria que ela, que ela se fosse... - e caiu deitado no chão, sem forças para se mexer - Eu não... - Fawkes piou triste e uma lágrima caiu lentamente de seus olhos no corte que o Pargo havia feito no braço de Harry - Eu vi...ela, ela foi atingida... - Harry deixou uma lágrima gelada correr pelo seu rosto enquanto a luz as suas costas se enfraquecia - Rony...ele também... - Fawkes derrubou mais uma lágrima no corte de Harry e a dormência foi se tornando menor ao mesmo tempo que o corte vinha se fechando, Harry não pode deixar de sorrir diante daquele momento, algo nos olhos de Fawkes o lembravam a Dumbledore - Como você, como você me achou? - Fawkes piou triste novamente - Dumbledore sabe que estou aqui? - Fawkes apenas piou, Harry ainda caído, sem forças para levantar - Fawkes - sussurrou e seus olhos fitaram o da ave mais uma vez, a luz atrás iluminando-os - Dumbledore está vivo?
_Harry! – uma voz fraca gritou mais atrás e a luz foi cortada por duas sombras, uma delas cambaleando.
Com os olhos ardendo Harry pôs seu Medalhão e apalpou seus bolsos na busca a sua varinha.
_Não se aproxime! – gritou apontando sua varinha com dificuldade – Não! – os dois vultos pararam.
_Somos nós – e a figura de Hermione surgiu aos olhos de Harry, o seu Medalhão com rubis sujo de sangue.
_Você está morta! – Harry gritou – Granger! – disse logo em seguida e o outro vulto se revelou, Rony.
_Granger? – ele repetiu abatido.
_Harry, está tudo bem? – Hermione perguntou assustada, e aos poucos se aproximou.
_NÃO CHEGUEM PERTO! – Harry bradou e então o Medalhão queimou seu peito de uma forma assustadora. – VOCÊS MORRERAM!
_Harry, nós vamos te ajudar, você está ferido! – e Harry olhou para suas pernas, a direita, estava com cortes realmentes pavorosos.
_Fawkes me curou! – gritou apontando sua varinha.
_Fawkes? – Rony repetiu – Ela esteve aqui?
Harry olhou para o lado, a figura de Fawkes haviam desaparecido, no entanto, o Testrálio, estava ali, quieto, iluminado pela luz próxima.
_Você estava sendo atacado por Pargos não se lembra? – Hermione perguntou – E nós te ajudamos, falamos para você montar no Testrálio e seguir até a luz...
_NÃO! – Harry gritou e sentiu um gosto de sangue preencher sua boca – EU CAI PERTO DO MAR, NÃO ESTÃO VENDO! EU ESTOU MOLHADO! – e Harry olhou para as próprias roupas, mas elas não estavam molhadas. – EU VI OS VULTOS NO LAGO!
_Que lago? – Rony perguntou e se aproximou um pouco mais.
_EU DISSE NÃO! - Harry trovejou apontando sua varinha para Rony.
_O que deu nele Hermione?! – Rony exclamou assustado.
_Ele está perturbado – Hermione sussurrou.
_Não estou! – Harry gritou trêmulo – Fawkes recuperou o meu Medalhão!
_Harry – Hermione disse calmamente – Não há lagos aqui e Fawkes também não esteve...
_ESTEVE! – Harry berrou e sentiu o Medalhão queimar tanto no seu peito que o puxou para fora.
_É ISSO! – Hermione disse à Rony – É o Medalhão! Ele está perturbando Harry!
_EU ESTOU BEM! – e Harry sentiu um veneno correr por todo seu corpo.
_Harry, nós sabemos que sim – Hermione falou triste – Mas me dê o seu Medalhão, ele está sujo, nós podemos lavá-lo aqui perto...
_ELE NÃO ESTÁ SUJO! – Harry não conseguia parar de gritar, a dor em seu corpo parecia maior do que podia suportar – EU O LAVEI NO LAGO! – e olhou parta o seu Medalhão, as mesmas manchas de sangue ali.
_Nos de o Medalhão por favor – Hermione pediu calma.
_Ele é meu – Harry sussurrou, agora suas forças pareciam estar sendo arrancadas.
_RONY, ELE ESTÁ FICANDO FRACO, ISSO VAI MATÁ-LO! – e Hermione se afastou, apontando sua varinha para Harry.
_Você não pode arrancar dele – Rony disse preocupado e abalado. Harry sentia seus olhos arderem agora, algo como um monstro vinha tomando conta de seu corpo.
_Se afaste Rony! – Hermione pediu – Esses Medalhões são inquebráveis, mas nós podemos jogá-los longe... – Rony se afastou no mesmo instante que Hermione arrancou o Medalhão do seu pescoço e o jogou no alto, desaparecendo por um instante logo foi caindo em meio a escuridão. – Jogue o seu também! – pediu e Rony também apanhou o seu Medalhão jogando-o longe – ACCIO MEDALHÃO! – Hermione gritou em direção a Harry e por um momento ele sentiu que estava sendo separado, estavam lhe arrancando a alma.
_NÃO! – gritou se debatendo com força no chão – NÃO! PAREM! NÃO! NÃO! NÃO! PAREM COM ISSO! – e sua voz morreu no mesmo instante que o Medalhão voou para as mãos de Hermione. Fitando-o com desprezo o jogou no ar, um dos pássaros guardiões em um mergulho o apanhou e guinchando desapareceu na escuridão até dar uma grande volta nos céus e retornar para atacar.
_Harry, vamos embora! – Hermione gritou e ajudando Harry a se levantar, correu até um Testrálio próximo aonde subiu, Rony mais ao lado também, ambos saindo voando.
Harry sentindo que não poderia nem ao menos sequer andar, apenas olhou para a luz e sem saber daonde surgira a força saiu a correr rumo a ela, correr o máximo que podia, o Testrálio logo atrás.
Sentindo que o ar vinha ficando cada vez mais quente e que sua pele parecia estar queimando, avistou algo engrecido em meio da luz.
_HARRY NÃO! – Hermione gritou distante.
Harry sabia que estava consciente de novo, sabia que se houvesse algum lugar para estar a Profecia naquelas montanhas, seria ali, em meio a luz, em meio a força que o chamava, o encaminhava.
_HARRY! – Rony gritou e então Harry fechou seus olhos quando finalmente adentrou a luz mais forte que já vira em toda sua vida e parou, Hermione gritando desesperada do lado de fora.
Harry, parado diante da figura engrecida, se abaixou levando suas mãos.
_NÃO TOQUE! – Hermione gritou, mas sua voz estava difusa, confusa. Como se ela não conseguisse se aproximar.
Harry sentiu sua mão queimar quando tocou algo feito de madeira e então puxou para perto de si, ali, agora, parado, iluminado, estava um pequeno baú com a figura de leões cravados em ouro, leões que se moviam em rugidos rápidos, leões que ao toque de Harry se petrificavam.
_HARRY, VOLTE! – Rony gritava e então Harry percebeu que ao tirar o baú do chão a luz estava o fechando em um casulo, estava o aprisionando.
Correndo rumo a sair, o Testrálio que o ajudara o agarrou pelas vestes e o puxando para cima de suas costas saiu a voar pelos ares fugindo da luz intensa que agora parecia estar cada vez menor.
_VAMOS! – Hermione gritou mais atrás, ela e Rony voando em seus Testrálios – DE VOLTA PARA HOGWARTS! – ela disse e Harry agarrou bem o baú, colocando-o a sua frente, enquanto o Testrálio assumia uma velocidade incrível rumo ao castelo de Hogwarts.
Pelas próximas horas aonde sobrevoaram exatamente o mesmo caminho daonde haviam vindo Harry apenas se concentrou em segurar o baú em suas mãos enquanto finalmente, podia avistar o começo da Floresta Proibida e um pequeno vestígio da torre mais alta do castelo de Hogwarts.
_ESTAMOS CHEGANDO! – Rony disse.
_POUSAREMOS NO TERRENO! – Hermione falou, sua voz muito distante.
Com a aproximação dos terrenos Harry pode ver que vários bruxos agora deixavam o castelo o olhando, entre eles um elfo cambaleando.
Começando a descer, o Testrálio passou muito próximo a copa das árvores e dando uma pequena volta na cabana de Hagrid pousou diante dos olhos de Tonks, Moody e Lupin, vários outros bruxos mais atrás.
_Vocês estão bem? – Tonks perguntou apressada, os cabelos agora vermelhos. – Nós não sabíamos o que fazer quando descobrimos que era uma armadilha.
O elfo que estava ao lado de Tonks era de uma semelhança assustadora com o falso Grimm, este, no entanto, tinha uma das pernas enfaixadas e parecia realmente amedrontado.
_Esse é o verdadeiro Gimm? – Harry perguntou e imediatamente o elfo saiu detrás de Tonks e o fez uma referência.
_Ele foi preso nos porões da minha casa – Tonks respondeu decepcionada – Foi atacado de forma desprevenida .
_Sr.Potter – Minerva surgindo disse e enquanto Hermione e Rony pousavam estranhou a falta dos outros alunos – Eu imagino que mais de vocês partiram não? – e ela olhou para o céu na esperança de ver mais Testrálios chegando.
_Essa armadilha não foi feita somente pelo falso Grimm – Harry disse e o silêncio que movimentou aquele instante pareceu assustador. – Dois Comensais estavam entre nós – Minerva levou as mãos à boca em surpresa, Moody, naquele instante, nitidamente furioso, Lupin, ao lado, estagnado.
_E quem – Minerva falou agitada – E quem eram Sr.Potter?
Harry olhou para o baú nas suas mãos.
_Lynch e Mirella – Moody soltou um bufo seguido de um resmungo que fez com que Grimm se apavorasse.
_Mas como? – Minerva rebateu inconformada – Eles sempre foram tão...
_Fieis? – Harry completou e Minerva o olhou assustada.
_Sim e nunca demonstraram vestígios...
_Esse era o plano deles – Harry a cortou – Jamais deixar qualquer pista sobre a sua verdadeira identidade.
_E o que eles queriam em Hogwarts? – Tonks perguntou.
_Está mais que claro Nynphadora – Moody resmungou furioso – Sequestrar Harry! – Minerva parecia definitivamente horrorizada.
_E quase conseguiram – Harry falou – Mirella me levou a um ninho de aranhas, mas ela foi pega, foi levada pela maior aranha que tinha e Lynch me fez cair em meio a um bando de Pargos e no final, foi ele quem foi pego.
_Eles estão mortos? – Minerva perguntou assustada.
_Sim – Harry respondeu secamente.
_Como contaremos isso a família deles?! – Minerva exclamou ainda inconformada.
_Eles não possuíam família Minerva – Moody falou friamente – Lynch, na verdade, não era irmão da Ivanova e Mirella dizia aos seus colegas que morava com seus avós, mas que eles haviam falecido durante a época de Natal e que então teria de morar sozinha daqui para frente. Eles morreram, mas se voltassem vivos sem terem cumprido a missão de Você-Sabe-Quem ao levar Harry até ele, seriam mortos, de uma forma ou de outra.
_Mas e a Srta.Bones, os Srs.Flint e Goldstein?
_Lamento professora - Harry murmurou triste – Mas eles não resistiram.
Minerva pareceu cambalear por um instante.
_O Ministério ficara apavorado e a família deles...oh, não sei como poderão reagir.
_Eles serão homenageados – Tolkien disse surgindo mais atrás – Homenageados pelas suas honras, por terem morrido por seus amigos, por terem morrido sem ter escolha, por fidelidade. Harry – e Tolkien se voltou à Harry – Leve isto para o gabinete de Dumbledore, nós cuidaremos disto depois. – Harry acenou positivamente com a cabeça.
_Antes Sr.Potter – Minerva falou apanhando sua varinha e a apontando para a perna machucada de Harry – Episkey! – Várias faixas cobriram os cortes. – Obedeça ao Prof.Tolkien e depois passe na enfermaria, Madame Pomfrey cuidara disso em um segundo, depois desça, todos serão avisados sobre o acontecimento desta noite.
Harry agradeceu as ataduras e rumou a porta do salão, Rony e Hermione mais atrás.
_Será que os pais deles irão exigir o fechamento de Hogwarts? – Rony cochichou.
_Acho que não – Hermione disse sem muito interesse – A família de Susana Bones está assustada, eles perderam Amélia Bones faz pouco tempo, eles sabem que fora de Hogwarts muitos dos alunos que estão aqui correriam muito mais perigo, não devem ser do tipo que se importam somente consigo.
_E os pais do Goldstein, do Flint? – Rony indagou.
_Eles não poderão exigir nada Rony – Hermione respondeu – Eles irão querer saber como seus filhos morreram e acho honesto Harry contar-lhes, mas eles terão de concordar que seus filhos morreram por escolha própria, morreram para salvar outros. – Hermione respirou fundo pensativa - Mas o que mais me assusta nisso tudo é Lynch e Mirella serem Comensais, eu jamais pude desconfiar, quando estava conversando com Mirella para ir no seu lugar durante a segunda tarefa do Torneio ela sempre se mostrou uma pessoa muito compreensiva, muito calma.
_Ela parecia que estava louca isso sim – Harry disse abruptamente – Eu pude ver isso nos olhos dela, estava completamente fora de si, como se estivesse sendo controlada pela...
_Imperius! – Rony e Hermione completaram em uníssono.
_Ela podia estar sendo controlada – Hermione falou.
_Mas Lynch me parecia muito bem – Rony disse.
_Sim – Hermione concordou – Quando a passagem para as montanhas se abriu de novo e eu pude entrar com o Testrálio, ele e Susana estavam juntos e ele me parecia muito bem, inclusive no momento em que estávamos procurando você e Harry.
_Snape falou que tinha um aliado em Hogwarts – Harry disse em voz baixa – Aquela vez que sonhei, que ele havia entregado uma quantia de poções Polissuco ao seu aliado, e achamos que era Tolkien, mas depois ficou confirmado que não, mas poderia muito bem ser Lynch, e uma dessas poções poderia ter ido para...
_O falso Grimm – Hermione completou – Lynch pode ser o aliado de Snape aqui, mas duvído, essa hipótese não me convence.
_De qualquer forma saberemos quando encontrarmos Snape frente a frente – Rony falou corajoso.
_É – Harry assentiu – Algumas boas respostas terão de ser dadas.

_Toda vez que venho aqui penso o quanto gostaria de falar com Dumbledore – disse quando adentraram o corredor do sétimo andar rumo a gárgula de pedra mais ao fim.
_Parece que ninguém tem uma resposta para isso – Hermione murmurou – Mas a McGonagall não ter assumido o gabinete é, dentre todas as coisas, a mais estranha.
_Grande sacada! – Harry disse à gárgula. Adentrando o gabinete, caminhou lentamente pelo triste e solitário cômodo até deixar o baú sob a mesa, o poleiro de Fwakes logo ao lado também solitário. – Eu pensei que a tinha visto hoje – disse cansado – Ela me curou, assim como fez na Câmara Secreta, e estava tão, tão bonita – e Harry olhou pela janela daonde vira o céu nascer alaranjado na noite da morte de Sirius – Muitas coisas mudaram desde aquele dia – sussurrou a si mesmo.
_Algumas coisas mudam Harry – Hermione disse e vários quadros na parede pareceram concordar. O de Armando Dippet os fitando com interesse enquanto Phineus olhava para o baú sob a mesa com desconfiança.
_E ele continua a dormir – Rony falou olhando para o quadro pendurado na parede acima da escrivaninha.
_Algum dia ele vai acordar – Harry sorriu diante dessa hipótese – Sabe, algumas coisas nunca mudam, mas acho que não é o caso – e olhou de Rony para Hermione – Vamos à enfermaria.

Harry felicitou Madame Pomfrey quando mostrou que o que ela teria de curar seria apenas cortes sem grande importância.
_Tenho tomado grandes sustos – ela disse levitando um frasco com um líquido verde acima de um armário distante. – Aquele elfo que a Nynphadora trouxe, nossa, ele era tão arisco, parecia que eu era um tarado da machadinha querendo cortar a sua perna – Rony riu dessa frase – E você me aguarde rapaz – ela disse o olhando – Teremos que usar algo mais forte em você – dessa vez Harry e Hermione riram.

_Podemos ir já? – Harry perguntou assim que Hermione foi medicada.
_Ah sim sim – Madame Pomfrey disse satisfeita.

Assim que adentrou o salão de Hogwarts aonde os alunos se acomodavam em suas mesas, Harry se surpreendeu ao ver as mesmas bandeiras negras que estavam no topo do salão quando Cedrico Diggory morrera. Os alunos conversavam em cochichos se perguntando quem teria falecido ou até mesmo o quanto ruim seria a notícia a ponto de bandeiras negras terem de ser postas.
Harry se acomodou ao lado de Neville na mesa de Grifinória diante de um silêncio muito incômodo, um silêncio que logo foi quebrado pela figura de Minerva.
_Muitos de vocês devem estar se perguntando o que tantas manchas negras fazem no topo do nosso salão – poucos no salão pareceram ousar olhar ao lado naquele instante – E muitos outros de vocês devem estar se perguntando o quanto perigo estamos passando desde o instante que a Varíola chegou a nossas terras e felizmente não nos atacou. Por final, muitos outros devem estar se perguntando o quanto seguros estamos quando próprios defensores Daquele-Que-Não-Deve-Ser-Nomeado estão entre nós – muitos franziram a testa diante dessa frase. - É com grande pesar que anúncio – Minerva continuou com os olhos úmidos - Diante de uma profunda e grande decepção, que dois de nossos Campeões no Torneio do Olheiro se revelaram, de forma cruel, Comensais da Morte está noite – todos se mostraram evidentemente chocados naquele instante porém por nenhum segundo pensaram em discutir o assunto com o colega ao lado - Lynch Quigley Ivanova e Mirella Delamaghna também revelaram que há mando de Você-Sabe-Quem se infiltraram em Hogwarts na busca a sequestrar um de nossos alunos - uma onda de murmúrios surgiu intensamente.
_E ambos estão mortos! - Tolkien disse surgindo mais atrás, saindo da mesa dos professores, o salão imediatamente se silenciou diante dessa revelação - Assim como outros três grande amigos, amigos que fazem realmente valer a pena toda essa luta que tanto nosso mundo tem enfrentado.
_É com indiscutível tristeza que nos cabe dizer que Susana Bones, Richard Flint e Antônio Goldstein morreram lutando bravamente para salvar seus amigos – e como Harry jamais vira ou imaginara em toda sua vida, Minerva derramou uma lágrima, a surpresa da morte de Susana, Richard e Antônio abalando todas as mesas de forma brusca – Mas até o fim sobreviveremos de uma esperança única, uma esperança que nos fará vencer à Voldemort e todos que a ele estiverem ligados – a pronúncia do nome de Voldemort chocara à todos de forma imediata, mas Minerva o dissera com tanto ódio que a forma com que dissera piorara o impacto – Os Professores Moody, Lupin e Slughorn foram na busca aos corpos para podermos velá-los nos terrenos de Hogwarts, velá-los assim como fizemos com o Prof.Dumbledore.
_Pela extrema coragem, audácia e fidelidade aos amigos, eu dedico este brinde a quem sempre foi honesta, humilde e generosa, doando sua paciência e lutando sem medo de absoluta qualquer dor por todos que a quem a ele puderam contar, com infinitas honras à Susana Amélia Bones! – todos elevaram seus cálices brindando com a pessoa à frente, vários membros de Lufa-Lufa chorando, enquanto muitos pareciam lamentar profundamente. – E pela sua ousadia ao se sacrificar por seus amigos, com imenso respeito dedicamos um brinde a quem nunca receiou os desafios e a quem sempre se mostrou integro e fiel, à Richard Hooper Flint! – a mesa de Sonserina parecia estar morta como jamais estivera, a face de cada membro refletindo a dor e a surpresa de perderem um de seus maiores bruxos. – E pela sua inteligência, destreza e amizade, brindemos a quem nunca nos deixou quando precisávamos, a quem foi fiel a todos seus princípios e suas verdades, a quem provou que o coração poderia superar os raciocínios, à Antônio de Nicholas Goldstein! – Harry brindou seu cálice ao de Neville enquanto a mesa de Corvinal se mostrava honrada ao brindar, com os rostos marejados, por um membro que fosse exatamente como cada coração daquela casa regia.

Muito poucos ficaram no Salão Principal para jantar aquela noite e Harry não foi diferente. Deixando o quieto salão enquanto Hermione e Rony voltavam a Torre de Grifinória, foi chamado pela Prof.McGonagall na saída para as escadarias principais.
_Os pais de Susana, Antônio e Richard estão aqui, penso que gostaria de lhes dizer o que realmente aconteceu – Harry fitou a professora por um momento setindo-se cansado e então assentiu com a cabeça.
_Eles precisam saber – disse triste e ao lado de Minerva seguiu rumo ao terceiro andar aonde partiriam para a sala de Transfiguração, local aonde Laverne os recebera com toda acomodação.
Harry adentrou aquela sala vendo os pais sentados nas mesas dos alunos com grande tristeza, eles não o olhavam com desprezo ou ódio, mas sim com esperança, com ansiedade.
_Eu trouxe o Sr.Potter – Minerva disse enquanto Laverne se retirava lançando um olhar rápido à Harry – Ele poderá lhes dizer o que realmente houve.
_Como minha filha morreu?! – a mãe de Susana Bones, uma mulher de longos cabelos ruivos e olhos azuis perguntou, o rosto coberto por lágrimas, abraçada a um bruxo de óculos, tão bonito quanto ela, de cabelos quase acizentados e uma longa gravata negra.
_Antes de tudo queria dizer – Harry falou em voz baixa – Que devem ter honra dos filhos que tiveram e principalmente orgulho porque eles teriam orgulho da forma que morreram.

Harry deixou a sala de Transfiguração horas depois caminhando para Torre de Grifinória com apenas um intuito, o de descansar, suas pernas pareciam infinitamente bambas e por dentro sentia como se estivesse vazio, caminhando como um fantasma pelos corredores, à aquela altura da noite, soturnos.
O dia seguinte, o primeiro do final de semana amanheceu não tão frio pelas janelas do dormitório e Harry se viu feliz quando Rony o convidou para visitar à Sra.Weasley aonde ele afirmava que recebera boas notícias.
_Meu pai disse que as manchas estão sumindo – falava enquanto rumavam para a lareira que poderiam apanhar para ir até ao Largo Grimmauld – Sabe, ele disse que não podíamos vê-la antes, mas já que hoje tem visita à Hogsmeade, Minerva permitiu que fossemos lá.
_Finalmente parece que a Varíola está controlada – Hermione disse ainda abalada – No começo não pensei que o Blade fosse se dar bem no Ministério, mas tenho de admitir que tirar aquele dragão imediatamente do país e aplicar o beijo dos Dementadores em todos os Comensias capturados ajudou, e muito, a situação que estamos passando.

_Quarto doze, terceiro andar – uma Curandeira disse no balcão do St.Mungos momentos depois.
_Obrigado – Fred agradeceu indo mais a frente.
Harry caminhava, por aqueles silenciosos corredores do St.Mungos e tudo parecia o fazer lembrar dos também silenciosos corredores do Departamento de Mistérios.
Alcançando o terceiro andar, Jorge deu dois toques na porta de entrada para o quarto aonde estava a Sra.Weasley e a voz do Sr.Weasley pediu que entrassem.
_Finalmente vieram! – a Sra.Weasley exclamou – Pensei que tinham se esquecido de mim.
_Ah não – Gina falou alegre se aproximando da cama.
Harry notou que realmente as manchas que estavam pela pele da Sra.Weasley estavam desaparecendo e ela parecia muito mais animada do que da última vez que a vira.
_Trouxemos um presente – Fred e Jorge disseram sorridentes.
_Não me venham com essas coisas loucas que vocês fazem! – a Sra.Weasley disse aborrecida.
_Isso é um hospital – o Sr.Weasley alertou – Deixem essas brincadeiras para uma outra hora em um outro lugar.
_Não é nenhuma brincadeira – Fred disse – É um enfeite de decoração que muitas mães tem comprado, foi idéia da Gina. – e Gina sorriu quando Jorge puxou de um dos bolsos das suas vestes algo mole e esquisito e jogou na janela mais próxima. Todos se viraram para ver uma espécie de gosma se espalhar por todo o vidro e então, rapidamente toda a janela foi coberta por uma cascata de flores de todas as cores, perfumadas.
_Essa foi boa – Hermione falou impresisonada no mesmo instante que a cascata se tornou uma grande ventania de flores por todo o quarto – Uma transfiguração muito avançada – e apanhou uma rosa colocando-a no cabelo.
_Adorei – a Sra.Weasley disse abobada.
_Tudo bem, tudo bem – o Sr.Weasley falou – Agora recolham tudo, deixem apenas na janela.
Fred apanhando sua varinha a agitou e todas as flores voaram até a janela deixando a cascata somente ali, naquele espaço.
_Obrigada – a Sra.Weasley disse emocionada – Espero voltar para casa em poucas semanas, os Curandeiros querem ter certeza de que estarei prontamente curada, pois uma recaída seria muito perigoso.
_Não temos pressa – o Sr.Weasley falou carinhoso – Dobby tem ajudado Monstro no Largo Grimmauld, eles parecem se entender bem.
_Tenho certeza que tudo estará bem quando voltar – a Sra.Weasley disse voltando um olhar alegre à Harry – E ah – e então se voltou à Fred e Jorge – Vou querer um desses para colocar na nossa cozinha.
_Pode deixar – Fred e Jorge disseram juntos.

_Sr.Potter, Srta.Granger e Sr.Weasley se aprontem por favor – Tolkien disse assim que eles adentraram a Torre de Grifinória na volta do St.Mungos – Os corpos foram encontrados, penso que gostariam de estar na cerimônia.
_A-Ah – Hermione gaguejou um pouco surpresa – C-Claro.

Com uma cerimônia aonde os corpos de Susana, Antônio e Richard estavam ocultados por véus Harry os viu pela última vez com uma dor que parecia inexplicável, cada vez mais todas as perdas pareciam surtir efeito dentro de si e quando o corpo de Susana foi velado sob as lágrimas de seus pais sentiu um aperto em seu estômago no mesmo instante que sabia que no dia que morresse não teria seus pais ali, perto de si, para derramar sequer uma lágrima, não teria alguém para ficar tão próximo de seu corpo, tão próximo de sua despedida.
_Melhor irmos Potter – Moody lhe disse discretamente – Verificaremos aquele baú agora mesmo.
_Professor – Harry disse assim que já se viam distantes do restante – Como conseguiram achar os corpos?
_Bom – Moody murmurou – Digamos que foi tudo muito difícil, aquele lugar goza de magias muito poderosas, mas admito que nada que consiga superar o quanto já sofri nas mãos de certos Comensais da Morte.
Ao lado de Lupin, Tolkien, Slughorn, Rony, Tonks, Hermione e Moody Harry alcançou a gárgula do gabinete de Dumbledore enquanto todos os alunos voltavam dos terrenos.
_Dessa vez acho que é a Profecia – Lupin disse quando chegaram ao gabinete e os olhos de Harry imediatamente correram ao quadro de Dumbledore, ele continuava a dormir, como todas as outras vezes.
_Devemos ter cuidado – Slughorn disse – Se for a verdadeira Profecia, somente Harry não será cegado e não há feitiço que usemos que possa nos proteger disso.
_Eu terei que abrir o baú então? – Harry perguntou enquanto todos os quadros nas paredes cochichavam entre si.
_Sim – Slughorn respondeu olhando para os leões dourados no baú com interesse, todos andando e rugindo por todos os lados.
_Me parece algo muito poderoso – Tolkien disse apanhando sua varinha enquanto observava o baú com seriedade, receoso de qualquer toque – ACCIO! – enunciou e a espada de Gryffindor, colocada no topo de um das estantes ao fundo voou até suas mãos, todos o olhando naquele momento.
_Nenhum feitiço conhecido abrira este baú – o Chapéu Seletor falou muito próximo a maior janela do gabinete – Há coisas muito maiores protegendo o que há ai dentro.
_E o que está aqui dentro? – Lupin perguntou em tom misterioso.
_Não sei exatamente – o Chapéu respondeu – Godric sabia muito bem o quanto valia cada uma de suas relíquias e devo admitir que a sua Profecia é o que, para ele, mais importava, acima de qualquer outra coisa.
Tolkien com a espada se voltou à Harry.
_Use isso – e entregou a espada – Você é o descente de Gryffindor, ninguém melhor que você para conduzi-la – naquele instante a voz de Tolkien foi abafada, abafada por grandes “Ooooooooooohs” que estavam surgindo nos terrenos e o céu, claro até então, se escureceu quando um vulto vermelho passou próximo a janela e Harry correu até ela, olhando para o que passara viu a figura de Fawkes mergulhando rumo ao que parecia ser uma explosão de raios no terreno.
_Fawkes está aqui! – exclamou.
_PELAS BARBAS DE MERLIM! – Rony disse e todos se viraram para ele, Armando Dippet mais atrás suspirando profundamente surpreso com o que acontecera.
_O que foi Rony? – Hermione perguntou assustada.
_OLHEM! – Rony disse muito mais alto do que parecia pretender e Harry seguiu a direção dos seus olhos, ele estava fitando o quadro sob a escrivainha, aonde Dumbledore dormia.
_Não é possível – Tonks murmurou e Harry se surpreendeu ao ver que o quadro estava vazio, completamente vazio, a figura adormecida de Dumbledore desaparecera.
Antes mesmo que pudesse pensar em algo soltou a espada de Gryffindor e saiu a correr deixando o gabinete, todos atrás.
Pelos corredores, todos os alunos e até mesmo os professores corriam na direção dos terrenos, suas varinhas ao alto. Pelas janelas nos corredores a visão era de que raios vermelhos e dourado estavam sendo disparados por todos os lados enquanto o céu se via cada vez mais negro.
Harry chegou ao saguão de entrada disparando imediatamente para os terrenos.
_ESTÁ VINDO DA TUMBA DO PROF.DUMBLEDORE! – ouviu um aluno da Corvinal falar enquanto corriam e então também saiu a correr rumo ao local aonde ficava a tumba, todos os alunos reunidos ali pareciam formar uma espécie de círculo para ver o que vinha acontecendo.
Os raios disparados por todo o lado emanavam barulhos que pareciam ensurdecedores.
_NÃO PODE SER! – Harry ouviu Minerva exclamar quando ela passou por eles com a varinha em mãos.
Se aproximando do círculo com o coração disparado grandes explosões de fumaça saiam da tumba de Dumbledore enquanto Fawkes voava piando agitada, grandes jatos vermelhos sendo disparados na direção do céu explodindo depois em colunas de fumaça que iam se unindo na tumba.
Em meio a uma cena assustadora Harry viu uma luz vermelha e dourada na lápide e seus olhos arderam quando essa luz explodiu e todos foram cobertos por um casulo de luz, vários vultos branco-perolados sendo formados, protegendo todos os alunos e professores em uma corrente que impedia qualquer um dos raios de os atingir.
_ O QUE ESTÁ HAVENDO?! – Harry ouviu alguém gritar e então um raio de fogo disparou da tumba, a ventania dentro do casulo mal o deixando em pé. Como em um momento extremamente veloz, o raio de fogo atingiu o pico do casulo e toda a parede que os rodeava se tornou de fogo. Os vultos sendo puxados pelas paredes de fogo e a ventania se tornando tão intensa que Harry caiu, assim como quase todos, caiu de joelhos tentando se segurar para não ser levado.
Seus olhos ardiam intensamente quando Fawkes, do lado de fora do casulo perfurou a parede de fogo e então um vulto surgiu em meio à luz, enquanto camadas de fumaça brancas como a neve o encobriam.
Em uma velocidade impressionante o casulo explodiu em grandiosos jatos de fogo que estouraram no céu e o silêncio dominou os terrenos diante da figura que agora surgira em meio a fumaça, Fawkes pousada em seu ombro.
Harry apertou seus olhos no objetivo de ver melhor e então avistou uma barba e uma mão engrecida surgir, e enquanto o vulto caminhava para longe de sua tumba, todos os olhos se viam voltados para ele e somente para ele.

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