A DESPEDIDA DE HAGRID E BICUÇO



CAPÍTULO 27:

A DESPEDIDA DE HAGRID E BICUÇO


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_Hagrid! Hagrid! – Harry chamou enquanto corria pelos gramados nevados rumo a cabana do guarda-caças, Rony e Hermione logo atrás.
_O que ele está fazendo? – Hermione disse parecendo ao mesmo tempo que triste decepcionada.
_Hagrid! – Harry, realmente agitado, chamou chegando a cabana – O que está acontecendo, porque tudo isso?
_Vieram se despedir? – o bruxo perguntou em um tom baixo, dor em sua voz.
_Como assim? – Rony indagou, também decepcionado, como se tudo que havia passado nas montanhas não fosse o bastante.
_Estou de partida – Hagrid respondeu – Eu e Bicuço iremos embora daqui a pouco.
_Mas embora porque, o que aconteceu? – Hermione olhando para Bicuço com receio do pior disse, Madame Maxime mais ao lado parecendo realmente impressionada com a chegada tão repentina de estudantes aquela hora e ainda mais com tantas perguntas.
Hagrid parou o que fazia, claramente não estava contente com a decisão que tomara.
_Eu sei que não nos vemos com muita freqüência mais, que não temos mais aulas esse ano, mas fiquem sabendo que tudo dara certo, será melhor para muitos aqui, para todos nós.
_Mas nós precisamos saber o porque de você ir! – Harry disse, seus olhos, rapidamente, cruzando os pequenos e brilhantes de Hagrid – Por favor.
Hagrid colocou a mala que segurava no chão e abriu a porta da cabana, não parecia cansado, somente lutara e sonhara para que aquele momento não tivesse chegado.
_Eu não negaria isso a vocês – falou – Vou dizer o querem saber.
Assim que Canino adentrou, Hagrid fechou a porta da cabana com pouca pressa e se virou, o ar gelado dos campos quase apagando a lareira pouco crepitante, todos os móveis, grandes e altos, limpos e bem arrumados, não havia bagunça sequer e todos os objetos que Hagrid mais prezava não estavam mais ali, com certeza, na mala.
_Sentem-se, acho que terão de me ouvir um pouco.
Harry se virando se sentou em uma grande cadeira de madeira meio solitária.
_Estamos – Hagrid disse, seus olhos correndo por entre as paredes, não parecia querer olhar realmente para qualquer um dos quatro bruxos presentes ou até mesmo para Canino – Em um momento muito perigoso...
_Nós sabemos disso – Harry disse.
_Espero que entendam. - Hagrid continuou – Ao mesmo tempo que estamos diante de uma guerra que a qualquer momento pode estourar, estamos muito perto de uma situação difícil, principalmente para o nosso lado. Dumbledore se foi e era ele quem realmente ditava quais os passos, agora, com a chegada dessa epidemia da Varíola e com a terceira tarefa do Torneio, muitas coisas podem e prometem mudar, nós precisamos nos preocupar, nos proteger...
_E aonde você se encaixa nisso? – Rony perguntou calmo.
_Os gigantes – Hermione respondeu – Seu rosto pouco iluminado por uma vela acima de uma grande xícara suja – Hagrid – ela levou seus olhos até os do guarda-caças – Você vai tentar trazer os gigantes de novo não é?
Hagrid pareceu se aliviar com aquela pergunta, era exatamente o que queria que entendessem.
_Grope ainda está na floresta, ele está disposto a lutar, está muito melhor do que vocês imaginam, mas eles jamais será suficiente, a Ordem me confidenciou isso, eu preciso ir, tentar novamente, é muito importante para o nosso lado.
_Hagrid – Harry disse em voz baixa – Você sabe de alguma coisa que ainda não sabemos?
Hagrid, que até então estava parado, andou até a pia, havia ali um pequeno ovo meio arroxeado.
_Porque você está dizendo isso? – perguntou apreensivo.
_Porque até agora estamos de certa forma em uma boa situação, Voldemort não tem atacado...
Madame Máxime pareceu, de todas as formas, odiar a pronúncia daquele nome.
_Como não? – Hagrid disse – Os parentes do Slughorn, eles foram mortos por Comensais e aposto que é porque ele está ajudando nas Horcruxes.
_Mas você já tentou, da outra vez – Harry insistiu – Lembra, você me disse, quando trouxe Grope de volta...
_Mas era diferente – Hagrid pareceu lamentar – Sabe, agora temos contatos importantes, e ainda muitos gigantes estão dispostos a vir, e dessa vez a situação está bem pior, eles sabem que terão de se unir em um dos lados e muitos deles virão agora que tentarei de novo, e também tentarei os Heliopatas...
_Mas como?! – Hermione exclamou em um tom muito mais alto do que pretendera – Eles já devem ter sido encontrados pelos Comensais.
_Não – Hagrid negou – Os Heliopatas são criaturas inteligentes, há um exército treinado que foi perdido nas montanhas...
_Luna disse uma vez que o Ministério tinha um exército desses – Hermione interrompeu calmamente - Admito que não acreditei na hora, mas depois, depois que o Scrimgeour entrou, ele é realmente muito ousado para isso.
_De toda forma – Hagrid continuou - Irão querer vir, com os gigantes e os Heliopatas teremos chances melhores.
_E se você morrer? – Harry disparou, Hagrid, Hermione, Rony e Maxime lhe desviaram um olhar surpreso – Você vai sozinho na busca a gigantes selvagens e depois Espíritos de fogo e pretendo trazê-los assim, facilmente; E os riscos, já pensou nisso?
_Dumbledore não teria se preocupado com isso – Hagrid disse choroso, olhando para as suas canecas grandes e feias com pesar – Ele teria me dito para seguir, que meu coração me impediria caso não estivesse pronto.
_Está certo – Hermione disse – Nós entendemos, mas você sabe de algo a mais que não quer nos dizer...
_Sinceramente – Hagrid falou e fechando as duas pequenas janelas as suas costas se virou, a única vela que iluminava o aposento quase se apagando – O Prof.Tolkien está suspeitando que Você-Sabe-Quem finalmente descobriu sobre a destruição das Horcruxes, tudo indica por causa do ataque a família do Slughorn, Minerva concorda e a Ordem começou a agir, a reunir nações, tenho que tentar trazer todas as ajudas que conseguir, estamos muito perto de uma guerra...
A porta da cabana, naquele momento se abriu, todos se sobressaltaram quando a figura de Moody adentrou silenciosa, seus passos ecoando pelo cômodo.
_Porque ainda não partiu Rúbeo? – perguntou sendo direto.
_Eles precisavam saber – Hagrid respondeu, o olho elétrico de Moody correu até Harry, depois Rony e Hermione.
_E sabem de uma coisa – ele disse em tom sombrio – Todos nós seremos atacados, quando menos esperarmos, podemos acordar no meio da noite e ficarmos diante das pessoas que mais amamos mortas.
Harry engoliu seco com pesar.
_O dragão Srta.Granger – Moody continuou – Porque o trouxeram para a Inglaterra, porque não o deixaram na Romênia, a senhorita sabe o porque não é?
Hermione desviou um olhar rápido e incômodo a Rony.
_Você-Sabe-Quem o trouxe, queria justamente a epidemia, enfraquecer a todos nós.
_Exatamente! – Moody parabenizou – Ele já sabe sobre as Horcruxes, ele já sabe que está quase mortal, ele já sabe que vocês encontraram aqueles três medalhões, ele só não sabe que estaremos prontos para quando ele vier.
A última vela se apagou.
_A tumba – Moody disse sombriamente – Está nos terrenos de Hogwarts apenas para ser velada pela lua, mas o que nos aguarda é muito mais do que uma breve noite, muito mais.
_O Prof.Slughorn vai voltar? – Hermione perguntou em voz baixa.
Moody, em uma velocidade surpreendente se virou, os olhos impressionados fitando os de Hermione.
_Ele irá querer ficar defronte a quem matou sua família, ele vai voltar Srta.Granger, está escrito nos livros que a senhorita tanto lê, existe magia por detrás de toda a dor que ele está enfrentando, ele seguira até o fim.
Harry poderia ter a certeza, diante daquele momento, que Moody e Hermione podiam conversar pelos olhos, como se lessem um a mente do outro.
_A volta da Srta.Fleur foi um grande passo – o auror continuou apressado – Com certeza os bruxos que capturamos nas montanhas nos serão de grande valia, mas nada – os olhos de Moody encararam os de Harry – Será tão precioso, ou justo, quanto Pedro Pettigrew e sua captura e todos sabemos que quando Severo Snape cair novamente em nossas mãos estaremos prontos para fazer a justiça que Dumbledore tanto preza... – Hagrid avançou até a janela mais próxima, a neve caia, lentamente, pelos campos, em dois dias seria Natal e em dois dias ele estaria muito longe, longe de tudo que mais amava – Muitas torres cairão – Moody profetizou - Muitas das quais derrubarão nossos melhores homens, muitas terras serão manchadas pelos sangues, não importando quais, e muitas pela vitória de uns e derrota de outros, haverão respostas acima de qualquer luta e todos seremos – todas as velas da cabana se ascenderam repentinamente, iluminando sombriamente todas as paredes com vultos bruxuleantes que pareciam espiralar velozmente - Diferentes do que somos agora, quando finalmente vermos, correndo pelas nossas mãos o destino de quem tanto amamos, cresceremos acima de qualquer e mais alto céu e mergulharemos tão profundo em nossos temores quanto o mais fundo dos mares e lembrem-se senhores, nem todos nós nos veremos ao final.
Moody abriu a porta velada pelos vultos bruxuleantes e saiu, ninguém pareceu ousar se entreolharem, somente fitaram os vultos dispersos imaginando como seria se não pudessem se ver mais em pouco tempo.
_Não estamos – Hagrid disse realmente triste – Em um tempo de escolhas ou temores, mas o melhor que podemos fazer vamos fazendo e o meu melhor vai vir agora.
Hermione levantou da sua cadeira repentinamente e correu a abraçar Hagrid.
_Nós confiamos em você e estaremos, prometo por tudo, aonde você estiver.
Hermione deixou uma lágrima cair de seu rosto e como se ela fosse capturada pelos vultos se dissipou.
_Não é tempo para tristezas – Hagrid disse abrindo a porta da cabana, Bicuço do lado de fora olhava para a Floresta Proibida como se a admirasse intensamente. - E então Asafugaz – disse – Pronto para partir?
Bicuço soltou um guincho alegre. Hermione soluçando diante da despedida.
_Eu também quero prometer algo – Hagrid disse, todos o olhando – Quando vocês virem à lua cheia novamente – e ele levou uma de suas mãos apontando para a imponente lua no alto – Eu estarei aqui de novo, prometo.
Hermione sorriu, os olhos brilhando.
_E então – Hagrid disse dando um abraço muito demorado em Madame Maxime – É tempo de partida.
_E Canino? – Rony perguntou assim que o cão deu um alto latido em despedida.
_Grubbly-Plank cuidara dele por mim, sabe, ela é uma ótima pessoa. – Hermione concordou com a cabeça – Meus senhores – Hagrid disse – Devo ir.
Rony correu a abraçar Hagrid, os olhos do bruxo, iluminados pela lua cheia, brilhavam úmidos.
_Se cuida – Rony disse também choroso – Como a Mione disse, sempre estaremos quando precisar, sempre...
_Sempre estarão – Hagrid murmurou – Jamais esquecerei.
Harry correndo pela neve também abraçou Hagrid, por um instante, todos os momentos que passara com o bruxo correram por sua mente, quando ele o fora buscar dos Dursley pela primeira vez, quando o mostrara Edwiges, quando o ensinara o significado de cada loja do beco Diagonal, quando o acolhera, e todas as vezes que ouvira a sua voz quando chegava do Expresso de Hogwarts.
Hagrid deixou uma lágrima correr por entre a sua espessa barba, os olhos parecendo dois pequenos besouros prontos a partir.
_Nós estaremos um ao lado do outro – Harry disse, limpando as lágrimas na manga das vestes – Nós estaremos aqui – e apontou para o peito na altura do coração – Como Dumbledore dizia, basta procurar por nós que sempre estaremos dentro de cada um, como se fossemos ligados por magia.
_Muito mais que magia – Hagrid disse não contendo as lágrimas.
_Até mais Bicuço – Harry se despediu e no mesmo instante Hagrid se preparou para partir.
_Até mais – Rony e Hermione se despediram, Madame Maxime bastante emocionada.
Bicuço e Hagrid avançaram pela neve e correndo velozmente, o segundo acenou em despedida e alçou vôo, ambos partiram, pela lua cheia, rumo aos gigantes e aos Heliopatas.
_Ele vai conseguir – Hermione sussurrou e Harry apenas respirou fundo.

Naquela noite, Madame Pomfrey proibiu quase todos de visitarem Fleur na enfermaria, somente os pais e Gui haviam conseguido a permissão.
Harry, voltou, sozinho, aquele noite, para a Torre de Grifinória esperando apenas que não tivesse outro dia como aquele, um dia aonde teria que se despedir de outro grande amigo, um dia aonde lobisomens e bruxos haviam se confrontado, um dia aonde tudo parecia essencialmente pior.
Chegando a torre, se despediu do quadro da Mulher Gorda e se sentou nas poltronas em frente à lareira, as chamas altas e vivas lhe aquecendo. Sentindo que algo dentro de si também partira se levantou e caminhou até a janela, aonde olhou pelos campos, podia jurar, que pela lua, naquele momento, um vulto negro a cortava rumo as montanhas, Hagrid se fora.
_Harry – uma voz baixa descia dos dormitórios – Você deve ter deixado isso cair de algum lugar.
Harry se virando ficou defronte a Hermione, ela trazia, segurando firmemente, o diário de Dumbledore.
_Deve ter deixado cair hoje de manhã ou outro dia quem sabe, estava muito apressado.
Harry deixando a janela foi até a lareira e apanhando o diário folheou como se procurasse alguma folha que poderia ter perdido.
Folheando, sob os olhos de Hermione, parou em uma folha, não havia quase nada ali, somente um título muito negro, bem no topo e poucas linhas abaixo.
_Hermione – disse em um murmúrio secreto – Aonde você o achou?
_Bom – Hermione respondeu – Rony conseguiu ficar na enfermaria com Gui e me pediu que levasse algumas roupas, quando eu fui no quarto buscar vi o diário caído no chão, escondi ele debaixo da sua cama, levei a roupa e peguei ele lá para te entregar. Porque?
_Tem uma coisa aqui – Harry disse – Está diferente, a letra do Dumbledore está forte, muito nítida, como se quisesse que reparássemos com muita atenção.
Hermione olhou para a folha com surpresa e indagou, em voz baixa, temendo que alguém pudesse ouvir.
_E o que está escrito?
Harry se aproximou da lareira e iluminando a página com o fogo leu em voz baixa:
_Borgin e Burkes – Hermione lhe desviou um olhar interessada.
_E o que tem embaixo?
Harry se voltou as letras miúdas e tentando iluminá-las melhor com o fogo leu:

Muitos dos maiores bruxos preferiam guardar suas maiores relíquias nas mãos protegidas e maliciosas das trevas, muitos apostavam que lá estariam a salvo, o que não esperavam é que com o tempo, a mesma relíquia poderia se tornar o seu maior temor, tudo que é bom em meio ao ruim se torna ruim.

Hermione desviou seu olhar para o quadro da Mulher Gorda.
_Não acho ser uma boa hora para discutirmos isso, podermos ser pegos a qualquer hora e tivemos um dia difícil, vamos deixar isso para um momento melhor.
Harry concordou com a cabeça e fechando o diário, colocou o dedo na página para marcá-la.
Hermione, parecendo cansada, se despediu e partiu para o dormitório feminino, Harry apenas correu a apanhar sua mochila no pé da poltrona próxima e retirando sua capa de Invisibilidade saiu a correr, deixando o quadro da Mulher Gorda que gritava a plenos pulmões chegou a sala mais próxima, temendo que houvesse alguém colocou a capa e adentrou vagarosamente, observando com atenção que estava soturna correu até a lareira mais próxima e apanhando um pouco de pó adentrou a lareira. Fechando os olhos por um instante olhou ao redor para ver se não havia, realmente, ninguém e jogou o pó na lareira.
_BORGIN E BURKES! – seu corpo tremulou fortemente e sentindo um frio correr pelas suas costas caiu em meio a loja, não havia luz ou qualquer vela, somente dois vultos, um bruxo de cabelos grisalhos e sujos por detrás de um balcão e outro que parecia conhecer, ocultado por uma capa, segurando um pedaço de pano velho em uma das mãos e no outro um longo embrulho que lembrava em muito a uma espada.
Diante da cena Harry se escondeu atrás de uma parede de vidro com vários objetos empoeirados que pouco reconhecia na escuridão e olhando por um espaço entre dois crânios viu o bruxo encapuzado dizer:
_Objetos de grande valor, foram precisos muitos dias de planejamento, corri um sério risco de ser pego por aquele grupo secreto deles, mas trouxe, conforme tentei prometer, espero que se interesse.
O bruxo grisalho girou os olhos sombriamente.
_O primeiro, naturalmente como vê, é o Chapéu Seletor – o bruxo encapuzado continuou - Certamente um dos artefatos mais raros de Gryffindor... – Harry sentiu seu estômago congelar, o pano velho que estava segurando era realmente o Chapéu Seletor, estava muito mais desgastado do que antes e havia vários rasgos no topo.
_E o outro o que é? – o bruxo grisalho perguntou secamente.
_Uma espada – o bruxo encapuzado disse ansioso – A espada de Godric – o bruxo grisalho sobressaltou as sombrancelhas em ânimo.
_Ouvi dizer que ficava no gabinete de Dumbledore fortemente protegida.
_Não mais – o bruxo encapuzado cortou – Legítima... – no mesmo instante retirou a espada do pano em que a trouxera ocultado e mostrando-a apontou para as palavras Godric Gryffindor cravadas na parte mais reluzente – Estou precisando me livrar dela.
_E porque? – o outro bruxo perguntou desconfiado e alto – Quem está atrás dela?
_O Ministério – o bruxo encapuzado respondeu e prosseguindo, abaixou, e muito, seu tom de voz, quase para um sussurro, Harry mal podendo ouvir o que dissera – Mas todos sabemos que Ministério de Rufus não tem muito interesse na Travessa do Tranco, então aqui estará protegida.
_Tudo bem, ficarei com ela. – o bruxo encapuzado soltou uma risada alta e Harry sentiu algo nascer pelo seu estômago, fora com aquela espada que derrotara o Basilisco e salvara Gina, fora com aquela espada que salvara os outros sangues-ruins dos ataques, fora com aquela espada que realmente conhecera um pouco mais de si, não podia deixar que ela acabasse assim, que ela fosse roubada daquela forma...
_ACTION PERINA! – gritou elevando sua varinha e disparando um jato avermelhado foi atingido, brutalmente, no peito, caindo para trás viu que havia sido atirado para fora da loja, o bruxo encapuzado o havia atingido, estava agora na Travessa do Tranco.
_PEGUEM-O! – uma voz gritou e no mesmo instante sentiu uma pancada lhe acertar a cabeça, conseguindo ver tudo muito embaçando ouviu vozes muito dispersas e sentiu, com grande dormência, seus pés arrastando por um chão realmente escuro, podia enxergar, com muita dificuldade, apenas uma luz fraca de fundo.
Sentindo mais uma forte pancada na cabeça e ouvindo um barulho de rangido correr muito distante, abriu seus olhos, não conseguia enxergar direito, sua visão estava realmente muito embaçada.
Não havia luz ali, ou qualquer outra coisa além de uma mesa podrificada e uma cadeira com as pernas ruídas no canto mais escuro, tudo parecia muito úmido e o cheiro era realmente angustiante.
Tentando se levantar, colocou suas mãos no chão e imediatamente percebeu que havia caído em cima de alguma coisa, procurando sua varinha para iluminar, notou que ela havia sido levada, que a haviam roubado.
Fixando, com dificuldade, seu olhar no que caira viu pequenos riscos brancos no ar e ao tocá-los sentiu que na verdade, estava defronte ao crânio de uma caveira, havia caído sob um esqueleto. Se levantando, em meio às trevas profundas, se afastou, estava em um quarto pequeno aonde havia, e apenas, milhares de corpos e ossos, as caveiras perdidas enquanto outras pareciam penduradas.
Carregando sua capa, avançou até a única minúscula janela que tinha e viu apenas um muro negro, nada mais. Não havia ar, não havia luz, não havia vida, não havia esperança.
Olhando, assustado, ao redor, lutava consigo mesmo para saber como sairia dali, pensou se alguém notaria sua falta e se em algum momento iriam o encontrar ali, somente Hermione suspeitaria, mas chegar aonde estava seria quase impossível.
Afastando os ossos mais próximos e sentindo sua cabeça doer cada vez mais se viu tentado a deitar e dormir, tivera um dia cansativo e não resistiria, mesmo que quisesse, por muito tempo.
Colocando sua capa no espaço sem ossos que abrira se deitou, no mesmo instante que levou sua cabeça ao chão sentiu algo por baixo da capa, havia algo no chão.
Puxando, com velocidade, a capa viu, com muita dificuldade um pequeno ferro redondo. Afastando a capa por completo viu que deitara sob um alçapão. Com pressa, na esperança de que pudesse sair dali, puxou, com toda sua força, o ferro e com um rangido realmente alto pulou no buraco recém aberto, puxando sua capa fechou a tampa antes mesmo de ver aonde caira, pelo menos, se alguém tentasse o ver ali, não veriam o alçapão aberto e não seria pego tão rápido.
Descendo, pelo que parecia uma pequena caverna, chegou ao andar mais baixo, ali, havia, em um lado muito distante, uma vela apagada.
Andando, receoso, pela escuridão, sentiu uma pontada na costela e levando sua mão direita viu que ainda estava com sua varinha, não haviam pegado, por todo o tempo estivera “escondida”.
_INCÊNDIO! – enunciou e a única vela queimou. Os olhos de Harry brilharam, havia caído em um lugar cheio de objetos dourados e prateados, aonde havia pequenos grifos no topo de torres pequenas pelas paredes e no topo de baús cheios, moedas com serpentes de prata e em outras texugos de bronze. Em uma armadura realmente grande a cabeça de um leão defronte a de uma águia, como se ambos se confrontassem. Estava, sem sombra de dúvidas, no local aonde os objetos mais raros da Borgin e Burkes eram guardados.
Avançou, guiado pela única luz, jazida da vela mais suja e triste que já vira um pequeno objeto envolto em um véu vermelho, agora acizentado, devido a poeira.
Não sabia se poderia ser o que estava pensando, mas tudo envolta daquele véu parecia realmente menos importante, menos brilhante. Realmente, seria uma grande sorte, em meio a um dia como aquele, achar o que tanto poderia mudar a história bruxa.
Andando em meio as relíquias pouco reluzentes apanhou o objeto envolto pelo véu e o guardou em um dos bolsos mais secretos das vestes.
Se ocultando pela capa pensou diretamente na Borgin e Burkes e sentindo, novamente, um frio correr pelas suas costas caiu bem em meio a ela, havia aparatado.
_PETRIFICUS TOTALUS! – uma voz gritou voraz.
_PROTEGO! – enunciou, em um susto, dissipando o raio lançado pelo bruxo encapuzado, não sabia como ele o conseguia ver mesmo ocultado pela capa da Invisibilidade.
_EXPELLIARMUS! – a mesma voz gritou novamente.
_EFFIGY! – Harry sendo atingindo caiu derrubando uma prateleira com várias vassouras Nimbus 2001 usadas. Olhando rapidamente para o bruxo para ver se o atingira viu que ele tombara, seu capuz, agora, caído revelando a faceta do ladrão. Os olhos de Harry saltaram imediatamente, jamais poderia apostar em quem estava defronte.

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