OS GUARDIÕES DAS TORRES



CAPÍTULO 23:

OS GUARDIÕES DAS TORRES


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_Você está querendo dizer que o Tolkien tem uma caixa cheia de poções Polisuco na sala dele? - Hermione disse crédula.

_Fala baixo - Harry pediu - É, ele me disse que recebeu hoje. Vai usar um pouco para ir no Cabeça de Javali.

_Bom, ele está agindo certo - Rony comentou.

_Não tão - Hermione retorquiu - Quebrando regras como se elas não existissem.

_Ele não é um aluno - Harry murmurou.

_Certo - Hermione parecendo não querer comentar mais sobre o assunto disse - De toda forma foi bom ele não ter te dito de que forma ele irá.

_E porque? - Rony indagou enquanto apanhava, defronte a alguns olhos assombrados de Beauxbatons um caramelo em forma de gnomo.

_Harry poderia deixar pistas, ficar olhando toda hora para o bruxo, esse tipo de coisa que o incriminaria, O Cabeça de Javali é muito suspeito em tudo...

Em meio as últimas palavras de Hermione uma sequência conhecida de ruídos correu pelo teto muito acima e o correio-coruja chegou com suas centenas de cartas e pacotes.

No mesmo instante que as corujas depositavam seus pacotes aos respectivos donos, a âmbar que sempre pousava em frente à Hermione lhe entregou o jornal daquele dia e auçoou vôo sumindo por entre as janelas abertas.

Harry e Rony há várias semanas vinham a perguntando se havia algo de novo, porém como sempre a resposta fora não, naquele dia nem se preocuparam.

_Hum... - Hermione abrindo o jornal resmungou - Ah, sim, tem uma reportagem hoje, acho que não falavam de Hogwarts há muito tempo...

_Pois então leia - Rony tomando um gole de chocolate quente pediu, nem mesmo as lareias acezas por todo o Salão e as excessivas roupas de frio pareciam combater o frio rígido que sempre existia na época de Natal.
Hermione dobrou o jornal para melhor ler e sob os ouvidos atentos de muitos ao redor, prosseguiu.

APÓS SUCESSO NA PRIMEIRA TAREFA, HOGWARTS SE PREPARA PARA A SEGUNDA DO TORNEIO DO OLHEIRO!

Desde que a união de várias escolas para uma série de eventos ocorreu se tornando capa de jornais, revistas e o assunto principal de muitos bares ao redor do mundo bruxo, o Torneio do Olheiro vêm sendo imaginado como além do maior evento mundial, um grande sucesso.
Mesmo sem ter chegado ao seu fim, o Torneio realizado na Escola de Magia e Bruxaria de Hogwarts, com participação da Acadêmia Francesa de Beauxbatons, a Delegação Búlgara de Durmstrang, o Centro Alemão Agatston e o Instituto Educacional Irlandês Bounstouns já garantiu em sua primeira de quatro tarefas um sucesso estrondoso.
Com um total de um milhão de bruxos durante a primeira tarefa, a segunda que se fara realizar daqui dois dias tem como promessa algo tão grandioso quanto a antecessora.
Minerva McGonagall, diretora de Hogwarts, afirmou que a segunda tarefa será realizada no Centro Agatston e que todos os alunos serão levados para lá através de chaves do portal, estima-se que há três semanas, o diretor do Centro, Sir Helvetius que atualmente está em Hogwarts, autorizou a chegada dos bruxos para a tarefa.
Estimando-se que a área livre para receber bruxos é muito maior que a de Hogwarts, a expectativa chega a ser de oitocentos mil bruxos para mais, não podendo exceder muito a capacidade do local que no seu total poderia abrigar um milhão e duzentos mil bruxos.
Confira os campeões do Torneio e suas respectivas escolas representantes:

Catherine Leblanc - Acadêmia Beauxbatons
John O´Donnell - Delegação Durmstrang
Anne Karkonicova - Centro Agatston
L.P Chasez - Instituto Educacional Bounstouns
Richard Flint - Escola de Magia e Bruxaria de Hogwarts (Sonserina-primeira tarefa)
Mirella Delagha - Escola de Magia e Bruxaria de Hogwarts (Corvinal-segunda tarefa)
Lynch Quigley Ivanova - Escola de Magia e Bruxaria de Hogwarts (Lufa-Lufa-terceira tarefa)
Harry Potter - Escola de Magia e Bruxaria de Hogwarts (Grifinória-quarta tarefa)

A única escola que aderiu a opção de ter um campeão por tarefa foi a própria cediadora, Hogwarts.
O Profeta Diário fara novamente a cobertura do Torneio e espera que além do sucesso da segunda tarefa venha juntamente o campeão que mereça a vitória, além de qualquer obstáculo e acima de qualquer limite não esquecendo, é claro, a honestidade.

Uma reportagem de Anita Balgshot para o Profeta Diário


Hermione no momento seguinte fechou o jornal ao mesmo tempo que a sineta para a primeira aula tocou.

_Sprout não é? - Harry perguntou.

_Oui- uma garota de Beauxbatons muito próxima respondeu.

Enquanto Harry e Rony seguiam juntamente com uma grande quantidade de alunos para fora do salão eles poderam notar que Mirella após chamar Hermione vinha lhe falando de um modo que parecia assustada.

_Viu, estão se falando de novo - Rony disse muito incomodado - E Hermione nos diz que na hora certa saberemos.

_Se for durante a segunda tarefa estamos perto então - Harry falou.
_Pode ser - Rony sério sibilou.

_Veremos hoje - a Profa.Sprout começou - Plantas muito comuns nessa época do ano, certamente falo de épocas frias, reparem que na caixa a sua frente há guardado uma Flavour-Bean, planta de origem francesa que tem a habilidade de se clamufar e de se esconder abaixo da terra rapidamente, sendo o seu pó muito venenoso. Apanhem suas varinhas e os cortadores mais ao lado, coloquem seus tapadores e deixem sempre um frasco ao lado, vocês devem tomar cuidado e não se esqueçam - os olhos da Profa.Sprout correram por todos - de sempre evitarem a fumaça...

_O que ela faz? - Susana Bones da Lufa-Lufa indagou.

_Falta alguns tapadores professora - um membro de Durmstrang disse mais ao fundo.

_Ah sim sim - a professora disse enquanto partia da estufa - Alguém responda a pergunta por favor, já volto com mais alguns tapadores...

Deixando a estufa com pressa, todos se entreolharam em silêncio.
_Esse pó - uma menina de longos cabelos platinados de Agatston disse e todos pareceram a olhar com atenção - Causa uma doença chamada Capa Branca...

_E o que faz essa doença? - Terêncio Boot da Corvinal perguntou.

_Cega - Hermione, do outro lado da estufa respondeu - Para sempre. - muitos engoliram seco.

Harry depois da última aula, a de Poções seguiu pelos corredores de Hogwarts rumo a torre de Grifinória, o silêncio absoluto, apenas alguns trasgos vigilando tristes.

Não havia nada que parecesse animar aquelas paredes frias e escuras, ou aqueles corredores soturnos e longos.

_Será que posso acompanhar esse moço? - Gina aparecendo do nada perguntou pulando alegremente pelo corredor. Harry sentiu como se uma grande chama de fogo tivesse corrido por todo o corredor e feito tudo brilhar como jamais havia sido - Posso? - ela perguntou segurando a mão direita de Harry com alegria.

_Claro - Harry falou enquanto seguiam pelo corredor, não haveria problema ali pois não havia ninguém - Como sabia que estava aqui, veio me seguindo?

Gina balançou sua cabeça negativamente e sorrindo disse:

_Eu não preciso te seguir, eu sinto aonde você está.

Harry riu. Gina no mesmo instante se aproximou muito.

_Será que podemos entrar ali? - ela mostrando uma sala mais atrás aonde Harry encontrara Hermione solitária ano passado disse. Rapidamente eles avançaram e fechando a porta correram até o fim, aonde ambos se sentaram em uma das mesas - Ninguém vai nos pegar aqui não é?

_É - Harry respondeu - Ninguém - antes mesmo que pudesse pensar Gina lhe beijou, todo o frio que corria pelas janelas com as pequenas bolas brancas de neve pareceu evaporar, estavam se beijando, todas as dores e os momentos ruins sendo esquecidos, sendo dissipados.

Houve naquele momento, por um breve instante, um rangido e a porta da sala se abriu, Harry e Gina imediatamente olharam, não a tempo de verem quem os pegara, a pessoa havia ido embora rapidamente.

Harry voltou aquela noite para a torre de Grifinória pouco tempo depois que Gina deixou o corredor, se apressando para que ninguém os visse sair do mesmo caminho de origem chegou ao retrato da Mulher-Gorda.

_Episkey - disse.

Com o quadro se afastando rapidamente foi esbarrado por uma garota que parecia ter corrido pela torre e parecia, acima de tudo, estar com uma pressa avassaladora.

_Desculpa - a garota disse, Harry se levantando nem olhou para quem esbarrara somente adentrou a torre.

_Viu a pressa que a Hermione saiu daqui?! - Rony parecendo agitado indagou.

_Foi a Hermione quem esbarrou em mim?

Rony acenou positivamente com a cabeça.

_Ela recebeu uma carta da Mirella...

Harry apenas sobressaltou as sombrancelhas e partiu para sua cama.

_Você deve apanhar - uma voz disse fria e sibilosa - Deve ir com cuidado, não pode haver pistas, o Lorde exigiu...

Harry abriu os olhos, estava em uma minúscula sala de estar, que dava a sensação de uma cela escura para loucos. As paredes eram completamente cobertas de livros, a maioria deles encadernados com um velho couro preto ou marrom; um sofá surrado, uma velha poltrona e uma mesa raquítica ficavam agrupadas juntas em uma poça de luz fraca vinda de uma lâmpada cheia de velas pendurada no teto. O lugar tinha um ar de negligência, mesmo que não tivesse sempre desabitado.

Parado e surpreso, olhou para os lados e imediatamente se escondeu atrás de um estante de livros, um vulto negro conversava, naquele momento, com um bruxo baixo, de aspecto sujo e dentes grandes.

_Não acredito! - o bruxo menor gritou.

_O Lorde exigiu, se não quer ir, terei prazer em lhe dizer...

_Não! - o bruxo gritou - Mas como vou entrar lá, Dumbledore celou aquilo com um feitiço que impede...

_Não seja tolo - o bruxo de vestes negras o cortou se virando; Harry acossado olhou por uma fresta entre dois livros sujos e pode ver a face branca e maquiavélica de Severo Snape, parecia mais satisfeito do que nunca, embora fosse nítido estar mais magro e menos ligeiro também. - Isso - disse enquanto mostrava um frasco com um líquido verde musgo ao bruxo menor - É poção Polisuco, preparei uma grande quantidade para um aliado e certamente reservei um grande estoque, você sabe o que isso faz?

O bruxo menor também se virou e Harry novamente se chocou ao ver Pedro Pettigrew em sua pior forma, além de muito machucado parecia extremamente cansado, a mão prateada bastante devagar, como se pesasse muito.

_Uma poção de transformação - disse com dificuldade.

_Exatamente - Snape disse - Penso que Dumbledore protegeu aquelas paredes, mas não a ponto de impedir uma poção Polisuco preparada com ingredientes tão maduros, você se transformara...

Pedro soltou um guinchado, sua mão prateada parecia lhe causar uma dor excessiva.

_Vai passar - Snape falou sorridente - Quando obedecer fielmente ao Lorde...

_Em quem, q-quem vou me transformar?

Snape colocou o frasco sob uma mesa cheia de objetos pequenos prateados e respondeu:

_Em Alastor Moody...

Harry sentiu sua mente trabalhar excessivamente, precisava contar a Moody imediatamente, tinha que sair dali.

_Mas e se ele estiver lá quando eu chegar?

_Não vai estar! - Snape secamente cortou - O meu aliado fara com que isso não ocorra, você terá o caminho livre.

_E o que eu tenho que fazer lá?

_Apanhar o Medalhão...

O coração de Harry disparou.

_Eles não jogaram o Medalhão fora, precisamos apanhá-lo, embora todos neguem que seja um Horcruxe, o precisamos, o Lorde o quer, precisa ter a certeza de que R.A.B não o destruiu...

_Mas se destruiu jamais vou achá-lo...

_Se R.A.B destruiu o Medalhão não foi ele em si - Snape disse irritado, Harry escutava tudo com a respiração lenta, não podia perder uma palavra sequer - Foi o que havia dentro do Medalhão.

Pettigrew pareceu entender.

_E quando faremos isso?

_Durante a segunda tarefa, todos estarão fora de lá...

Harry surpreso bateu a mão em um livro pesado e provocando um ruído longo o deixou cair.

Snape e Pettigrew imediatamente se voltaram a estante aonde estava, os olhos velozmente correram para o livro caido no chão.
_Há alguém aqui? - Snape perguntou a Pettigrew - VOCÊ DEIXOU ALGUÉM ENTRAR?

Antes mesmo que Pettigrew pudesse responder negativamente, Snape já apanhara sua varinha.

_PETRIFICUS TOTALUS!

Harry pulando detrás da estante acordou com a respiração acelerada, não passara muito tempo desde que fora dormir, sonhara com Snape e Pettigrew, sonhara com tudo, precisava avisar Moody imediatamente, avisar a quem pudesse.

Apanhando seus óculos saiu a correr pelo dormitório, batendo a porta ao passar desceu as escadas e prosseguindo pela vazia sala comunal chegou as escadarias, torcendo para que Moody estivesse na sala de Defesa Contra as Artes das Trevas. Seguindo pela escada que o levaria ao terceiro andar rapidamente alcançou a porta da sala, para sua sorte estava entreaberta, havia dois bruxos ali dentro, organizando diversas caixas.

Batendo na porta pode ver com dificuldade a figura de Moody.

_Quem? - a voz de Lupin perguntou.

_Eu, Harry.

_Ah sim, pode entrar.

Entrando ofegante, os dois professores o olharam com assombro.

_O que aconteceu? - Moody perguntou assombrado.

_Snape - Harry ofegou - Ele está armando uma, ele vai roubar o Medalhão do Largo Grimmauld...

Moody e Lupin trocaram olhares.

_Acalme-se e nos conte tudo - Lupin pediu.

_Por Merlim! - Hermione exclamou na mesa de Grifinória na manhã seguinte - Tem certeza que ele disse aliado?

_Tenho - Harry disse rápido.

_É claro que sabemos quem é - Rony disse - Quem recebeu uma caixa com poções Polisuco essa semana?

Nem Harry, tão pouco Hermione precisaram responder.

_Mais claro ainda - a garota disse - Tolkien tem todas as chances necessárias para impedir que Moody fosse ao Largo Grimmauld enquanto o roubo acontecesse, ele é o aliado de Snape aqui...

_Mesmo assim ele não tem carta branca para agir - Harry disse - Não com a Maxime, o Laverne, o Helvetius e o Blade na vice-diretoria e a Minerva como diretora, ele já teria sido pego.

_Bom - Hermione falou - De toda forma todas as medidas serão tomadas para que Pettigrew seja pego, dúvido que escape.

_Vocês estão esquecendo do melhor - Rony disse. Harry e Hermione se entreolharam. - Agora sabemos aonde está o Medalhão.

_Dúvido muito que seja o verdadeiro - Hermione murmurou - Não tão fácil, tem algum segredo ai.

_Se não fosse o original porque Snape arriscaria tanto? - Harry indagou - Sabe, não seria tão idiota.

_Mesmo com tudo isso, o que realmente importa vocês ainda não perceberam - Hermione disse - Quando Pettigrew for pego pegaremos Snape também e tem um fato extremo nisso...

Harry olhou rapidamente para Rony, Hermione apenas sorriu.

_Ele deve um favor à Harry por tê-lo salvado a vida aquela vez, e com isso, principalmente com Snape pego, teremos muitas cartas que podem, facilmente, virar o jogo.

Novamente Hermione deixou a mesa de Grifinória em meio a uma demorada conversa com Mirella, Rony parecia não se incomodar mais. Para Harry ele só estava disfarçando pois por dentro lutava consigo mesmo em meio a um curiosidade voraz.

As mesas no jantar daquela noite pareciam especialmente excitadas, a segunda tarefa seria no dia seguinte e há vários dias o ar tenso dado por aulas cansativas e complexas foi sendo deixado enquanto as apostas corriam por entre os alunos rapidamente. Havia, naturalmente, a rivalidade entre as escolas, mas como os diretores pareciam conviver perfeitamente, o exemplo foi dado.

_Essa tarefa vai ser boa - Rony com uma grande águia na cabeça que representava Corvinal e sua campeã disse chegando a mesa de Grifinória, as alunas de Beauxbatons, que dividiam a mesa o olhando com reprovação.

_Você nunca gostou do chapéu da Luna, mas está usando um igual - Hermione disse enquanto ajudava Parvati a fazer um rabo-de-cavalo especialmente alto.

_Bom, se você olhar em volta vai ver que tem muitos além de mim usando - Harry olhando para os lados pode notar que realmente era verdade.

_Eu aposto no John O'Donnell - Dino Thomas disse.

_Ele não é de Hogwarts sabe - Simas o repreendeu - Já não fomos nada bem com o Flint, é bom a Mirella ir bem dessa vez...

Harry se lembrou, por um instante, das incansáveis conversas e discussões entre os alunos de Hogwarts que pareciam ter odiado o desempenho de Richard na primeira tarefa e se lembrou ainda mais que Mirella vinha recebendo apoio completo de todas as casas.

_CATHERINE! CATHERINE! CATHERINE! - um grupo de garotas de Beauxbatons adentrava, naquele momento, o Salão Principal em um coro extremamente animado.

_A briga vai ser longa - Harry ouviu Lilá Brown dizer.

Naquele segundo, sob a entrada de Mirella, John, L.P, Catherine e Anne, os aplausos irromperam pelo salão de uma forma impressionante, as corujas adentrando pelas janelas muito ao alto sobrevoaram a cabeça de todos alegremente, em poucos dias seria Natal e especialmente muitos presentes e cartas vinham sendo entregues.

Todos os campeões, sem qualquer exceção, até mesmo de L.P, que era o mais seguro dentre todos, estavam nervosos.

A notícia de realizarem uma tarefa fora de Hogwarts, sendo que deveriam antes achar uma chave do portal dentro da Floresta Proibida em plena noite, enquanto que a de Anne estaria escondida, já não era um bom começo e ir para outra escola, realizarem algo desconhecido somente piorava os ânimos.
Durante aquela tarde, enquanto todos almoçavam e discutiam, com muito mais empenho, suas apostas sobre de que forma seria a tarefa Minerva se pôs de pé por detrás da mesa dos professores e todos e ssilenciaram por completo.

_Boa tarde... - um sonoro e forte boa tarde lhe retornou - Hoje, se fara realizar a segunda tarefa do Torneio do Olheiro, como vocês podem ver, nossa mesa de professores está completamente vazia...

Parecia que poucos haviam reparado na falta de professores, Harry, pela primeira vez vira a mesa tão vazia.

_Todos os professores partiram para Agatston para ajudarem na tarefa desta noite. Devo-lhes pedir que ao sinal das seis horas os senhores partam para a chave de portal respectivo aos números que receberam e assim que chegarem ao terreno de Agatston aguardem um momento. Logo serão recebidos pelos seus diretores e levados ao local da segunda tarefa, agradecendo a compreensão de todos se divirtam está noite, muito obrigada.
Harry, Rony e Hermione se entreolharam.

Poucos minutos atrás eles haviam recebido um pequeno cartão aonde continha um número, o mesmo número da Chave do Portal que deveriam apanhar. Harry ficara separado de Rony e Hermione, ao mesmo tempo, que os dois amigos se manteriam juntos.

_Hermione, você não vai contar porque você e a Mirella estão se encontrando tanto - Harry apanhando um pedaço de torta de limão indagou - Sabe, hoje é a segunda tarefa, e é ela quem vai representar Hogwarts não é?

_No momento certo Harry, tenho medo que alguém descubra.

_E esse momento certo - Rony disse, parecendo irritado com tanto segredo - Vai ser quando?

Hermione o fitou e percebendo olhares desconfiados vindo da mesa de Corvinal mais a frente se simplificou a dizer apenas:

_Logo, será logo.

Na altura de quase seis horas, os três se despediram no saguão de entrada e em meio aos milhares de alunos que levavam cartazes, broches, camisetas enfeitiçadas e tudo para promover seus campeões se dividiram.

Com vários alunos de Lufa-Lufa com quem sempre se dera bem nas aulas, Harry partiu para a orla da floresta proibida, enquanto que os rapazes de Durmstrang juntamente com algumas moças de Beauxbatons iam para outra chave do portal ali muito perto.

_Quando vocês disserem pra mim vai estar bom - Ernesto Mcmillan falou assim que chegaram a chave do portal, uma estátua pequena de ouro em forma de Snowking, um urso pequeno feito de neve.

_Não seria melhor alguém contar até três? - Harry sugeriu e todos acataram a idéia no mesmo instante.

_Eu conto - Susana falou parecendo muito animada. Ela e várias outras garotas de Lufa-Lufa levavam cartazes e broches de Mirella - Um...
Todos ficaram preparados.

_Dois...

As mãos foram extendidasa até há alguns centímetros da estátua.
_TRÊS! - Todos a tocaram e como um puxão muito dolorido no umbigo foram levados de Hogwarts.

A viagem, de longe, não fora tão rápida como sempre ocorria.

Os alunos de Lufa-Lufa e Harry giraram pelo ar sem rumo até perceberem alguns flashes de luzes vermelhas que explodiam no céu em fogos de artificio, se entreolhando todos soltaram a estátua e pela corrente de ar cairam em um terreno frio.

A barulheira muito longe infernal.

O céu já escuro coberto por fogos de artifícios realmente gigantescos, os alunos vinham caindo por aquele terreno, enquanto que do outro lado, os mais de um milhão de bruxos deixavam suas barracas espalhadas pelo terreno e sumiam em meio as montanhas altas partindo para a localização da segunda tarefa.

O castelo de Agatston além de tão grandioso quanto o de Hogwarts tinha um campo de quadribol incrível.

Harry pode ver muito longe, cinco torres negras extraordinariamente altas se perderem sob uma grande névoa azulada.

As arquibancadas ao redor formavam um pentágono e eram tão altas que se perdiam no céu quase estrelado.

Distraído pelos grandes raios no céu, pelas monstruosas arquibancadas e pelas torres gigantescas. Harry somente fora perceber aonde estivera quando Minerva usando o feitiço sonorus anunciou:

_TODOS, DEVEM PARTIR PARA AS ARQUIBANCADAS NESTE EXATO MOMENTO, A SEGUNDA TAREFA LOGO COMEÇARA!

Os bruxos do outro lado do terreno pareciam formar um exército marchando para as arquibancadas, logo as lotariam para juntos vizualizarem mais uma aguardada tarefa.

_Harry! - uma voz o chamou em meio aos fogos e alunos - Harry, Harry, aqui! - Hermione balançando sua mão no alto fez com que Harry a podesse vê-la logo ao lado de Rony não muito longe dali.

Assim que se despediu dos membros de Lufa-Lufa partiu rumo aos dois amigos.

_Você viu quantos bruxos? - a garota com os cabelos presos disse, os olhos brilhando diante de tantos fogos.

Realmente era uma quantidade de bruxos fantástica.

_Acho que devemos ir - Rony quase sendo atingido por um bruxo que voava em sua vassoura falou - Vai ficar difícill achar um bom lugar em meio há tanta gente...

Hermione e Harry concordando com Rony partiram rumo as pentagonais arquibancadas.

A cada metro que se aproximavam elas iam se tornando ainda maiores e mais altas.

As torres em meio há vários raios de luzes demonstravam a todos algo muito próximo as construídas na área de exército de Voldemort que Harry visitara em seu sonho.

Completamente cheias de lanças, raios de fogo que iam saltando por esferas vermelhas ao redor e espinhos que iam se locomovendo para lugares diferentes, de primeira impressão parecia algo além de perigoso, pavoroso.
Distribuídas pelos terrenos, as torres eram ligadas entre si por corredores negros feitos de pedra com várias estátuas de fogo sob torrezinhas.
A altura das torres era tão gigantesca que superava o limite já alcançado. Simplesmente sumia na escuridão.

Assim que Harry seguido por Rony e Hermione adentraram o estádio após uma inspeção ministerial puderam ver enquanto subiam as escadas várias Veelas realizando um coreografia cheia de brilho sob o olhar de todos.
Em meio aos terrenos ocultados pelos raios de luz, elas sob uma música extremamente dançante vinham se aquecendo para a aberura oficial da segunda tarefa.

_Vamos lá no alto - Rony sugeriu vendo que dali poderiam ver pelo menos a altura da metade das torres.

_Isso não está me parecendo bom - Hermione murmurou vendo as fortes características em trevas das torres - Não está...

Harry pode notar que a amiga além de muito nervosa, estava mais aflita que até mesmo os campeões.

_Relaxa, você não vai precisar entrar lá dentro...

_Bem que eu gostaria de ver o que tem - Rony chegando a próxima escada falou.

_Eu também - Harry seguindo-o disse.

Os bruxos iam se acomodando em verdadeiros coros de animação, os cartazes já sendo postos nas arquibancadas.

Passado uma hora todos pareciam estar acomodados, deixando o local o mais lotado da história bruxa para um evento mundial.

Assim que os coros foram se fortalecendo, Ludo Bagman no local reservado há ministros e professores se pôs de pé e com sua varinha apontada para sua garganta enunciou o feitiço Sonorus.

_Até que enfim vai começar! - Rony animado falou olhando para Harry - Cadê a Hermione?

Harry se virou para o local aonde a amiga estivera até poucos segundos atrás e vendo que não estava ali deu-se de ombros.

_Mas onde será que ela foi? - Rony olhando para todos os lados sibilou.

_ATENÇÃO POR FAVOR! - Ludo pediu e o silêncio quase que de imediato tomou conta das arquibancadas - SEJAM BEM VINDOS À SEGUNDA TAREFA DO TORNEIO DO OLHEIRO!

Houve uma explosão de gritos e berros frenéticos em meio a coros devastadores.

_ANTES DE EXPLICAR OS OBJETIVOS DESTA TAREFA, CHAMO PARA ABRIR OFICIALMENTE ESTÁ NOITE, DIRETAMENTE DA BULGÁRIA, AS VEELAS!

Dois jatos vermelhos cruzaram o ar como na primeira tarefa e mais de duzentas vassouras adentraram o estádio sendo guiadas pelas belas Veelas.

Sob os passos que se sincronizaram com a música, elas pularam das vassouras para os campos e os flashes de luz se tornaram vermelhos.

No momento seguinte um raio de fogo disparou da torre central e fazendo uma chuva prateada, elas iniciaram uma dança além de muitíssimo complexa, cheia de fogos que explodiam no ar fazendo figuras vermelhas que se desmanchavam em menores raios.

As palmas dos mais de um milhão de bruxos em vários momentos abafando a música, porém sem tirarem o brilhantismo e beleza das Veela.

Logo que elas se uniram fazendo a figura de uma estrela, um jato amarelo disparou do centro e cruzando o céu se espalharam em milhares a mais.
Caindo rapidamente sob as arquibancadas foram se transformando em estrelas que disparam pelo céu no mesmo instante que as Veelas desapareceram.

_QUE SEJA ABERTA OFICIALMENTE A SEGUNDA TAREFA DO TORNEIO DO OLHEIRO!

As costumeiras telas que eram formadas pelas pessoas nas arquibancadas despencaram abaixo. Mostrando nada além de uma imagem negra.

Diferente dos jogos de quadribol e da primeira tarefa, não foi somente um grandiosa tela mágica que despencou pelas arquibancadas e sim cinco. Cada uma provavelmente mostraria o trajeto de cada campeão dentro das torres.

_POIS MUITO BEM! - Ludo voltou a palavra em meio aos berros de aprovação não somente da apresentação das Veelas como a dos fogos e suas figuras incriveis - TODOS OS CINCO CAMPEÕES DO TORNEIO ESTÃO NESTE EXATO MOMENTO EM FRENTE A FLORESTA PROIBIDA NA ESCOLA DE MAGIA E BRUXARIA DE HOGWARTS...AO SINAL DO INÍCIO DA TAREFA SERÃO AUTORIZADOS A BUSCAREM NOS TERRENOS DA FLORESTA A CHAVE DO PORTAL QUE OS TRARA A AQUI.
A CAMPEÃ DE AGATSTON, ANNE KARKONICOVAM QUE INFELIZMENTE NÃO COMPLETOU A PRIMEIRA TAREFA E PORTANTO NÃO APANHOU A SUA CHAVE DO PORTAL TERÁ DE ACHÁ-LA NOS TERRENOS, ENQUANTO QUE OS OUTROS CAMPEÕES JÁ TEM A LOCALIZAÇÃO DE SUAS CHAVES....
ASSIM QUE OS CAMPEÕES CHEGAREM AQUI TODO SEU TRAJETO SERÁ MOSTRADO POR AQUELAS TELAS ENFEITIÇADAS...

Sob o anúncio de Ludo, as cinco gigantescas telas deixaram a imagem negra e passaram a exibir o bruxo enquanto falava á todos.

_...DESSA FORMA PODEREMOS VER TODAS AS AÇÕES DE NOSSOS CAMPEÕES POR ESSAS CINCO TORRES...O SEGUNDO OBJETIVO DA TAREFA SERÁ APÓS PASSAREM PELOS DESAFIOS IMPOSTOS DENTRO DAS TORRES, APANHAREM UM OBJETO DE EXTREMA IMPORTÂNCIA PARA O FINAL DA TERCEIRA TAREFA.
SENDO PROVAS DE ALTA PERICULOZIDADE, OS CAMPEÕES NÃO DEVERÃO PARTICIPAR SOZINHOS, SENDO ASSIM, CADA UM, DURANTE ESTÁ TARDE TEVE DE ESCOLHER UM BRUXO DENTRE AS ESCOLAS PARTICIPANTES DO TORNEIO PARA OS AJUDAREM DURANTE ESTE PERCURSSO...

Uma nuvem de comentários preencheu as arquibancadas, a última notícia fora surpresa à todos, ninguém esperava algo relacionado a aquilo.
Os alunos das escolas espantados com a chance de participarem de uma tarefa já aparentemente tão perigosa se fecharam a discutir o assunto.

_COMO JÁ DISSE... - o silêncio retornou - OS ALUNOS QUE PODERÃO AJUDAR OS CAMPEÕES JÁ FORAM ESCOLHIDOS E PEDIREI QUE AO SEREM CHAMADOS SE DIRIJAM ATÉ PERTO DA TORRE CORRESPONDENTE AO CAMPEÃO QUE DEVERÃO AJUDAR...
Diante de um silêncio incômodo Ludo ainda sendo mostrado pelas telas apanhou um pergaminho e lendo-o sob o silêncio ansioso anunciou os alunos ajudantes.

_PARA JOHN O´DONNELL, ELE CONVOCA A AJUDÁ-LO LIVOVISK BOKISV DA DELEGAÇÃO DE DURMSTRANG!

Houve uma explosão de palmas no mesmo instante que os flashes de luz mostraram o aluno de Durmstrang em meio aos milhares de bruxos e as telas passaram a mostrar sua saída.

_Será que a Hermione vai ser a ajudante da Mirella, será que era isso - Rony em meio aos berros gritou.

Harry poderia concordar com essa hipótese porém havia um erro nessa dedução.

_Não pode ser Rony - Harry berrou. - Os campeões só ficaram sabendo que poderiam ter algum ajudante está tarde, Mirella e Hermione vem trocando cartas e reuniões já faz um mês...
Rony deu-se de ombros, não saberia mais o que imaginar.

_PARA CATHERINE LEBLANC, ELA CONVOCA A IRMÃ DE UMA DAS CAMPEÃS DO ÚLTIMO TORNEIO TRIBRUXO REALIZADO, DA ACADÊMIA DE BEAUXBATONS, GABRIELLE DELACOUR!

O mesmo que ocorrera com Livovisk aconteceu há Gabrielle. Porém com uma grande diferença. Enquanto o ajudante de O´Donnell odiava ser mostrado a mais de um milhão de bruxos, Gabrielle ao ser mostrada, arrumou seus cabelos e saiu toda graciosa dentre as arquibancadas somente em sorrisos iluminados pelas luzes, parecia simplesmente adorar ser o centro das atenções.

_L.P CHASEZ CONVOCA, DO INSTITUTO EDUCACIONAL BOUNSTOUNS, NEO DAWNEFFER!

_Mas aonde ela foi? - Rony querendo continuar o assunto sob o sumiço de Hermione gritou - Ela não poderia ter saído daqui...

_ANNE KARKONICOVA POR SUA VEZ, ESCOLHE PARA SUA AJUDA, KROKOVI ILAVESKVI DO CENTRO AGATSTON!

Em meio aos berros e milhares de palmas animadas, o rapaz deixou as arquibancadas sob os olhares de quase todos.

Os ajudantes assim que chegavam aos campos eram guiados por quatro bruxos que Harry jamais vira a irem a uma das torres aonde aguardariam ali a chegada dos campeões para juntos darem continuidade a tarefa.

_POR ÚLTIMO E CERTAMENTE NADA MENOS IMPORTANTE, CHAMO EM NOME DE MIRELLA DELAMANGHA DA CASA CORVINAL DA ESCOLA DE MAGIA E BRUXARIA DE HOGWARTS, HARRY POTTER!

Harry parou tudo o que fazia naquele momento. Pensara que não escutara direito, fora escolhido o ajudante de Mirella Delamangha, os flashes o iluminavam, as telas o mostravam, era sim, um dos cinco escolhidos para um dos mais perigosos desafios já criados, o da segunda tarefa do Torneio do Olheiro.

_Cara, vai lá, você foi escolhido - Rony aparvalhado e animado ao mesmo tempo disse com as mãos em frente aos olhos para evitar que as luzes penetrassem em seus olhos.

Harry se pôs de pé ainda não acreditando no que acabara de ouvir e sendo fitado por milhares e milhares de bruxos iniciou a descida pelas escadas, os flashes ainda o iluminando.

Com as mãos trêmulas de surpresa pensou que o segredo de Hermione com Mirella provavelmente poderia ser a garantia de sua ajuda durante a tarefa e como a amiga receava que não gostasse, temeu contar.

_MUITO BEM - Ludo em meio as palmas excitadas disse - MUITO BEM, ENQUANTO OS AJUDANTES VEM CHEGANDO AOS CAMPOS, NESTE EXATO MOMENTO DAMOS A LARGADA PARA A SEGUNDA TAREFA DO TORNEIO DO OLHEIRO NOS TERRENOS DE HOGWARTS!

Houve uma explosão de palmas e cartazes que brilharam intensamente. Harry saiu a correr pelas escadas, naquele mesmo momento, não muito distante dali, Mirella corria rumo a achar o portal e ele não podia se atrasar caso a campeã chegasse aos terrenos.

No segundo que Ludo anunciara o inicio da tarefa, um raio cruzou o ar e formando a palavra INÍCIO se explodiu em uma chuva que foi levada pela forte e gélida corrente de ar, as palmas e berros se transformando em coros de apoio aos competidores.

Após alguns minutos Harry chegou aos campos, as torres dali eram maiores do que qualquer coisa que jamais pudera imaginar, assim que atravessou a porta de entrada, uma bruxa de trajes vermelhos e chapéu cônico veio correndo em sua direção e lhe indicou para ir a segunda torre do lado esquerdo, ao lado da que ficaria John O´Donnell e seu ajudante.
Sob um silêncio pavoroso todos os bruxos aguardavam a chegada de um primeiro campeão.

Harry pode sentir sua varinha escorregar por sua mão várias vezes, ela suava como jamais fizera. Além de estar completamente surpreso por uma pessoa que nunca nem ao menos conversara o convocar a uma tarefa tão perigosa, tudo que vinha daquela torre lhe dava a sensação de ser algo relacionado às trevas, a dor, a morte.

Em meio a expectativa de qualquer movimento ao redor, nos terrenos, houve um estralo baixo perto da entrada para a área das torres e um vulto cambaleando adentrou pelos campos com algo em mãos.

_L.P CHASEZ É O PRIMEIRO DESTA NOITE, ELE E NEO DAWNEFFER PARTEM PARA A TORRE CENTRAl!

Todos os alunos de Bounstouns juntamente com milhares de bruxos estouraram em berros e aplausos frenéticos, a primeira tela dentre as cinco naquele momento deixou de mostrar os campos para exibir o trajeto do campeão.

Bastante ofegante e já com cortes, Harry pode ver o rapaz adentrar os campos largando enquanto corria a sua chave do portal.

Assim que ele juntamente com seu ajudante parou em frente a monstruosa torre negra, duas portas feitas de lanças vagarosamente forma se abrindo em um rangido sombrio que invadiu as pentagonais arquibancadas.

Logo que os dois adentraram as trevas, juntamente com uma pancada que significou a fechada dos portões, uma garota adentrou pelos terrenos, também largando uma estátua dourada em meio ao caminho parecia muito machucada.

_CATHERINE LEBLANC EM SEGUNDO LUGAR, ELA SE PREPARA PARA SUA TORRE!

A garota com seus cabelos vermelhos saiu a correr pelos campos escurecidos e chegando a primeira torre da direita ao lado de Gabrielle Delacour aguardaram as longas portas se abrirem.

Mais um vulto chegou aos terrenos, embora rolando alguns metros, logo se pôs de pé e saiu a correr com estrépido.

_JOHN O´DONNELL É O TERCEIRO A CHEGAR!

Houve uma explosão de palmas ainda maior que a de L.P e quando o campeão parecendo estar menos machucado que os restantes correu para sua torre, o coração de Harry acelerou.

Mesmo que Mirella chegasse naquele momento, Hogwarts já estaria muito atrás.

Um novo vulto surgiu assim que Catherine e Gabrielle adentraram a torre, era de uma garota, Harry não pode indentificar se era Anne ou Mirella.

_MIRELLA DELAMANGHA CHEGA EM QUARTO LUGAR E AO LADO DE HARRY POTTER PARTEM PARA A PENÚLTIMA TORRE!

Mirella largou sua estátua e correndo extremamente veloz apanhou sua varinha e realizando um sinal do local mesmo aonde corria, as portas das torres muito maior que as mais altas das torres de Hogwarts se abriram. Harry aguardando a sua chegada perdeu todo o medo que sentia e desatando a correr adentrou a torre no mesmo instante que a campeã.
Um dos lados das arquibancadas explodiu em berros, a agilidade de Harry e Mirella havia sido impressionante.

Estavam naquele exato momento frente a frente, somente um corredor negro a se enfrentar. Um corredor mergulhado em trevas que levava a outras milhares de escadas, corredores e salas soturnas.

_E então - Harry murmurou em meio as trevas - Porque me chamou para te ajudar?

Mirella olhando-o um pouco ofegante respondeu, Harry reconhecia aquele método de falar de algum lugar.

_Está mais que claro...

Harry enquanto observava Mirella ajeitar sua capa negra, pode ver um colar dourado com um pequeno relógio na ponta, reconhecia ser o vira-tempo de Hermione.

_Como assim está claro? - sua mente foi preenchida de suspeitas, não podia ser o que vinha em sua cabeça.

_Somente vou lhe dizer Harry, porque aquelas telas mágicas somente mostram o percursso dos campeões e não as falas, então ninguém nos pode ouvir...

_Pois então me diga, o que você queria tanto com a Hermione durante esses dias...

_Eu não queria nada com a Hermione! - Mirella disse em voz alta, parecia indignada com algo - Eu sou a Hermione...

Harry recuou alguns passos até encostar na gélida, molhada e negra parede as suas costas. Assim que encostou, vários archotes com chamas azuis surgiram pelo corredor mostrando que ele era além de longínguo, sombrio.

_O que você..., não pode ser, como você pode ser a Hermione, que brincadeira é essa?

_Não é nenhuma brincadeira Harry...você se lembra quando o Colin veio me dizer que a Mirella tinha conseguido a Pele de Arabambóia, era para a poção...

Harry assentiu com a cabeça, se lembrava com clareza daquele momento.
_Pois então, Mirella me pediu que eu viesse no lugar dela...

Ainda pasmo, encarando a bela garota, indagou:

_Mas porque ela não veio?

_Porque ela ficou sabendo que há um desafio no final da torre em que ela não conseguiria passar, temia morrer...

_Que dissesse a Minerva ou Flitwick, que alguém de Corvinal viesse no lugar dela, porque bem você...

_Eu ouvi ela dizendo para alguns colegas, que não participaria da tarefa.

Estava a procura de alguém para ir no seu lugar, mas ninguém que ela chamou aceitou, então eu decidi vir, estava querendo mesmo...

_Então... - Harry desencostou da parede - Você é a Hermione usando a Polisuco parecendo a Mirella, é isso?

_É, é isso sim...agora temos que ir Harry, Mirella foi a primeira a achar a chave do portal na Floresta, mas até fazer a troca sem ninguém perceber atrasou muito, já estamos em desvantagem, temos que ir...

Harry levantou sua varinha ao alto e ao lado de Hermione saiu a correr pelo corredor, seus passos ecoavam por todo o local, o cheiro além de podre, parecia sufocar as narinas como se fosse algo sonolento.

_Tem alguém aqui. - Hermione parando de correr abruptamente disse e desviando um olhar amedrontado a Harry se virou para trás.

_EXPELLIARMUS! - uma voz rouca bradou vindo da porta de entrada e assim que Harry também se virou, pode ver um exército de Esquelectis, esqueletos ferozes feitos de fogo, com varinhas em mãos os cercando, vinham dos dois lados do corredor.

_PROTEGO! - Hermione bradou projetando não somente uma barreira para si como para Harry também.

_RICTUSEMPRA!

_EFFIGY!

_CRUCIO!

_ACTION PERINA!

_ESTUPEFAÇA!

_IMPEDIMENTA!

_PODEMOS USAR AS AZARAÇÕES AQUI? - Harry no auge da luta perguntou, Hermione apenas acenando positivamente - CROVOTUS!

_AVADA...

Vários raios extremamente poderosos vindos dos dois lados do corredor foram rumo a Harry e Hermione, além de rápidos pareciam decididos a matarem.

_Pra baixo - Harry disse e puxando Hermione pela capa a empurrou até o chão no mesmo segundo que os jatos quase lhe rasparam a cabeça e foram seguindo no sentido contrário atingindo os Esqueletics com brutalidade.
Hermione com velocidade se levantou e com sua varinha em punhos trovejou:

_BOMBARDA! - dois jatos acizentados dispararam de sua varinha atingindo dois esqueletos de mais de três metros de altura fazendo-os despedaçar em grandes explosões de fogo.

_ACRATUS! - Harry também de pé vociferou para o outro lado do corredor. No momento seguinte, um jato se projetou de sua varinha e rumou contra uma fileira de Esqueletics.

_LÓCUS CÁVERES! - um dos Esqueletics berrou contra Hermione e os dois se jogaram no chão novamente a tempo de que o raio se dividisse em mais de cinco e atingisse os esqueletics do outro lado.

_Vamos correr! - Harry bradou para Hermione ainda no chão, ao seu ver era o único modo de sairem dali com vida. - JÁ!

Se pondo de pé com velocidade correram em meio aos raios mortais e estuporantes e indo contra os Esqueletics do lado da saída do corredor enunciaram.

_EXPELLIARMUS!

_PROTEGO!

_EXPELLIARMUS!

_PROTEGO!

Enquanto Harry atacava, Hermione conjurara as proteções contra os feitiços das criaturas.

_AGORA, JUNTOS, VAMOS ABRIR CAMINHO! - Harry com a sua varinha ao lado da de Hermione falou e juntos berraram: - ESTUPEFAÇA! - dois raios vermelhos se disperssaram em menores e atigindo os esqueletics foram os destruindos.

_VAMOS! - Hermione disse e puxando Harry para inciá-lo a correr sairam pelo corredor desviando das explosões de fogo e jatos vorazes que ainda vinham no objetivo de ao menos lhe tirarem a vida. Assim que puderam observar aonde haviam parado, se surpreenderam, haviam chegando ao local mais assustador de todos os seus dias.

Dali podia-se ver torres e torres com escadas circulares, muitos sinos dourados cobertos por corvos e escadas que levavam a corredores e mais escadas que levavam a outros andares.

Antes que pudessem decidir o caminho a seguir, foram surpreendidos por um feitiço realmente ligeiro e bem apontado.

_EFFIGY! - um Esqueletic vociferou e no mesmo instante que Hermione se virou o raio lhe atingiu no peito jogando-a para trás com uma forte pancada, estava despencando em meio as escadarias.

Harry extendeu sua mão e vendo a cena idém quando vira Dumbledore cair da torre de Astronomia, com dificuldade apanhou a mão da garota, mesmo assim as duas se separaram e Hermione voltou a cair em meio à escuridão, seu grito de despedida afastando os corvos dos sinos.

Havia caido no nada, nas eternas trevas, para talvez jamais voltar.

Harry saiu a correr pelas escadarias e vendo que a escuridão somente ia piorando entrou pelo último corredor que encontrou não querendo parar nem um segundo sequer, iria até o fim para salvar Hermione.

_AVADA KEDAVRA! - uma voz forte enunciou ás suas costas disparando um jato verde.

_Winguardium Leviosa! - Harry sibilou trazendo há sua frente uma estátua mal feita que de encontro com a maldição explodiu em milhares de pedaços.
Olhando para ver quem lançara o feitiço, pode ver ocultado por uma parede, dois olhos vermelhos em meio a escuridão.

_PATRONO! - imaginando ser um Pargo enunciou.

Antes que pudesse conjurar algo, uma voz abafou a sua.

_AVADA KEDAVRA! - a criatura berrou novamente.

Harry se jogando para o lado fez com que o raio esverdeado colidisse com uma porta de ferro ao fundo do corredor.

_AVADA KEDAVRA!

Outro raio cruzou o corredor e colidindo novamente com a porta a escancarou, Harry ainda caido ao chão, entrou na sala que vinha após e com sua varinha murmurou:

_COLLOPORTUS!!

A porta se fechou com um barulho de esmagamento e assim que se trancou com um barulho alto recebeu mais três jatos que somente ricochetearam.
_PEGUEM ELE! - uma vozinha fina gritou e assim que Harry percebeu aonde estava pode ver cem diabretes azuis com olhos vermelhos vindo em sua direção em meio a um cômodo cheio de lanças nas paredes que furariam a qualquer toque, não havia fim, o corredor era cego.

_EMAGNUS! - bradou antes que fosse atacado pelas demoníacas criaturas e da ponta de sua varinha um raio negro atingiu um dos diabretes transferindo o efeito a todos os outros também congelando-os. No momento seguinte as paredes com lanças começaram a se fechar, estavam se unindo - FINITE! - Harry desfez o feitiço e assim que os diabretes voltaram a vida, as paredes se paralisaram - EMAGNUS! - enunciou novamente e enquanto os diabretes iam se petrificando saiu a correr pelo corredor da forma mais ligeira que conseguia, as paredes haviam começado a se mover novamente e com o dobro de velocidade da última vez.

Assim que Harry chegou ao centro do corredor houve um estralo ensurdecedor e um grito fino de dor.

Três chicotes de cipó rasgaram o chão de pedra e disparando pelo corredor apanharam os seus braços e pernas com voracidade enquanto se tranformavam em muitas mais, se tornando milhares.

Sem conseguir se mexer, sua varinha voou para longe e o chão se abriu ainda mais, seria tragado, as lanças estavam a centímetros de furar seu braço, com seu nariz e boca tampados, estava perdendo a respiração, pode sentir como agulhas penetrando em seu corpo, as lanças já o estavam furando, não conseguia se mexer, estava paralisado, seu corpo queimando em sufoco.

Como se estivesse sendo posto perto de um rio de fogo, os chicotes o começaram a puxar para debaixo das pedras, estavam o tragando para algo que o queimava em extrema tortura. Sem conseguir respirar e com uma dor que jamais sentira, sua imagem se distorceu e se sentiu cegar, estava sendo torturado até a morte.

_DIFFENDO! - uma voz berrou e vários raios cortantes soltaram os chicotes de Harry - FINITE! - a mesa voz bradou e os diabretes voltaram a vida, enquanto que as lanças foram paralisadas - BOMBARDA! - todos que vinham correndo prontos a devorar Harry foram jogados longe - MOBILICORPUS!

Harry em meio ao desespero sentiu seu corpo ser puxado para trás e sentindo algumas garras o tentarem puxar com violência, caiu no chão assim que chegou ao fim do corredor de lanças, completamente dolorido, extraordinariamente impressionado.

Sua respiração acelerada fazia seus pulmões arderem como todo seu corpo que parecia ter sido posto em fogo por momentos pavorosos.
Assim que, sufocante, abriu seus olhos viu a figura de Mirella ao seu lado, sentada, percebeu que ela também estava muito machucada. Não haviam parado um minuto sequer.

_Como... - Harry disse, ainda recuperando ar - Como você sobreviveu?

_Bom... - Hermione dando um sorrisinho respondeu. Parecia muito ofegante também. - Digamos que este ano o Retractum do Flitwick tenha salvado duas vidas...

Harry sorriu com extremo esforço.

_Não podemos parar, temos que achar o objeto para a terceira tarefa...
Hermione rapidamente se colocou de pé e dando sua mão direita à Harry o ajudou a se levantar também.

Assim que ficaram de pé sairam a correr não querendo perder mais nenhum segundo dentro daquela torre, com a velocidade reduzida devido as dores nas pernas, assim que chegaram ao corredor acima, partiram para a primeira porta dentre muitas que tinham em seu centro uma fênix de fogo que ia passando pelo corredor iluminando-o com suas chamas.

Hermione elevando sua varinha até a porta e ficando defronte a ela enunciou:

_Bombarda! - a porta se escancarou, seguida por Harry, ela foi a frente. Assim que atravessou a passagem recém aberta sentiu seus pés perderem o chão, os dois estavam caindo dentre várias montanhas, rolando até chegarem a um terreno cheio de rochedos.

Harry, assustado, se levantou; Suas pernas chegando a dor máxima. Olhando para os lados com op coração acelerado viu que estava diante de um local negro, aonde todo o céu era coberto por fogo.

_Harry! - Hermione o chamou. - Sai dai! Sai dai! SAI DAI! HARRY!

Harry viu a amiga correndo e no mesmo segundo se virou para ver do que ela falava.

Assim que realizou o movimento seus cabelos foram tomados por uma forte corrente de ar. Centenas e centenas de seres encapuzados com cavalos negros vinham cavalgando em sua direção. Nas mãos lanças e espadas que reluziam o céu em chamas.

Preso pela imagem que via, pensou que jamais poderia correr, porém algo lhe fez o contrário, sem que pudesse saber, quando percebeu estava correndo, sua varinha em mãos firme e suas pernas não doendo tanto quanto antes.

_AQUI! - Hermione berrou mostrando com a mão uma ponte que ligava ao outro lado da torre.

Sem pensar, Harry saiu a correr ao lado de Hermione rumo a ponte, assim que a atravessaram puderam ver um dragão negro vindo em suas direções, não havia montaria, estava só.

_Bombarda! - dessa vez Harry murmurou e abrindo a porta de ferro com brusquidão adentraram o segundo lado da torre.

No mesmo instante que a porta se fechou um cheiro ainda maior de podridão invadiu suas narinas.

_VEM! - Hermione chamou puxando Harry para o lado no mesmo instante que dois raios vermelhos atingiram a porta as suas costas.

Saindo correndo com estrépido desceram a primeira escada que avistaram e fugindo dos feitiços estuporantes Harry somente pulando de dois em dois degraus não chegou a ser atingido.

Assim que chegou ao fim da escada perdeu o controle da velocidade de suas pernas e escorregou pelo chão coberto por uma fina camada de água, Hermione mais ao lado também, tentando se levantar ficaram defrontes a uma porta muito antiga.

Sem remediações, vendo que a criatura que vinha para atacá-los eram dementadores vorazes, deu um chute na porta e se jogou para o cômodo que vinha a seguir.

Hermione fez o mesmo, a varinha já apontada pronta a atacar.

_Colloportus! - ela murmurou assim que passaram e com um baque a porta se trancou.

Harry se virou para ver aonde estavam e cambaleando se pôs de pé.

_Harry não! - Hermione disse em voz baixa - Se abaixa!

Harry se virando ficou defronte a um brutal raio que atingindo-lhe na altura do peito o jogou contra um espelho ocultado por uma cortina vermelha, assim que se chocou com o objeto estilhaçou-o e caiu ao chão completamente dolorido, se levantando de todo atordoado saiu a correr enquanto que Hermione atravessava o espelho quebrado e juntos por um corredor cheio de archotes. Correndo como jamais haviam feito até ali quase foram atingidos por vários raios mortais, dentre eles, dois Lócus Cáveres com extremo poder.

_ALI HARRY, VAMOS PARA LÁ!

Ao fundo do corredor havia uma nova porta, com um brasão em dourado de uma figura que não souberam reconhecer.

_BOMBARDA! - Harry se adiantou ainda correndo e assim que a porta se explodiu, uma tempestade de raios cruzaram o corredor e passaram pela porta.

Harry e Hermione se jogaram na escuridão, os raios foram seguindo até sumirem nas trevas, não estavam em uma sala.

Harry quase sendo atingido por uma Maldição lançada por um dos dementadores se levantou e olhando para o lado somente para ter a certeza de que Hermione estava bem sentiu algo afrouxar sob seu pé.
Somente naquele momento percebera que era um penhasco, estava em um penhasco.

A pedra ao seu pé era além do pico do penhasco o ponto mais alto de todo aquele lugar.

Sentindo que o chão vinha se quebrando em uma velocidade impressionante saiu a correr.

_HERMIONE! - chamou não vendo a amiga - HERMIONE!

Antes que pudesse fugir do penhasco que despencava com ligeireza sentiu uma mão fria e asquersosa lhe puxar o pé direito e juntamente com os rochedos que despedaçavam, seu corpo foi puxado.

Olhando para baixo na esperança de ver que era Hermione esse deparou com algo totalmente contrário, a pessoa que segurava seu pé era um bruxo totalmente despedaçado, seus olhos opacos e metade de seu rosto a pura carne podrificada, um Inferis.

_HARRY! - uma voz lhe chamou, parecia lhe dar a esperança de ainda sobreviver ao que viria.

Harry olhando para cima pode ver Hermione perto do penhasco que naquele momento despencava, ao seu lado uma sombra gigantesca pronta a matá-la. A última coisa que pode ver antes de chegar a sua luta final foi a amiga sendo capturada pela sombra, depois disso, caiu nas trevas por toda a eternidade, uma eternidade aonde ficaria além de dentre os mais temerosos mortos os mais temerosos impérios.

Harry sentiu seu corpo se congelar a medida que ia caindo em meio às trevas, assim que os rochedos foram desaparecendo de sua vista percebeu que estava se tornando cego, o frio aprisionando seu corpo estava o tirando a vida.

Antes que pudesse lutar de alguma forma com o bruxo morto na tentativa de soltar sua perna caiu em um rio extremamente gelado, seus braços e pernas pareciam estar congelando em uma velocidade assustadora.

Cada partícula de seu corpo parecia estar se eletrocutando em contanto com uma água tão gélida.

A dor que sentia era tão extrema que havia começado a perder as forças.
Olhando para o nada, em plena escuridão, algo lhe mostrou que não estava cego, que ainda podia enxergar. Por um segundo que pareceu extraordinariamente veloz um flashe de luz dourado disparou de um lugar muito distante e pode, sentindo que seus ossos estavam quebrados, ver que o rio era coberto por corpos com olhos opacos e congelados, corpos destroçados, corpos mortos.

Com seus olhos ardendo e seus sentidos sendo perdidos, saiu rumo a luz na esperança de sobreviver, na esperança de lutar até o último segundo de vida que lhe restara.

Antes que pudesse se mover na luta que deveria seguir, uma voz fria e rouca lhe veio a mente e no momento seguinte sentiu seu pé sendo puxado novamente, um dos corpos o estava levando para o fundo do mar.

Perdendo sua respiração e com seu corpo já não suportando mais tanta dor cedeu por alguns instantes ao delírio de na morte encontrar o alívio.
A luz dourada que vinha tão distante se tornou ainda mais forte e do fundo do mar, quase que morto, pode ver uma ave negra passar muito próximo a água.

Naquele momento sentiu mais dois corpos lhe puxarem para baixo e lutando contra a água para subir, estava sufocando, estava sem ar, estava morrendo, a ave negra velozmente emergiu pelas águas, vindo em sua direção lhe apanhou com brutalidade e com uma velocidade estupenda dispararam mar acima.

_Você está à salvo - uma voz feminina muito suave disse.

Harry, completamente sem ar e todo dormente, se encostou mais as costas da criatura e juntos foram rumando a luz dourada. Sentia seus olhos tão ardentes e seu corpo tão cansado que por vários momentos pensou que jamais poderia ficar de pé novamente.

_Aonde nós vamos? - indagou nem se importando de saber daonde viera a primeira voz, sabia que não teria muito tempo pela frente.
_Logo sabera, já estamos chegando.

A ave negra passando muito próxima ao mar voou ainda mais rápido e Harry pode ver os corpos congelados na água negra, o reflexo dele e da ave completamente distorcidos. Através daquele reflexo pode ver pela última vez o rosto de um guerreiro que lutara acima dos maiores sonhos, a maior realidade.

Sentindo que não suportaria mais por muito tempo, se encostou por completo na ave no mesmo instante que ela realizou uma longa volta pelo ar, pousando de forma perfeita.

_Chegamos...

Harry caiu de suas costas até o chão. Seu corpo extremamente dolorido.
_Siga, siga em frente, você tem que vencer...

Harry olhou para os olhos da ave e pode perceber nele algo que o lembrava dois olhos azuis sempre acolhedores.

_Estou sozinho agora...

_Não - a voz suave mantendo seu tom porém parecendo contrário a idéia de Harry negou - Você jamais estara sozinho...

_Do mesmo jeito - Harry retorquiu em voz baixa, não conseguia nem ao menos falar - Hermione não está aqui, como posso chegar até o fim da torre, não posso voltar sem ela...

_Ela sempre estara Sr.Potter, ela sempre estara por perto...não importa de que forma, sempre estara. Embora não pessoalmente, sempre será lembrada, é necessário que pessoas morram nesses desafios, que outras sobrevivam, ela precisou partir...

Harry se moveu alguns centímetros e percebendo que já partiria também, lamentou a morte da amiga, lamentou a morte de uma das bruxas mais brilhantes de toda a história, lamentou a morte de quem sempre o amara, perdera mais uma pessoa, mais uma parte da sua alma. Fechando seus olhos para a eternidade, seu ouvido pode escutar somente as ondas do mar, tudo além daquilo era silêncio, um silêncio no qual deixaria, um silêncio que parecia, aos poucos, aliviar a dor, lhe preparar para a despedida, para a morte.

Antes que se deixasse levar, pode ouvir, com muita dificuldade passos rápidos vindo de algum lugar.

_Harry! - uma voz o chamou, era a voz que mais esperava ouvir, era a voz da vitória, a voz da luta, a voz de Hermione - Harry! Você está bem?! Harry!

Hermione vinha cambaleando pelos rochedos.

Harry com dificuldade abriu seus olhos e viu a amiga lutando para chegar até ele em meio a luz dourada que se perdia na escuridão.

_A sombra... - disse - Você era aquela sombra que apanhou ela lá no penhasco não era?

A ave assentiu com a cabeça e extendendo suas longas asas negras se virou para partir.

_Espere - Harry pediu - Quem é você?

Os seus olhos fitaram os da criatura e sob uma dor que parecia jamais querer partir, ela respondeu:

_Tenho certeza de que nos veremos algum outro dia.

Assim, a ave saiu a correr pelos rochedos e auçando vôo sumiu dentre os penhascos destruídos muito, mas muito distantes.

_Harry! - Hermione chegando até ele murmurou. - Você está bem?

Harry sinalou positivamente com a cabeça. Conseguindo abrir os olhos mais uma vez pode ver o rosto da amiga, como ele, estava bastante machucada.

_Conseguimos Harry - ela disse com a voz fraca. Uma lágrima escorrendo por seu rosto. Seu sorriso sofrido expressando o contentamento da vitória - Conseguimos Harry, o objeto, está ali, está aqui...

Harry olhou para a luz dourada e nada pode ver.

Observando o rosto de Mirella sob a imaginação de ser o de Hermione fechou seus olhos, sentiu suas pernas e braços cederem pela última vez e com o corpo congelando sua mente foi se perdendo, não precisava mais sofrer, tudo havia passado, não sentia mais nada, não sentia frio, não sentia dor, não sentia amor, estava morto.

Hermione levando suas mãos a boca derramou mais uma lágrima e com sua varinha se levantou.

O corpo de Harry estatelado dentre os rochedos foi se congelando, suas mãos paralisadas por toda a eternidade, sua alma deixada por toda a esperança, uma luta jamais vencida por um guerreiro jamais derrotado.

_EFFIGY! - Hermione bradou e um raio dourado foi até o corpo de Harry, nada aconteceu, exatamente nada - HARRY! - ela gritou com a voz fraca, a dor extrema - HARRY! Acorda! Nós conseguimos...nós vencemos...Harry, levanta, Harry, H-Harry, Harry, não, não...H-H-Harry... - havia acabado, tudo acabara - Chegamos até aqui - Hermione sentiu uma dor lhe correr por todo o corpo, não podia fazer nada - Harry, não...não...n-não, nós chegamos, nós conseguimos...nós... - caindo de joelhos Hermione se deitou ao lado de Harry enquanto apanhava sua mão, estava muito gelada - Nós ganhamos... - disse com as lágrimas lhe cogelando o rosto - Nós ganhamos... - sentindo um gosto de sangue lhe correr pela boca se levantou e apanhou a varinha que deixara cair. Com as mãos trêmulas apontou novamente para Harry, estava morto, mas havia esperança, havia acima de toda morte, de todo o sacrifício, a esperança - EXPELLIARMUS! - uma labareda de fogo correu até o peito de Harry e se dissipando pareceu o aquecer. Hermione caiu sem forças, não conseguiria seguir o caminho, não conseguiria chegar ao fim, estava morrendo, havia chegado ao fim.
Harry sentiu, dolorosamente, algo lhe dominar por dentro, a dormência e o sono profundo foram se tornando ativos novamente, seus braços doloridos se mexeram e suas pernas foram ganhando uma outra vida.
Hermione apanhando sua mão o olhou com os olhos brilhando, os mesmo olhos da esperança que mantivera por sempre.

_H-H-Harry... - sibilou, o sangue correndo pelas negras e frias rochas.
Harry se arrastando abraçou a amiga como se ali tivesse a força para ambos não morrerem. Ainda lhe dando um forte abraço se pôs de pé e Hermione também.

Lado a lado, olharam rumo a luz dourada e com os corpos doloridos vagarosamente partiram para vencerem não importava em que lugar, a segunda tarefa do Torneio do Olheiro.

Com extrema dificuldade seguiram pelos rochedos, as mãos dadas, se esfriando a cada passo em que se aproximavam da luz, o frio se tornando voraz, brutal.

Tanto o corpo de Harry quanto o de Hermione tremiam, a luz dourada quando passava por eles os deixava avistar algo bem ao centro daonde ela vinha. Era uma estátua de dragão, aonde em meio as suas duas garras havia uma esfera daonde saia a luz.

_Será que é a esfera? - Harry se aproximando indagou. - O objeto...

_Não - Hermione com a voz mais fraca que nunca respondeu. - Deve ser aquilo...

Harry se virou para ver aonde a garota havia extendido sua mão e enquanto o raio dourado passava sob o objeto, pode avistar um pergaminho sujo e velho com palavras escritas em fogo.

_O pergaminho? - indagou querendo ter a certeza.

_S-Sim...acho que é o pergaminho.

Harry e Hermione partiram rumo ao pergaminho que estava preso a uma estátua não em forma de dragão mas sim na forma de um anjo.

Esperando a luz chegar perto da estátua para poderem ver e apanhar o pergaminho, aguardaram um ao lado do outro mal conseguindo se suportarem em pé.

Assim que a luz realizou meia volta puderam avistar a estátua um pouco melhor iluminada e se aproximando aguardaram o feixe.

_Como será que vamos voltar? - Hermione com sua voz tão fraca que quase se tornara inaudível disse.

Harry não conseguia responder, sentindo que suas pernas cederam por mais um momento avançou alguns passos.

O feixe chegou a estátua de anjo e entre as mãos de pedra apanharam o pergaminho.

No mesmo instante trocaram olhares e as poucas palavras escritas no pergaminho foram se tornando de fogo. Os dois sentiram uma alavanca os puxar pelo umbigo, estavam voltando aos campos, haviam sobrevivido à torre, haviam sobrevivido a morte.

Harry sentiu seu corpo através de uma viagem rápida despencar com agilidade e com uma pancada que parecia ter lhe quebrado todos os ossos caiu nos terrenos, a torre correspondente à Hogwarts ao lado.

_MIRELLA DELAMANGHA E HARRY POTTER SÃO OS PRIMEIROS A CHEGAR, HOGWARTS VENCE A SEGUNDA TAREFA!

Ludo Bagman narrando a chegada de Harry e Mirella teve sua voz abafada pelos berros nas arquibancadas, os cartazes haviam sido soltos, muitos fogos de artificio dispararam para o céu, as arquibancadas se uniam em coros de :

HOGWARTS! HOGWARTS! É ISSO AI!

E depois, ainda mais unidos e mais alto:

MIRELLA E HARRY! MIRELLA E HARRY!

OS NOSSOS CAMPEÕES!

OS NOSSOS CAMPEÕES!

Harry caido no gramado não conseguiu se mexer nem um centímetro sequer. Pode ver muito ao alto, em meio as torres, fogos de artificio brilharem sob a chegada dele e de Hermione.

Minerva, seguida por vários medibruxos do St.Mungus vindo em sua direção.
_O Harry, atendam o Harry - Hermione sob a face de Mirella pediu.

Realmente Harry se via ao extremo, ainda não entendera como sobrevivera a morte, não entendera como Hermione com o feitiço estuporante o lhe dera energia para continuar. Pronto para sair de um de seus maiores pesadelos, fechou seus olhos e deixou que o que fosse para acontecer acontecesse.

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