GRIMM, O VELHO ELFO



CAPÍTULO 36:

GRIMM, O VELHO ELFO


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No mesmo instante que Harry terminou de falar sentiu uma pontada em seu Medalhão e Hermione, ao seu lado, com as mãos levadas a altura do peito, somente fechou seus olhos e desmaiou.
Como que no mesmo momento que Hermione desmaiou assustadoramente no sofá Harry sentiu como se algo estivesse tentando lhe arrancar o coração do peito e Rony tombou tão rápido que pensou, por um instante, que o amigo também fosse desmaiar.
O quadro da Mulher Gorda se afastou naquele momento e um grande grupo de alunos adentrou, ao lado de Tolkien e Nick-Sem-Cabeça, sorridentes e animados, cobertos por uma conversa incessante, à Torre.
_SAIAM! – Tolkien assim que viu Hermione, Harry e Rony passando mal ordenou e toda a Torre de Grifinória imediatamente se afastou - NICK, PEÇA A MADAME POMFREY QUE SE PREPARE, ESTAREI LEVANDO ALUNOS COM SUSPEITA DE VARÍOLA AGORA MESMO!
_VARÍOLA?! - Rony exclamou olhando para Hermione e então desmaiou em definitivo, Gina correndo por entre os alunos para ajudá-lo.
Harry apenas sentiu mais uma forte pontada no peito e então não se lembrou de nada mais além de que sua cabeça tombara no sofá às suas costas.

_Penso estar tudo certo não Rabicho? – uma voz fria e penetrante perguntou vagarosamente e então, uma mão branca e esquelética surgiu em meio a escuridão do quarto.
_Sim Milorde – Rabicho respondeu trêmulo, a mão de prata não mais existente – Eles estarão em casa está noite.
_Ah sim sim – Voldemort murmurou sem interesse, uma grande janela suja a sua frente – Muitas coisas acontecerão está noite – disse em voz baixa admirando sua mão a luz da janela – Estou certo disso Severo?
A figura de Snape mais ao fundo, jovem, fria e odiosa de uma forma pavorosa, apenas assentiu com a cabeça em um curto movimento.
_Certamente estou – Voldemort murmurou friamente – Dumbledore ficara realmente satisfeito, a Profecia enfim será cumprida...
_Se me permite Milorde – Snape disse calmamente – Penso que devo voltar a lembrar que...
_Imagino que isso já esteja claro não? – Voldemort interrompeu bruscamente.
_Certamente que sim, mas...
_Não saber o final da Profecia é algo de completa relevância. Nada que possa tirar minha vida não é mesmo Severo? – e Voldemort desviou um olhar frio e demorado à Snape - Ou que me faça mortal – Rabicho e Snape tremularam diante dessa fala – Eu sei o que pensa Severo – Voldemort prosseguiu suavemente – Ao contrário de tudo, está noite nos trará algo crucial, algo que procuro há muito tempo.
_E o que, e o que seria Milorde? – Rabicho perguntou receoso.
_Nada que os faça mais leal a mim – Voldemort respondeu secamente – Tiago Potter e seu bebê podem trazer a Ravenclaw muitas lembranças únicas... – e Voldemort puxou de suas vestes uma varinha extraordinariamente bela, longa e fina, uma varinha que pareceu, intensamente, brilhar a luz da janela – Já a sangue-ruim sujaria qualquer coisa que tocasse, não poderei matá-la está noite, você fará isso por mim Rabicho, estou certo de que ficara encantado. – Rabicho estremeceu.
_Não seria melhor que eu me encarregasse disso Milorde, Rabicho poderia não conse...
_E porque não Severo? – Voldemort interrompeu admirando a varinha em suas mãos – Todos sabemos que como você, Rabicho nutria uma paixão nunca correspondida por essa sangue-ruim.
_Paixão? – Snape repetiu lentamente parecendo odiar aquele momento.
_Não nos cabe interpretar sentimentos está noite – Voldemort falou e então admirou a varinha de Ravenclaw mais uma vez – Muitos bruxos ficariam honrados e agradecidos em ser mortos por essa varinha, talvez Tiago tenha a consideração de me agradecer... – e a risada fria de Voldemort preencheu o cômodo de forma pavorosa, a varinha de Ravenclaw imponente.

_E então ele contou a mãe que havia conseguido resgatar a princesa do topo daquela torre com apenas uma corda, sem nem ao menos usar magia, pois o amor deles havia os ligado mesmo nos momentos mais distantes e sabe, sabe o que aconteceu quando eles se encontraram novamente? – sob a voz de Lílian os olhos de Harry brilharam em meio as luzes claras do quarto – Eles voltaram a ficar juntos morando no castelo que o pai da princesa havia lhes deixado, e jamais se separaram, unidos pelo grande amor eterno.
Harry sorriu, os olhos correndo pelas figuras no livro sob o colo da mãe. Tiago, parecendo cansado, chegando ao quarto naquele instante.
_Rabicho conseguiu achar os papéis então? – perguntou apanhando Harry no colo com um grande sorriso no rosto.
_Sim – Lílian respondeu fechando o livro e pondo-o na mesa de cabiceira logo ao lado.
_Não sei como no meio de todos aqueles papéis, mas as vezes acho que o subestimo, Aluado sempre me diz isso.
_E convidei ele para jantar, já que Almofadinhas e Aluado também virão, vocês não se unem faz um bom tempo. Sirius não vê Harry há semanas e você sabe como ele é.
_Um padrinho apegado – Tiago disse sorrindo para Harry – Ele ainda não teve filhos e acho que gosta tanto de crianças, vê em Harry uma espécie de filho e ficou tão contente quando o convidamos para ser padrinho.
_Bom, isso me pareceu também, mas aquela moto barulhenta dele me incomoda muito – Lílian disse fechando a janela mais próxima – Não sei como pode gostar tanto daquilo.
_Sirius tem gostos estranhos – Tiago disse mostrando um brasão pendurado no maior espelho do quarto para Harry, aonde podia-se ler “Apanhador” abaixo de um belo pomo de ouro reluzente – Você tem que ser bom como o papai é – cochichou alegre para Harry e então se voltou a Lílian - Pensei que ele fosse se apegar mais a família depois que o irmão dele morreu, mas me pareceu tão indiferente a isso.
_Ele nunca gostou da família dele – Lílian murmurou ascendendo as luzes do corredor logo ao lado – E aquele elfo deles chorou de uma forma muito estranha durante todo o enterro.
_Sirius é contrário a idéia de que Régulos se matou, para ele, a verdade é que Régulos foi morto por um Comensal de Você-Sabe-Quem. Há algumas semanas ele já vinha parecendo querer fugir de serviços entregues a ele, Dumbledore disse que ele estava em pânico.
_Isso me preocupa – Lílian disse voltando ao quarto – A situação toda está muito perigosa, Harry não pode crescer no meio de tudo isso...
_Ele terá de enfrentar como o Ministério e todos nós vemos enfrentando, Dumbledore diz que as coisas melhorarão muito em breve.
_Eu sempre acredito no que Dumbledore diz – Lílian falou calmamente – Mas ele sempre foi muito otimista sobre as coisas, não penso que seja tão fácil.
No mesmo instante que a voz de Lílian pausou um baque surpreendente surgiu do lado de fora, vindo dos jardins de entrada.
_Será que Sirius já chegou? – Tiago indagou indo até a janela para observar quem abrira a porteira de entrada – Não consigo ver daqui, está muito escuro.
_Vá ver quem é – Lílian pediu pegando Harry e indo rumo a janela observar. _Acho que é Lupin – Tiago disse dando uma última olhada pela janela - É alguém bastante alto – e saiu do quarto com pressa.
_Eu espero que tudo acabe bem – Lílian disse à Harry olhando-o nos olhos profundamente – E só sei que isso somente acontecera quando o verdadeiro amor surgir, o amor que reinar dentro do coração de cada um de nós.
Harry sorriu, os olhos verdes-vivo fitados nos de Lílian.
_Você vai ser um grande bruxo – ela falou um pouco mais alegre – Seu pai é muito bom no Quadribol, e sei que você vai ser também.
Naquele momento, como em uma cena que durou poucos segundos, um grito estridente cortou o silêncio da casa e Lílian imediatamente se virou para a porta, subindo as escadarias, em uma velocidade assustadora, vinha um vulto negro, a varinha em mãos, os dedos longos e finos a segurando.
Por um momento tudo pareceu ficar escuro e frio e então Lílian correu a fechar a porta com um baque rápido.
_Nunca se esqueça Harry – ela disse fitando olhos de Harry com um amor único – Somente o amor vai conseguir nos fazer melhor, parar as trevas quando nada mais poder fazer isso, Harry, você é o meu amor – E Lílian colocou Harry sentado no chão, ao lado da cama, como se o quisesse esconder. No mesmo segundo que fez isso a porta se escancarou e a figura cadavérica de Voldemort surgiu caminhando pelo quarto silencioso, a varinha elevada defronte a cama, Harry muito próximo.
_NÃO FAÇA NADA A ELE POR FAVOR! – Lílian pediu e Voldemort apenas disparou um jato que a atingiu fazendo-a cair no chão com poucos ruídos. Os olhos vermelhos e frios em fenda não brilhando naquele momento e muito menos seu rosto se contraindo diante disso. Prosseguindo apenas se voltou à Harry e brandindo sua varinha disparando um jato verde.
Harry apenas ouviu gritos e grandes estouros quando sua cabeça doeu tão intensamente que se levantou bruscamente da cama em que estava na enfermaria.
_Harry?! – Rony exclamou assustado, os cabelos desajeitados, havia estado dormindo até aquele momento – O que houve?
Harry olhou para todos os lados como se pudesse, ali, naquele momento, avistar Voldemort e então respirou como se isso fosse extremamente difícil.
_O que aconteceu? – Hermione perguntou ansiosa - Porque você está tão agitado?
_Eu sonhei – Harry disse ofegante, o coração tão acelerado que era como se fosse maior que seu corpo – Eu sonhei com a noite em que meus morreram, Rabicho era quem iria matar minha mãe – Hermione franziu a testa surpresa.
_Sonhou? – disse realmente impressionada.
_Sim – Harry confirmou ainda muito agitado – Eu não fazia parte, eu só estava vendo tudo, Snape e Rabicho estavam com Voldemort no começo e depois eu era pequeno e estava em casa, mas eu não fazia parte, era como se estivesse assistindo tudo.
_E tem alguma coisa que queira nos contar? – Hermione perguntou como se tudo fosse uma difícil e interessante charada.
_Voldemort usou a varinha de Ravenclaw na noite que foi me matar, ele pediu à Rabicho que matasse minha mãe, mas foi ele mesmo quem atacou minha mãe e eu não consegui ver se ela morreu, ela só caiu e então fui atacado logo em seguida e acordei.
_E o que você sentiu quando foi atingido pela Maldição? – Rony perguntou absolutamente curioso.
_Eu senti uma dor extrema, uma dor que eu só senti quando Voldemort tentou me possuir no Ministério e então ouvi gritos e acho que eram de Voldemort e então muitas coisas se quebrando e acordei.
_Você deve estar confuso – Hermione disse com simplicidade – Mas tudo faz sentindo.
_Os Medalhões – Rony falou em voz baixa – Como a Mione disse, quando os usamos para algo ruim eles nos enfraquecem então acabamos vindo parar aqui. Tolkien sabia que era isso que estava nos fazendo mal, falou sobre a Varíola lá na Torre só para despistar.
_Não podemos usar mais eles – Harry disse percebendo somente naquele momento que não estava mais com o seu – São muito, não sei, muito esquisitos. A dor que eles causam as vezes é quase insuportável.
_Nós vamos ter que continuar os usando Harry – Hermione disse com convicção – Eles são importantes, embora sejam muito, muito perigosos.
_Hum – a voz da Profa.Minerva interrompeu à todos e então ela se aproximou da cama de Harry – Estou certa de que isso não foi devidamente entregue – e mostrou uma carta à Harry – E isso também deve ser entregue – e colocou um pequeno baú dourado, simples, sob a cabiceira da cama – Vejo que já estão melhores não?
Hermione e Rony assentiram, de imediato, positivamente com a cabeça. Harry, por sua vez, nem ao menos respondeu.
_Não se sente bem Potter? – Minerva perguntou fitando-o com aquele olhar professoral que parecia tão restrito à Dumbledore.
_Professora – Harry disse em voz baixa – Eu preciso perguntar uma coisa – Minerva pareceu, por um instante, surpresa.
_Diga Potter.
_A varinha de Ravenclaw – disse e Hermione pareceu realmente interessada – Ela possuía alguma habilidade única, alguma coisa que pudesse atrair há Você-Sabe-Quem?
Minerva pareceu pensar muito pouco para dar essa resposta.
_Essa varinha Sr.Potter é uma das quatro que possue pêlo de unicórnio em sua formação, a de Gryffindor também possuía, varinhas que possuem esse pêlo gozam da habilidade de poder aprisionar almas através de uma magia realmente muito antiga e poderosa. Varinhas como essa se tornam verdadeiras armas de morte quando já possuídas por muitas almas, Você-Sabe-Quem ficaria realmente encantado com uma varinha dessas. Certamente que bruxos de não sangue-puro jamais seriam bem vindos, o que faria com que toda a magia ficasse suja com essa espécie de sangue.
Hermione não pareceu chateada diante disso, pelo contrário, nada do que Minerva dissera parecia acrescentar ao que sabia.
_Porque a dúvida Potter? – Minerva perguntou com as sombrancelhas tão unidas que pareciam formar um gavião.
_Por nada professora, só dúvida mesmo – Minerva encarou Harry por alguns segundos antes de se voltar à Rony e Hermione.
_Madame Pomfrey já os liberou, Potter podera ir mais tarde – Com Hermione e Rony deixando a enfermaria Harry se deitou novamente e quando percebeu o que fazia já estava caminhando de volta a Torre de Grifinória, os alunos agitados andando pelos corredores em meio a várias conversas animadas.
_Triste Potter? – uma voz perguntou de surpresa surgindo detrás de um quadro vazio e a figura de Nick-Quase-Sem-Cabeça se impôs, branco-perolado enquanto cada vez mais o pescoço parecia decapitado.
_Não diria triste Nick – Frei Gorducho surgindo do outro lado falou.
_Tem algo que queira desabafar? – Nick perguntou ajeitando as mangas de suas vestes sem muito interesse.
_Acho que não – Harry disse não muito animado, ser encurralado por dois fantasmas a aquela hora não estava nos seus planos de retorno à Torre de Grifinória.
_Bom, penso que sim – Frei disse e então apontou para uma porta mais a frente.
Harry avançando a abriu e enquanto vários alunos da Sonserina e Corvinal passavam rumo ao Salão Principal Nick lhes cumprimentou adentrando a sala logo em seguida.
_Nós não sabemos o que você está sentindo Harry – falou parecendo um pouco mias interessado no momento – Nós queremos te ajudar, Minerva nos imcubiu a isso.
_Então vocês estão aqui só por ordens? – Harry esbravejou percebendo que tudo somente parecia piorar desde que acordara do sonho com seus pais.
_De modo algum – Frei retorquiu nada aborrecido – Você pode nos contar tudo o que precisar, estamos aqui para te ajudar.
_Então vocês podem começar me dizendo porque Snape traiu Dumbledore e porque ele sempre está dormindo naquele quadro?
_Não temos essas respostas – Nick disse desanimado – Mas sabemos que um ombro amigo é sempre bem vindo.
_Você era muito mais feliz quando chegou à Hogwarts – Frei falou esperançoso.
_Bom – Harry suspirou com desdém – Eu tinha enfrentado pouca coisa até ali, não sabia o que me esperava.
_Nunca sabemos o que nos espera – Nick disse com firmeza – Somente podemos deixá-la acontecer.
_Sabe o que é mais curioso em tudo isso – Harry falou tendo a certeza de que nada até ali melhorara seu humor – É que eu não me lembro do que aconteceu depois do enterro do Dumbledore, eu não sei como todos já sabiam sobre as Horcruxes, bom, quase todos – se corrigiu – Mas todos pareceram saber o mesmo que eu e a única coisa que lembro é que estava conversando com Rony e Hermione perto do lago e quando vi estava em um prédio perto de uma montanha daonde tentaria apanhar a Taça de Hufflepuff.
_Também não tenho resposta para isso – e Nick sorriu quando Dobby surgiu para limpar a sala, na cabeça, vários gorros desajeitados feitos por Hermione.
_Dobby jura, que não, não estava escutando... – e correu a limpar uma das mesas com pressa, um dos chapéus lhe tampando os olhos e os ouvidos.
_Somente saiba – Frei disse sério – Que sempre estaremos aqui quando precisar, nós podemos ir embora a qualquer momento, não estamos mais presos a obrigação de proteger as relíquias dos fundadores, mas não iremos antes dessa guerra terminar, então sempre conte conosco, sempre.
_Com Dobby também... – Dobby disse envergonhado, embora sorridente.

Harry voltou à Torre de Grifinória não muito melhor do que havia saído da conversa com Nick e Frei, somente queria esquecer o que passara aquele dia e adormecer, apenas adormecer.

_A decisão de aplicar o beijo dos Dementadores nos Comensais parece ter dado certo – Hermione comentou caminhando lentamente – Sabe, a Varíola está sob controle, mas isso não impede que a qualquer momento ela se torne um problema real...
_COMENSAIS DA MORTE! - a voz de Madame Rosmerta inundou as frias ruas de Hogsmeade e Harry se virando viu um exército de flechas de fogo sobrevoando o céu rumo a atingir todas as lojas.
_O QUE ESTÁ ACONTECENDO!? - a voz de Lorde Blade surpreendeu à todos e então produziu um movimento com a varinha, que Hermione revelou ser uma espécie de sinal para chamar todos os aurores próximos. - TODOS... - usando o feitiço Sonorus enunciou - DEVEM PARTIR PARA HOGWARTS NESSE EXATO MOMENTO, NÃO SAIAM DE LÁ POR NADA E SEMPRE MANTENHAM VARINHAS EM MÃOS!
_Vão atacar - Harry disse a si e com a ordem de Lorde Blade todos sairam a correr rumo ao castelo de Hogwarts, Rony e Hermione desaparecendo em meio a multidão.
_NÃO FIQUE HARRY! - Tolkien disse e então um exército de aurores surgiu pelas montanhas rumo ao exército de Comensais.
_Isso não estava escrito na nossa história - Lorde Blade sussurrou e então as flechas começaram a atingir as lojas as explodindo em fogo. QUERO AS FLECHAS LONGE DAQUI! - gritou e Harry elevou sua varinha, não sabia quantos bruxos estavam do seu lado e muito menos quantos estariam contra, somente sabia, que mais uma vez, o que tiver de acontecer, aconteceria.
As montanhas imundas foram se preenchendo de bruxos encapuzados e jatos já começavam a disparar por todos os lados quando Harry saiu a correr rumo a luta e ao deixar a figura de muitos aurores para trás sentiu uma forte pancada no peito e uma voz ao fundo gritar: “HARRY!” e quando sentiu que havia voltado ao chão seus olhos pousaram defronte a um elfo doméstico parado ao lado da loja de Penas Escriba, um pergaminho surrado enrolado nas mãos magras.
_PEGUEM TODOS! – a voz de Mcnair gritou em meio há multidão e Harry se levantando foi atingido novamente rodopiando pelo ar até cair em meio a vários aurores que lutavam bravamente.
_AVADA KEDAVRA! – uma voz rouca bradou e Tolkien pulando defornte a Harry desviou o jato com precisão.
_VOCÊ TEM QUE VOLTAR!
Harry apenas se levantou e correu a sair rumo contrário ao da luta, tinha de encontrar aquele elfo.
_CUIDADO POTTER! – a voz de Kim Shaklebolt berrou e quando Harry se virou seus olhos imediatamente correram para o alto no mesmo instante que três flechas o estavam há centímetros de atingir.
Sem reação, Harry apenas viu três jatos de fogo cruzar o ar e indo de contra-ataque as flechas as explodir em pequenas chamas que iluminaram o céu. O elfo que surgira misteriosamente estava, agora, correndo por entre as lojas.
Harry se apressando para o acompanhar virou na Dedosdemel e correndo por entre as árvores distantes chegou próximo a um cercado, o elfo corria, naquele momento, para dentro da Casa dos Gritos.

_ELE ESTÁ ALI! ELE ESTÁ ALI! ESTÁ INDO PARA A CASA DOS GRITOS! – Harry saltou de sua cama no mesmo instante que Rony já se via assustado.
_Quem está aonde? – perguntou olhando para os lados com pavor.
_O ELFO! CADÊ O ELFO?! – Harry gritou acordando Neville e Simas nas camas ao lado.
_Que elfo? – Rony disse absolutamente perdido – Dobby?
_Não – Harry respondeu percebendo que tudo não passara de um sonho – Aquele com o pergaminho, ele foi para a Casa dos Gritos!
_Casa dos Gritos? – Rony repetiu se levantando – Você é quem estava gritando!
_Chame a Hermione – Harry pediu colocando seus óculos – Nós precisamos ir atrás dele.
_Atrás de quem? – Rony indagou confuso.
_DO ELFO! – Harry respondeu calçando seus tênis – RONY, PRECISAMOS PARTIR AGORA!
Harry, temendo perder a chance de encontrar o elfo, saiu a correr do quarto e descendo pelas escadarias com varinha em mãos avistou Lilá adentrando a Torre naquele momento.
_LILÁ! – chamou assustando-a – Eu preciso que você chame Hermione agora!
_Que susto Harry! – Lilá disse aborrecida – Você devia ser mais cavalhe...
_Por favor chame-a agora! – Harry pediu interrompendo-a.
_Certo, faço isso – Lilá concordou partindo para o dormitório feminino. Terminando de se vestir Harry encontrou Hermione na porta de saída do dormitório, parecendo bastante ansiosa e agitada.
_O que aconteceu?! Eu estava dormindo...
_Precisamos ir a Casa dos Gritos agora mesmo!
_QUÊ?! – Rony exclamou.
_Eu sonhei com um elfo, ele estava em Hogsmeade, os Comensais estavam invadindo, ele tinha um pergaminho nas mãos e parecia querer me levar a Casa dos Gritos, me salvou de umas flechas...
_Harry – Hermione o interrompeu com pressa – Você tem certeza disso?
Harry respirou fundo e apenas acenou positivamente com a cabeça.
_Vamos chamar Tolkien e os...
_Não! – Harry exclamou – Precisamos ir agora, é como quando eu vi o pai do Rony, nós precisamos ir...
_Entendi! – Hermione falou não sabendo que decisão tomar primeiro – Mas não conseguiremos deixar o castelo sem o auxílio de um professor, está tudo coberto por magia, não temos como chegar a Casa dos Gri... – Hermione parou no mesmo instante que seus olhos se encontraram com os de Harry e Rony.
_Esqueçam! – Rony disse abruptamente – Não temos como fazer isso!
_Nós vamos fazer! – Harry falou e então correu a descer as escadas.
_Harry, espere... – Hermione pediu mas já estava diante da Mulher Gorda quando foi parar.
_É muito tarde para sair – a Mulher Gorda repreendeu sonolenta – Não posso autorizar essa saída.
_Garanto que Minerva entendera – Harry disse com pressa.
_Somente os deixo passar porque minha função não é prender alunos e sim os proteger – e o quadro se moveu deixando, assim, Harry passar, Rony e Hermione logo atrás, relutantes se o sonho que Harry tivera realmente representasse algo concreto.
_Se Filch nos encontrar estaremos perdidos – Rony disse receoso.
Harry já se via no Saguão de Entrada quando abriu a porta de carvalho e passando por ela partiu em direção ao Salgueiro Lutador, a cabana de Hagrid solitária em meio aos terrenos escuros.
_Não acho isso uma boa idéia – Hermione disse temerosa.
_Nós não conseguimos controlar essa árvore maluca – Rony complementou desacreditado do que fazia – Você parece que não lembra o que ela fez com o Ford Anglia do meu pai, Harry, estou falando com você...
_E estou ouvindo – Harry mentiu e então parou de uma grande distância do Salgueiro Lutador, a lua o velando na noite sem estrelas.
_E agora? – Hermione disse com as mãos na cintura – Como vamos passar?
_Você não sabe nada que possa nos ajudar? – Harry perguntou olhando para os lados com ansiosidade.
_Não – Hermione respondeu brevemente – Dumbledore era muito bom nisso, quero dizer, em passar pelo Salgueiro.
_Não dá para exemplificar com alguém vivo?! – Rony ironizou parecendo aborrecido.
_A Profa.Sprout é a única então – Hermione respondeu olhando na direção das estufas e então seus olhos saltaram de surpresa. – Eu não acredito...
Harry e Rony, no mesmo instante, se viraram para observar o que tanto impressionara Hermione. Inacreditavelmente, verificando com extrema atenção toda a sua plantação de Flavour-Beans estava ali, pessoalmente, a própria Profa.Sprout.
_Você deve estar com muita sorte Harry – Hermione murmurou aliviada.
_Isso me cheira a Félix Félicis – Rony disse e então começou a rumar em direção a área das estufas, aonde quanto mais perto chegavam mais alto podia-se ouvir um assobio alegre, a Profa.Sprout aplicava, naquele momento, grandes doses de água e esterco em suas Flavour-Beans.
_Bom – Hermione disse para Harry e Rony – Vamos chegar de um modo que não a assuste.
Hermione, mais a frente, caminhou lentamente em meio as estufas e dando dois toques na porta de entrada para o jardim aguardou.
_QUEM ESTÁ AÍ?! – a Profa.Sprout perguntou em uma voz forte e direta e então um jato estuporante disparou de sua varinha atingindo Rony no peito, fazendo-o rodopiar e cair adormecido perto das Plantas Espinhosas.
_Somos nós – Hermione disse apressada, assustada com o que acontecera com Rony – Hermione Granger, Harry Potter e...bem, Ronald Weasley, Grifinória.
_Ah sim sim podem entrar – a professora pediu indo até a porta e então seus olhos pousaram sob a figura de Rony caído nos terrenos. – Eu o atingi?
Harry assentiu com a cabeça.
_Por Merlim! – a professora exclamou e lançando um novo jato em Rony o pareceu acordar. – Me desculpe Sr.Weasley, mas nas noites de hoje nada que apareça nas minhas estufas não cheirando esterco é perigoso.
_Nã... – Rony murmurou zonzo quase tombando de novo nos terrenos – A senhora tem uma boa mira.
_Obrigada – a Profa.Sprout disse sem importância – E dez pontos por ter sido o primeiro aluno de Hogwarts a conseguir extrair o veneno de uma Planta Espinhosa com o traseiro.
Rony olhou para trás e viu que havia caído em cima de uma Planta Espinhosa que agora se via murcha enquanto um líquido esverdeado a rodeava.
_Não lhe fará mal – a Profa.Sprout disse casualmente – Veneno de Plantas Espinhosas tem poder curativo se não atingido nos olhos e na boca.
_Professora – Hermione passando o regador falou - Eu sei que a senhora deve achar estranho, mas nós precisamos passar pelo Salgueiro Lutador e sabemos que a senhora sabe como fazer isso sem, bom...
_Se machucar? – a professora completou.
_Sim – Harry disse.
_Certamente que eu e Dumbledore sempre fomos muito bons nisso. Foi meu pai quem plantou o Salgueiro há muitos anos atrás, eu já havia saído de Hogwarts, mas ele me trouxe na noite que fez isso e me ensinou como passar de uma forma bastante natural.
Bons tempos aquele, meu pai foi um Herbologista dos bons ah sim, ele adorava esterco de dragão, acho que herdei isso dele... – e a professora mostrou o saco de esterco que estava usando para adubar as Flavour-Beans. – Bom, penso que certamente não faço a coisa certa, mas confio em vocês e terei muito prazer em aplicar detenções e tirar muitos pontos caso o que estejam planejando fazer seja ruim.
_Garanto que não – Hermione disse sorridente.
_Pois muito bem – a professora falou e então tirou suas luvas de pele de dragão – É um feitiço bem complexo, mas tenho certeza de que me lembro.
Caminhando pelos terrenos rumo ao Salgueiro Lutador Harry, Rony e Hermione pararam distantes.
_O que foi? – a professora perguntou os vendo parar diante do receio e então continuou a caminhar até ficar poucos centímetros do Salgueiro, fora a primeira vez que Harry vira alguém tão próximo não ser atacado. Houve, por um segundo, um flashe da luz atrás da árvore e a Profa.Sprout produziu um relampejo vermelho no mesmo instante que um raio de fogo disparou pelo ar e Harry sentiu seus olhos arderem quando uma cascata vermelha cobriu o Salgueiro e várias luzes no castelo se ascenderam, era uma das coisas mais incríveis que já vira em toda sua vida.
Se dissipando em pequenas chamas, o Salgueiro se viu completamente paralisado como se toda a sua vida houvesse sido retirada.
_Todos sabemos que o que irão fazer é algo muito importante para nós – a Profa.Sprout falou confiante – Mas tenham cuidado. – Harry, Rony e Hermione concordaram com a cabeça e avançando rumo ao Salgueiro ainda impressionados com o feitiço que o paralisara puxaram o nó ao pé da árvore e abrindo o buraco adentraram o corredor completamente escuro guiados apenas pelo Lumus de Harry.
_Eu não me lembrava que precisávamos ficar tão abaixados para passar aqui - Rony comentou incômodo.
_Acho que nós crescemos não é Ronald – Hermione falou calmamente como se explicasse algo a um bebê. – Você ainda mais e acho que o feitiço que recebeu o fez esquecer disso – Rony ficou realmente vermelho com isso.
Poucos minutos após, aonde Harry finalmente conseguiu enxergar uma luz fraca percebeu que havia chegado a porta de entrada da Casa dos Gritos e então ouviu ruídos altos e inquietos, vários murmúrios rápidos e barulhos de passos.
Abrindo a porta um grito preencheu a sala e então um elfo, realmente velho e com cabelos grisalhos e vestes rasgadas surgiu diante de todos. Os olhos azuis aguados bastante impressionantes.
_Eu os esperava – o elfo disse rapidamente, Harry desviou, por um segundo, um olhar à Rony enquanto Hermione se via impressionada ao ver que o sonho de Harry mais uma vez fora, em parte, verdadeiro. – Isso – o elfo disse mostrando um pergaminho bastante envelhecido – É algo que Godric guardou por uma vida toda, e essa noite, penso eu, adoraria que fosse passado ao seu descendente.
_Quem é você? – Rony perguntou abruptamente, aquele elfo lembrava, por muitas semelhanças distintas à Monstro, alguém que Rony não admirava muito.
_Me chamo Grimm, Grimm, o velho elfo, senhor.
_E como você sabe que sou descendente de Gryffindor? – Harry perguntou surpreso.
_Explicações virão depois – o elfo disse sem muito interesse – O que nos importa agora é que precisamos resgatar a Profecia o mais rápido possível, o sangue dentro dela deve se unir ao do descendente, precisaremos de sete almas ainda está noite.
_Harry – Rony cochichou misteriosamente – Esse tal de Grimmer não fala nada com nada, não dê muita atenção a ele.
_Fique quieto Rony – Hermione disse e então se voltou à Grimm, parecia especialmente surpresa pois era a primeira vez que conhecia um elfo que parecia se comportar como humano em completo. – Sete almas seriam o que Grimm? – perguntou.
_Sete bruxos de habilidades e destrezas diferentes, sete bruxos que possam formar uma sociedade está noite, precisaremos passar por algo realmente perigoso para chegar a Profecia...
_E porque o sangue da Profecia deve ser trocado? – Rony perguntou desconfiado.
_Vocês entenderão quando ouvirem o conteúdo da Profecia – Grimm respondeu andando de um lado para o outro e então entregou o pergaminho surrado à Harry – Você deve ler isso primeiramente... – no mesmo instante que Grimm estendeu o pergaminho à Harry, seus olhos percorreram as poucas linhas e uma voz imediatamente surgiu mais atrás.
_O que vocês estão fazendo aqui?

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