R.A.B



CAPÍTULO 35:

R.A.B


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Como se cada pedaço do corpo estivesse presa nas memórias mais profundas e nas perdas mais recentes Harry mergulhou no seu próprio desespero buscando alguma resposta que pudesse lhe levar realmente aos sentidos mais ilimitados e sóbrios.
Naquela noite, deitado em sua cama, seus pensamentos voavam distantes, o que Dumbledore diria de todas as tentativas frustradas de captura da Profecia de Gryffindor e da outra metade da Varinha de Ravenclaw, o que diria do sucesso na destruição da Taça da Varinha de Hufflepuff, o que diria ser R.A.B e o que diria sobre a sala com o espelho de Ojesed que encontrara no Ministério, o que diria se ouvisse os gritos em seu peito, o que diria se sentisse a dor nos olhos, o que diria se ao passar dos dias não pudesse amar quem tanto amasse, não pudesse voar pelo céu sem o risco de apanhar uma doença mortal, o que diria de desse um grito para acordá-lo em seu quadro, o que diria se apenas confiasse em si mesmo e continuasse a seguir seus caminhos, diria o certo, e apenas isso, o certo.
Havia tantos caminhos a serem seguidos que Harry se via, agora, em meio a um castelo sem saída. Rony estava fortemente machucado pela doença de sua mãe e Hermione estava tão frustrada, mas tão brilhante, que Luna parecia poder ser vista por detrás de seus olhos.
Muitas das paredes de Hogwarts gritariam se pudessem, nunca, uma situação parecia tão grave como agora, tão ameaçadora e tão perigosa. Uma guerra explodiria a qualquer momento e cada um teria de provar sua própria verdade, defendendo sangue que insultara, defendendo quem tanto odiara, defendendo amores, defendendo e limpando as lágrimas do rosto, as lágrimas do coração.
Harry, preso e perturbado em meio a essa realidade, apenas se virou em sua cama e viu a figura de Rony deitado em sua cama, algo dentro de si dizia que não o veria por mais muito tempo, mas sempre sentira aquilo, desde que o conhecera no Expresso de Hogwarts.
Tentando lutar consigo mesmo, fechou seus olhos e adormeceu, adormeceu na tentativa de aliviar a dor dos pensamentos, mas principalmente da alma.

_EU NÃO CAI! – Luna gritou e ela despencava por em meio a uma tempestade de luzes e som como se jamais fosse chegar ao fim. – EU NÃO PULEI DO VÉU! HARRY, VOCÊ PODE ME OUVIR?
Harry sentiu seu coração disparar e sua voz preencheu a tempestade.
_Eu posso – disse acossado – EU ESTOU AQUI LUNA!
_GUARDE O ESPELHO! GUARDE, ELE COM A POÇÃO DA DOCE ALMA VAI NOS GUIAR PARA O OUTRO MUNDO, HARRY, EU ESTOU VIVA, EU ESTOU NO NOSSO MUNDO!
Harry viu a figura de Luna sumir diante de seus olhos e quando piscou novamente havia caído em frente a uma porta, uma porta que não conseguira abrir quando fora resgatar Sirius no Ministério.
_Ela somente será aberta quando você estiver preparado para ver e sentir o que há dentro dela, isso somente dependera de você amadurecer, você será muito maior para suportar algo tão mais terrível que a morte e sentira coisas que nunca esperou sentir.
Harry se virou e a figura de Luna parada às suas costas lhe impressionou, ela parecia tão amalucada como quando a encontrara pela primeira vez no Expresso de Hogwarts.
_E o que tem detrás dessa porta?
Luna piscou os olhos e uma gota caiu de seu rosto, uma gota dourada, e ela, por um momento fascinante e completamente incrível se transformou em um pó que voou por todos os lados e desapareceu por debaixo das portas.
_Nossa – Harry suspirou para si – Mas o que foi isso?


Na manhã seguinte, a manchete que estampou a primeira página do Profeta Diário pareceu produzir um choque surpreendente em Corvinal.

TORNADOS DE TUTSHILL DESAPARECEM MISTERIOSAMENTE!

_Isso só pode ser brincadeira! – um garoto magricelo na mesa ao lado de Grifinória exclamou para si – Eles estavam em primeiro lugar na temporada, os Flechas de Appleby haviam sido derrotados só agora e do nada resolveram sumir, tem algo errado aí!
_Um momento por favor – Minerva pediu se pondo de pé e o salão se quietou imediatamente. – Ao retornarem aos seus dormitórios, os oito campeões encontrarão um envelope sob suas camas, nesse envelope está descrito o cargo que cada Campeão devera assumir no Ministério assim que concluírem seus anos letivos, o Ministério foi bem generoso e cargos de importância muito elevada foram oferecidos...espero que saibam aproveitar a oportunidade e tenham boas aulas juntamente com um bom dia.
_Tinha me esquecido – Hermione sussurrou tomando um gole de suco de abóbora – O Torneio do Olheiro oferece a seus Campeões um cargo no Ministério correspondente as suas maiores qualidades destacadas nas tarefas, você não deve ter ficado sabendo – ela olhou para a mesa de Corvinal rapidamente – Mas o Olheiro do Torneio, ou seja, aquele que avaliava as habilidades de cada um para encaminha-los ao cargo, era Amos Diggory, pai do Cedrico, foi revelado assim que a última tarefa acabou, mas como você estava na cena do crime do Scrimgeour não deve ter ouvido.

No final da aula de Defesa Contra As Artes das Trevas, aonde, pela última vez, os Khazads haviam sido mostrados, Lupin chamou Harry, Rony e Hermione, o que seria uma ótima oportunidade para Harry lhe dar o recado da Sra.Weasley.
_Não podemos nos demorar – ele disse - Alastor e eu verificamos o Medalhão no Largo Grimmauld e...
_O senhor já sabe então? – Harry disse calmo fechando sua mochila – Pensei que ainda...
_Ah não não – Lupin falou de forma casual – Encontrei Arthur quando fui ao Largo Grimmauld ontem e ele me contou tudo. Bom, de toda forma, o Medalhão estava vazio, tivemos de usar uma poção que revertesse o feitiço do “Adesivo Permanente”, mas nada que nos fizesse desistir.
_E não havia nada mesmo dentro? – Rony perguntou ansioso.
_Esse é o problema – Lupin falou – Monstro nos disse que R.A.B destruiu o que havia.
_E foi um engano – Hermione disse pensativa – Porque o Medalhão é um Horcruxe falso, assim como a Pedra da Taça de Slytherin, ou seja, no final das contas R.A.B destruiu inutilmente.
_Isso mesmo – Lupin falou – Tolkien está verificando um lugar perto de um suposto orfanato aonde tudo indica que Você-Sabe-Quem esteve assim que deixou Hogwarts, parece que ele visitava uma bruxa residente lá e que hoje, não é vista mais por ninguém, mas que não está morta, somente não se expõe, vocês devem sempre estar preparados para uma nova busca.

Ao saírem da sala de Defesa Contra as Artes das Trevas Hermione foi abordada por uma bruxa realmente apressada.
_Srta.Granger – ela chamava olhando por cima de seus óculos escuros – Srta.Granger?
Hermione trocou um olhar com Harry e Rony e avançou.
_Sim, sou eu – disse desconfiada, embora seu tom parecesse entediado.
_Que prazer! – a bruxa exclamou estendendo sua mão para cumprimentar Hermione. – Imagino que eles sejam seus amigos certo?
_Sim – Hermione simplesmente respondeu – O que a senhora deseja comigo?
_Muito bem – a bruxa falou sorridente apanhando um diário enorme de uma bolsa pequena e logo em seguida uma pena fina e muito longa – Me chamo Anita Balgshot e escrevo para o Profeta Diário – Hermione revirou os olhos por um instante – Vim, porque gostaria de marcar uma entrevista com a senhora para falarmos sobre o Fundo de Apoio e Libertação dos Elfos Domésticos – Hermione arregalou os olhos de uma forma tão brusca que Susana Bones da Lufa-Lufa se assustou quando passou logo ao lado e a viu tão surpresa.
_Você está bem Hermione? – ela perguntou preocupada – Realmente bem?
_Estou – Hermione disse abobada – Muito, obrigada Susana.
_Certo – a menina disse desviando um olhar a Anita e partindo.
_Pelo que sei se chama F.A.L.E não? – Anita perguntou.
_Exatamente – Hermone respondeu disposta.
_Muito bem, poderíamos marcar uma entrevista para falar sobre isso?
_Claro – Hermione disse agora sorridente.
_Semana que vem?
_Está ótimo!
_Então nos vemos em poucos dias Srta.Granger, foi um prazer conhecê-la! – e Anita estendeu sua mão para se despedir de Hermione.
_Foi um prazer! – e Anita partiu anotando em seu grande diário uma data em meio a várias.
_Finalmente reconhecido! – Hermione exclamou. – O F.A.L.E agora vai para frente!
_Pensei que você tinha desistido – Rony sibilou desviando de um grupo de garotos da Corvinal.
_Nunca – Hermione contrapôs – Tenho deixado os gorros na cozinha agora, acho que só Dobby tem limpado a Torre de Grifinória, então só poderia libertá-lo, é preciso atingir à todos, um lugar aonde todos sejam pegos.
_Você não têm colocado os gorros debaixo do travesseiro deles não é? – Rony indagou em um tom animado.
_Não – Hermione respondeu não tão ofendida – O dormitório dos Elfos é perto da Torre Comunal da Lufa-Lufa, então ele também é protegido pelos encantamentos postos pela Hufflepuff naquela área.
_Todas as casas tem isso? – Harry perguntou sem muito interesse.
_Sim – Hermione disse – No Hogwarts: Uma História diz que cada Torre Comunal é protegida por encantamentos postos pelos próprios fundadores, Godric escolheu um quadro para proteger a Torre de Grifinória, a da Corvinal fica na parte oeste do castelo, parece que é protegida por um Trasgo de pedra realmente pavoroso. Um Trasgo realmente grande que têm o poder de se transformar em uma estátua e logo em seguida, de atacar os seus oponentes da forma mais brutal possível.
_Ainda bem que tivemos de ir à Torre da Sonserina aquela vez – Rony murmurou ficando vermelho - Imagina se esse Trasgo nos pegasse, alguém ia se machucar feio, ainda mais porque nem sabíamos disso.


Assim que a aula de Feitiços acabou e Rony acompanhou Hermione até a cozinha, Harry decidiu partir para os terrenos de Hogwarts, tentar pensar sobre qual lugar mais uma Horcruxe poderia ser encontrada.
O céu parecia tão lustroso e tão brilhante com todas aquelas estrelas e o campo parecia, apenas, verde e seco, com suas folhas leves e fortes voando acima de todas aquelas torres, as mesmas torres sóbrias e escuras. O ar tão gelado e tão convidativo que sentir os cabelos voarem não parecdia fazer tanto sentido quanto andar sem saber que rumo tomar, qual destino seguir, assim como o mais belo dos pássaros que sobreavam as copas das árvores, não havia nada para pensar senão admirar os fantásmagóricos e solitários navios de Durmstrang, quem sabe os belos cavalos alados de Beauxbatons, quem sabe apenas a lula no lago, ou não fazer nada além de deitar na grama e fechar os olhos, adormecer, sonhar, flutuar até o mais escuro dos mares, até a mais profunda dor em seu coração.
_Você deve estar se sentindo como eu - a voz de Gina suspirou mais atrás e Harry sentiu algo como uma chama dominar seu peito, ela parecia tão bela e tão incrível que por um momento pensou que jamais a mereceria.
_Então você deve estar se sentindo muito sozinha.
_E estou - Harry sorriu e quando se deu por si, as estrelas pareciam cegas diante do abraço em que estava envolto.
_Eu sei que só podemos ter esse abraço – Gina suspirou ainda presa no abraço – E sei que vai ser assim por muito tempo, mas eu só queria te ver.
_E eu também – Harry falou e então se separou de Gina, ficando à poucos centímetros de seu rosto, a respiração abafando o frio, o calor queimando as distantes folhas secas, aquele olhar inundando todas as torres sóbrias e tristes – Mas logo vai acabar.
_E se pegarmos a Varíola?
_Não vamos – Harry disse e sorriu – Algo me diz isso.
_Eu confio em você – Gina disse e então ela fechou os olhos para conter o desejo de um beijo – Nós somos fortes não?
_Somos – Harry falou e sorriu novamente, Gina também sorrindo – E estamos quebrados também não é?
_Quebrados, muito quebrados – Gina disse – Eu poderia dizer que te amo, mas acho que não preciso.
_Bom, isso está escrito nos seus olhos.
_E isso nos seus.
_Eu preciso de você – Harry suspirou e seu coração acelerou, algo como uma chama nascia em seu estômago, nascia e subia pelo seu peito e parecia queimar sua garganta. Suas mãos agora em meio as de Gina. – Mas não posso ter você. – Gina pareceu decepcionada por um momento. – Eu daria tudo pra te ter.
_Não precisa muito – Gina disse – Mas você é o herói dessa história não?
_Herói?
_Sim – Gina sorriu – Dessa minha, da nossa, você é o Herói dessa história.
_E esse Herói se dá bem no final? – Harry perguntou animado.
_Bom – Gina suspirou delicadamente, o seu perfume aprisionando Harry – Eu não terminei de viver a história para saber, e sabe, ela não está escrita em algum pergaminho, senão Hermione já teria me dito – Harry riu muito disso - Mas acho que podemos ter um Herói muito feliz nesse final.
_E o que ele tem que fazer para se dar bem?
Gina olhou para as estrelas.
_Me fazer voar acima de todas essas estrelas.
_E o que a princesa dessa história diz agora?
Os olhos de Gina brilharam.
_Que ela está acima das estrelas – Gina deu três giros pelos terrenos olhando para as estrelas, os braços estendidos, os cabelos vermelhos riscando a negra noite – Acima da lua, do sol, das nuvens, do desconhecido... – Harry correu a abraçá-la novamente.

_HARRY! – Hermione disparou assim que voltou à Torre de Grifinória – A RESPOSTA PARA R.A.B! – Harry paralisou – Lupin disse que Monstro revelou que R.A.B havia destruido o interior do Medalhão, isso quer dizer que ele deve saber quem é R.A.B!
_Eu já disse que duvido disso – Rony falou surgindo mais atrás – Mesmo que soubesse Monstro não iria falar assim, do nada.
_Não seja tolo! – Hermione lhe repreendeu – Monstro obedece à Harry esqueceu?! – Rony sobressaltou as sombrancelhas no mesmo instante que Tolkien adentrou à Torre de Grifinória.
_Professor! – Hermione exclamou – O senhor pode nos dar permissão de ir até o Largo Grimmauld?
_Fazer o quê lá? – o professor disse surpreso.
_Tentar descobrir definitivamente quem é R.A.B! – Hermione respondeu estranhamente apressada. Tolkien como sendo Diretor da Casa de Grifinória poderia, naturalmente, liberar essa rápida saída.
_Posso permitir, mas temo que não devam demorar e evitem que alguém os veja, Minerva até aceitaria, mas acho que gostar não seria a palavra certa.
_Tudo bem – Harry disse – Não vamos demorar.
_Certo! – Hermione assentiu.
_Então podem ir – Tolkien falou e então partiu para a área dos dormitórios.
_Tudo bem – Hermione disse e jogou um pequeno saquinho vermelho para Harry e outro para Rony. - Vamos precisar disso – falou e passou pelo quadro da Mulher Gorda rumo a uma sala vazia que existia muito próximo dali, aonde poderiam usar o pó de flú.

Cinco minuto mais tarde, Harry chegava à cozinha fria do Largo Grimmauld abrindo o saquinho vermelho, aonde estava o seu Medalhão.
_Vamos usar isso? – Rony indagou temeroso.
_Sim – Hermione concordou e então a porta da cozinha se abriu revelando a figura de Monstro carregando uma caixa de madeira cheia de objetos velhos.
_A escória destruiu o Medalhão, mas eles não destruirão mais nada, Monstro vai proteger, Monstro vai guardar as relíquias da minha senhora...
_Monstro! – Harry exclamou e o elfo com o susto jogou a caixa para o alto fazendo com que todos os objetos dentro dele fossem esparramados por toda cozinha.
_Eles chegaram minha senhora, Monstro, a sangue-ruim está com ele...
_Monstro – Harry disse se aproximando – Eu preciso saber de uma coisa – Monstro revirou os aguados olhos cochichando algo para si que Harry não conseguiu ouvir – Quem é R.A.B?
Monstro tampou sua boca em um movimento bastante rápido.
_Não... – ele disse para si mesmo – Não posso...Monstro não pode dizer, Monstro.
_Você vai dizer – Harry se impôs – Eu ordeno que você me diga quem é R.A.B!
_É o pequeno Régulos senhor – Monstro disse e Hermione pareceu decepcionada – Régulos Arcturus Black.
_Suspeitava – Hermione sussurrou – Na verdade não é Régulos – ela disse.
_Como assim? Monstro não pode estar mentindo para Harry pode?
_Não Rony, não pode, ele está falando a verdade. Mas veremos isso depois, primeiro, vamos colocar os Medalhões – e ela mesma colocou o seu. A exemplo, Harry e Rony também, Monstro parecendo cobiçar cada um com um desejo desenfreado – Agora Harry – e ela se voltou à Harry – Peça para que ele nos leve ao porão do Gringotes.
Harry encarou Hermione por alguns segundos.
_O quê? – murmurou pensando que não entendera muito bem.
_Isso mesmo – Hermione falou – Peça à Monstro que ele nos leve ao porão do Gringotes, somente elfos e duendes podem entrar lá, a outra metade da Varinha de Ravenclaw pode estar lá.
Harry não sabia exatamente se o que fazia estava sendo certo, mas como Hermione sempre sabia o que fazer, se voltou à Monstro.
_Nos leve ao porão do Gringotes.
_Senhor – Monstro rugiu – Monstro, humanos não podem entrar lá, humanos são tragados pelo túnel...
_Tunel? – Rony repetiu assombrado – Isso não parece bom.
_Humanos não podem entrar mesmo – Hermione admitiu – Mas nós temos isso – e ela mostrou o seu Medalhão – Tenho certeza que você sabe qual a força disso não Monstro.
Monstro ignorou Hermione evitando até mesmo olhá-la.
_Nos leve então! – Harry ordenou e Monstro em um movimento extraordinariamente rápido agarrou o braço de Rony, Hermione e Harry.
Naquele mesmo instante, Harry sentiu algo queimar perto do seu pulso e então seus olhos se fecharam automaticamente quando um brilho intenso surgiu a sua frente.
_UAU! – Rony exclamou demoradamente e Harry aos poucos voltou a abrir os olhos, estava no lugar mais claro e brilhante de toda sua vida.
Por todos os lados galeões e enormes estátuas de cristal, armaduras reluzentes e lustrosas, rubis, taças, cálices, pratos e ovos de ouro, serpentes e dragões de vidro presos no topo de capacetes do mais caro crista mágicol.
_Isso é o túnel? – Rony indagou e Harry se virou, havia, ali, uma grande arredoma feita de pedras claras aonde mais atrás podia ser vista uma parede de fogo, uma parede, que embora na qual estivesse muito próximo não parecia aquecer ao seu redor.
_Monstro conhece essa espada, ah sim, conhece – o elfo disse em voz baixa apanhando uma espada realmente muito parecida com a de Gryffindor, com os dizeres Salazar Slytherin cravados ao longo dela, era, nitidamente, mais curta e mais bonita que a de Gryffindor e parecia do tamanho exato para perfurar qualquer corpo humano de fora a fora.
_Isso aqui parece uma loja de artigos roubados – Rony disse andando por entre os galeões que faziam camadas e mais camadas sob o chão – Fred e Jorge não acreditariam se lhes contasse.
_Todas as maiores preciosidades mágicas estão guardadas aqui – Hermione disse apanhando uma taça realmente lustrosa – Pesquisei muito e admito que fomos arriscados ao vir até aqui, embora confiasse nesses Medalhões.
_Você acha que Voldemort pode ter colocado alguma Horcruxe aqui?
_Somente se for a outra metade da Varinha de Ravenclaw – Hermione respondeu – Como a Profecia cega e fere a quem a enxerga ou toca, a qualquer distância ela já teria sido detectada, sem contar que é algo de uma magia muito extrema, os duendes já teriam percebido, agora, um pedaço de Varinha no meio desse ouro todo não é nada além de acaso.
Harry, assombrado com tanto ouro avançou alguns passos no mesmo instante que seu Medalhão brilhou e uma explosão de fogo aconteceu muito distante, em meio a várias armaduras de cristal.
_O que está acontecendo?! – Rony exclamou e seu Medalhão também começou a brilhar.
_O guardião – Monstro disse e sua voz quase foi abafada por uma nova explosão de fogo e por um segundo impressionante um dragão de fogo surgiu diante de todos.
_HERMIONE, O QUE É ISSO!? – Rony disparou. – NÃO ESTOU GOSTANDO DISSO! – e ele correu a se proteger atrás de uma estátua de vidro realmente grande.
_NÃO SE PREOCUPEM! – Hermione disse, o seu Medalhão saltando estranhamente – ELE NÃO PODE NOS ATINGIR! – o dragão mergulhou pelo ar no mesmo instante que Harry sentiu seus pés sendo arrastados e tombando caiu de queixo em meio a vários objetos brilhantes, os galeões voando por todos os lados com a proximidade do dragão.
Sendo arrastado para trás Harry desviou um olhar e viu que a parede de fogo os estava puxando em sua direção.
Sentindo uma mão segurar seu ombro olhou mais atrás e a espada de Salazar surgiu sendo segurada por uma outra mão muito enrugada e pequena. Monstro estava às suas costas sendo puxado, o nariz trombudo dobrado enquanto tentava não ser tragado de forma definitiva para as chamas mais atrás.
_O QUE É ISSO?! – Rony berrou e o dragão se preparou para atacar quando Harry reparou que a parede de fogo já estava na sua cintura e não sentindo nada foi sulgado por ela, a espada de Salazar caindo em meio aos cálices de ouro.
Fechando os olhos por um instante viu que estava na cozinha do Largo Grimmauld, a figura de Monstro correndo rumo ao corredor principal.
_Deixe ele ir – Harry disse quando Rony puxou sua varinha. – Hermione – e se voltou para a amiga – O que foi aquilo?
_Aconteceu o que temia – Hermione respondeu parecendo muito confusa – Lembrem-se que os Medalhões somente são protetores de verdade quando os usamos para o bem e invadir o porão do Gringotes é considerado algo ruim, e se tivéssemos achado a Varinha, levar ela seria roubo e então não conseguiríamos.
_Mas porque eles estavam brilhando tanto? – Rony perguntou completamente despenteado.
_Porque estava nos avisando sobre o perigo – Hermione falou – E fazer isso foi ruim para nós – ela disse com pesar – Esses Medalhões envenenam a alma se usados para algo ruim...
Rony desviou um olhar para Harry.
_Somente dois bruxos podem realmente entrar naquele porão – disse em meio ao silêncio da cozinha.
_Você-Sabe-Quem e... – Hermione começou.
_Dumbledore – Harry completou.
_Mas Dumbledore... – Rony questionou.
_Se realmente estiver naquele porão nós acharemos um modo de chegar lá – Hermione disse – Falaremos com Moody e o restante, eles saberão o que fazer.
_E R.A.B? – Rony disse muito agitado – É Régulos ou não?
_Vamos voltar para Hogwarts e ver isso – Hermione suspirou rspirando fundo.
_Ver com que? – Harry perguntou.
_Com o Diário do Dumbledore – ela respondeu.

Poucos minutos depois de voltarem à Hogwarts, Harry apanhou o Diário de Dumbledore e se sentando entre Rony e Hermione em frente a lareira se voltou a amiga para saber o que fazer.
_Leia primeiro o que diz o bilhete Harry – ela pediu e Harry apanhou o bilhete em meio ao Diário:

"Ao Lorde das Trevas,
Eu sei que estarei morto muito antes de você ter lido isto, mas eu quero que você saiba que fui eu quem descobriu o seu segredo. Roubei o verdadeiro Horcruxe e pretendo destruí-lo assim que eu puder. Encaro a morte com a esperança de que, quando você encontar seu igual, você esteja mortal novamente.
R.A.B."


_Está muito claro – Hermione disse com um pouco de pesar – R.A.B significa Régulos Arcturus Black, mas só o nome foi usado, na realidade, R.A.B é Dumbledore.
Harry, naquele momento, deixou que o Diário caísse de suas mãos, algo pareceu prender em sua garganta como se o quisesse sufocar.
_Claro que não! – revidou com a voz fraca – Não faz sentido.
_Não pode ser – Rony discordou completamente, ele parecia pensar que Hermione estava um tanto perturbada com as tantas coisas que vinham acontecendo e isso a vinha fazendo dizer e provocar coisas estranhas.
_O final da primeira frase já revela – Hermione se manteve inalterada diante da repreensão – Quando diz: “...mas eu quero que você saiba que fui eu quem descobriu o seu segredo.” Harry, você sabe que isso faz sentido. Você nos disse que Dumbledore, mesmo sendo um homem extremamente sábio, descobriu sobre as Horcruxes apenas muito pouco tempo antes de te contar e somente foi ter a certeza quando viu aquela memória do Slughorn falando com Você-Sabe-Quem sobre o assunto, isso quer dizer, naturalmente, que se Dumbledore que é o mais sábio demorou tanto tempo para descobrir, ele foi o primeiro a revelar o segredo de Você-Sabe-Quem, no caso, as Horcruxes. Dumbledore descobriu esse segredo, foi ele quem descobriu as Horcruxes, ninguém mais antes.
Harry sentia como se alguma criatura estivesse nascendo dentro de seu estômago e andando de lá para cá. Fazia completo sentido.
_Quando ele diz: “Eu sei que estarei morto muito antes de você ter lido isto...”, você mesmo nos disse que viu Dumbledore discutindo e ordenando algo à Snape na orla da Floresta Proibida aquela vez, eu acredito que Dumbledore não queria prejudicar Snape, que estava preso sob o Juramento Inquebrável com Narcisa, e aquela noite, estava lhe ordenando que acontecesse o que acontecesse que ele fosse até o fim, pois não queria que o Juramento se voltasse contra Snape.
Dumbledore sabia de qualquer modo que morreria, pois se Draco não fizesse, ele forçaria Snape a fazer só para cumprir o Juramento, preferia morrer a ter de sacrificar Snape, então, ele sabia que estaria morto antes de Você-Sabe-Quem encontrar o bilhete.
_Mas e o Medalhão falso? – Rony perguntou completamente estufefato e boquiaberto.
_Dumbledore levou um Medalhão falso, idêntico ao original, com esse recado dentro – Hermione respondeu – Ele pretendia trocar quando apanhasse o original, mas então ele teve de tomar a poção e por isso ficou muito fraco e não trocou, trouxe de volta o falso e foi esse que Harry encontrou aquela noite. O Medalhão falso que seria posto na caverna com a mensagem sob o assinado das iniciais R.A.B.
_Mas porque ele usou o nome de Régulos? – Harry perguntou.
_Calma, vamos chegar lá – Hermione disse – No mesmo bilhete diz: “...Roubei o verdadeiro Horcruxe e pretendo destruí-lo assim que eu puder”. A intenção de Dumbledore era apanhar o verdadeiro e deixar o falso. É claro que fica tudo mais evidente nessa parte: “Encaro a morte com a esperança de que, quando você encontrar seu igual, você esteja mortal novamente”; Ou seja, ele sabia que morreria de qualquer maneira, mesmo não bebendo a poção, pois não sabia que precisaria fazer isso, mas morreria por Snape e quando encontrasse seu “Igual”, que seria, no caso, você Harry, ele estivesse novamente mortal. Somente uma pessoa chegaria a essa conclusão, a conclusão de que o “Igual” é você Harry, apenas quem ouviu a Profecia feita por Sibila, uma mesma Profecia na qual somente você, Dumbledore e Sibila ouviram inteira e na qual Snape ouviu pela metade e contou essa metade à Você-Sabe-Quem. Dumbledore o considera Harry, “Igual” à Você-Sabe-Quem, sendo assim, ele espera, enfrentando a morte, de que quando você ficasse cara a cara com V-Voldemort de novo ele esteja mortal.
Harry nem ao menos piscava diante da surpresa que invadia seu peito.
_Mas Dumbledore pegou o Medalhão no fundo da bacia, eu vi! – afirmou.
_Claro que sim – Hermione disse – A Sra.Weasley nos disse, na última visita que fizemos, que Lupin procurava um Medalhão que havia sido levado para o Largo Grimmauld logo após o enterro do Dumbledore, devem ter achado esse Medalhão nas vestes do Dumbledore e levado para lá, então Lupin descobriu e foi até lá com Moody averiguar se era realmente um Horcruxe, descobrindo mais tarde que era falso.
_Mas então R.A.B destruiu o que havia dentro do Medalhão?
_Sim, Dumbledore chegou a destruir o que havia dentro, como era um Horcruxe falso não devia ser algo realmente muito poderoso, o que não precisou de muita força por parte de Dumbledore, que já estava debilitado por causa da poção.
_Mas Lupin disse que eles tiveram que usar uma poção para romper o feitiço do “Adesivo Permanente” – Rony sibilou.
_Certamente o Medalhão, mesmo não sendo um verdadeiro Horcruxe, é algo repleto de magia negra pois Voldemort o usou como uma “rota”errada, então o protegeu de uma forma bem complexa, algo que para Dumbledore, que possuía amplo conhecimento de feitiços, não deve ter sido tão difícil desvendar.
_Até agora concordo – Harry disse – Mas porque ele usou o nome de Régulos?
Hermione respirou fundo e olhou para as chamas na lareira.
_Por sua causa Harry – ela respondeu – Para te proteger. Usando o nome de Régulos, um antigo Comensal de Você-Sabe-Quem, morto por estar começando a renunciar as ordens de V-Voldemort, devido ao seu pânico diante do que tinha de fazer, Dumbledore despistou qualquer chance de Você-Sabe-Quem pensar que R.A.B, na verdade fosse o próprio Dumbledore, o que traria problemas à você.
_E porque? – Rony indagou.
_Porque Dumbledore e Harry eram muito íntimos, mais do que qualquer relação aluno professor e se Dumbledore soubesse do segredo de Você-Sabe-Quem, ele imediatamente contaria à Harry e ambos saberiam, então, com Dumbledore morto e somente Harry sabendo a verdade sobre as Horcruxes, V-V-Voldemort iria querer matar, a qualquer custo, a aquele que ameaçava sua imortalidade, Harry. Deixando com que Você-Sabe-Quem pensasse que Régulos houvesse escrito o bilhete, e estando morto agora, não seria uma ameaça.
_Régulos morreu há muitos anos – Harry falou – Sirius me disse uma vez. Com Dumbledore sugerindo a mensagem ser de Régulos, isso eliminaria qualquer suspeita sobre eu saber também algo sobre o segredo, até mesmo porque Régulos morreu no mesmo ano que eu nasci, o que torna impossível, mesmo se ele fosse o verdadeiro R.A.B de me contar a verdade. Dumbledore foi genial.

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