Flagrante
Aquele com certeza não era o dia dela, havia acabado de chegar de uma missão pela Ordem e encontrara Lupin de extremo mau humor, pelo marido ela não faria mais missões ficaria apenas cuidando de Alvo, não que achasse ruim cuidar do filho, aliás, cuidar do filho era uma das coisas que ela mais amava fazer, mas ela não podia deixar de lutar por um mundo melhor, para que seu filho não tivesse que crescer num mundo onde a guerra era uma realidade constante, e se já não bastasse o mal humor de Lupin ela ainda fora obrigada por Molly a juntar todas as roupas sujas nos quartos da casa, será que Molly fazia idéia de quantos quartos existiam naquela casa? No momento ela estava no quarto de Harry mais especificamente no banheiro do quarto dele pegando as roupas no cesto, de todos os quartos dos jovens que ali moravam o quarto mais organizado era sem dúvida o de Harry, até mesmo Hermione que era tão organizada tinha deixado o quarto bagunçado com as roupas sujas todas espalhadas.
- Droga! A Molly me paga. – praguejou Tonks, já estava cansada e não tinha ido nem na metade dos quartos, os membros da AD se mudaram definitivamente para a sede, pois os pais destes tentaram impedi-los de lutarem, após saberem das primeiras baixas que a AD teve. Tonks ouviu um barulho na porta do quarto e se virou para cumprimentar o garoto, mas se surpreendeu ao vê-lo entrar em companhia de Gina, então ela se escondeu parcialmente atrás da porta do banheiro, Tonks estava extremamente desconfiada daqueles dois e por isso resolveu ouvir a conversa deles para tirar de uma vez por todas aquela dúvida da cabeça.
- Está quase na hora. – disse Gina com um suspiro cansado sentando-se no parapeito da janela.
- É eu sei. – concordou Harry ficando de frente para Gina a olhando nos olhos. – Mas não se preocupe estamos preparados, não vamos perder.
- Eu sei disso. – falou Gina passando a mão no rosto de Harry com extremo carinho e para a surpresa de Tonks que esperava que Harry corasse e se afastasse este apenas pegou e beijou a mão da garota.
- Então o que a preocupa? – falou Harry sem soltar a mão da garota.
- Tenho medo de que algum dos nossos amigos não volte. – disse Gina se levantando e abraçando Harry aconchegando a cabeça no peito deste. – Depois de tudo que a gente passou pensei que as mortes seriam bem menores.
- E são Gina. – falou Harry abraçando fortemente a garota beijando-lhe o topo da cabeça. – Muitos de nossos amigos foram poupados, as mortes infelizmente são inevitáveis, não é fácil perder pessoas que a gente ama eu sei muito bem disso, mas é para evitarmos mais tragédias que lutamos.
- É tem razão. – concordou Gina suspirando. – Mas é que mesmo sabendo de tudo isso, saber que pessoas como o Moody se foram, que nunca mais poderemos vê-lo é difícil demais pra mim.
- E pra mim também. – disse Harry sabendo bem como a amada se sentia, pois ele se sentia assim também. – Às vezes tudo que eu quero é partir atrás de Voldemort e mata-lo de uma vez por todas, mas sei que sozinho não sou capaz e sempre que eu penso uma besteira como essa eu me lembro de você… e da bronca que vou levar se sair vivo. – terminou Harry rindo.
- É bom que saiba mesmo. – retrucou Gina divertida levantando a cabeça pra olhar o garoto nos olhos. – Se você ousar fazer uma besteira como essas mesmo que morra eu te ressuscito só pra te matar de novo!
- Então é melhor eu tomar cuidado não é? – disse Harry beijando Gina fervorosamente.
- Acho que não devíamos estar fazendo isso. – falou Gina quando pararam de se beijar, Harry a olhou interrogativamente e ela respondeu. – Bem, alguém pode chegar e já tem gente desconfiando do nosso namoro, apesar de que a maioria está achando que minha paixonite por você voltou mais forte que nunca. Minha mãe está muito preocupada comigo, pensando que minha paixonite infantil voltou agora como amor.
- Sinceramente eu já não me importo mais. – disse Harry surpreendendo Gina. – A batalha final está cada vez mais próxima e eu estou com medo de te perder, cada minuto que eu possa passar perto de você até lá vai ser precioso.
- Não precisa ter medo Harry, eu não vou morrer antes de te dar um monte de filhos. – falou Gina sorrindo enfiando a mão por baixo da camiseta branca que ele usava acariciando o tórax do rapaz. – E também sei que se formos pegos você vai ficar muito mais muito mal, pois a informação pode vazar.
- É tem razão. – respondeu Harry sentido arrepios perpassarem todo o seu corpo, abraçou mais forte a ruiva. – Mas sabe que neste exato momento estou mais preocupado com outra coisa?
- É e o que seria? – murmurou Gina na orelha do moreno enquanto se sentava no parapeito da janela trazendo Harry para perto de si com as pernas.
- Se tiro essa roupa que você está usando calmamente ou se arranco logo de uma vez. – falou Harry se arrepiando pelo toque dela e retribuindo os arrepios passando a mão direita na barriga dela por baixo da blusa.
- Desde quando o senhor virou um tarado, hein senhor Potter? – riu Gina desabotoando a camisa do moreno.
- Desde que uma certa ruiva entrou na minha vida, me impedindo completamente de ser racional. – retrucou Harry agora sem camisa, eles ouviram um barulho na porta e se afastaram instantaneamente, mas não adiantava já que para a surpresa deles Tonks saiu do banheiro e como o feitiço antiaparatação do quarto não permitiria que ela aparatasse ali, tudo indicava que ela estava ali desde que eles entraram.
Tonks estava extremamente surpresa, tudo bem que ela estava desconfiada daqueles dois, mas nunca poderia imaginar que o relacionamento deles já tivesse chegado naquele estágio, com toda certeza se ela tivesse demorado mais um pouco para se recuperar do choque e sair do banheiro veria coisas que não gostaria de ver.
- Err… Tonks. – murmurou Gina tão vermelha quantos os cabelos, não precisava olhar para saber que Harry estava tão vermelho quanto ela, não podia acreditar que se desconcentraram tanto a ponto de não perceber que tinha alguém no quarto, tudo bem que estavam preocupados com o ataque e estavam mais interessados um no outro do que em qualquer outra coisa, mas mesmo assim não deviam ter perdido a concentração a ponto de deixarem-se ser flagrados assim tão facilmente.
Gina ficou de pé ajeitando a roupa o máximo que podia e olhou pra Tonks que continuava parada na porta do banheiro sem se mover.
- Há quanto tempo vocês estão juntos? – perguntou Tonks curiosa quando conseguiu falar.
- Desde o meu sexto ano em Hogwarts, mas ninguém pode saber do nosso namoro. – respondeu Harry sério, vestindo a camisa.
- E por que não? – perguntou a metamorfomaga. – Acho que enganar todo mundo desse jeito é errado principalmente os seus pais Gina.
- Eu sei disso. – falou Gina encarando Tonks nos olhos também muito séria. – Mas…
- Quanto menos gente souber do nosso namoro melhor. – interrompeu Harry sério. – Sou o principal alvo de Voldemort, mas assim que ele souber do nosso namoro, Gina vai ser o alvo, pois através dela eles vão querer me atingir.
- Mas…
- Tonks você conhece Voldemort. – falou Harry. – Se ele souber do meu namoro ele vai atrás da Gina, pois vai ter certeza que tendo ela vai me ter em suas mãos e isso seria desastroso.
- Espera um pouco se vocês estão juntos a mais de um ano. – falou Tonks. – Então o Snape sabe do namoro logo Você-sabe-quem já deve saber também.
- Não sabe não. – falou Harry. – Os espiões de Lince a avisaram que Dumbledore obrigou Snape a fazer um voto perpétuo que o impede de falar sobre a Ordem e principalmente sobre qualquer relacionamento que eu tive. Gina e eu fomos discretos o suficiente para escondermos muito bem nosso namoro, até quem estudava conosco em Hogwarts acha que nós não estamos mais juntos, Voldemort acha que nós somos só amigos, aliás, ele está mais inclinado a achar que Hermione é minha namorada, graças à maldita matéria que aquela Rita fez no meu quarto ano.
- Então Dumbledore não confiava no Snape? – perguntou Tonks surpresa.
- Mais ou menos. – respondeu Harry que tinha tido aquela conversa com a madrinha há algum tempo atrás. – Dumbledore confiava no Snape, acredito que o diretor temia que Snape fosse descoberto e pudesse falar alguma coisa entende?
- Mais ou menos. – disse Tonks aturdida.
- Acho que agora não é a melhor hora para discutirmos isso. – falou Gina decidida. – O ataque no Beco vai ser hoje é melhor irmos logo, o ataque será à tarde, que é quando tem mais pessoas por lá.
- Como vamos tirar as pessoas de lá? – perguntou Tonks.
- Todos os donos de lojas já foram avisados, fora os da Travessa do Tranco claro, por Fred e Jorge e eles estão com um grande número de chaves de portais que levarão as pessoas até Hogsmeade, não podemos correr o risco de comensais se passando por civis cheguem até Hogwarts ou ao Largo, Hogsmeade já está totalmente vazia os moradores de lá já foram removidos para Hogwarts, apesar de que alguns preferiram se mudar para o exterior, não era mais seguro morarem na vila, a escola pode ser atacada a qualquer momento e eles seriam as primeiras vítimas. – respondeu Harry.
- Vocês pensaram em tudo mesmo. – murmurou Tonks surpresa, por causa da missão em que ela esteve não estava por dentro dos planos que fizeram para defender o Beco Diagonal.
- É melhor nós irmos. – falou Harry e Tonks saiu deixando os dois a sós. – Você acha que ela vai contar a alguém alguma coisa sobre nós?
- Acho que não. – falou Gina. – Tonks pode não ter entendido muito bem nossos motivos, mas vai manter a boca fechada por enquanto.
O resto do dia passou rapidamente e logo à hora de irem ao Beco chegou, Lince, Anny, Harry, Hermione, Gina e Rony iriam na frente, quando o ataque começasse eles iriam chamar os membros da Ordem e da AD.
- Fred, Jorge alguma novidade? – perguntou Harry assim que chegou a loja dos gêmeos acompanhado pelo resto do sexteto.
- Não nenhuma Harry. – respondeu Jorge. – Mas tem alguma coisa errada, há uma movimentação bem maior que de costume, mas ninguém parece suspeito.
- Isso vai ser um problema. – disse Lince que até então estava olhando pela janela observando as pessoas. – Tenho certeza que alguns comensais vão tentar passar por civis, teremos que mandar mais gente para Hogsmeade Harry.
- Dino, Lilá, Cólin, Dênis, Ernesto, Justino, Ana. – falou Harry para o seu anel. – Vão para Hogsmeade imediatamente. – Harry ouviu alguns protestos, mas os cortou imediatamente. – A muita movimentação aqui, mas ninguém parece suspeito, temos certeza de que os comensais vão tentar se passar por civis então vocês tem que reforçar Hogsmeade.
- É melhor irem logo o ataque já começou. – disse Lince que viu alguns gigantes chegando destruindo tudo que viam pela frente, dementadores flutuavam por cima das lojas e os lobos feitos de fumaça também estavam lá matando apenas com uma mordida, o que indicava que seus dentes eram venenosos, mas nem sinal de comensais.
- Chegou a hora. – disse Harry olhando para Gina se fosse necessário usariam todos os seus poderes, eles se dirigiram para a saída da loja quando algo lhes chamou a atenção…
Prika: Bem, a fic ainda tá um pouco longe de terminar, mas vou tentar terminar no máximo até os 40 (ela está meio grande não é?), mas não prometo nada. A Lince é super ativa e não suporta ficar parada então quando ela tem que ficar de recuperação é uma das piores coisas que podem acontecer com ela, espero que goste desse capítulo, beijos.
Comentários (0)
Não há comentários. Seja o primeiro!