Perguntas e a Casa Cresswel



- Madrinha eu tenho algumas perguntas… - começou a falar Harry, fazia algum tempo que ele queria ter essa conversa com Lince, mas nunca teve a oportunidade.

- Pergunte. - falou Lince que estava sentada no parapeito de uma janela, de uma sala de aula que ficava de frente para o lago olhando o sol nascer, Harry estava sentado em uma das várias cadeiras na sala.

- Aconteceram tantas coisas e tinham tantas informações novas que eu nem pude perguntar algumas coisas que normalmente eu perguntaria. - continuou Harry. - Lá no bar de Godric’s Hollow eu percebi que só a senhora sabia que eu, o Rony e a Mione estávamos lá, e que a Anny não sabia. - Lince concordou com a cabeça. - E a senhora falou pra ela que já estavam convivendo há um ano, como a conheceu? E porque não veio falar comigo?

- Logo que o Sirius morreu, eu resolvi voltar pra Inglaterra, mas eu tinha um plano traçado, sabia que assim que voltasse começariam os ataques de comensais contra mim, então eu resolvi me tornar auror, sei que pela história da minha família não era necessário, mas eu também iria realizar trabalhos para a Ordem e em se tratando de mim sabia que mais cedo ou mais tarde chamaria a atenção do ministério, e como auror não haveria tantas perguntas. Eu cheguei uma semana antes dos testes para auror e fiquei em um dos alojamentos que eles forneciam, e foi nesse alojamento que eu conheci a Anny e ficamos amigas, e eu não vim te ver durante o seu sexto ano porque eu tinha coisas a fazer pra Ordem, e porque Dumbledore não permitiu…

- Porque ele não queria que eu te conhecesse? - interrompeu Harry.

- Porque eu não concordava com ele em nada quando o assunto era você, eu tinha certeza que você precisava de treinamento, ele queria que você fosse informado da história do Voldemort, eu queria que você participasse da Ordem e ele não aceitava nem ouvir falar sobre isso, esses são alguns exemplos de como discordávamos e eu estava trabalhando em coisas importantes que mereciam sigilo, enfim foram muitos os motivos de Dumbledore pra você não me conhecer antes.

- Eu não entendo porque ele fez isso comigo, ele me fez parecer uma criança.

- Alvo Dumbledore era um grande homem, e acredite Harry ele não te achava incapaz, ele só queria te resguardar o máximo possível, ele te amava muito, você era o neto que ele não teve.

- A senhora me ama também e nem por isso fica me resguardando. - exasperou-se Harry.

- E você acha que eu não gostaria de fazer isso? - perguntou Lince olhando o garoto a sua frente nos olhos. - Eu gostaria muito de poder te proteger, mas sei que não posso…

Lince respirou profundamente, e virou a cabeça em direção ao lago seus olhos estavam marejados. Harry olhou a madrinha por um instante, antes de continuar.

- O que é a relíquia de Merlin?

- É um medalhão de duas partes, em que Merlin colocou um feitiço muito poderoso, mais antigo que o próprio Merlin, um feitiço druida os mais antigos bruxos de que se tem notícia. Eu não sei quais são os poderes que o medalhão possui, mas sei que são muitos, acho que ele desperta os poderes que o bruxo escolhido tiver.

- Como assim?

- Os primeiros Cresswel foram treinados pelo próprio Merlin, mas nós apenas protegemos a relíquia não a usamos, nós somos os guardiões, Merlin disse para meus antepassados que num tempo muito distante da época que eles viviam um grande bruxo, o mais poderoso de sua época iria ser o escolhido da relíquia para usá-la, nem mesmo Merlin sabia quem era, mas ele foi um grande clarividente, conseguia ver o futuro e por isso ele sabia que a relíquia que ele criou iria ser usada para o bem.

- E onde ela está?

- Ela sempre está comigo. - respondeu Lince rindo da surpresa de Harry. - Ela está dentro de mim Harry, é por isso que ela não pode ser tirada de um Cresswel, ela só aparece se eu quiser mostrá-la. Quer vê-la?

Harry balançou a cabeça em afirmação. Lince se levantou e fez um circulo com as mãos e o aproximou do busto, mas no mesmo instante ela ficou séria e olhou para trás, observando a parede atentamente Harry também olhou, mas não viu nada.

- O que houve? - perguntou Harry.

- Estão atacando Hogsmeade. - respondeu Lince, mal ela acabou de falar ouviu-se um grande estrondo que ocasionou o que parecia ser um terremoto. - Vamos!

Harry e Lince se encaminharam para a entrada do castelo onde algumas pessoas já estavam presentes.

- O que está havendo Lince? - perguntou a Sra. Weasley assim que viu os dois chegando. Harry achou estranho que perguntassem isso pra madrinha já que ela acabara de chegar e não devia saber de nada, mas…

- Gigantes, comensais e dementadores. - respondeu Lince observando a marca negra que acabara de aparecer sobre Hogsmeade. - Lupin, Tonks, Arthur, Minerva, Harry, Rony e Hermione vocês vem comigo.

- Mas e eu? - perguntou imediatamente Gina.

- Preciso que fique aqui e ajude Molly, Gui e Carlinhos caso alguém tente entrar no castelo, e não se preocupe que todas as outras entradas do castelo estão lacradas, menos essa, pois se precisarmos recuar vamos entrar por aqui…

- Eu quero lutar! Não vou ficar aqui! - protestou Gina.

- Não! - Lince foi categórica e Harry teve vontade de agradecer a madrinha, não queria que Gina fosse de jeito nenhum. - Quando Fred e Jorge chegarem do Beco Diagonal, Molly você vai nos dar reforço.

- Lince não é melhor que Harry, Rony e Hermione fiquem aqui para…

- De jeito nenhum! - exclamou Lince, e o Trio sorriu. - Vamos!

Enquanto eles corriam em direção a Hogsmeade eles começaram a ouvir gritos do que parecia uma feroz batalha. Lince estava na frente do grupo e parecia bastante preocupada, ela olhou por um instante para a sua mão direita parecendo um pouco indecisa, apenas o Trio entendeu porque, Lince olhava para o anel de comunicação, e parecia indecisa em chamar ou não Anny que estava no seu apartamento em Londres.

- Anny! - falou Lince firmemente. - Hogsmeade está sendo atacada preciso da sua ajuda.

Quando chegaram a Hogsmeade perceberam o quanto seria difícil à batalha, havia dez gigantes que destruíam tudo que viam pela frente, dementadores por toda parte, sem falar em comensais que matavam e torturavam as pessoas da vila que lutavam bravamente.

- Está na hora de colocarem em prática tudo que aprenderam conto com vocês. - Falou Lince dirigindo-se ao Trio.

Eles se encaminharam diretamente para alguns comensais que estavam torturando alguns moradores da vila. Lupin, Tonks, Arthur e a profa. MacGonagall ficaram pra lutar contra os comensais mais próximos, Rony e Hermione foram em direção a um grupo bastante grande de comensais mais a frente, Harry foi em direção dos dementadores, que começavam a sugar as almas de algumas pessoas, Lince se encaminhou para o gigante mais próximo.

Lince conjurou uma espada e usou um feitiço para que esta fosse lançada como uma bala em direção a cabeça do gigante. A espada acertou um dos grandes olhos do gigante que caiu morto no chão, causando um grande tremor de terra.

Ao redor do grupo que acabara de chegar o desespero era geral os moradores da vila já não conseguiam mais lutar, e sua única chance agora eram as oito pessoas que lutavam bravamente contra os seguidores de você-sabe-quem.

Rony e Hermione estavam se saindo muito bem contra os comensais, os dois conseguiam se desviar com facilidade de todos os feitiços lançados pelos furiosos comensais, e estavam tendo sucesso em acertá-los, a luta era bastante desigual, quanto mais comensais os dois derrubavam mais apareciam.

Harry por sua vez enfrentava sozinho os dementadores que o estavam cercando, apesar de poderoso seu patrono não estava conseguindo mantê-los longe, quando já estava começando a se preocupar Harry viu um patrono em forma de tigre ajudar o seu em forma de cervo, ele olhou pros lados e viu Anny que parecia ter acabado de chegar.

- E aí tudo bem? - perguntou Anny enquanto lutava com um comensal que se aproximava.

- Tudo, obrigado pela ajuda. - falou Harry também lutando contra um comensal.

- Pelo tremor de terra um gigante se foi. - falou Anny que quase se desequilibrara.

- Bem se cada tremor for um gigante abatido então só faltam seis, já senti quatro e só tinham dez gigantes. - comentou Harry calmamente enquanto vencia o comensal que logo foi substituído por três.

- Acho que dessa vez foram dois gigantes de uma vez só. - disse Anny que quase caíra sentada no chão por causa do grande tremor que sacudiu toda Hogsmeade.

- Vejo que minha madrinha está se divertindo. - falou sarcasticamente Harry.

- Bem eu já vou indo parece que a Tonks está tendo alguns problemas. - despediu-se Anny.

E realmente Tonks estava com graves problemas, o ultimo tremor de terra fez com que ela caísse enquanto os quatro comensais que lutavam com ela conseguiram se manter de pé, mas por sorte Lupin estava por perto e conseguiu ajuda-la assim como Anny também. MacGonagall vencia facilmente os comensais e começava a se perguntar por que estava sendo tão fácil assim.

Lince que acabara de derrubar o ultimo gigante olhou ao redor e viu que Harry se encontrava em apuros, ele lutava contra três comensais e alguns dementadores começavam a se aproximar, ela caminhou calmamente em direção do afilhado desviando-se de um ou outro feitiço, ela usou o mesmo feitiço que Harry havia visto ela lançar no bar de Godric´s Hollow e o dementador mais próximo evaporou, os outros começaram a recuar.

“Eu tenho que aprender esse feitiço” pensou Harry.

Logo os dementadores se foram e só sobraram os comensais que continuavam a ser derrotados com facilidade pelos membros da Ordem. A Sra. Weasley que acabara de chegar para ajudar estava assombrada com o que seus filhos eram capazes (ela estava incluindo Harry e Hermione nessa conta). Harry lutava ao lado da madrinha contra uma grande concentração de comensais e estava se saindo muito bem, Rony, Hermione e Anny estavam lutando juntos e não pareciam estar tendo problemas. Gui e Calinhos estavam ao lado de Minerva MacGonagall e estavam bem. Tonks estava sangrando um pouco no rosto, mas tinha Lupin para ajudá-la. Molly então foi em direção ao marido que era o que estava mais distante e com a ajuda do marido os comensais com quem lutava foram dizimados.

Foi quando estava começando a ficar cansado que Harry encontrou um comensal a sua altura pra lutar, Harry não sabia quem era, mas estava com problemas os feitiços que ele estava usando para desacordar o comensal não estavam adiantando, então Harry se viu obrigado a usar o Avada Kedavra, não queria usar o feitiço, não queria matar, pelo menos não agora, mas era inevitável, se tivesse tido tempo provavelmente teria entrado em choque pelo que fizera, mas precisava ajudar e continuou lutando.

Minutos se passaram e a batalha continuava, apesar dos membros da Ordem da Fênix já terem vencido muita gente parecia que a cada minuto mais e mais aparecia, estavam começando a ficar cansados e numa luta isso era péssimo quando o reforço finalmente chegou.

Alguns aurores do Ministério acionados por Kingsley Shaklebolt chegaram à batalha e com a ajuda deles conseguiram prender muitos comensais e poucos conseguiram fugir.

- Madrinha porque foi tão fácil derrotar a maioria dos comensais? - perguntou Harry assim que se aproximou de Lince.

- Porque eram novatos e não foram treinados adequadamente, apesar de que por mais que se saiba lutar a experiência conta muito nesses casos. - respondeu Lince. - Provavelmente Voldemort queria saber como anda a segurança de Hogwarts. Deve ter planejado o ataque depois que soube que a escola funcionaria como hospital.

- Provavelmente. - concordou Harry.

- E ai gente tudo bem? - perguntou Anny.

- Sim estamos, obrigado por me ajudar com os dementadores. - falou Harry sorrindo.

- Que isso não foi nada. - disse Anny.

- Como estão todos Anny? - perguntou Lince.

- Estão todos bem, os comensais não eram muito bons não é? Só a Tonks arranhou o rosto, mas não foi nada demais.

- Que bom. - falou Lince. - E qual é o seu problema Harry? - perguntou Lince vendo que o afilhado não parecia muito bem.

- Um dos comensais, era muito bom e eu tive que… - Harry hesitou e completou com o tom de voz triste. - …usar o Avada Kedavra.

- Eu sei que é difícil, mas você não teve escolha. - falou Lince. - E fico feliz que se sinta assim, isso mostra que você é humano, mas entenda que numa guerra infelizmente quase sempre é necessário matar.

Harry concordou com a cabeça, mas parecia meio abatido.

Os membros da Ordem saíram de Hogsmeade assim que começaram a fazer perguntas a eles e principalmente a Harry, eles aparataram para perto da cabana de Hagrid que tinha ficado para trás pra se certificar que ninguém que não devia aparatasse ali. O guarda-caça ficou extremamente aliviado ao ver todos bem.

- Harry o que ouve? - perguntou Gina, que percebeu que Harry não estava bem assim que ele entrou em Hogwarts, ele estava na cama de um dos quartos (existem apenas dois) antigamente destinados aos monitores chefes, Harry e Gina dividiam um quarto e Rony (que ficou extremamente dividido entre aceitar Harry e Gina no mesmo quarto e ficar com Hermione em um) e Hermione outro, isso claro sem o conhecimento da senhora Weasley, que nunca precisou acordá-los já que eles acordavam cedo, Lince usava o anel de comunicação para desperta-los muito delicadamente (ela sempre gritava).

- Durante a batalha eu tive que matar…

- E agora se sente mal por isso, e mais ainda por não sentir remorso de ter matado ele. - completou Gina.

- Sim. - concordou Harry.

- Eu entendo, mas não tem como sentir remorso por matar alguém que tiraria a nossa vida sem hesitar, você tem que pensar em quantas vidas você salvou Harry, imagine quantas pessoas aquele comensal já matou e quantas ele ainda mataria. - falou Gina o abraçando.

- É você tem razão, eu vou superar isso não se preocupe, só preciso de um tempo. - falou Harry se deitando na cama e recostando a cabeça no colo de Gina que ficou acariciando o cabelo dele até ele adormecer, então ela também se deitou e ambos dormiram juntos e abraçados.

- Harry, Rony, Hermione e Gina, daqui pouquíssimo tempo Hogwarts vai funcionar como hospital, então vocês terão que ir embora, não podem ficar em um lugar publico por muito tempo. - falou Lince, eles estavam em uma sala de aula vazia de Hogwarts, não tinham nem parado para pensar no ataque ainda tinham dormido durante a tarde toda, e só acordaram com Lince gritando que a senhora Weasley estava indo chamá-los para o jantar e depois de muita correria conjurando duas camas de solteiro e escondendo a de casal e Gina indo pro quarto de Hermione, e Rony para o quarto de Harry, para poderem fingir que estavam dormindo ali, eles foram jantar e depois foram conversar com Lince que os chamara pra uma conversa particular.

- Entendo, mas pra onde nós vamos? - perguntou Harry. - A sede da Ordem voltou a ser no Largo Grimmauld…

- Vocês vão pra minha casa. - respondeu Lince. - A casa mais segura do mundo, mais segura que Hogwarts, já que lá tem mais feitiços de proteção do que possam imaginar.

- Mas não foi lá que você foi atacada e seus pais morreram? - perguntou Rony levando um cutucão de Hermione em seguida.

- Não Rony. - falou Lince que não se importou com a pergunta. - Quando o ataque aconteceu, eu e meus pais estávamos numa casa de praia. Nós sempre íamos pra lá comemorar o natal.

- Tudo bem então. E como vamos pra lá? - perguntou Rony.

- De chave de portal. Vocês vão aparecer na esquina da minha casa, por causa dos feitiços de proteção, os visitantes só podem entrar se estiverem acompanhados por um Cresswel. - falou Lince, que com um aceno de varinha limpou o rosto e as roupas do quarteto, que olharam curiosos para ela. - A casa fica num bairro trouxa. A cidade cresceu bastante sabe, e acabou chegando onde nossa casa ficava e olha que era bastante longe da cidade. - com mais um aceno da varinha Lince fez uma pena de vidro (a mesma que ela usou pra salvar a Anny) de chave de portal.

Eles ficaram meio tontos, mas conseguiram aterrissar em pé, olharam ao redor e perceberam que estavam em uma esquina de um bairro trouxa muito movimentado, havia muitos carros por ali, mas logo perceberam que na verdade tinha uma festa acontecendo logo de frente a eles.

- Qual será a casa da Lince? - perguntou Rony.

- Não sei, mas seja qual for deve ser enorme já que por aqui só tem mansões. - constatou Hermione.

- Porque será que ela ta demorando? - perguntou Gina. - Ela disse que ia aparatar logo que nós saíssemos de lá.

- Não sei. Talvez alguém precisasse da ajuda dela, teremos que esperar. - falou Hermione exausta, sentando-se na calçada e encostando-se num muro alto e imponente que não deixava que vissem a casa por trás deste, mas esta devia ser a maior do bairro, já que o muro se estendia até onde eles podiam ver. Rony e Gina logo a imitaram, pois estavam muito cansados também, somente Harry permaneceu em pé, parecia ainda agitado demais.

Alguns minutos se passaram e Lince não aparecia estavam começando a se preocupar. Será que tinha acontecido alguma coisa? Era o pensamento que não saia da cabeça dos jovens.

- Porque aqueles seguranças estão vindo pra cá? - perguntou Harry, ele ainda estava de pé e quando olhou de relance para a festa que acontecia na casa em frente, se surpreendeu ao ver uma mulher de uns quarenta anos aproximadamente, vestida com um vestido vermelho indo em direção a eles com uns cinco seguranças.

- Não sei, mas logo vamos descobrir. - falou Hermione se levantando. Rony e Gina fizeram o mesmo.

- Algum problema? - perguntou Harry com uma voz fria que surpreendeu os amigos e Gina. Harry usou legilimência (depois de certo treino não é necessário o uso de varinha é só olhar nos olhos da pessoa) e viu que a mulher era a dona da festa e achava que eles eram assaltantes já que ficaram muito tempo na calçada.

- Posso saber o que fazem aqui? - perguntou um dos seguranças em tom de ameaça.

- Desculpem o atraso gente, mas ti… - Lince havia aparecido do nada, mas por sorte a mulher e os seguranças acharam que ela tinha virado a esquina. - O que está acontecendo aqui? - perguntou Lince com uma frieza na voz que faria inveja até a Voldemort.

- Acho que pensaram que éramos assaltantes ou coisa parecida. - falou Harry tão frio quanto Lince.

- Como é que é? - perguntou Lince com raiva reprimida na voz.

- Eles ficaram muito tempo aqui pensei que eram arruaceiros. - falou a mulher que acompanhava os seguranças.

- Vejo que continua a mesma cobra de sempre Vivian. - falou Lince a mulher. - Vamos vocês tiveram um dia horrível e precisam descansar.

- Continua antipática não é Verônica?

- Não fui eu que vim acompanhada de cinco seguranças para mandar embora um grupo de jovens que ficou cinco minutos de frente pra minha casa. - retrucou Lince mordaz. - E caso não se lembre é Lince.

Lince empurrou há todos pela calçada indo em direção a um portão que ficava a poucos metros de onde eles estavam parados.

- A sua casa é a que ficar atrás desses muros? - perguntou Rony assombrado.
- Sim. - falou Lince. - Há feitiços de proteção nesses muros que muitos nem sabem que existem, não precisam ficar preocupados porque aqui estarão seguros.

Ela tocou no portão e este se abriu sozinho, Lince entrou primeiro e eles logo depois a acompanharam, ao passarem pelo portão tiveram a impressão de estarem passando por água, mas quando olharam entre si estavam completamente secos.

Harry ficou de boca aberta ao observar a propriedade era gigantesca, com grama verde por toda a parte algumas árvores espaçadas, uma grande mansão branca com um número impressionante de grandes janelas, atrás da casa tinha o que parecia uma floresta levando-se em consideração o grande número de árvores e pássaros. Harry olhou para os amigos e percebeu que não era o único que ficou espantado com tudo o que via.

- O que estão esperando? Vamos. Se não saírem de perto do portão ele não vai se fechar. - chamou Lince. Harry e os outros deram alguns passos e o portão se fechou com um baque surdo.

Eles andaram durante algum tempo até chegarem à casa que era tão grande que se não tivesse só dois andares e fosse feita de pedra poderia ser considerada um castelo. O saguão de entrada era gigantesco, tinha quadros do que parecia ser toda a família Cresswel nas paredes, existia umas seis colunas brancas, e do teto pendia um grande lustre dourado que com certeza era de ouro.

- Boa noite senhorita Cresswel. - falou um homem idoso e magro.

- Nem senhorita, nem Cresswel, eu já te disse que é somente Lince, John.

- Como queira senhorita.

Lince apenas sorriu.

- Prepare os quatro quartos mais próximos do meu. As bagagens vão ser enviadas dentro de alguns minutos.

John balançou a cabeça em afirmação e se retirou.

- Você não tem elfos trabalhando pra você Lince? - perguntou Hermione tentando parecer displicente.

- Tenho sim, mas eles não são tratados como escravos, eu sinceramente liberaria eles sem hesitar, mas fico com pena deles. Eu não gosto da idéia de ninguém trabalhando pra mim e não ganhando nada então eles recebem um galeão por semana, sei que é pouco, mas eles não quiseram mais, e podem comprar o que quiserem.

- É justo, eu não entendo porque motivo os elfos agem assim. - falou Hermione.

- Faz parte da raça deles obedecer. - falou Lince.

- Os quartos já estão prontos, senhorita Lince. - falou John.

- Obrigada John, vamos eu lhes mostro seus quartos vocês precisam descansar.

- Quem era aquela mulher madrinha? - perguntou Harry enquanto ele e os amigos subiam as escadas seguindo Lince.

- Uma idiota que morria de inveja de mim quando tínhamos uns dezessete anos, ela me infernizava a vida, e eu a dela claro. Não liguem pra ela não vai ser necessário saírem dessa casa novamente se não quiserem. - respondeu Lince mostrando as portas dos quartos deles.



Um mês depois…

- Eu não entendo já procuramos em todos os lugares possíveis e impossíveis pela horcrux e não conseguimos encontra-la! - falava Harry exasperado, eles estavam na casa de Lince desde o ataque a Hogsmeade, por isso podiam falar abertamente já que ali era seguro.

- Harry, por favor, se acalma. - disse Lince.

- Madrinha, como pode esperar que eu fique calmo? O mundo mágico, o meu mundo está um verdadeiro caos, o Ministério está cada vez mais incapaz, simplesmente desistiu de todo o resto e agora só se preocupa em treinar aurores e impedir que os trouxas saibam do que está acontecendo. - falou Harry sentando-se em uma cadeira de aparência antiga e nobre. - Nós temos de acabar com tudo isso de uma vez.

- Harry eu sei que está difícil, mas nós da Ordem estamos tentando fazer tudo o que o Ministério não faz Hogwarts já está funcionando como hospital, não temos traidores lá, todos estão em segurança e o ataque mais bem sucedido de Voldemort foi o do Beco Diagonal, em que morreram muitos, mas Voldemort foi vencido, graças aos meus informantes que nos avisaram do ataque pudemos nos defender melhor. - falou Lince.

Harry se manteve calado sabia que a madrinha estava certa, mas era tão difícil ele estava naquela casa enorme participando muito pouco das batalhas, o ataque ao Beco Diagonal foi uma verdadeira catástrofe, houve mortes e mais mortes, o ataque foi bem pior que o de Hogsmeade, pois foram mandados ao Beco comensais muito bem treinados enquanto que no vilarejo eram apenas novatos e apesar de já estarem de sobreaviso o número de mortos havia sido grande demais, por sorte Fred e Jorge não sofreram nenhum arranhão e agora estavam morando na sede da Ordem, atendendo aos clientes por reembolso coruja.

Harry procurou a Horcrux que faltava por toda parte, foi ao orfanato que Voldemort cresceu não a encontrando, Lince procurou por toda a Hogwarts, até na Câmara Secreta ela tinha ido e nada, Harry voltou a Godric’s Hollow permanecendo quase uma semana lá com Rony e Hermione (Gina ficou mais de duas semanas sem falar com Harry depois que ele voltou, por ele não a ter levado), tentando encontrar pelo menos uma pista tudo em vão.

- Você me disse que uma das Horcruxes foi confiada a Lucio Malfoy não é? - perguntou Lince. Rony, Hermione e Gina entraram na sala um pouco sonolentos ainda tinham acabado de acordar.

- Sim o diário de Riddle. - confirmou Harry.

- E se ele confiou essa Horcrux a algum comensal? - falou Lince.

- É possível, mas como saber qual deles foi o escolhido? - perguntou Rony.

- Tem que ser alguém em que ele confia muito… - falou Hermione.

- Voldemort não confia em ninguém Hermione. - disse Harry. - Tem que ser alguém leal a ele, alguém que ele tenha certeza que não vai traí-lo de forma alguma.

- Bellatrix Lestrange. - falou Lince com um estranho brilho sombrio no olhar.

- Ou o Snape. - falou Harry com nojo.

- Não. - falou Gina para espanto de todos. - Snape era um espião Harry, Voldemort sabia que ele podia passar pro nosso lado, você mesmo disse que Snape salvou você no seu primeiro ano, com certeza Voldemort tinha motivos pra desconfiar dele.

- Concordo com a Gina. - falou Lince. - Snape sempre esteve do lado dele mesmo, e Voldemort sabe muito bem disso porque ele também nunca esteve do lado de ninguém, podem ter certeza que no momento que Snape ouviu parte da profecia que envolvia Harry e Voldemort ele realmente passou pro nosso lado, Dumbledore sabia muito bem que Snape só estava vindo pro nosso lado por achar que o Voldemort estava acabado. Com o passar dos anos acho que Dumbledore pensou que Snape tinha mudado e que não nos trairia infelizmente essa confiança foi um erro. Snape acha que Harry Potter é apenas um nome famoso e nada mais, ele não conseguiu ver o bruxo excepcional que você é Harry.

- A senhora acha mesmo que ele estava do nosso lado? - perguntou Harry.

- Sim, com toda certeza, mas no momento em que ele percebeu que Voldemort estava mais forte que nunca, ele foi correndo se tornar o puxa-saco de sempre. - falou Lince convicta.

- Isso explica a cega confiança do professor Dumbledore. - falou Harry com voz triste, lembrando-se da noite em que o diretor morrera.

- Você nunca me disse como Dumbledore morreu. - disse Lince.

Harry a olhou por um instante e contou toda a história.

- Olha Harry eu não estava presente, mas… eu não consigo acreditar que Dumbledore tenha implorado por sua vida, Dumbledore nunca teve medo da morte. Talvez ele não quisesse acreditar que Snape era um traidor, acho que Dumbledore estava implorando para que não fosse o Snape a matá-lo.

Harry lentamente concordou com a cabeça, a madrinha estava certa o diretor nunca iria implorar pela vida dele, pois não tinha medo da morte.

- Estamos nos desviando do assunto. - lembrou Hermione. - Já que Snape está fora de cogitação então quer dizer que Bellatrix é quem pode estar com a Horcrux, mas onde ela esconderia?

- Provavelmente na casa Lestrange. - respondeu Lince. - Quando um comensal é preso o Ministério vasculha a casa do comensal pra ver se encontra alguma coisa que não devia estar lá, e sempre encontram, no entanto eles não conseguiram entrar na casa dos Lestrange.

- É uma idéia. - concordou Hermione. - Mas como vamos entrar lá, se nem o Ministério conseguiu?

- Porque tenho quase certeza de qual feitiço foi usado lá, é o mesmo que é usado aqui, o que não deixa ninguém que não seja um Cresswel entrar desacompanhado.

- É, mas se for assim como vamos entrar? - insistiu Hermione.

- Vamos usar uma magia antiga que fará que o feitiço se confunda fazendo-o acreditar que um Lestrange deseja entrar com a gente na casa. E é por isso que dessa vez terei que ir com vocês o feitiço é complexo demais para que o aprendam rápido.

- E quem de nós fingirá ser um Lestrange? - perguntou Hermione.

- Nenhum de nós conseguirá fazer isso Mione. - respondeu Lince e todos a olharam surpresos. - Vamos precisar de um Black pra esse pequeno trabalho.

Prika Potter: Sabe eu também acho a Senhora Weasley é muito superprotetora e essa cena está na minha cabeça desde que eu li o livro cinco e ela dá uma dura no Sirius, coisa que ele não merecia, espero que goste desse capítulo também, o que você acha de eu juntar os capítulos menores e fazer só um? Eu estou achando muito capítulo, qualquer leitor desiste de ler assim que vê esse tanto de cap. e a fic não tá tão grande assim, esse capítulo era para ser dois: Perguntas/A casa Cresswel. Bem beijos e obrigada pelos comentários.

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