A Família Cresswel



Lince, Gina, Anny, O trio, Tonks e Lupin estavam sentados no jardim de Hogwarts saboreando um piquenique, idéia de Anny que depois de ficar quase uma semana sem sair da ala hospitalar estava louca por ar fresco.

- Eu ainda não entendo Lince como você conseguiu sair da ala hospitalar no mesmo dia que chegou, e eu tive que ficar uma semana por lá. - falou Anny um pouco emburrada, pois a amiga foi torturada e ela foi apenas nocauteada, e não teve que ficar presa aquele tempo todo numa cama.

- Digamos que madame Pomfrey não concordou com minha saída de lá, mas que eu sou teimosa demais pra ela me prender.

- É eu me lembro, desde os tempos de Hogwarts que você não aceita ordens de enfermeiras. - disse Lupin sorrindo.

- Você mais do que ninguém sabe Aluado que ficar muito tempo em um lugar só, é muito entediante pra mim. - retrucou Lince.

- Mas duvido que nos tempos de Hogwarts a senhora se machucou tanto. - falou Harry, que ainda estava preocupado com a madrinha.

- Na verdade sim. - Lince falou despreocupadamente.

Todos a olharam atônitos, menos Lupin, se perguntando à mesma coisa, como Lince poderia ter se machucado tanto estando na escola? Percebendo isso ela falou:

- Bem não foi exatamente aqui em Hogwarts que eu me machuquei, mas foi na época que eu ainda estudava aqui. - percebendo os olhares curiosos ela continuou. - Para entender essa história, vocês têm que saber que a minha família vem de uma antiga linhagem de caçadores de bruxos das trevas, foi a partir da minha família que inventaram a profissão de auror. Nós fomos responsáveis por evitar a maioria das tentativas de dominação do mundo bruxo. Durante a primeira guerra a família Cresswel foi uma das principais forças de combate contra Voldemort, nós éramos muito numerosos, mas quando eu cheguei ao sexto ano já restava apenas eu e meus pais. Como éramos bons, fomos um alvo bastante visado pelos comensais que queriam conseguir a confiança de Voldemort. Em parte é por isso que até hoje a cada semana eu sofro um ataque. Eu fiquei tão ferida como agora quando estava no meio do meu sétimo ano havia ido passar o Natal com meus pais…




Lince estava ajudando o pai Jonathan a arrumar a árvore de Natal enquanto sua mãe Karollyne preparava o jantar, era véspera de Natal e seus pais estavam alegres por tê-la em casa já que ela havia passado às férias na casa de Lílian (na verdade na casa do Sirius, mas seus pais não sabiam).

- Pronto Lince terminamos. - Falou seu pai observando o trabalho, a árvore tinha ficado linda. Tinha pequenas fadinhas coloridas que brilhavam em volta dela, inúmeras estrelas prateadas e brilhantes pendiam de seus galhos, e em cima havia uma linda estrela dourada que quase ofuscava as prateadas.

- Ficou linda pai, apesar de um pouco luminosa demais. - disse Lince, o pai riu com o comentário dela. - Tem alguém rondando a casa. - Lince falou séria.

Seu pai que estava distraído prestou atenção e percebeu que a filha estava certa chamou a esposa e ambos sacaram à varinha, Lince fez o mesmo, os pais não queriam que ela lutasse, mas sabiam que ela não fugiria então era melhor que ficasse perto deles.

A porta da sala foi arrombada e por ela passaram Voldemort e mais uns seis comensais. Os Cresswel estavam em alerta total.

- Como é difícil encontrar vocês. - falou Voldemort com sua voz fria e ofídica. - Eu estava começando a pensar que não os encontraria, mas vejam que falta de educação a minha, não me apresentei eu sou…

- Sabemos quem é. - interrompeu o pai de Lince. - Te chamam de Lord das Trevas, você-sabe-quem, aquele-que-não-deve-ser-nomeado, dentre outros, mas prefiro chamá-lo pelo seu nome, Voldemort.

Voldemort pareceu se irritar pela ousadia do homem de chamá-lo pelo nome.

- Mas me diz Tom, porque mudar de nome se as pessoas não podem te chamar por ele? - disse o pai de Lince deixando Voldemort extremamente irritado.

- Não estou aqui pra ouvir besteiras! - exclamou o Lord furioso. - Eu vou dar apenas uma chance pra vocês se salvarem, e a vida de sua filha, juntem-se a mim agora ou morram.

- Sabe nenhuma das duas opções é muito atraente, por isso vou ficar com a terceira, a que eu não me junto a vocês e continuo vivo com minha esposa e minha filha o que acha?

- Escolha errada. Uma ultima chance dê-me a relíquia de Merlin e eu deixarei vocês viverem.

- Você só pode estar brincando. Acha mesmo que daremos a você? - perguntou Jonathan.

Voldemort já furioso com a ousadia daquela família atacou, seus comensais mais poderosos estavam com ele, os feitiços usados eram de pura magia negra, a luta havia destruído toda a casa e parecia que a família Cresswel desapareceria para sempre, estavam feridos demais e Lince mal conseguia se manter de pé, três dos comensais haviam sido mortos, mas ainda faltavam mais três e o Lord, não conseguiriam resistir por muito tempo, quando finalmente Lince caiu exausta e derrotada ela pôde ver que seus pais também já não agüentavam mais, e viu impotente a morte deles, Voldemort avançou até ela provavelmente pra torturá-la e fazê-la dizer onde estava a relíquia, mas algo desviou a atenção do Lord das Trevas.

A Ordem da Fênix liderada por Alvo Dumbledore acabara de chegar, vendo que sua situação era precária Voldemort se viu obrigado a fugir acompanhado pelos três comensais restantes. Dumbledore avançou e constatou que Jonathan e Karollyne estavam mortos, mas felizmente Lince ainda estava viva.

- Não se preocupe, vamos levá-la pra Hogwarts, e lá você poderá se recuperar. - Dumbledore disse calmamente.



- A partir daí eu só me lembro de acordar na enfermaria de Hogwarts. Se me lembro bem me disseram que eu fiquei uma semana descordada - terminou Lince.

Todos a olharam extremamente tristes, imaginavam como tinha sido difícil pra ela ver os pais morrerem.

- Hei! Se eu soubesse que iriam ficar assim eu não tinha contado nada. Foi difícil pra mim superar isso, mas eu superei.

Eles sorriram amarelo, e começaram a conversar sobre outras coisas, enquanto Lince ficava pensativa, estava se lembrando da continuação daquela história.


Lince acordou sentindo muita dor, mal conseguiu abrir os olhos, tentou se sentar, mas foi impedida por alguém que ela não pôde identificar seus olhos estavam embaçados demais, “agora eu sei como o Thiago se sente sem os óculos”, pensou Lince, “se já posso ser irônica é porque não estou mais tão ruim assim”.

Ela foi obrigada a tomar uma poção que queimou sua garganta, ela logo estava dormindo profundamente.

Quando acordou novamente já se sentia forte e se sentou na cama…

- Você não devia estar sentada! - falou Madame Marple (enfermeira da época). - Vamos deite-se!

- Não obrigada. - falou Lince se levantando indo em direção a saída.

- Eu sabia que assim que acordasse ninguém conseguiria deixar você de repouso. - falou Dumbledore que estava do lado de fora da ala hospitalar. - Venha até minha sala, por favor.

Sobre alguns protestos da parte de Madame Marple, Lince e Dumbledore saíram andando em silêncio pelos corredores. Chegaram à gárgula que guarda a entrada da sala do diretor e após este dizer a senha entraram.

- Sente-se. - Lince se sentou e Dumbledore continuou com ar sereno. - Creio que a senhorita saiba por que está aqui.

- A relíquia de Merlin agora é minha responsabilidade. - falou Lince sem emoção.

- Não é só pra isso. - os olhos do diretor cintilaram. - Quero que saiba que Jonathan e Karollyne eram muito queridos, e a morte deles foi um grande choque, hoje a senhorita é a ultima de uma linhagem mais antiga do que os descendentes dos fundadores dessa escola. Gostaria que soubesse que se precisar desabafar pode contar com meu apoio.

- Quanto tempo eu fiquei desacordada? - perguntou Lince que parecia indiferente a tudo que lhe tinha acontecido.

- Uma semana. - respondeu o diretor com um brilho triste nos olhos, sabia que a garota diante de si que agora tentava parecer inatingível teria uma vida difícil a sua frente, e sabia que a carapaça de força que ela construiu a sua volta roeria a qualquer momento. - As aulas recomeçarão amanhã.

Lince assentiu com a cabeça e falou:

- Não quero que ninguém saiba do que aconteceu. Eu mesma quero contar para os meus amigos, será que o senhor consegue impedir que os jornais noticiem isso até amanhã?

- Sim, eu desconfiava que me pedisse isso então ainda não saiu nada nos jornais e nem sairá até amanhã.

- Obrigada.

Lince saiu da sala do diretor e se dirigiu a sala comunal da Grifinória, a mulher gorda que já sabia o que tinha acontecido deu a senha a ela explicando que tinha recebido ordens do diretor pra isso. Lince agradeceu e entrou, ainda sentia alguma dor pelo corpo havia alguns ferimentos que ainda não tinham cicatrizado direito.

No outro dia Lince foi esperar os amigos na frente do castelo, ela viu Sirius e os marotos descerem da carruagem, viu a cara de preocupação de Sirius que estava olhando ao redor provavelmente tentando encontrá-la, já que devia ter notado a sua ausência no trem. Lilly estava na carruagem logo atrás da deles, a amiga foi a primeira que a viu parada ao lado da professora MacGonagall, viu Lilly cutucar Sirius e apontar pra onde ela estava ele veio correndo em sua direção.

- Lince! - falou Sirius a abraçando com força e a rodando no ar, Lince fez uma careta de dor, mas Sirius não percebeu. - Eu estava muito preocupado com você, o que houve? Porque veio antes pra Hogwarts.

- É uma história muito longa Sirius, eu te falo na sala comunal. - Lince falou com a voz triste o que preocupou mais ainda o namorado.

Os amigos perceberam o quanto Lince estava distante, parecia estar em outro mundo. Estavam preocupados, mas não fizeram comentários e nem perguntas, quando o jantar terminou, eles se encaminharam em silêncio ao salão comunal.

- O que houve Lince? - perguntou Lilly que estava tão preocupada com a amiga que nem percebeu que estava sentada ao lado de Thiago Potter.

- Voldemort e mais seis comensais invadiram minha casa semana passada, meus pais foram mortos, apenas eu sobrevivi.

Os amigos ficaram assustados e muito tristes pela amiga, Sirius que estava ao lado da namorada a abraçou, Lince teve vontade de deixar as lágrimas que estava evitando caíssem, rolassem pelo seu rosto, mas o orgulho não permitiu não iria chorar na frente da Grifinória inteira.

Ninguém soube o que dizer a Lince, não sabiam como consolá-la, todos foram dormir sem encontrar o que falar a ela. Lince não conseguiu dormir precisava desabafar, mas não ali, ela se encaminhou pro dormitório dos meninos e afastando devagar as cortinas que cobriam a cama de Sirius, ela se esgueirou devagar por entre as cobertas e lançou o feitiço impertubable…

- Lince o que está fazendo aqui? - perguntou Sirius que se manteve calado, apesar do susto, até ela lançar o feitiço.

- Eu precisava de um abraço. - falou num fio de voz.

Sirius a abraçou forte e ela ignorando a dor finalmente deixou as lágrimas escorrerem pelo seu rosto, ela ficou muito tempo chorando até que parou e ficou sentindo o cheiro do namorado.

- Obrigada.

- Pelo que?

- Por estar comigo nesse momento tão difícil.

- E eu que pensei que essa era uma das funções de todo namorado.

Lince riu e o beijou, o beijo se tornou mais intenso do que eles planejaram, mas Sirius percebeu que Lince não estava bem, pois de vez em quando o corpo dela enrijecia.

- O que foi? - perguntou Sirius.

- Alguns machucados ainda não cicatrizaram direito, mas está tudo bem. - explicou Lince voltando a beijá-lo, mas ele interrompeu o beijo.

- Lince você não está bem, eu não quero te machucar.

O olhar dele era tão preocupado que Lince não pôde deixar de sorrir e abraçar o namorado. Agradecendo por tê-lo ao seu lado. Eles ficaram muito tempo abraçados, apenas conversando besteiras, até adormecerem.

Quando acordaram no outro dia tiveram que agüentar as piadas de Thiago que só parou com elas quando Lince o lembrou da cara pateticamente alegre que ele fez quando Lilly se sentou ao lado dele.


O piquenique correu leve e alegre, por alguns momentos não havia guerra, não havia mortes, não havia ataques noticiados diariamente no Profeta Diário, existiam apenas eles ali. Lupin percebeu que a amiga estava um pouco pensativa e supôs que ela estava lembrando de alguma coisa. A conversa continuou animada durante toda à tarde até que o sol começou a se por e resolveram que já era hora de entrarem para a pequena festa de natal organizada pela Sra. Weasley.

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