Perfect Protego



Harry com Lince nos braços saiu na sala da diretoria e foi o mais rápido possível para a ala hospitalar sendo acompanhado de perto por Gina, que não conseguia conter as lágrimas. Por onde passavam chamavam a atenção, mas o casal estava mais preocupado com Lince que parara de vomitar sangue, mas não fazia qualquer movimento, no rosto ela apresentava uma leve careta de dor. Quando finalmente chegaram à enfermaria, Gina foi diretamente até o armário de ingredientes de poções e Harry vendo que não tinham leitos disponíveis conjurou um com a mão, o que passou despercebido pelos presentes, pois eles estavam observando as manchas de sangue na camisa de Harry e na roupa de Lince.

- Mas o que houve dessa vez? – perguntou madame Pomfrey entrando na enfermaria, ela estava cuidando de outros pacientes que estavam espalhados pelo castelo.

Ninguém respondeu Gina já tinha pegado os ingredientes que precisava e começou a fazer a poção enquanto Harry de minuto em minuto lançava enervates em Lince, apesar de saber toda a dor que ela sentia, sabia que não podia deixá-la perder a consciência.

- Que poção é essa que você está fazendo? – perguntou madame Pomfrey chegando perto de Gina.

- A única coisa que pode salvar a vida dela. – respondeu Gina apontando para Lince, nesse momento Lupin entrou trazendo MacGonagall nos braços sendo seguido por Tonks, Scrimgeour, Rony e Hermione.

- Mas o que está acontecendo aqui? – perguntou madame Pomfrey conjurando um leito para a diretora e começando imediatamente a tratá-la.

- Teve um ataque no Ministério trouxa. – respondeu Lupin tremendo. – E… e…
- Lince entrou na frente de uma maldição da morte e sobreviveu. – interrompeu o ministro. – Só quero saber como.

- É um contra-feitiço para proteger da maldição da morte. – falou Harry pela primeira vez desde que chegara.

- E porque não divulgaram isso? – perguntou exasperado o ministro. – Sabem quantas vidas poderiam ter sal…

- Nenhuma. – interrompeu Harry sério. – Esse feitiço faz a pessoa sentir uma dor pior do que a que se sente sendo atingido pela cruciatus.

- Impossível! – exclamou o Ministro alterado. – Nada é pior do que a cruciatus.

- Quando se é atingido pela maldição da tortura você consegue gritar e se debater, com esse feitiço não. – falou Harry sussurrando. – Minha madrinha não está desacordada, ela está consciente, mas mesmo assim não consegue mover um músculo, não consegue gritar para extravasar a dor que está sentindo nem se contorcer. – uma fina lágrima escorreu pelo rosto de Harry e ele continuou a falar enquanto lançava mais um enervate na madrinha. – Ela tem que se manter acordada se ela desmaiar…

- Vai entrar em coma e não vai acordar nunca mais. – concluiu Gina que trazia a poção que acabara de preparar nas mãos que tremiam.

Gina chegou perto de Lince e ministrou a poção com lágrimas nos olhos, pois sabia que a poção diminuiria minimamente a dor que estava sentindo, mas o suficiente para que ela conseguisse sobreviver.

Lince começou a gritar assim que bebeu o líquido, ela se debatia fortemente e Harry a segurava para que não se machucasse. Gina olhou ao redor para não ter que ver o estado de Lince e nem o desespero estampado no rosto de Harry, a ruiva viu Hermione chorando desesperadamente nos braços de Rony que também chorava, mas tentava passar um pouco de segurança para a morena, Lupin parecia perdido em seus pensamentos e Tonks tinha uma mão nos ombros dele e chorava sem parar, os pacientes pareciam assustados e com pena, o Ministro assim como Gina olhava para os lados desviando o rosto da cena mais triste que ele já tinha visto, o desespero de Harry era palpável.

Anny entrou na enfermaria e parou de chofre ao ver o estado da amiga, ela sabia que feitiço Lince havia usado, no ano em que passaram juntas, Lince falou muito sobre a família e sobre aquele feitiço, se bem podia lembrar Anny sabia que de todas as gerações de Cresswel apenas cinco deles ousaram usar o feitiço e morreram ao sentir tanta dor. Cada integrante da família Cresswel mantinha um diário contando as suas aventuras para que os descendentes aprendessem com os erros que os antepassados haviam cometido e também para que soubessem o que aquela família representava, quando um deles morria o/a líder terminava o diário dizendo como foi à morte deste. Anny balançou a cabeça para se livrar dos pensamentos o importante agora era Lince que finalmente parara de se debater, provavelmente desmaiara.

Assim que a madrinha parara de se debater Harry se afastou encostando-se à parede deixando o corpo escorregar por esta, e deixando o desespero tomar conta dele de vez, Gina se aproximou e ele abraçou sua cintura colocando o rosto ali e chorando como nunca ninguém vira ali, de vez em quando ele soltava um gemido de dor como se estivesse ferido, mas a dor vinha do medo de perder a mãe que ele descobrira há tão pouco tempo, Gina apesar de chorar também tentava se controlar para poder consolá-lo melhor, ela passava as mãos nos cabelos dele e com o gesto aos poucos ele foi se acalmando até dormir de exaustão.

Gina pegou a varinha e conjurou uma cama perto da de Lince sabia que Harry não a perdoaria se o tirasse dali, ela o fez flutuar até a cama onde ele se enroscou no travesseiro sem acordar.

- O que estão esperando? – perguntou Gina. – Vamos sair daqui agora! Eles precisam descansar!

Todos a obedeceram e madame Pomfrey conjurou um biombo separando os dois dos demais pacientes. Gina teve uma longa conversa com o Ministro explicando exatamente como o contra-feitiço agia e por que não fora divulgado, ela se recusou a dizer o nome do feitiço, mas o Ministro não insistiu muito pelo que ele pode ver pouquíssimas pessoas conseguiriam sobreviver a ele e por isso não tinha serventia nenhuma, ele se despediu de Gina dizendo que sabia que eles tinham armado aquela situação e que provavelmente tinham algum espião entre os comensais, mas ele não faria nada para descobrir, pois apesar de todo o esforço do Ministério eles não estavam conseguindo fazer nem metade do que eles faziam e ele esperava que eles acreditassem mais no Ministério deixando a garota surpresa.

- Gina? – uma voz a chamou murmurando.

- Oi, Mione. – falou Gina olhando para Hermione que acabara de entrar na sala da diretoria, que era onde conversara com o Ministro. – Como você está?

- Perdida. – Respondeu Mione. – Harry sempre foi o mais forte de nós quatro e vê-lo tão desesperado foi…

- Como perder a única coisa que nos mantinha de pé. – completou Gina e Hermione a olhou surpresa. – Quando voltamos no passado nós tivemos um duelo com um bruxo da época e esse bruxo lançou a maldição da morte contra mim e Harry vendo que eu não conseguiria escapar ele usou o mesmo contra-feitiço, eu nunca fiquei tão desesperada, mas não podia ficar nós estávamos sozinhos e eu era a única que poderia fazer aquela poção.

Hermione soltou um murmúrio de lamentação e abraçou a amiga pensando em como ela deve ter sofrido.

- Deve ter sido horrível. – falou Hermione. – Se fosse eu e o Rony estivesse na mesma situação, acho que não conseguiria manter a cabeça fria.

- Manteria sim. – discordou Gina. – Se a vida de qualquer um de nós dependesse da sua cabeça fria você a manteria assim.

Hermione deu um leve sorriso e se sentou na cadeira de frente para Gina que estava sentada na cadeira da diretora.

- Scrimgeour insistiu em saber que feitiço era? – perguntou Hermione.

- Não, eu me neguei a falar o nome e ele não insistiu acho que ele percebeu que era um contra-feitiço totalmente inútil.

- É eu sei, poucas pessoas conseguiriam sobreviver a ele não é?

- Sim, o nome dele é Perfect Protego e de acordo com o próprio Merlin poucos foram os que ousaram usa-lo e menos ainda os que sobreviveram.

- Perfect Protego. – repetiu Hermione. – Vamos ver como estão àqueles dois?

Gina concordou com a cabeça fazia quase uma hora que ela deixou a enfermaria, provavelmente Harry já teria acordado. E de fato quando chegaram à enfermaria viram Harry acordado sentado em uma cadeira perto da cama de Lince. Lupin e Tonks já tinham ido embora já que não estavam por perto, Anny e Rony estavam em um canto conversando e foi pra lá que Hermione se dirigiu enquanto Gina se aproximava de Harry. Os outros pacientes haviam sido removidos dali, Madame Pomfrey não estava à vista.

- Oi. – murmurou Gina se ajoelhando de frente a Harry e lhe segurando as mãos.

- Oi. – respondeu Harry passando a mão no rosto dela sua voz rouca e não escondia o quanto ele estava sofrendo. – Como você está?

- Mais ou menos. – suspirou Gina. – Odeio te ver assim.

- Me perdoa. – quando Gina ia interrompê-lo ele continuou. – Por tê-la feito passar por isso. Eu sabia que tinha feito você sofrer, mas não fazia a mínima idéia do quanto.

- Tudo bem já passou. – respondeu Gina com um fio de voz. – Você precisa descansar um pouco.

- Não, eu estou bem. Já dormi um pouco e não quero sair de perto dela.
- Ta bem. – falou Gina que com um movimento de mão fez a cadeira se transformar em um sofá, ela se sentou e fez com que Harry se deitasse no seu colo.
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A professora Minerva se recuperou rapidamente, os ferimentos haviam sido graves, mas madame Pomfrey conseguiu curar a maioria assim que ela chegou, a diretora assim que se recuperou retomou a liderança da Ordem que havia sido liderada até então por Gina, que apesar de abalada com tudo que aconteceu era uma das poucas que conseguia se manter firme.

Apenas uma semana depois do ocorrido que Lince recobrou a consciência, mas ela não conseguia se mover, pois cada movimento a fazia sentir como se alguém a estivesse torturando, sua garganta estava constantemente seca obrigando-a a não falar muito.

Harry que havia decorado uma enorme bronca pra ela quando acordasse não conseguiu fazer nada a não ser sorrir e beijar levemente a testa da madrinha. Lince era constantemente visitada pelo resto do sexteto, e também por Lupin, Tonks, os membros da Ordem e também alguns bruxos estrangeiros que ela conhecera durante os tempos de exílio, o primeiro-ministro da África foi quem mais visitou Lince, era um homem negro e bastante velho que tinha uma presença extremamente marcante, ficou claro pra todos que Lince era uma filha para o homem e que o fato dela ter lhe avisado dos possíveis ataques de Voldemort às reservas de animais mágicos possibilitando a defesa deles fez com que o homem se sentisse na obrigação de ajudar, e com algumas ervas mágicas existentes apenas no continente africano ele fez com que as dores de Lince diminuíssem consideravelmente fazendo com que ela pudesse voltar a falar normalmente, apesar de que se movimentar mesmo que para se sentar na cama ainda drenava-lhe quase todas as suas forças.

No final da segunda semana Lince foi levada para o Largo Grimmauld e ficou sobre os cuidados da Sra. Weasley e dos Granger que ainda moravam ali, Anny queria ter ficado ao lado da amiga também, mas tinha que cumprir suas obrigações como auror, no final da terceira semana ela conseguia se mover parcialmente, mas mesmo assim continuava sem conseguir andar o que muito a irritava, o mal humor dela estava se tornando freqüente o que fazia com que o seu jeito irônico de ser ficasse mais forte ainda.

- Madrinha? – Harry perguntou entrando no quarto de Lince. – Como está se sentindo hoje?

- Como se tivesse sido atropelada por um bando de centauros. – respondeu Lince sorrindo.

- Vejo que o nível de sarcasmo não diminuiu. – retrucou Harry.

- Eu não agüento mais ficar enfiada nesse quarto. – exasperou-se Lince. – Me leva pra cozinha pelo menos?

- Lince vo…

- Por favor, você conjura um sofá e eu fico deitada sem me mover eu prometo. – implorou Lince. – Juro que não faço esforço nenhum, por favor.

Harry não conseguiu negar o pedido e a pegou nos braços levando-a para a cozinha, assim que chegaram, ele conjurou um sofá e colocou a madrinha cuidadosamente deitada lá, não havia ninguém na casa naquele horário, Anny estava em uma missão para o Ministério, Rony, Hermione e Gina estavam ajudando a professora MacGonagall a se reiterar do que foi feito enquanto ela estava afastada e a Sra. Weasley tinha ido comprar alguns mantimentos, os outros Weasley estavam trabalhando, os pais de Hermione preferiram morar em outra casa, pois não se sentiam muito úteis morando ali na sede, eles se mudaram para o exterior não sem antes fazer Hermione prometer que mandaria notícias todos os dias.

- Madrinha já faz um tempo que eu quero te dizer uma coisa. – falou Harry olhando envergonhado para Lince que o olhava curiosa. – A senhora sabe que eu… na verdade eu queria dizer que a senhora se… bem a senhora sabe o carinho que eu sinto pela senhora e… eu queria…

- Calma. – cortou Lince sorrindo. – Respira fundo e me diz o que você quer me dizer?

- De uns tempos pra cá eu percebi que a senhora se transformou em uma espécie de mãe pra mim e eu queria dizer isso, vê-la quase morrendo naquela cama me fez ver que eu nunca me abri, me fez ter medo de que a senhora morresse e eu não tivesse a oportunidade de dizer o quanto é importante pra mim.

Lince arregalou os olhos não esperava uma declaração dessas de Harry.

- Você sabe que eu também te amo como a um filho. – Lince respondeu sorrindo. – Eu também tive muito medo de morrer e não ter contado ou demonstrado as pessoas que eu amo o quanto elas são importantes pra mim.

Harry não disse nada apenas a abraçou, sentindo-se feliz por não ter perdido-a. Lince o abraçou de volta se sentindo bem como há muito tempo não se sentia.

Prika Potter: Obrigada por comentar, e também acho que os bruxos subestimam demais as armas trouxas por isso fiz questão de colocar aquela cena, bem aqui vai mais um capitulo, e peço desculpas não só a você como a todo mundo que acompanha minha fic por ter demorado a postar, mas é que meu computador teve um problema e eu fiquei algum tempo sem net, beijos.

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