Surpresas

- Cinco anos passaram mais rápido do que eu poderia imaginar ou desejar. – falou Merlin que estava sentado em uma cadeira na sala da cabana de Atalon. – Parece que foi ontem que vocês despencaram no meio da minha sala.

Todos os presentes riram. Estava na hora daquele grupo se separar para sempre, Harry e Gina tinham que voltar ao seu tempo e destruir Voldemort, sabiam que isso aconteceria, mas não podiam negar que sentiriam falta daquele casal que os conquistara, casal este que mudara bastante.

Harry é quem tinha mudado mais gritantemente, não era mais magro como antes, apesar dos treinos constantes com Lince e os amigos ele tinha conseguido poucos músculos, agora estava quase tão musculoso quanto Atalon, com um peitoral que fazia Gina suspirar, tinha o ar mais duro e emanava poder pelos poros, Gina se tornou mais magra e com formas mais definidas, curvas que Harry adorava e que também como ele mesmo imaginava o fariam mais ciumento que os irmãos Weasleys isso claro quando retomassem a mesma forma já que como Merlin disse, eles voltariam a ter dezessete e dezesseis anos fisicamente.

- Sentiremos muito a falta de vocês. – falou Gina sentada em um sofá que ela havia conjurado há alguns anos com Harry sentado ao seu lado. Era hora da despedida e os dois jovens não podiam evitar sentirem-se tristes, Merlin, Atalon e Shinaya haviam se tornado amigos e uma espécie de guardiões para eles.

- Nós também Gina. – falou Shinaya com os olhos marejados. – Tomem cuidado, apesar de terem evoluído espantosamente, não subestimem seu inimigo.

- Sábias palavras Shinaya. – falou Merlin sério. – Vocês separados tem um poder incrível, juntos são devastadores, mas não subestimem Voldemort e seus comensais, por mais poderoso que um bruxo seja…

- Ele sempre pode ser derrotado. – completou Harry sorrindo. – Nós sabemos meu amigo e não se preocupem nós não deixaremos que nossos poderes subam as nossas cabeças.

- É bom ouvir isso Harry. – falou Atalon. – Eu nunca pensei que falaria isso, mas… siga o exemplo de Voldemort, por mais poderoso que ele seja, ele nunca deixou de temer ser derrotado, nunca subestimou seus inimigos, apesar de todo o ar arrogante e superior dele, ele sempre se precaveu para que todo bruxo que pudesse ser mais poderoso que ele fosse morto. E a maior prova disso é o fato de Voldemort ter temido Dumbledore e mais tarde ter tentado matar você e quando não conseguiu continuar a te perseguir.

- Nós não esqueceremos dos seus conselhos Atalon, dos conselhos de nenhum dos três, nós não nos sentimos superiores a ninguém e nem vamos nos sentir, e prometo que não deixarei meu ódio por tudo que eu fui obrigado a passar supere o amor e a bondade que ainda existe em mim. – falou Harry.

- A guerra que enfrentarão agora será difícil, cuidado e… por favor, sobrevivam. – falou Merlin.

- Você não consegue mesmo ver como será o final dessa guerra? – perguntou Gina.

- Infelizmente não Gina, imagino que vocês não devem saber como ela termina, e é por isso que eu não posso ver nada. – falou Merlin.

- Apesar de não subestimar Voldemort e os seus asseclas eu me sinto confiante, nós dois evoluímos muito e creio que conseguiremos vencer. – falou Gina.

- Assim eu espero. – disse Shinaya. – E lembrem-se não tentem fazer tudo sozinhos, como únicos membros da Armada de Merlin no futuro vocês poderão fazer o ritual de iniciação, sendo assim seus amigos poderão se juntar a Armada e ajudar vocês, passem a eles o que aprenderam aqui sei que não poderão passar tudo, mas pelo menos o básico será possível e necessário, não enfrentem Voldemort assim que chegarem no futuro treinem primeiro seus amigos, Voldemort tem um grande número de seguidores e sozinhos vocês não conseguirão vence-los.

- E peço que falem a Lince que o treinamento dela foi muito útil, pois aumentou a resistência, agilidade e reflexos de vocês sem falar que não tivemos que ensina-los a usar a espada junto com a varinha o que nos faria perder muito tempo. Se não fosse esse treinamento dela provavelmente teriam que ficar uns cinco anos a mais por aqui. – falou Merlin. – Mas queria pedir a vocês dois favores, o primeiro que entreguem isso a Lince, diga-lhe que esses pergaminhos a ajudarão nas pesquisas.

Harry pegou os pergaminhos e guardou-os com cuidado nas roupas, que assim como as de Gina eram as mesmas que usavam quando chegaram, olhando em seguida para Merlin para saber o outro pedido.

- Quero que usem o nome de Dumbledore e não o meu, quero que usem Armada de Dumbledore.

- Mas…

- Eu sei Harry, mas é uma homenagem que eu quero fazer a um homem que sempre lutou pelos mesmos valores que eu. – disse Merlin com a voz firme. – Um sábio que merece toda a minha admiração, por isso continuem a ser a AD, por favor.

- Nós o faremos. – comprometeu-se Gina. – Será uma honra voltar a ser parte da AD como também é uma honra fazer parte da Armada de Merlin.

- Devo também lhes fazer um aviso, Lince tem informantes dentre os seguidores de Voldemort, vocês já foram muito inimigos de um deles, mas posso lhes garantir que nenhum desses três comensais está do lado do Lorde das Trevas. Eles querem realmente ajudar o lado do bem.

- Prometo que se não for Snape ou Bellatrix eu não farei nada. – afirmou Harry sorrindo.

- Tenha certeza que não são eles. – falou Merlin divertido. – Se fossem não teriam sobrevivido tempo suficiente para oferecer seus serviços a Ordem, Lince não os deixaria vivos tempo suficiente para falarem alguma coisa. Agora vamos lá pra fora que está na hora de irem.

Os cinco saíram da cabana e olharam-se em uma despedida silenciosa, era difícil se separar, tinham acostumado-se a companhia uns dos outros.

- Sentirei muita falta de vocês. – falou Harry por fim. – Sabe, sentirei falta até daquelas montanhas de roupas.

Todos riram, pois uma das principais queixas de Harry eram as muitas roupas que se usavam ali, apesar de ele não usar nem metade. Gina também demorou bastante a se acostumar com os vestidos compridos.

Atalon fez um círculo no chão e Harry e Gina ficaram no meio dele acenaram com as mãos e Atalon fez o feitiço levando-os de volta a sua época.

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Harry e Gina chegaram à sala de onde tinham partido anos atrás e viram que suas aparências tinham voltado ao que eram antes, apesar de que ainda podiam sentir que os poderes deles não haviam diminuído, olharam ao redor esperando ver os amigos, mas apenas encontraram a sala vazia, entreolharam-se temerosos, o que teria acontecido?

- Senhor Harry Potter, meu senhor que bom que chegaram. – falou a voz esganiçada de Dobby, que era quem cuidava da sede da Ordem no Largo Grimmauld desde que se mudaram pra lá. – Senhorita Weazey é bom vê-la também…

- Dobby o que houve? – perguntou Harry. – Porque não nos esperaram?

- A casa dos pais da Senhorita Granger está sendo atacada, Senhorita Lince mandou irem pela chave de portal encima daquela mesa lá, assim que a tocarem poderão ir pra casa dos Senhores Granger, meu senhor.

Harry e Gina sem esperar por mais explicações agradeceram o elfo e tocaram na chave de portal imediatamente sentiram o já conhecido puxão no umbigo e quando chegaram à residência dos Granger não puderam impedir uma exclamação de surpresa, ao contrário do que esperavam a casa não estava sendo invadida por alguns poucos comensais, estava sendo atacada por lobisomens, dementadores, comensais (muitos deles) e alguns seres que pareciam ser feitos de fumaça negra lembravam vagamente lobos, mas eram muito maiores e tinham olhos tão vermelhos que lembravam sangue.

- Acho que vamos ter que colocar nosso aprendizado em prática mais cedo do que imaginávamos. – falou Harry movimentando o braço esquerdo para sacar a espada e segurando a varinha na outra, apesar de ter aprendido a fazer feitiços sem a varinha ainda não era hora de o inimigo saber, ele rapidamente se encaminhou para a batalha sendo seguido de perto por Gina.

Gina e Harry lutavam ferozmente e muito mais rápido do que quando viajaram no tempo, e pareciam ler os pensamentos um do outro, não foram poucas as vezes que um dava um golpe e o outro terminava o “serviço”, deixando Rony, Hermione, Lince e Anny surpresos, sim Lince também porque ela sabia que alguma coisa ia acontecer, mas não imaginava que eles iriam receber treinamento. O que também deixou os amigos bastante surpresos foi o fato de que Harry e Gina matavam sem problemas, não matavam sem necessidade, mas antes eles recebiam ferimentos que poderiam ter sido evitados se eles não tivessem tantos escrúpulos na hora de finalizar a batalha definitivamente.

Com a ajuda dos dois jovens descobriram que os lobos não gostavam de luz e que os patronos os destruíam, foi assim que descobriram que o patrono de Lince era uma águia, as criaturas foram todas derrotadas e alguns comensais foram presos, alguns poucos dementadores conseguiram fulgir e todos os lobisomens foram mortos.

- Estão todos bem? – perguntou Harry se aproximando dos amigos temia que os Granger estivessem feridos ou mortos. – Como estão seus pais Hermione?

- Estão bem… um pouco assustados, mas bem. – respondeu Hermione com a voz tremula, ela não podia se imaginar sem os pais.

- Temos que sair daqui, o ministério vai chegar a qualquer momento. – falou Lince com urgência.

- Tem razão Lince, eu vou ficar aqui e dizer que por sorte Hermione e os amigos estavam visitando os pais dela quando estes foram atacados. – falou Anny.

- Boa idéia. – concordou Lince. – Mione busque os seus pais dentro da casa, temos que leva-los até o Largo em segurança.

Hermione concordou e juntamente com Rony foram atrás do Senhor e Senhora Granger. Harry e Gina estavam vigiando as imediações para ver se ainda faltava alguém para prenderem, e perceberam que o Ministério ia ter muito trabalho ali, a maioria dos vizinhos olhavam assustados para a cena.

Eles foram para o Largo aparatando deixando Anny para trás. Os pais de Hermione não gostaram muito da sensação de aparatar mais era necessário, chegando a sede Lince lhes falou o endereço (ela era o novo fiel do segredo da Ordem) e os pais de Hermione não puderam evitar de abrir a boca ao verem a casa se materializando, era uma sorte Lince ter tirado a maior parte dos feitiços anti-trouxas. Eles entraram e levaram os Granger até a cozinha para se acalmarem e poderem beber alguma coisa.

- Por Deus Hermione! – falou Sara mãe de Hermione. – O que está acontecendo quem eram aquelas pessoas e porque estavam nos atacando?

Hermione suspirou cansada, pretendera deixar os pais de fora do que estava acontecendo no mundo bruxo, mas agora não tinha mais jeito, e então com muito pesar ela contou tudo sobre Voldemort, seus seguidores e a guerra que estavam enfrentando e o fato de que ela estava até o último fio de cabelo envolvida nisso e não dava pra sair, ela temia que os pais pudessem querer obrigá-la a fugir e isso ela não faria de modo algum.

- E posso saber por que não nos contou isso antes? – perguntou Thomas pai de Hermione.

- Porque eu sabia que tentariam me impedir de ajudar. – respondeu Hermione firme.

- Mas é claro que sim! – exclamou exasperada Sara. – E você acha que vamos deixar a nossa filha se meter numa guerra que nem pertence a ela?

- Essa guerra é mais minha do que de muitos nascidos bruxos! – respondeu Hermione aumentando a voz. - Esse é o meu mundo desde que eu coloquei os pés em Hogwarts pela primeira vez!

- VOCÊ NÃO VAI CONTINUAR NUMA GUERRA! – gritou Sara para a filha. – POR DEUS! HERMIONE VOCÊ SÓ TEM DEZESSETE ANOS, COMO ESPERA QUE DEIXEMOS QUE PARTICIPE DE UMA GUERRA?

- EU ESTOU NESSA GUERRA DESDE OS ONZE ANOS! – gritou Hermione, ela evitara falar pros pais tudo que ela passava em Hogwarts, contando apenas os momentos bons.

- Eu já imaginava. – falou Thomas pegando todos de surpresa inclusive a filha. – Sempre tive a impressão de que você escondia alguma coisa da gente, é impossível passar apenas momentos bons seja lá em que mundo for.

- Eu não queria envolvê-los. – falou Hermione baixo. – Eu sinto muito, mas agora que já estão envolvidos tenho que tomar providências para que fiquem em segurança…

- E você? – interrompeu Sara.

- Continuarei ao lado dos meus amigos. – respondeu Hermione olhando nos olhos da mãe. – Eu não os abandonarei precisam de mim, eu nunca pensei que estaria no meio de uma guerra, mas também não vou fugir deixando meus amigos no momento em que eles mais precisam de mim.

Thomas se levantou deixando todos apreensivos, mas ele apenas abraçou a filha dizendo:

- Saiba que eu tenho muito orgulho de você filha. Você acaba de mostrar que é madura suficiente para enfrentar o que virá pela frente, mas você sabe que terá que matar Hermione?

- Eu já tive que fazer isso. – respondeu Hermione com pesar, não gostava de lembrar das pessoas que matara.

- E mesmo assim não quer fugir. – falou Thomas mais orgulhoso ainda da filha. – Não tentarei impedi-la de ajudar seus amigos, mas prometa-me que tomará cuidado.

- Eu prometo, e acredite papai se eu não tomar cuidado a Lince me mata. – falou Hermione sorrindo olhando para Lince.

- É bom mesmo que saiba. – falou Lince tentando parecer séria, mas sem conseguir impedir um sorriso.

- Onde nós iremos ficar? – perguntou Thomas.

- Aqui. – respondeu Harry. – É o lugar mais seguro, aqui é a sede da Ordem da Fênix que é uma sociedade secreta que reúne os mais poderosos bruxos para lutar contra Voldemort, sua filha e todos aqui presentes participamos da Ordem.

Thomas olhou surpreso pela confiança que aquele jovem demonstrava ter neles. Depois de mais algumas explicações Lince mostrou aos novos hóspedes onde eles iriam dormir e que por enquanto eles usariam vestes bruxas já que roupas trouxas eram artigos pouco comuns ali, mas que assim que amanhecesse eles partiriam pra pegar algumas roupas na casa deles.

Harry, Rony, Gina, Hermione, Anny e Lince ficaram na cozinha mesmo depois de todos terem ido dormir, já que tinham muito que conversar.

Lince explicou a Harry e os garotos que ela havia colocado um feitiço que a avisaria caso a casa dos Granger fosse atacada, ela sabia que Voldemort não restringiria os ataques a quem Harry conhecia, o Lorde tentaria com certeza atingir aqueles que eram parte da Ordem.

Estranhamente Harry não parecia se sentir culpado pelo que aconteceu, e ele realmente não se sentia, Merlin o fez perceber que as pessoas tiveram muitas chances de se afastarem dele, mas que não o fizeram, que o fato de Harry se sentir culpado por isso diminuía o ato de coragem de todos ao quererem continuar ao seu lado.

- Mas agora Harry e Gina vocês tem muito o que nos explicar. – falou Lince. – Como vocês lutaram daquela maneira se passaram apenas cinco minutos no passado?

- Na verdade madrinha, nós passamos cinco anos sendo treinados por Merlin, Shinaya e Atalon. – respondeu Harry.

Após essa afirmação foram muitos minutos de explicações sobre a Armada de Merlin, o treinamento, sobre quem eram Shinaya e Atalon e muitas outras coisas.

- Merlin me pediu para entregar isso a senhora. – falou Harry entregando os pergaminhos. - E falar que o seu treinamento foi muito útil, pois de acordo com as próprias palavras dele pouparam uns cinco anos a mais de treinamentos.

- Ainda bem. – falou Lince guardando os pergaminhos iria examiná-los mais tarde.

- Ele também me falou que devíamos reabrir a Armada de Dumbledore, me pediu pra não usar o nome dele, mas decidi fazer o seguinte, chamaremos os antigos membros da AD e usaremos o nome de Dumbledore, mas nós seis seremos a Armada de Merlin, claro que apenas nós saberemos, para os outros seremos apenas a AD. – falou Harry.

- Será ótimo assim nós poderemos homenagear os dois maiores bruxos de todos os tempos. – concordou Gina. – Mas agora temos que fazer o ritual de inicialização, ele os fará despertar todo o seu poder mágico que ainda não conseguiram e lhes dará a marca da AM.

- Que marca? – perguntou Lince.

- Essa. – respondeu Harry mostrando o lobo, o bastão e a folha que ocupavam quase todo seu antebraço direito, e Gina mostrou a mesma tatuagem no pescoço. – Isso será bastante útil porque nos ligará mentalmente, sendo assim quando estivermos em perigo poderemos pedir ajuda e também mostrar o lugar onde estamos enviando as imagens.

- Vejo que meus anéis ficaram ultrapassados. – brincou Lince surpresa e maravilhada com tantas novidades.

- Acho que nós podemos usar como chaves de portais. – falou Gina. – Ligando os anéis eles poderão nos levar onde nós estivermos se precisarmos de ajuda, sabe pro caso de não conseguirmos nos concentrar devidamente para enviar imagens.

- É uma ótima idéia Gina. – falou Lince.

O mesmo ritual que havia sido realizado em Gina e Harry assim que chegaram à época de Merlin foi feito ali, e no final os seis presentes faziam agora parte da Armada de Merlin.

Eu fiquei meio chateada de cortar a parte em que o Harry e a Gina ficam no passado, mas a fic já está meio grande, então não teve outro jeito, prometo que se quiserem eu faço depois que eu terminar essa, uma fic falando da estadia deles por lá.
Será que é pedir demais para que comentem?

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