Deslize



Capítulo XXXI – Deslize

Diana recebera muitos presentes, de Dumbledore, McGonagall, Hermione, Harry, Tonks e dos Weasleys. Mas havia alguns que eram para o bebê e não para ela, mais especificamente os de Dumbledore e McGonagall.
- De que adianta receber presentes se não são para você? – zombou Snape.
- De certa forma são para mim sim. – disse Diana olhando o macacãozinho branco – são para nós. Olha que bonitinho! Você imagina o nosso bebê vestindo isto?
Snape levantou uma sobrancelha e revirou os olhos.
- Se ele vestirá isto, então deve ser muito pequeno…
- Ora Severus, - disse ela olhando agora uma manta verde claro – bebês nascem pequenininhos.
- Sabe, - falou Snape observando a alegria com que Diana apreciava as roupinhas – eu estive pensando. Acho que temos que comprar algumas coisas pra ele não? Afinal, até agora nós só temos dois pares de sapatos e os presentes que recebeu.
- É verdade. – concordou a bruxa – A gente tem que comprar muitas coisas… E não é só isso… Até agora a gente nem pensou num nome… Não podemos ficar chamando-o de bebê depois que ele nascer…
- É mesmo. – Snape fez uma pausa – Mas é melhor deixar isso por sua conta. O nome que você escolher por mim tudo bem.
- Você não pode fazer isso Severus! – riu Diana – Ele é nosso… Temos que escolher juntos.
- Eu não sou bom com essas coisas… - disse fazendo uma careta – Que nome eu teria para oferecer? De alguma erva, mistura, sei lá… Você sim. É criativa. Vai achar um nome ótimo.
- Deixe-me ver então… Vou chamá-lo de Severus Junior. – falou rindo. Snape levantou uma sobrancelha e crispou os lábios. – Ora, vai ser divertido. Poderia me ajudar com isso… Já chega que será inadmissível para todos a cena do frio e calculista mestre de poções comprando roupinhas de neném… Então já não vai poder participar desta parte…
- Ainda bem… - murmurou o bruxo. Diana fingiu não ouvir.
- Quero que faça parte disso. – insistiu ela.
- Tá. Tudo bem. – Ele se rendeu – Mas fica avisada de que eu não sou bom de idéias.
Diana sorriu docemente e lhe deu um beijo curto.
- Ah, eu esqueci de te mostrar o melhor presente de todos, vem cá. – a bruxa o puxou pela mão, e através da lareira os dois foram para os aposentos dela.
No meio do quarto havia um estonteante berço branco. Com um móbile de hipogrifos e lençóis azul-claros.
- Não é lindo? – disse ela passando a mão pela cabeceira dele. – Foi Alvo quem nos deu.
- Ora, mas desse jeito a gente não vai precisar comprar nada... – zombou Snape – Deixe que Dumbledore faça todo o enxoval.
A mulher sorriu ainda mais.
- Eu estive pensando… – falou ela mordendo o lábio inferior – Nós poderíamos comemorar a passagem do ano, juntos. O que acha? Eu faria um jantar só pra nós dois. Aqui mesmo…
- Não dá. – respondeu Snape seco – Adoraria, mas não dá. É tradição os comensais comemorarem a passagem juntos. Todo ano é assim.
Diana fez uma careta de decepção.
- E você não pode deixar de ir só neste? – tentou ela – Nunca mais vai se repetir… Você e eu, grávida… Só neste ano acontecerá…
- Não. – murmurou ele – Não posso. Sinto muito.
- Isso não é vida Severus… - falou ela chateada – Nem pra você, nem pra mim. Praticamente todas as vezes que vou dormir ao seu lado, acordo sozinha. Em todos os finais de semana você sempre tem reuniões…
- Eu sei, mas tente compreender… Eu não tenho opção… E não será para sempre… Garanto a você. – ele a olhou por um momento – Vamos falar de outra coisa. Qualquer coisa. Este não é um assunto que me agrade.
Diana deu um sorriso triste e começou a falar de suas aulas.
Mais tarde Snape saiu dos aposentos dela com a cabeça cheia de pensamentos. Não podia afastar de sua mente a expressão de aborrecimento de Diana.
“Não sei o porquê dela estar agindo assim” pensou “sabia desde o início como deveria ser… Não pode ficar chateada comigo… Não é minha culpa…”.


A reunião de virada do ano chegou e Snape era a pessoa que menos se destacava no salão. Alguns comensais dançavam, outros se agarravam em cantos escuros, muitos bebiam e conversavam dando gargalhadas altas. Mas Snape estava sentado a um canto, numa poltrona confortável, bebia um grande cálice de vinho (que era o sucessor de muitos copos de wísque) e olhava para o meio do salão. Mas na verdade não o enxergava.
Ultimamente estava um tanto quanto difícil controlar seu “lado comensal”. Era como se houvesse o “Severus” que o habitava em Hogwarts, ao lado de Diana. E o seu lado mais, digamos assim, irracional, que vinha à tona quando determinadas coisas o instigavam.
Havia aprendido a controlá-lo sim, mas nos últimos dias tinha tido muitas brigas com Dumbledore… Diana e ele estavam cada vez mais afastados… Não conseguia mais se ver se deitando com ela… A barriga tornava tudo um tanto quanto estranho… Imaginar que havia uma criança, ali, dentro dela, tornava as coisas um pouco mais difíceis… E talvez fosse por causa da gravidez, mas ela ficara bem mais sentimental. Magoava-se com facilidade, e vivia reclamando de tudo… Ficava chateada por causa das reuniões… Inclusive, as últimas farpas trocadas pelos dois foram por causa desta de hoje.
E além de tudo, havia as reuniões em si. Havia um clima de desconfiança no ar. Sabia que as pessoas falavam as suas costas. Tinha descoberto inclusive, que haveria um ataque maciço a Hogwarts, só não sabia o dia (Já havia até avisado a Dumbledore, que tinha seu exército de prontidão). E não tinha sido Voldemort que o havia informado disso, isso queria dizer que o Lorde estava escondendo informações de Snape, o que significa que não confiava mais nele como antigamente.
Por causa de todos esse motivos, seu lado um tanto quanto, animal, por assim dizer, andava um pouco aflorado. Por isso ele estava sentado sozinho com seu cálice de vinho. Não queria que ninguém o perturbasse, ou acabaria arrumando problemas.
Mas havia um par de olhos observando-o, podia sentir. Correu seus próprios olhos pelo salão a procura deles, e os encontrou. Bellatriz mantinha seu olhar sobre ele, e, ao notar que ele havia percebido, lhe sorriu de forma safada. Snape ergueu uma sobrancelha e tomou um gole de seu vinho. A bruxa então veio rebolando ao seu encontro.
- Olá Severus… - sussurrou ela apoiando-se nos braços da poltrona e deixando o decote a centímetros de seu rosto.
- Olá… Bella… - murmurou ele rouco olhando-a nos olhos e tomando mais um gole de vinho.
- Eu estive pensando… Sabe, relembrando os velhos tempos…
- Sério? – ironizou ele, ainda a olhando nos olhos.
- É… sério… E sei lá… Me deu vontade de… - ela parou de falar por um momento e mordeu o lábio inferior.
- Fala logo Bellatriz… O que você quer de mim?
- O que quero de você? – sussurrou ela sentando-se na perna dele e cruzando as suas – Eu quero você - murmurou ao pé da orelha dele mordendo-a e fazendo com que os pêlos de sua nuca se arrepiassem involuntariamente.
Snape crispou os lábios. Diante da não resposta, Bellatriz insistiu:
- Ora Severus… Você sabe bem que, apesar das nossas desavenças, sempre fizemos uma ótima combinação entre quatro paredes… Bateu… Sei lá… Saudades… - zombou ela, falava muito perto de seu rosto – Só por diversão… Pra comemorar o Novo Ano… O que me diz?
- Acho melhor não Bella. – respondeu Snape de imediato tentando se manter apegado à razão.
- Não? – Surpreendeu-se ela – Não?! Como assim? Severus, Severus… - brincou – Seu nome já está sendo posto em dúvida… Há murmúrios por toda a parte… Sabe disso. Se começar a rejeitar mulheres, principalmente a mim, a coisa pode realmente ficar feia pra você… Sei que sabe o quanto eu sou capaz de afundar alguém… - parecia ter virado questão de honra agora para ela – Acredite, não pode se dar ao luxo de me recusar Severus Snape…
Snape admirou por um momento a morena sentada em seu colo que o olhava com cobiça. Não podia negar que ela fosse atraente, e que o atiçasse. E fazia quase dois meses que não se deitava nem mesmo com Diana. Ficava tão sem jeito, que andara a evitando. E não se passava por sua mente dormir com alguém que não fosse ela. Pelo menos até agora…
Seu corpo pulsava… Era quase doloroso a necessidade que sentia de “extravasar”… E Bellatriz… Bom, de certa forma ela era mais trabalho do que diversão… Afinal, o que seria capaz de inventar e de fazer se ele realmente a rejeitasse?
A bruxa agora passava o dedo médio pela boca do cálice dele, ela enfiou o dedo no vinho, depois o lambeu, insinuando-se para Snape.
- E então? Vai demorar muito a se decidir?
O bruxo pensou nas brigas com Dumbledore e Diana, na desconfiança que reinava ao redor dele, e no desejo que latejava em seu corpo… E seu lado “animal” e os copos de wísque falaram mais alto.
- Diga-me… - falou rouco, voltando a olhar a bruxa nos olhos – Tenho outra opção?
- Hum… - Bellatriz fez cara de pensativa – Deixe-me ver… É… Não. – completou com um sorriso torto.
Snape sorriu cinicamente, passou uma mão em volta de sua cintura, e segurou seu rosto com a outra e a beijou de forma selvagem.
- Vem. Vamos pra um lugar mais reservado… - falou ela respirando fundo.
Os dois saíram pelo corredor lateral e entraram se beijando na primeira porta destrancada.
- Hum… - sussurrou Bellatriz – Parece que não é um dos quartos…
Snape olhou ao redor, era uma sala de jogos.
- Quem precisa de camas? – murmurou ele rouco. Voltaram a se beijar, Snape a levantou pelas coxas e ela enlaçou suas pernas no corpo dele. Segurando-a nesta posição ele a carregou até a mesa mais próxima e a sentou ali brutamente.
Bellatriz abriu as pernas descaradamente e puxou-o colando o corpo dele no dela, passou então a beijá-lo e a morder o seu pescoço.
- Vai me deixar marcas sua vadia… - murmurou ele sorrindo cinicamente e a segurando pelos cabelos.
- A intenção é essa… - Disse Bellatriz puxando a camisa dele com as mãos e abrindo todos os botões de uma só vez, alguns saltaram e foram parar no chão.
Snape correu as mãos pelas curvas dela e notou que a bruxa não usava nada embaixo do vestido. Olhou para ela com um sorriso torto.
- Fica mais fácil assim… - respondeu ela também sorrindo.
O ato dos dois foi selvagem e nada romântico, mas nem por isso menos prazeroso para ambos os lados. Depois de tudo, um arfava no pescoço do outro.
- Você continua tão boa quanto sempre foi… - rosnou ele ao pé do ouvido dela.
- Você está ainda melhor… - murmurou Bellatriz mordendo a orelha dele.
A porta então foi aberta por um homem loiro que entrava no aposento abraçado a duas mulheres.
- Ora, ora… - fez cara de surpresa – Se não é a minha cunhadinha e o meu melhor amigo. Na minha mesa de pocker!?
Bellatriz desceu da mesa apoiando-se em Snape.
- Ah vai pro inferno Lucius… - falou o bruxo frio com um sorriso torto, fechando a calça, a camisa ainda aberta. O outro bruxo também sorriu, mandando com as mãos que as duas mulheres que lhe faziam companhia saíssem do aposento.
- Pro inferno? – falou Bellatriz ajeitando o vestido – Nem o demônio em pessoa apreciaria a presença desse verme…
- Eu sei que você me ama Bella… - zombou o loiro aproximando-se – Eu sei que você me quer… Sempre quis… É frustrada porque eu me casei com sua irmã e não com você… Não fique assim… Se você quiser eu posso dar um jeitinho nessa sua frustração…
- Nem que o Lorde me obrigasse! – falou Bellatriz indignada – Sabe, Lucius, eu desejo com todas as forças, a cada vez que o vejo, que essa sua lesminha pegajosa – disse ela em tom irônico apontando para a calça dele – caia pedacinho por pedacinho, dolorosamente. Por isso falei a Cissa que se protegesse ao se deitar com você… Acredite Lucius, nem a ela você consegue satisfazer…
O bruxo, impassível, sorria como se se divertisse com aquilo.
- Tsc, tsc, tsc, o que diria seu maridinho Rodolfo se soubesse que você o trai de forma tão descarada?
- Que chifres trocados não doem. – respondeu ela prontamente – É o que Cissa sempre me diz quando eu conto a ela sobre as prostitutas com quem você insiste em se divertir
O bruxo tentou se manter impassível, mas seus olhos cinzentos se estreitaram.
- Adeus Severus… - Falou a mulher beijando-o uma última vez e mordendo o lábio inferior de Snape – Nos vemos brevemente… - encaminhou-se para a porta.
- Não vai se despedir de mim? – instigou Malfoy.
Ela se virou para ele da porta com um sorriso zombeteiro.
- Adeus Lucius. Espero não ter de ver essa sua cara feia tão cedo. De preferência, morra.
- Idem. – respondeu ele sorrindo ainda mais.
Bellatriz saiu da sala rebolando como sempre. E só então Snape falou rouco:
- Ela sempre tem a todos que quer…
- E quem não a quer meu caro amigo… - disse Lucius – E quem não a quer? Vem, vamos beber um pouco, aproveitar a noite. A diversão está só começando…

Quando a madrugada já havia chegado à metade Snape achou por certo que deveria voltar a Hogwarts. Mas antes foi a um dos banheiros, tinha que tirar as marcas que Bellatriz tinha lhe feito.
Analisou-se no espelho, ainda havia marcas de batom no seu colarinho, chupões no seu pescoço, arranhões nos seus braços. Olhou para os seus próprios olhos por um momento. E um sentimento que há muito tempo não o abalava tão fortemente, invadiu seu peito.
- O que foi que eu fiz… - murmurou, passando a mão pelo próprio rosto. O remorso e a culpa pesavam em seus ombros. Tinha vergonha de si mesmo. Tinha que ter dado um jeito de evitá-la… Qualquer jeito. Mas fora fraco demais… Sucumbira aos seus desejos carnais e a seu lado irracional. Com certeza agora teria que enfrentar as conseqüências…
“Não. Não terei” Pensou. Com magia desfaria as marcas em seu corpo e consertaria sua camisa. E não contaria nada a Diana em hipótese alguma. Ela nunca saberia. E assim não iriam brigar, e ela continuaria ao seu lado. Era uma atitude canalha e egoísta. Mas era a única opção que tinha. Era isso, ou perdê-la. Tinha certeza de que ela não compreenderia. Ainda mais no estado sentimental em que está. E Snape não podia admitir perdê-la mais uma vez.
Com cuidado e precisão limpou todas as marcas que encontrou, fechou a camisa já consertada. Avaliou-se por um último momento e depois partiu.
Não se demorou muito no escritório de Dumbledore. O bruxo o perfurava com aqueles olhinos azuis e Snape tinha absoluta certeza de que ele sabia da besteira que tinha acabado de fazer. Mas não admitiu. Que o diretor tirasse todas as conclusões que quisesse. Ele não diria nada.
Chegou a sua masmorra, mas como aquele estava longe de ser um dos seus melhores dias, havia alguém sentado em sua cama. E era a última pessoa que Snape desejaria que estivesse ali.
Recostada nos travesseiros, Diana dormia de forma leve. Uma mão sobre a barriga, o rosto suave, sorria levemente, deveria estar sonhando com algo muito bom. Aparentemente cochilara enquanto o esperava. Snape se sentiu o pior dos monstros do mundo. Mas afinal que diabos ela estava fazendo ali? O bruxo então tirou os sapatos e andou a passos leves. Talvez conseguisse não acordá-la. Ele sempre conseguia andar ou sair do quarto sem que ela despertasse. Por que não conseguiria agora? Mas parecia que sua consciência estava tão pesada que até seu corpo se esforçava para carregá-la, e no terceiro passo a bruxa acordou.
- Severus? – murmurou abrindo os olhos lentamente. Snape estancou. – Você demorou… Eu vim te esperar… E… E pedir desculpas… Tenho agido como uma tola ultimamente, com cobranças sem lógica e discutindo com você por nada… Me perdoa… É que ando muito abalada… Não sei se é a gravidez, talvez seja… Mas acontece que eu tenho me sentido tão feia… Estou enorme… E ficava imaginando como uma boba que você não gostava mais de mim… Ou coisas do gênero…
Snape olhou para ela, aquele sorriso doce, mirou seus lindos olhos verdes. E se sentiu ainda pior.
- Não… Não deveria se sentir assim… Eu… - Fez força para que a frase saísse, e para que não soasse falsa neste momento – Eu gosto de você… A quero do meu lado… Você está grávida de um filho meu… Como poderia não querê-la?
Um frio desceu pelo seu estômago como se tivesse engolido várias pedras de gelo. Diana sorriu ainda mais.
- Eu sei. – falou carinhosamente, se aproximando dele pela cama – Eu sei. Disse que estava agindo como uma tola. Mas isso vai mudar. Prometo. Vem, senta aqui, vou te ajudar a tirar essa roupa… A gente toma um bom banho quente juntos…
- Não… Não precisa. – o bruxo desconversou – Eu tomo sozinho. Estou cansado… Preciso tentar dormir um pouco…
- Ora, que é isso? – disse ela ainda sorrindo – Eu sempre te ajudei a relaxar… Larga de ser turrão…
E dizendo isso se levantou, aproximou-se de Snape e começou a desabotoar sua blusa. O bruxo tinha fechou os olhos. O medo agora se apossara do seu corpo. Podia até sentir suas pernas bambearem levemente.
Diana terminou de tirar a blusa dele, acariciou suas costelas como sabia que ele gostava, e o coração de Snape acelerou. Levou suas mãos as costas dele, abraçando-o. Mas então notou que havia algo de diferente ali. O bruxo então se lembrou que, na pressa de encobrir tudo, não havia olhado a parte de trás de seu corpo.
Ela o contornou, o homem respirou fundo, seu coração batia tão rápido que imaginou que Diana poderia ouvir. A bruxa olhou para suas costas e havia ali enormes marcas vermelhas.
- Severus… - sussurrou – Querido… Fizeram você duelar de novo? Machucaram você? – ela passou a mão pelas marcas.
Snape poderia ter afirmado o que ela disse. Eram marcas de duelo, ponto. Ela lhe daria um beijo doce, o consolaria, e nada de ruim iria acontecer. Mas ele não conseguiu. O mestre em oclumência, e em ludibriar, não conseguiu mentir. Pelo menos não para aqueles olhos verdes que o censuravam dentro de sua mente. Com os olhos ainda fechados balançou a cabeça para os dois lados em sinal de negação.
- Não? – perguntou ela confusa – Não? Mas então o quê… - só então Diana percebeu que as marcas nas costas dele não eram simples marcas. Eram arranhões. Muito provavelmente feitos por unhas bem afiadas. – Eu… - Ela se afastou dele – Não acredito que você fez uma coisa dessas comigo…
Snape se virou para ela, aqueles olhos verdes antes tão radiantes, agora estavam escurecidos de tristeza e decepção, marejados de água.
- Me diz que não é verdade o que eu estou pensando… - falou chorosa.
- Eu… - ele escondeu o rosto nas mãos para não ter de encará-la, sua voz falhava – Não posso mentir para você… Eu… Dormi com outra mulher…
As lágrimas de Diana rolaram livremente e de forma involuntária.
- Como… Como você pôde? – disse com amargura – Eu te esperando aqui… Como uma idiota! Achando que tinha lhe tratado mal… Que você não merecia… Me sentindo culpada… Pronta a pedir desculpas… E você por aí transando com uma mulherzinha qualquer… É isso que você faz em todas as reuniões? Me deixa dormindo em sua cama e sai para se divertir com vagabundas? É por isso que não podia faltar à reunião para ficar comigo? Já tinha um encontro marcado com a vadiazinha? Não podia deixá-la esperando é?
- Não é verdade Diana… - falou ele friamente, a culpa e o remorso eram notados em cada sílaba que pronunciava, ainda não tinha coragem de olhá-la nos olhos, por isso mirava o chão – Desde que estou com você, essa foi a única vez…
- Ah, é mesmo? – respondeu ela alterada, as lágrimas que agora eram de raiva, rolavam abundantes, seu rosto estava vermelho – E você quer o quê? Que eu fique feliz com isso? Ah não… - zombou – Severus é um ótimo homem… Me traiu uma vez só… Enquanto a babaca, grávida de um filho dele, o esperava em seu quarto, para recebê-lo carinhosamente… Mas quem não faz isso não é?
- Tente entender… - Snape levantou a cabeça e a olhou por um momento, a bruxa o mirava com o mais profundo ódio – Ela deu em cima de mim… Muitos comensais já estão desconfiando das coisas que faço ou deixo de fazer… Ela poderia me prejudicar muito se eu não fizesse o que ela queria… Tem voz forte entre o grupo…
- Sei… - Diana continuou a zombar – E você é o homem mais desejável do mundo, o irresistível, o gostosão, que toda mulher quer ter… Ah, me conta outra Snape… Eu não posso fazer nada se você pensa com a cabeça errada e não consegue controlar o que tem entre as pernas!
- Ora, não me venha falar disso ok? – Snape estava começando a perder o controle, tinha o péssimo hábito de tentar inverter o jogo em uma discussão, e isso não era uma boa idéia agora… - Há quase dois meses que eu não sei o que é tê-la… Eu me controlo… Mas fica difícil também…
Diana fez uma careta pôs uma mão à frente fazendo sinal para ele parar.
- Pára… - interrompeu-o – Pára por aí… Não me vem com essa história de que “eu sou homem, eu tenho minhas necessidades”… – falou fazendo falsete – Porque as mulheres também as têm, e se você está há quase dois meses sem me ter e então quer dizer que eu estou a esse exato tempo sem tê-lo… Nem por isso saio por aí me oferecendo pro primeiro que me olhar… Aliás, não culpe-me! É você quem tem me evitado!
- Diana… - parecia que a cada vez que ele tentava consertar acabava falando uma besteira maior – Você não compreende… É difícil pra mim… É difícil imaginar nós dois fazendo alguma coisa sabendo que há uma criança dentro de você…
As lágrimas dela rolaram ainda mais.
- Eu… Não acredito que ouvi uma coisa dessas… Também não é fácil para eu carregar um peso além do meu, dia e noite. Não foi fácil passar quase um mês botando pra fora tudo que comia. Não é fácil me olhar no espelho todos os dias e me sentir uma abóbora gigante. Eu não o fiz sozinha sabia? E nem planejei isso. Mas mesmo assim estou feliz, porque é o meu filho, e eu o amo mesmo antes dele nascer… Não posso fazer nada por você se não é capaz de sentir o mesmo.
- Não foi isso que eu quis dizer Diana… - disse Snape triste – Por favor. Não me interprete mal.
- Nunca é o que você quer dizer Snape… Nunca é… Meça mais as suas palavras! E os seus atos principalmente!
A bruxa se encaminhou para a porta para sair.
- Diana… - falou ele em tom de súplica – Espera… Não sai daqui nesse estado… Por favor, me perdoa… Eu fui um fraco…
- É verdade, você é um fraco… - respondeu ela com raiva e dor virando-se para ele – Mas te perdoar? – ela disse com amargura - Te perdoar? Depois do que você fez? E depois do que disse? Estou cansada de ser magoada por você e depois ter de perdoá-lo. Pra mim chega Snape… Você não é uma criança.
E dizendo isso saiu do quarto batendo a porta com força.

N/A: Gentiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiii!!!!!!! Putz, eu prometi que as aulas naum iam atrapalhar, mas naum cumpri neh??? Dsculpa.... Mas to aki... ants tard do ke mais tard!!!!! Esse cap. Era pra ser ainda maior, mas eu keria mt postar logo entaum naum resisti.... Talvez eu faça umas mudanças nele depois..... Eu sei ke vai ter mt genti ke vai reclamar... Mas eh ke o mela-mela jah tava me enjoando.... E o Snape não eh um kra perfeitinhu… entaum....... Eh... A fic tah cheganu ao final...... E logo logo vcs naum vaum precisar mais me aturar!!!! Rsrsrsrsrsrs...... Spero ke pelo menos tds a leiam ateh o fim..... Dps vcs podem me odiar.... hauhauhuahua...... brinkadera.... Naum vai ter motivo para vcs me odiarem naum...... COMENTEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEMMMMMM por favor!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!! Beijuuuuuuussssssssssss!!!!!!! =P

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