Nova profesora, novos sentimen

Nova profesora, novos sentimen



Capítulo XVIII – Nova profesora, novos sentimentos

Inicialmente os times ficaram assim: um com Harry como apanhador, Rony como goleiro, Fred como batedor e Diana como artilheira, e no outro Gina como apanhadora, Hermione como goleira, Jorge como batedor e Snape como artilheiro. Mas logo o jogo ficou chato, pois Harry, ou então Gina, pegavam o “pomo” o tempo inteiro e não dava tempo de se jogar direito. Então os dois passaram a artilheiros e o jogo prosseguiu melhor.
Ao final de tudo não se sabia ao certo quem tinha ganhado, pois ninguém tinha se dado ao trabalho de ficar contando. Mas todos se divertiram muito. Até Snape, que aparentemente não se diverte com absolutamente nada, parecia ter se descontraído um pouco.
Houve poucas lesões, mas, estranhamente, elas não eram curadas facilmente com magia como deveriam ser. Presumiu-se que Fred e Jorge, que haviam enfeitiçado as bolas, tinham colocado algo mais nelas que não deveria estar ali.
E então, quando Snape tomou com um balaço do lado do rosto (não se sabe se foi Fred ou o próprio Jorge que o arremessou, afinal, não havia uniformes) e ficou com o olho direito completamente inchado e roxo sem conseguir abri-lo, o jogo parou.
A Sra.Weasley foi cuidar de Rony e Harry. As meninas, que não tinham muitos ferimentos, ajudavam. Fred e Jorge, estranhamente (mais uma vez), não tinham machucado nenhum.
- Não teve graça viu garotos?! – ela repreendeu os gêmeos enquanto eles riam – Não consigo desfazer os hematomas...
- Não se preocupe mãe. – disse Fred sorrindo.
- Nós temos remédio pra tudo… - continuou Jorge tirando um frasco do bolso.
- Que criamos. – Completaram os dois juntos entregando a poção.
- Acho bom que sim. – falou a Sra.Weasley emburrada pegando o frasco e embebendo panos com a poção e passando às meninas.
- E quanto ao Snape? – perguntou Diana olhando pela janela o bruxo que, sentado em um banco, tentava, sem sucesso, curar suas luxações sozinho.
- Ah, deixa ele ficar com aquele olho inchado por algumas semanas... – Falou Fred.
- Depois de um tempo deve sumir… - falou Jorge – A gente ainda não sabe... – riu.
- Ai gente, que maldade… - falou Diana.
- Ele não é um exímio mestre de poções? – zombou Rony enquanto Mione curava os roxos de seus braços – Pois ele que descubra a cura sozinho… - Ele e Harry sorriram. Mione lhe deu um tapinha de leve que provocou um gemido de dor no menino.
- Não tem graça Rony.
- É, - falou a Sra. Weasley concordando com Mione - não tem a menor graça. Tome Diana, - ela estendeu um dos paninhos para Diana e o frasco com o resto da poção – leve e cuide dele.
Diana pegou o remédio e foi até Snape.
- Quer uma ajuda aí? – perguntou ela para o bruxo.
- Não é necessário. – respondeu ele emburrado – Não sou uma criança.
- E quem disse que só crianças precisam de ajuda? – ela se sentou ao lado dele – acontece que os gêmeos enfeitiçaram o dito balaço e os roxos só podem ser curados com uma poção deles.
- Logo vi que havia algo de errado… Moleques idiotas…
- Ora, foi só uma travessura de garotos. – falou Diana sorrindo.
- Não suporto travessuras de garotos. – disse Snape sério – Já me causaram prejuízos demais.
- Chega de reclamar, deixa eu cuidar de você.
- Não precisa, é só me dar a poção. Não sou aleijado, sei cuidar de mim mesmo.
- Larga de ser teimoso Snape. Tá parecendo um velho reclamão.
O bruxo olhou para ela por um momento, muito contrariado.
- Se não há remédio… - conformou-se à contragosto.
Diana cuidou de todas as feridas dele (Snape tinha muitas, pois era o mais atacado de todos no jogo, e olha que ele desviava bem).
- Pronto. – Falou ela – Viu? Não doeu nem tirou pedaço, tirou? - Ele olhou para ela com uma sobrancelha erguida – Só falta o último.
- Falta nada. – respondeu Snape contrariado.
- Falta sim, eu vi muito bem quando você tomou uma bolada no peito que deve ter doído muito. Anda logo, tira a blusa.
- Já falei que não precisa… - Disse ele se levantando.
- Deixa de ser infantil… - insistiu Diana o puxando pela manga – Depois não quer ser tratado como criança… Há pouco tempo, quando me salvou, estava sem camisa, o que há aí que eu não tenha visto?
Snape crispou os lábios, por que diabos nunca conseguia resistir a ela? Voltou a se sentar, tirou a blusa de dentro da calça e começou a desabotoá-la.
Diana não pôde deixar de soltar uma pequena exclamação ao vê-lo sem camisa.
- O que há aqui que ainda não tenha visto, Srta. Castellani? – disse com a voz fria.
- Me desculpe… É que eu não tinha percebido que você tinha tantas cicatrizes… - Ela se aproximou dele e tocou devagar uma grande que parecia feita por um corte de lâmina, Snape fechou os olhos, segurou a mão dela e a afastou de si – Dói? – perguntou ela.
- Só quando me lembro do que as provocou. – disse já com os olhos abertos – A senhorita não pretendia cuidar do meu hematoma?
- Ah, é verdade. – ela respondeu em tom de desculpa.
Era o maior de todos os roxos e Diana esfregava a poção com muito cuidado, quase como um carinho. Snape a observava com as mãos nele, aqueles olhos tão verdes quanto esmeraldas, o cheiro de frutas que emanava da sua pele e cabelo tão macios, só de senti-la assim tão perto, tinha vontade de… de… não tinha nem coragem de admitir, mesmo que subcoscientemente.
- Pronto. Agora acabou. Ah! Falta uma coisa! – disse ela sorrindo. Diana apoiou-se nos ombros de Snape e lhe deu um longo e doce beijo na bochecha que o deixou ligeiramente encabulado. – Agora vai se sentir melhor. Minha mãe sempre fazia isso comigo quando eu me machucava… - Os olhos de Diana se encheram d’água. Ela os fechou durante um bom tempo para que as lágrimas voltassem de onde vieram. E quando os abriu, Snape não estava mais ali.

Aquela semana na casa dos Weasleys transcorreu muito bem. No dia da reunião da Ordem receberam a visita de Lupin e Tonks (que estão namorando), Gui e Fleur (que já estão noivos), Moody, Shacklebolt, algumas pessoas que não conheciam, e, é claro, Dumbledore. E Harry estava muito feliz de estar perto de todas pessoas de que mais gostava no mundo. O que ele sentia, mais ainda não tinha notado direito, é que havia uma das pessoas à sua volta que lhe andava despertando um interesse maior. Como era bom observar Gina sorrir e rir das traquinagens que ela aprontava com os gêmeos. Como era bom estar perto dela e apreciar seu jeitinho de menina, sentir seu cheiro… Que pena que sempre notamos o quanto alguém pode ser importante depois que perdemos esse alguém… Ou, como no caso de Harry, mesmo depois de notarmos sua importância, não abrimos os olhos para o que realmente estamos sentindo.
Quanto a Snape, bom, ele ficava mais na dele, num canto lendo um livro, raramente conversava com alguém, o que a maioria das pessoas apreciava já que sua companhia não era lá das mais agradáveis. Mas, aparentemente, não perdoou a brincadeira dos gêmeos. Os dois foram se deitar naquele dia em camas cobertas de besouros e formigas transparentes. Dificílimos de se enxergar e prender. E bastava tocar em um deles que desatavam a morder. Ninguém descobriu “quem” havia os colocado lá. Os garotos só conseguiram dormir às 4 da manhã, cobertos de calombos vermelhos pelo corpo todo.
E quando estava com Diana, bem, nunca tinha sentido por ninguém o que sentia quando estava perto dela… Não era simples atração, era diferente… Era bom de sentir, e ao mesmo tempo ruim, pois às vezes fazia doer… Quando estava longe de Diana, queria estar perto, mas não sabia, exatamente, porquê. E quando estava perto, se sentia tão desarmado e vulnerável (também não entendia o motivo) que queria sair dali o mais rápido possível. Snape não sabia ao certo definir o que era que se passava dentro dele, mas fosse o que fosse tinha que ir embora logo, não gostava de sentir ou fazer coisas sobre as quais não tinha controle.
No penúltimo dia de sua estadia no casa dos ruivos (partiria na manhã seguinte), já quase pela noite, Harry estava sentado no quarto de Rony, com o amigo, Hermione, e Gina, sem fazer absolutamente nada quando a porta se abriu com rapidez e uma Diana muito elétrica entrou no aposento.
- Adivinhem!!! Adivinhem!!! – disse sorrindo de orelha à orelha e dando pulinhos de alegria.
- O quê? – perguntou Harry.
- Adivinha!!
- Dá uma dica né… - Falou Rony – A gente lá é vidente por acaso?
- Vou passar mais tempo com vocês! – disse ela se sentando em uma das camas e se balançando para frente e para trás, incapaz de se manter parada.
- Vai morar aqui conosco pra sempre! – falou Gina alegre.
- Nããããooo... Vou passar muito mais tempo no ano, e com todos vocês!
- Vai ser professora de Defesa Contra as Artes das Trevas! – falaram Mione e Harry juntos.
- Quase! A profª Sprout vai se aposentar!! Digam olá à sua nova professora de Herbologia!!!! – disse ela abrindo os braços.
Diana foi derrubada na cama, coberta de abraços e parabéns de todos ao mesmo tempo. E quando os quatro saíram de cima dela a mulher estava toda amassada, o cabelo bagunçado, o rosto vermelho.
- Obrigada, obrigada. – disse sorrindo muito – Vocês agora têm de me respeitar, - completou num tom esnobe muito falso fechando o sorriso e fazendo uma cara séria – chamem-me somente de Srta. Castellani ou professora Castellani. E quero deixar bem claro que não participo mais de brincadeirinhas ou jogos, sou agora do corpo docente de Hogwarts e devo manter o nível. Professores e alunos não devem se misturar. – completou de nariz em pé. – Se quiserem falar alguma coisa comigo procurem-me num horário vago em meu escritório. Mas só atendo para casos relevantes viu? Não tenho tempo para ficar gastando com bobagens de adolescentes.
- Ah tá. – falou Harry – E eu acredito.
Diana voltou a sorrir.
- É brincadeira.
- A gente sabe, - disse Rony – mas acho que você tá convivendo demais com o morcegão, falou parecidíssima com o Snape… - completou rindo e Diana ficou muito vermelha.
Depois de muita conversa, Diana decidiu descer para tomar um chá talvez e ir dormir, já era muito tarde.
Desceu até a cozinha, mas já havia alguém lá.
- Olá Snape! – disse animada – Não consegue dormir?
- Meus vizinhos de quarto falam alto demais. – disse frio tomando um gole de sua caneca de chá. Vestia uma robe de linho negro sobre o pijama também negro.
Diana sorriu.
- Ora, desculpe-os, talvez estejam apenas felizes. – ele levantou uma sobrancelha para ela – E é estranho – ela continuou sentando-se ao lado dele – de tantas pessoas, em tantos quartos à volta só vejo você acordado.
- Tenho sono leve. – ironizou ele.
- Não me oferece um chá? – pediu Diana docemente.
Snape apontou a varinha para o armário e uma caneca veio até a mesa. O bule a serviu.
- Leite? – disse em tom sarcastico.
- Não, obrigada, - respondeu Diana sorrindo – talvez um cubo de açúcar.
- Como queira.
Magicamente o cubo branco levitou do pote de açúcar e mergulhou na caneca de Diana.
- Muito obrigada. – sorriu ainda mais.
- Soube das boas novas – Snape tomou mais um gole de chá e depois o bule tornou a encher sua caneca – professora de Herbologia não?
- É – respondeu Diana sem parar de sorrir – Estou tão feliz! Vou fazer duas coisas de que realmente gosto ao mesmo tempo, cuidar de plantas e lidar com crianças.
O rosto de Sanpe se contorceu numa careta.
- Se você gosta…
- Seremos colegas de profissão! Quem diria não é?
- É verdade. E de matérias co-irmãs, espero que cuide bem da flora da escola. O sucesso da realização de minhas poções depende dela.
- E eu cuidarei, não confia em mim Snape? – Diana sorriu.
Snape fingiu ponderar por um momento.
- É que eu simplesmente não confio em ninguém.
Diana fingiu fazer cara de mágoa.
- Não é pessoal. – falou Snape displicentemente tomando mais um gole de chá – Houve uma época em que eu não confiava nem em mim. Até hoje ainda suspeito da minha sombra quando ela faz algum movimento brusco.
Diana riu. Fez-se um momento de silêncio. Snape se sentia estranho, por que quando conversava com ela não tinha vontade alguma de destratá-la, ou lhe dar foras? Por que as tiradas ferinas lhe escapavam da boca e da mente? Talvez fosse porque ela conversava com ele, de forma comum e da mesma maneira que conversava com todos, o tratava como qualquer um. Não vinha falar com medo, nem com raiva, nem com nada. Aliás, Diana falava com até sem ter motivos. Apenas por conversar. E talvez fosse isso que o desarmasse, o fato dela o tratar bem. É. Talvez fosse.
- Isso merece um brinde! – Diana interrompeu os pensamentos de Snape – Vamos brindar ao meu futuro, e que ele seja promissor!
- Brindar com chá? – zombou o bruxo.
- E por que não? E com bolinhos! – Diana puxou a varinha e conjurou um pote de bolinhos açucarados. – Adoro bolinhos… - completou baixinho.
Snape olhou para ela com uma sobrancelha erguida como se achasse aquilo um ato um tanto quanto estranho. Mas não disse nada.
- Então, ao seu novo emprego. – falou ele levantando a caneca.
- Ao futuro, que nem Merlin é capaz de prever. – a bruxa levantou sua caneca e bateu na dele. Os dois tomaram um longo gole e depois repousaram suas canecas na mesa.
Diana pôs-se então a atacar os bolinhos.
- Hum, ‘tão uma delícia – disse com a boca cheia – eu amo doces…
- Nota-se. – comentou Snape seco, tomando mais um gole de chá.
- Você não quer um?
- Não, não… Pode comer, vá enfrente, aproveite.
- Se você não quer…
Depois de uns cinco bolinhos, Diana parou.
- Cansou-se deles é? – falou Snape crispando os lábios.
- Já chega. Daqui a pouco vou ter pesadelos.
Snape ficou olhando para a mulher com um sorriso torto nos lábios.
- Que foi? – perguntou ela.
- Está suja de açúcar.
- Onde?
- Bem aqui do lado da boca.
- Ai que vergonha, - disse tentando se limpar com a mão – suja como uma criança…
- Pode deixar que eu não conto para ninguém.
- Brigada… Saiu?
- Não.
Diana tentou de novo.
- Saiu?
- Não.
- Ai! Limpa pra mim então…
Snape levou sua mão ao rosto dela e o limpou. Mas não tirou a mão dali. Ela olhava fixamente os olhos negros dele, ele olhava fixamente os olhos verdes dela. Ele se aproximou um pouco, ela se aproximou um pouco mais. E quando perceberam já estavam se beijando. Foi um beijo longo e carinhoso apreciado e desejado por todos os dois. E depois do que parecia ter sido um longo momento em que o tempo parou, a ligação entre os dois se desfez.
Um continuou a olhar para o outro nos olhos, mas agora era como se fosse a primeira vez que se viam. Snape continuava a segurar o rosto de Diana com as mãos. Ela mordeu levemente o lábio inferior. Snape, então, quebrou o silêncio, e todo o clima.
- Isso foi… Foi… - ele soltou o rosto dela - Imaturo, insensato, e completamente inconseqüente, me desculpe, eu não devia ter… me desculpe…
Diana olhou de uma forma diferente para Snape por um momento com os olhos semi-cerrados.
- É… Você… Você tem razão. Muito imaturo… – falou ela sem jeito e de um rompante se levantou da mesa – É melhor a gente ir dormir. É tarde.
E Snape ficou ali com sua caneca de chá, observando-a sumir pelo corredor.

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