Um tutor para Harry



Capitulo I – Um tutor para Harry

Harry estava prestes a embarcar com Rony e Hermione em uma das carruagens sem cavalo (que agora ele sabia que eram guiadas por testrálios) para partir para casa. Não que ele realmente considerasse o número 4 da rua dos Alfeneiros uma casa, nem que achasse que as férias com os Dursley fossem legais, mas fazer o quê? Ele não podia passar as férias de verão em Hogwarts, por mais que desejasse isto... Há cinco anos Harry vinha para Hogwarts e há cinco anos tinha de passar as férias de verão na casa dos Dursley, e alguma coisa no fundo da mente dele lhe dizia que este ano ele passaria a pior de todas as férias. Foi quando Dumbledore o chamou.
- Harry – o diretor estava com profundas olheiras e parecia muito mais velho do que normalmente – Preciso falar com você. A sós.
- Vamos guardar seu lugar na carruagem Harry. – Falou Hermione
- Até Harry. – Falou Rony.
- ‘té.
Harry seguiu o diretor até um lugar onde a euforia e agitação dos outros alunos não os perturbassem. Não estava muito animado em saber que o diretor queria lhe falar em particular. Não tinha tido muitas notícias boas dele ultimamente.
- Harry – começou Dumbledore – Agora que todos sabem da volta de Voldemort, que você sabe de tudo sobre o que há entre vocês dois, e agora que sabemos que uma guerra poderá eclodir a qualquer momento, acredito que você tenha noção do tamanho do perigo que está correndo.
- Aham. – Esta não era uma boa notícia.
- Você sabe também o porquê de ter que voltar para casa dos seus tios, e que desta vez temos que evitar ao máximo lhe tirar de lá não sabe?
- Uhum. – Definitivamente esta não era uma boa notícia.
- Bem Harry, devido a alguns acontecimentos do verão passado e devido ao perigo que está correndo, a guarda sobre você terá de ser redobrada. E mesmo assim nós achamos que isto não será suficiente, eu e a Ordem achamos que você deve ser cuidado de perto para garantirmos que nada lhe acontecerá. Por isso um membro da própria Ordem passará as férias de verão inteiras com você.
- Quer dizer, morando comigo e os Dursley? – Agora o assunto estava ficando interessante.
- Isso mesmo, vinte e quatro horas com você, como um guarda costas.
- Mas como os Dursley vão aceitar isto? – Estava começando a parecer uma boa notícia, um bruxo fazendo companhia para Harry durante as férias. Pelo menos ia ficar mais fácil suportar os Dursley assim.
- Esta parte já foi toda bolada. Nós mandamos uma carta para os seus tios e eles já concordaram com tudo. Eu peço que me desculpe Harry, mas tivemos que dizer que você é uma coisa que, basicamente, não é.
- Como assim?
- Nós dissemos aos seus tios, entre outras palavras, que você estava criando muitos problemas na escola e que tinha um gênio muito difícil, e que seria preciso mandar um tutor do ministério para passar as férias com você para ver como era o seu comportamento em casa e, se preciso, “proteger os Dursley de você”, ver se o problema é realmente com você ou com a forma com que é tratado dentro de casa. Se o problema fosse com você, você seria expulso de Hogwarts e seria mandado para um reformatório, se o problema fosse com sua família isto seria comunicado ao juizado de menores e eles poderiam ser processados por maus tratos. – Harry estava boquiaberto com este plano – Qualquer pessoa em sã consciência – continuou o diretor – perceberia que não aceitar o trato seria assinar uma sentença de culpado, sem contar que seus tios já acham que você é um menino perdido e merece ir para um reformatório e fariam tudo para que isso acontecesse... Mas é óbvio que você nunca será expulso de Hogwarts.
- Resumindo, eu vou passar as minhas férias com um bruxo da Ordem, que vai andar comigo para onde eu for e vai ficar de olho nos Dursley para que eles sejam bonzinhos comigo ou eles se dão mal?
- Mais ou menos isso. Na verdade o ministério trouxa não sabe de nada disso, aliás, nem o Ministério bruxo, nós pedimos total descrição aos Dursley, o que também foi uma coisa que eles gostaram muito por sinal.
- Mas aí, no fim das férias, eu volto para Hogwarts e eles não são processados, como o senhor vai explicar isso para eles?
- Até lá a gente da um jeito, o mais importante, no momento, e você ficar seguro.
- E esse membro da Ordem? Quem é?
- Ainda não foi decidido, mas ele chegará no máximo depois de amanhã. Se tudo correr bem chegará amanha mesmo. O mais provável e que seja alguém que você conheça e que tenha uma aparência um tanto quanto normal, por assim dizer, para não deixar nem você nem seus tios desconfortáveis, e que tenha um pouco de tato para não causar uma má impressão do mundo bruxo aos Dursley.
- Ah, mas isso nem adianta, má impressão de nós eles já têm desde antes de eu nascer...
Dumbledore sorriu, e ao sorrir emanou aquela aura de bondade que era capaz de reconfortar todos a sua volta. Despediu-se de Harry, lhe desejou sorte e pediu que se cuidasse bem. Harry lhe deu as costas e seguiu para a carruagem onde Rony e Hermione o esperavam. Dumbledore o acompanhou com os olhos, e depois que Harry fechou a porta da carruagem o diretor sussurrou: “pobre menino...”.
Quando Harry acabou de contar toda a historia aos seus dois melhores amigos, os três já estavam dentro do trem.
- É um plano bom. – comentou Hermione.
- Bom? – falou Rony – É perfeito! Harry vai ter a companhia de um bruxo conhecido e de quebra os Dursley ainda vão ter que tratá-lo como se deve.
Harry concordou, estava um pouco mais alegre agora, já que as suas férias seriam um pouco mais agradáveis.
- Mas ainda não sabemos quem será o bruxo... – falou Mione.
- Quem é não importa, o que importa é que um de nós. – disse Rony.
- Dumbledore disse que seria alguém que eu conheço, que tenha uma aparência que possa passar por trouxa para deixar meus tios à vontade, e que tenha tato.
- Meu pai e Quim Shacklebolt não podem ser levantaria suspeitas no ministério, você disse que o pessoal de lá não sabe, não é Harry?
- É. Talvez seja a Tonks.
- Não – discordou Mione – Apesar de ser metamorfomaga, não há pessoa mais sem tato e de aparência mais chamativa do que a Tonks. Não se passaria por uma boa trouxa.
- Moody? – Tentou Harry.
- Ele é paranóico demais – disse Rony e Mione concordou com a cabeça – Acabaria pondo tudo a perder. Talvez o Lupin?
- Não, meus tios odiariam ter um lobisomem solto dentro de casa durante a lua cheia soltando pêlos e arranhando os moveis... – Todos os três riram – Talvez um de seus irmãos Rony...
- Não, todos eles estão ocupados demais em seus empregos, e neles já fazem coisas muito importantes para a Ordem para que sejam deslocados. A não ser Fred e Jorge, mas eles iriam fazer da vida dos seus tios um inferno... A minha mãe também não porque ela tem que ficar comigo e com a Gina... Quem mais você conhece que nos saibamos que faz parte da Ordem?
Seguiu-se então um momento de silêncio em que Harry fixou seus olhos nas janelas do vagão sem realmente enxergá-las, ficou pensando em Sirius, ficou pensando que se ele estivesse vivo, talvez pudesse ser o guarda costas dele... Provavelmente Rony e Hermione imaginaram que Harry estivesse pensando nisso, pois tentaram atrair a atenção dele.
- Você vê se não esquece de nos escrever para dizer quem é, hein? – falou Rony.
- Eu estou morta de curiosidade...
- Eu escrevo...
O trem já estava chegando na estação e os três desceram, Harry avistou a mãe de Rony, com Fred, Jorge e Gina.
- Alô Harry! – falaram os gêmeos juntos. Harry se dirigiu com Rony e Hermione para falar com a família Weasley.
- Oh Harry! – a Sra. Weasley deu um grande abraço em Harry – Como você está meu menino?
- Eu estou bem Sra. Weasley.
- Não você não está bem. Mas vai ficar. Pode acreditar, eu sei. No final tudo vai dar certo, o diretor Dumbledore vai encarregar alguém realmente responsável para cuidar de você e você vai ficar seguro. Quanto a... Er... Quanto à morte de Sirius...
- Mãe! – falaram os gêmeos e Rony. Hermione apenas olhou para Sra. Weasley, seus pais já estavam com ela, Gina abaixou a cabeça.
- Ora meninos, é preciso que seja dito. – Harry abaixou a cabeça, não queria ouvir palavras de consolo de novo – Olha Harry, eu sei que dói, não adianta você dizer que não porque eu sei que dói, e temo o dia que isto possa a vir a acontecer comigo de novo, pois já foi doloroso demais para mim perder meus pais, não quero perder outras pessoas que amo. Não vou te dizer que essa dor vai passar, porque não vai, ela vai diminuir, vai se esconder no fundo do seu coração, mas não vai sarar, vai haver dias em que você vai estar sozinho e pensamentos ruins virão a sua mente e vão lhe causar raiva, vão lhe fazer reviver esta dor, eu só queria dizer que é para esses, e para todos os outros dias que nós – ela fez um gesto amplo em torno de todos os conhecidos de Harry que estavam ali – estamos aqui, nós vamos estar ao seu lado, e você pode contar com a gente para o que você quiser ouviu bem?
Qualquer coisa, qualquer coisa mesmo, e só chamar.
- Obrigada Sra. Weasley.
A Sra. Weasley deu um beijo na bochecha de Harry e lhe abraçou novamente. Os gêmeos lhe deram um tapinha nas costas, Gina lhe deu um beijinho na bochecha que o fez corar.
- Tchau Harry. – Disse Hermione também lhe dando um beijo. – Espero que tenha boas férias.
- Tchau cara. – Falou Rony sério – qualquer coisa que você precisar, tamos ai ta? Não pense duas vezes se quiser nos chamar valeu?
- Valeu Rony, eu te escrevo para dizer quem é que vai passar as férias comigo. Tchau.
Harry deu as costas e foi embora, na direção de onde estava o seu tio, de lá deu um breve aceno para o grupo de bruxos que deixou para trás. E ainda pensando no que a Sra. Weasley disse entrou no carro e não deu menor atenção ao que o Sr. Dursley falava.

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