A carta de perdão



Capítulo XXV – A carta de perdão

Todos os alunos se animaram com a perspectiva de ter aulas com Dumbledore. A aula foi realmente proveitosa, muito motivados, os alunos progrediram realmente bem, e todos ficaram tristes da aula terminar. Mesmo depois de terem passado três horas na sala.
- Cara, foi perfeito! – falou Simas enquanto saíam.
- Muito mais que perfeito! – disse Dino.
Harry tinha ficado maravilhado em ter Dumbledore como professor. Depois de Quirrel que era um zero à esquerda, Lockhart que era absurdamente incompetente, um Moody, que apesar de nem tão mau professor, não era o Moody de verdade, e por último, e talvez a pior de todos, Umbridge que não merece nem receber descrição, ter aulas com Dumbledore era muito, muito além do que se podia imaginar.
- Vocês não percebem? – sussurrou Mione para os dois amigos quando já tinham se afastado da sala e da pequena multidão de alunos – Ele está com medo… Teme por nossa segurança… Quer garantir de perto que todos nós vamos saber nos defender se precisarmos.
- E está mais do que certo né Mione? – falou Rony, ela e Harry concordaram.
- Sendo por medo ou não, eu acho simplesmente demais ter aulas com Dumbledore.
E disso ninguém podia discordar.
As aulas foram ótimas e, apesar do clima tenso e de algumas notícias ruins nos jornais, a semana transcorreu muito bem.
Ruim foi a noite de quinta. Ter de freqüentar o escritório de Snape mais uma vez não animava Harry em nada. A perna do mestre de poções havia melhorado, ainda estava enfaixada e ele mancava um pouco, mas agora ele já podia pisar o chão, andava com o auxílio de uma bengala negra com uma cobra prateada enrolada ao seu redor, no lugar onde se segura o apoio estava a cabeça da cobra.
A aula extra de poções foi dureza. Snape estava mais amargo do que nunca, e Harry teve que aturar provocações, foras, e broncas. E bengaladas na cabeça. Já estava até começando a ter galos quando a aula terminou.
O menino suspeitava que toda essa azedice se devia a um certo alguém. Snape agora fazia suas refeições no salão principal já que já podia se locomover bem melhor. Mas para Diana era como se ele não estivesse ali. Ela nem sequer lhe desejava bom dia. Falava com todos, exceto com ele. E Snape, por sua vez, também não tentava falar com ela. Os dois nem ao menos se olhavam nos olhos.
Diana ia muito bem, obrigado. Pelo menos superficialmente. Sempre sorrindo e tratando todos com a simpatia de costume, mas sempre evitando os lugares onde o mestre de poções estava.
Snape, porém, estava mais insuportável do que sempre fora, distribuía afrontas, frases cortantes e mal-educadas, e olhares gelados a todos e qualquer um que cruzasse seu caminho. Seu rosto estava sempre carrancudo e estava ficando com olheiras fundas que antes não tinha.

O final de semana chegou junto com os ventos da entrada do outono, as folhas caíam e o pátio de Hogwarts estava extremamente convidativo para uma conversa ao Sol. E foi o que o trio fez. Gina veio encontrar com eles e ficaram ali, simplesmente desfrutando o início da tarde, e o calor do Astro Rei. Diana passou por eles, vestida muito bem com um conjunto rosa claro que ressaltava a cor de sua pele.
- Aonde vai professora? – perguntou Harry sorrindo.
Diana lhe sorriu de volta.
- A Hogsmeade, fazer umas compras. Preciso de algumas coisas para as aulas. Pena que não possa levá-los comigo.
- É… Pena. – disse Rony chateado – Seria mesmo ótimo. Quem sabe na próxima saída dos alunos nós possamos ir juntos.
- Com certeza! – respondeu ela – Agora tenho de ir. Bom descanso pra vocês.
- E pra você um bom passeio. – disse Gina sorrindo.
- Obrigada.

Algumas horas depois um outro alguém andava com o rosto emburrado pelas ruas de Hogsmeade. Snape voltava do Cabeça de Javali. Tinha ido tomar uns wísques, tentar desanuviar um pouco a mente. Não tinha dado muito certo, mas pelo menos a velha garrafa de wísque de fogo havia lhe feito companhia nessa tarde tão deprimente de domingo.
A vizinhança do Cabeça de Javali não era lá das melhores e o bruxo passava na frente de algumas casa abandonadas quando ouviu alguns gritos abafados e sussurros vindos de uma delas.
- Jovens pervertidos. – murmurou continuando seu caminho – Não tem um lugar melhor do que esse para se divertirem não?
”Me solta!” uma voz feminina gritou. Snape estancou.
“Ora não grite minha linda…” falou uma voz de homem ”Quem iria te ouvir? Os bêbados do bar ao lado? E admita, você ainda é louquinha por mim…” mais gritos abafados ”Ainda me deseja… Tanto quanto sempre desejou desde a primeira vez que fomos pra cama… E olha que isso faz tempo…”
Snape deu meia volta, conhecia aquelas vozes, precisava ver com os próprios olhos. Arrombou a porta da frente com um feitiço e entrou na sala de estar empoeirada e cheia de entulhos. Derick pressionava Diana com o corpo contra uma das paredes, beijando-a a força, enquanto ela chorava e se debatia, tentando escapar. Ele apertava-a fortemente com as mãos.
- Solte-a moleque! – Bradou Snape avançando.
Derick se virou sem soltar Diana de suas mãos.
- Severus… - Ela sussurrou em tom de súplica.
- Ora, ora, se não é o velhaco. – ironizou Derick, seu rosto tinha cicatrizes de cortes e queimaduras, os dentes que antes eram perfeitos agora estavam um pouco tortos e lascados, e Snape tinha certeza que lhe faltava alguns.
- Falo sério. – disse o bruxo friamente - Solte-a. Sabe bem do que sou capaz de fazer.
- Do quê? De perder a outra perna? – implicou o mais novo soltando Diana, mas antes que ele pudesse terminar de sacar sua varinha Snape já estava com a dele em punho, lançando um feitiço estuporante. Derick foi lançado contra a parede e desmaiou.
Diana, que estava com a roupa um pouco rasgada, os cabelos bagunçados, e o rosto lavado de lágrimas, se encaminhou para a porta.
- Obrigada. – falou com a voz embargada ao passar por Snape. O bruxo a seguiu para fora da casa, ainda mancando um pouco apoiado em sua bengala.
- “Obrigada”? – disse, chateado - “Obrigada”? Eu salvo a sua honra, quase a sua vida, e a única coisa que você faz é dizer “obrigada”?
- O que você queria? – respondeu Diana com a voz chorosa, andando pela rua deserta sem olhar para trás – Que eu me ajoelhasse aos seus pés? Pois espere sentado. Ou então se contente com o “obrigada”.
- O que aconteceu? – perguntou Snape, segurando-a pelo braço. Diana parou, virou-se para ele, mas não olhou em seus olhos, tinha a cabeça baixa.
- Eu estava passando pela rua, ele surgiu do nada e me agarrou… Me arrastou praquela casa imunda… Dizia obscenidades… - seus olhos se encheram d’água - E… E aí você viu o que ele estava fazendo… O que iria fazer comigo… Foi horrível… Apavorante…
Snape se aproximou de Diana e inspirou o cheiro bom de flores que ela exalava, sentiu-se mais uma vez entorpecido, como sempre se sentia quando estava perto dela.
- Como você pôde, - estava consternado – em algum momento de sua vida, dormir com um homem como ele?
Diana olhou diretamente nos olhos de Snape, com extremo rancor.
- Acontece que eu descobri tardiamente que tenho o péssimo hábito de me entregar aos homens errados.
Ela deu meia-volta para ir embora, mas Snape a segurou mais uma vez. Os dois se olharam por um momento, e então ele a beijou. Como tinha saudades dos lábios dela… Como os cobiçava desde o último momento em que os havia tocado com os seus… Ela correspondeu ao beijo dele por um breve momento e o bruxo sentiu as lágrimas quentes dela rolarem, tocando a sua pele fria, e sabia que este choro era culpa dele, e não de Derick. Mas o beijo de Diana o aquecia por dentro, o corpo dela lhe dava conforto e calma, e ele não podia mais negar que a única coisa que mais lhe importava agora era tê-la para si. A bruxa então desfez a ligação e tentou afastá-lo de si. Mas Snape já havia enlaçado-a em seus braços.
- Você cheira a bebida… - falou irritada – Tem gosto de álcool…
- O que não me desabona em nada… - replicou ele com um sorriso cínico no rosto, sem soltá-la.
- O que você pensa que eu sou? – bradou Diana conseguindo finalmente se soltar dos braços dele, as lágrimas correndo livremente – Um brinquedo? Que você usa, depois joga dentro de uma gaveta qualquer, e só volta a dar atenção quando está entediado? Acha que pode fazer de mim o que quiser? Você pode não ter sentimentos Snape, mas eu tenho. Respeite-os.
Ela secou as lágrimas com as costas da mão e deu-lhe as costas para voltar ao castelo.
- Você não pode negar Diana… - instigou Snape, o wísque falando por ele – Você me quer… Eu sei. Posso sentir isso…
A bruxa parou. Virou-se mais uma vez, e com o rosto refletindo o mais profundo nojo e mágoa sentenciou, cuspindo as palavras:
- Você fala do Derick como se fosse muito melhor do que ele, mas se engana. Vocês dois são idênticos, a mesmíssima espécie de vermes. Farinha estragada do mesmo saco, nenhum dos dois presta. Não valem nem o chão que pisam.
E então ela deu meia-volta e partiu de vez para Hogwarts. Aquela era a pior coisa que poderia ter saído da boca de Diana naquele momento, saber que ela o considerava alguém tão desprezível e deplorável, destruiu Snape por dentro. E ele não sabia o porquê disso. Nunca havia se importado com o que os outros achavam dele, mas Diana… Ela era diferente… E doía em todas as partes de seu corpo e alma saber que era esse o juízo que fazia dele.
Snape esperou por alguns minutos, ali mesmo, em pé, no meio da rua, para que ela não tivesse que esbarrar com ele de novo. Depois foi para a escola, para as suas masmorras, tendo por companhia, mais uma vez, a garrafa de wísque de fogo.

O mestre de poções levantou no dia seguinte com uma dor de cabeça infernal. Descontou toda a sua insatisfação na turma de Harry. E em todas as outras seguintes. Da semana inteira. Na quinta, depois da aula extra de poções, que por sinal foi extenuante, Snape se levantou (seu pé já estava curado) e, de costas para Harry, falou:
- Potter… Isso… Isso é muito difícil para mim… Você não sabe o quanto… Mas é que nós passamos bastante tempo juntos e… E talvez você seja a pessoa menos e, ao mesmo tempo, mais indicada para eu falar sobre isso…
- Professor, - disse Harry intrigado e desconfiado – eu estou achando isso tudo muito estranho…
- Deixe-me acabar de falar garoto… Já é bem ruim sem que você me interrompa. Eu pensei em conversar com Dumbledore… Mas acho que ele não iria compreender muito bem… E os conselhos dele, apesar de ótimos, sempre são um pouco exagerados… E além do mais você acompanhou tudo mais de perto do que ele…
- Fala logo professor. – Harry já estava impaciente. Snape irritou-se, mas achou que era melhor não destratar o menino.
- É sobre mim e a Diana…
- Você quer voltar com ela. – falou o rapaz sorrindo.
- Não exatamente. Não quero forçá-la a nada, se ela não quiser, quem sou eu para insistir. Na verdade, o que eu quero é… Eu quero pedir desculpas a ela. Não é do meu feitio… Mas não posso mais conviver com isso… Penso que se ela me perdoasse… Ou se ao menos me ouvisse pedir perdão… E visse que pelo menos eu tentei, uma carga enorme seria tirada dos meus ombros…
- E onde eu entro nisso tudo?
- Aí é que está. – Snape continuava de costas – Eu já disse que não é do meu feitio pedir desculpas… Eu não sei como se faz isso garoto… - completou tão baixo e rápido que quase que Harry não entendeu: – Quero que você me ajude.
O rapaz riu baixinho.
- Desculpa, professor, mas eu não ouvi direito.
Snape fechou a cara e virou-se de frente para Harry. Mirou-o friamente com seus olhos negros.
- Ouviu sim. – falou frio – Não tente tirar sarro de mim aproveitando-se da situação.
- Tudo bem. – sorriu Harry – Eu ouvi mesmo. Mas que é engraçado você pedir a minha ajuda, ah, isso é…
Seguiu-se um momento meio tenso, em que Snape olhava para Harry com raiva e o menino olhava para o outro lado. Ficar mirando os olhos dele também já era demais.
- Então, - o rapaz voltou a seu rosto para o professor que ainda o fuzilava com os olhos – me diz aí, o que eu vou ganhar seu te ajudar?
- Ganhar? – rosnou Snape – O que quer dizer com isso?
- Ora, o senhor não acha que eu vou te ajudar a reconquistar uma mulher como a Diana, que não sei nem o que viu em você, só pela bela amizade que surgiu entre nós nos últimos meses.
Snape apoiou as duas mãos na mesa e debruçou sobre ela, aproximando seu rosto do de Harry.
- Não abusa, Potter. – sibilou. E o menino estremeceu um pouco por dentro, mas se manteve firme, agora se acostumara a lidar com estas situações.
- Tá. Vou parar de implicar. Mas falo sério. Não vou entrar nessa, depois de tudo que você me fez em todos esses anos, sem lucrar nada.
- Lucrar? – zombou o bruxo com uma sobrancelha levantada, cruzando os braços sobre o peito – Lucrar? Você só tem é a perder se não cooperar garoto. Sabe que está nas minhas mãos. Não colabore e eu te reprovo em todas as provas do ano letivo, e você nunca conseguirá ter uma carreira decente na vida. Quanto mais ser auror.
Harry revirou os olhos.
- Tá. E se eu te ajudar e não der certo, você também me reprova. E se der certo e você ficar de mau-humor, também. Acorda professor, essa não cola. É facílimo de eu ser reprovado em poções, sou uma droga na matéria e o professor me odeia. Não é uma combinação muito boa, concorda?
Snape levantou uma sobrancelha mais uma vez, e mirou Harry por um momento.
- Você está convivendo tempo demais comigo… Tudo bem. O que é que você quer?
- Eu… Fui pego meio desprevenido, então… Ainda não sei. Mas vamos fazer o seguinte, o senhor passa a ser tolerante comigo e meus colegas, pra que a gente pelo menos tente aprender e viver em paz. Já é bem difícil sem que fique piorando tudo como sempre faz, sabia?
Snape fez uma pequena careta.
- Tá, tá. Vou tentar.
- E… - falou Harry.
- Sabia que não era só isso…
- E, se der certo, o professor fica me devendo uma.
Snape crispou os lábios e ponderou por um momento.
- Tudo bem. Fechado. Mas só se der certo.
Harry estendeu a mão e o mestre de poções a apertou, mas largou logo depois.
- Agora, o primeiro passa é me contar o que aconteceu.
Snape se sentou e contou tudo. A discussão n’A Toca, o fato de ambos se ignorarem quando estão perto um do outro e o acontecido em Hogsmeade.
- Eu… - falou ele – Só queria mesmo é pedir desculpas… Mas não sei direito como fazer isso. Achei que você, fazendo o número de besteiras que faz, e sempre se saindo tão bem, pudesse… Você sabe.
- Olha professor, pedir desculpas até que eu sei, mas não sou lá muito bom em relacionamentos… Percebe-se isso no fato de eu, até hoje, só ter tido dois. Mas mesmo eu sei que, agir como você agiu, é atitude de trasgo.
Snape crispou os lábios.
- Pondo os elogios de lado, cabeça de titica, qual é a grande idéia para as desculpas?
- Eu sei lá… A situação é bem difícil. Tinha pensado em alguma coisa?
- Não vou conseguir falar com ela pessoalmente. Simplesmente sei que não vou. Então pensei em escrever uma carta.
- Acho que não é uma má idéia. Já escreveu alguma coisa?
- Sim… Mas acho que não ficou muito bom.
- Deixe-me ver.
Snape tirou um pergaminho um pouco amassado do bolso interno das vestes e entregou a Harry. Entre várias palavras e frases rabiscadas o menino leu:

”Diana,
Não sei se o que sinto é gostar porque nunca soube o que é gostar de alguém, mas não suporto mais ser ignorado por você. Venho lhe pedir desculpas e pedir também que me aceite. Do jeito que sou. Com os problemas que já conhece e outros tantos mais. Se você puder me aceitar, então eu vou tentar fazê-la feliz. Mas se você não puder, não tem problema, pois realmente acho que viverá bem melhor sem mim. Só espero que me perdoe pelos erros que cometi.”


- Tá uma droga. Uma porcaria. – falou Harry pondo o pergaminho na mesa. Snape crispou os lábios.
- Eu levei algum tempo para escrever isto, sabia?
- Não muda o fato de estar uma droga. Diana não vai aceitar somente isso, é como se você dissesse: “Vem cá, dá pra você me perdoar? É que eu tô com a consciência meio pesada. Ah, não dá não? Tá. Tudo bem. Não faz diferença mesmo”. Tem que ser mais belo, mais tocante, tem que ter mais emoção. As mulheres querem que digamos aquilo que elas querem ouvir. Entende?
Snape levantou uma sobrancelha.
- De onde você tirou isso? Desde quando é um perito no que as mulheres querem ouvir?
- Não sou. – respondeu Harry – Não mesmo. Mas algum tempinho de namoro com a Gina, e anos de convívio com alguém de gênio tão forte quanto a Hermione, ajudam um pouco. Deixa-me ver isso aqui de novo. - pegou a carta – Me arruma aí outro pergaminho e uma pena. De repente eu consigo melhorar um pouco o que você escreveu.
Snape entregou a Harry o que ele pediu e, sentado, esperou por um bom tempo o rapaz pensar e escrever, e levar a pena à boca, e coçar a cabeça, e fazer pequena caretas… Depois de tudo isso, o garoto entregou ao mestre de poções uma carta que tinha pelo menos o dobro do tamanho da anterior. O bruxo a leu:

Diana,
(como gostaria de chamá-la, neste momento, de minha sílfide, só uma vez mais…),
eu não sei o que é gostar de alguém, nunca soube. Porque ninguém nunca dirigiu um sentimento como este a mim. Mas desde que te conheci algo diferente surgiu dentro do meu ser. E desde então te desejo ao meu lado o tempo todo. Vejo-te em tudo e qualquer coisa me faz lembra de você. Sinto sua falta até quando está sentada ao meu lado no salão principal, pois desde que te magoei (e sei que não fiz isso uma vez só) é como se eu não existisse nos lugares onde você está. E se isso é gostar, bom… Então eu gosto bastante de você.
Peço-te perdão pelo que eu fiz, porque eu errei. Mas errei querendo o melhor para você, o que não se realizou, pois agora está triste comigo e eu sei que sou o único culpado. Sabe, você pode na perceber, mas o fato de me ignorar me machuca, e não consigo mais conviver com isto.
Não te prometo amor, pois me disseram que isso é um nível acima de gostar e não sei se serei capaz de evoluir para tanto. Também não prometo te dar uma vida feliz, pois nunca houve felicidade plena em minha vida. Mas prometo, ao menos, tentar. Apenas venho te pedir perdão, pelos erros que cometi, e pelos que sei que ainda cometerei. E pedir que me aceite, do jeito que sou, já que a única coisa que tenho a lhe oferecer é a mim mesmo, de corpo e alma, repleto de defeitos de fabricação e muitos outros provocados pela vida.
Se você não quiser me aceitar, eu vou entender, pois realmente acho que a sua vida sem mim será bem melhor.
Se você não quiser me perdoar, também entenderei, mas pelo menos terei a consciência tranqüila de que tentei.
E se você puder me perdoar e me aceitar ao seu lado, eu ficarei muito, muito satisfeito. E quem sabe, um dia, com você junto a mim, eu possa dizer que fui feliz.”


- Isto aqui? – Falou Snape abanando a carta e fazendo careta – Vindo de mim? Eu nunca escreveria uma coisa dessas. Nunca. Se eu entregar isto a Diana vai parecer falsidade. A mais completa hipocrisia.
- É claro que não. – respondeu Harry – Não para ela. Se Diana estiver realmente apaixonada por você, vai acreditar em cada palavra. Só tente não estragar tudo de novo. – o rapaz se levantou pondo a mochila nas costas. – Ah, mande umas flores junto, ela vai gostar. Lírios brancos. São os preferidos de Diana, a ouvi dizer lá na casa do Rony.
Harry foi saindo.
- Mas espera aí. – Snape se levantou – E se ela não estiver apaixonada? O que é muito provável. E se ela não quiser absolutamente nada comigo?
- Ah, este é um risco que você vai ter que correr.

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