O Lobo e a Serpente



Capítulo IX – O Lobo e a Serpente

- Harry, acho que agora que você já sabe de onde veio a “moça que você achou no rio”, - falou Dumbledore se levantando e olhando docemente para o menino – já pode voltar a se juntar aos seus amigos. Vamos, ela precisa descansar.
- Hein? – perguntou Diana, suas lágrimas haviam cessado, mas seu rosto continuava vermelho. – Pensei que fosse o Snape que tivesse me achado.
- Na verdade, quem achou a senhora fui eu – falou o menino meio encabulado, olhando para os próprios tênis. – Eu te vi no rio e pedi que ele parasse o carro para te ajudar. Mas foi o Snape…
- O prof. Snape, Harry. – Corrigiu Dumbledore. Diana sorriu levemente, como se já esperasse pela correção.
- É… Foi ele quem pulou no rio pra salvar a senhora.
- Harry, posso te chamar de Harry? – falou Diana sorrindo. Ele fez que sim com a cabeça – Se eu posso te chamar de Harry você não precisa me chamar de senhora, não sou casada, portanto não sou senhora de ninguém, mas também não tenho mais idade para ser chamada de “senhorita”, - Harry sorriu para a moça – Então, chame-me de Diana.
- Tudo Bem, Diana. – O menino se levantou para sair do quarto. – Tchau. Melhoras.
- Antes de ir, vem cá. Se a ação foi conjunta, você também merece agradecimento. – Diana abriu os braços para que Harry a abraçasse, o menino voltou e a abraçou meio sem graça, ela lhe deu um beijo na bochecha o que o fez ficar vermelho. – Obrigada, muito obrigada, por ter salvo a minha vida. Devo ela a você e ao Snape. E não se preocupe – ela sussurrou perto do ouvido dele como se contasse um segredo – Eu também nunca me acostumei direito a chamá-lo de professor.
Sorrindo, assim como Harry, ela desfez o abraço.
- Agora vamos Harry, - falou Dumbledore – Se Diana abraçar mais alguém vai acabar sem remédio nenhum em seu corpo. E Diana, deve tomar pelo menos mais um gole dessa poção azul que está aí nessa prateleira acima de sua cama daqui à meia hora. Sua varinha também está aí.
- Só mais uma coisa Alvo, e o Snape? O que houve com ele?
- Se conheço Severus, ele deve estar se culpando. – Diana fez cara de que não entendeu. – Foi ele quem me avisou que seus pais eram alvos dos comensais, e ele sabia também que o Sr. Summers queria se juntar a eles, só precisava de uma prova de devoção. No mínimo ele está pensando que deveria ter juntado dois e dois e evitado o que aconteceu aos seus pais, mas se eu não sabia que o Derick te conhecia, ele muito menos, quanto mais que eram noivos. Daqui a pouco a fase de autocrítica passa e ele melhora. Severus tem que parar de cobrar tanto de si mesmo. Vou conversar com ele. – Dumbledore tinha o rosto sereno, como se realmente não achasse que fosse algo preocupante. Mas Harry notou um perpassar de apreensão em seus olhos azuis. O velho bruxo os mirou para cima, e continuou como se pensasse alto. – Mas receio que a súbita síncope, mesmo que leve, dele não se deva só ao ceticismo e autocrítica que tem. Severus passou tempo demais no lado negro como espião, creio que o fato de ele ter de encenar um tipo de “outra” personalidade está criando um tipo de confronto dentro dele mesmo. Que me parece ter surgido ao ouvir a sua história e ter de se lembrar dos atos cometidos por seu “lado Comensal”. – Voltou seus olhos para Diana novamente, mas pareceu que lhe passou em sua mente que não deveria ter dito isso, tratou de completar em tom de “o que acabei de dizer não é importante” – Mas não se preocupe com isso. Eu cuido dele. Agora, procure descansar. Molly deve trazer algo para você comer logo logo.
- Molly? – falou Diana como se o nome não lhe fosse estranho.
- Weasley. – disse Dumbledore segurando a porta aberta enquanto Harry passava.
- Weasley… Ah! Os ruivos não? – sorriu – Eu não poderia ter vindo parar em lugar melhor… Peça desculpas pelo incomodo e agradeça à Sra. Weasley pela hospitalidade por favor, Alvo.
- Eu falo com ela sim, agora descanse Diana. – Dumbledore sorriu e fechou a porta. – Vá Harry. Vá ficar com seus amigos. Molly também deve trazer o jantar para vocês aqui em cima já que a reunião será lá embaixo. Tenho que ir. Já devem estar me esperando há algum tempo.
Harry confirmou com a cabeça e seguiu para o quarto de Rony. Lá encontrou o menino e Mione olhando pela janela.
- Cê demorou, hein? – falou Rony.
- Vocês não sabem o quão triste é a história dela… - Harry se afundou em uma das camas. O menino contou aos dois a história toda de Diana (afinal, o que ele não conta aos dois amigos?), talvez não com as mesmas palavras, e com certeza não com a mesma dor, mas o menino ficou muito, muito triste ao ouvi-la, e igualmente em repeti-la. Sabia como era triste não ter pais, mas, a não ser pelos pesadelos e visões provocadas por dementadores, não se lembrava exatamente como foi o momento em que os perdeu, era muito pequeno. Mas podia imaginar que a dor de vê-los como Diana viu seus pais seria insuportável.
- Ai, tadinha… - falou Hermione com lágrimas nos olhos depois que Harry acabou de contar. – Não há palavras para uma atrocidade desta dimensão…
- Que horrível… - Rony estava lívido.
- E ela parece ser tão legal. – Falou Harry – Mesmo com tudo que está passando, foi tão simpática comigo. Queria saber o que ela vai fazer agora… Coitada, perdeu tudo… ela não pode voltar para casa numa situação dessas…
- Ela pode ficar aqui! – disse Rony como se tivesse tido a idéia mais brilhante de todos os tempos. – Os gêmeos estão morando em um apartamento em cima da loja, no Beco Diagonal. E o Percy…Bem… O Percy é um babaca…
- Rony!
- Mas é verdade Mione! Ele não dá notícias à mamãe há um tempão, ela parou de chorar quando se toca no nome dele, mas sempre fica com um olhar de peixe fora d’água. E o papai, ele é tomado de uma fúria que poucas vezes vi. O importante é que um dia já houve nove pessoas nessa casa e agora somos só quatro, com certeza há lugar para mais um.
Os três ficaram mais um tempo conversando sobre o horror a qual Diana passou. Até que a voz da mãe de Rony chamou do outro lado da porta.
- Algum de vocês abra aqui!
Hermione abriu a porta e a Sra. Weasley entrou carregando uma grande bandeja e com uma outra levitando atrás. Colocou as duas bandejas na parte de cima de uma das beliches.
- Tem um prato cheio para cada um aí. E um caldeirão com mais sopa, um prato com pãezinhos e um garrafão de suco de abóbora. Se vocês quiserem mais é só avisar.
- Acho que é o suficiente, mãe – disse Rony olhando os três pratos e o caldeirão abarrotados até a boca de sopa. – Tem comida para umas seis pessoas aí, com folga,…
- Melhor assim. Desse jeito vocês não precisam interromper a reunião. Quando ela acabar eu aviso. A comida é toda de vocês, sem cerimônias hein meninos? – a Sra.Weasley se dirigiu a Harry e Hermione –Vocês já são da casa. E Harry, coma bastante, você está muito magrinho. Bom apetite.
A sopa de cebola estava deliciosa. E apesar de Rony ter dito que havia comida para meia dúzia ali, sobrou apenas um fundinho da sopa no caldeirão. Afinal, ele e Harry comeram, no mínimo, por dois. E até Hermione repetiu o prato.
- Mas diga, - falou Harry tomando mais um gole de suco de abóbora – Vocês sabem quem veio para a reunião?
- Acho que os de sempre – Rony estava com a voz abafada pela quantidade de pão em sua boca – Nós vimos…
- Não fala de boca cheia Ronald. – Interrompeu Hermione mecanicamente enquanto juntava toda a louça em uma bandeja só. – É falta de educação. – O menino, com as orelhas tão vermelhas quanto os seus cabelos, engoliu todo o pão de uma vez só.
- Desculpe. – pediu sincero – Mas Mione… Modera um pouco tá? Cê tá parecendo até a minha mãe… Até me chamou de “Ronald”… - Foi a vez dela ficar vermelha – Como eu dizia, nós vimos o Shacklebolt, o Moody, o Lupin, a Tonks, e mais uns dois bruxos que nós só conhecíamos de vista das outras reuniões. Gui não pôde vir nem os gêmeos estavam muito ocupados com trabalho, virão na próxima reunião, acredito que as reuniões sejam separadas por grupos, sei lá… Por isso as mesmas pessoas…
- Concordo, - disse Harry terminando seu suco – Daria muita bandeira se todos os bruxos da Ordem se reunissem ao mesmo tempo.
Os três conversaram por muito tempo. Por fim, Rony atualizava Harry sobre as novidades do campeonato britânico de quadribol, e Mione cochilava a sono solto, deitada na cama e com os pés descalços no colo do amigo ruivo.
Então alguém bateu na porta novamente.
- Entra. – Falou Rony.
- Olá rapazes! – falou Lupin entrando no quarto, suas vestes estavam muito remendadas, seus cabelos tinham cada vez mais fios brancos, e sua aparência era um tanto quanto doente, mas trazia um grande sorriso doce e simpático no rosto. – Como vai você Harry?
- Indo. – Disse o menino muito feliz, apertando a mão do professor que considerara ser um dos melhores (senão o melhor) que já tivera. Como compará-lo com a Dolores-Sapa-Boi-Umbridge que atormentara este seu último ano? Ainda havia marcas de “não devo contar mentiras” nas costas de suas mãos…
- Indo por quê?
- Bom, tendo em vista a minha grande sorte de passar todas as minhas férias com os Dursley e o Snape… - respondeu irônico.
- Dumbledore sabe o que faz Harry, e se ele acha que o melhor é você passar suas férias com o prof. Snape, nós devemos confiar. – falou Lupin com uma mão no ombro do menino, mas seu tom de voz denunciava que ele não estava muita crente do que dizia, ou pelo menos, não muito contente. Pareceu um tanto chateado ao pronunciar “prof. Snape”, como se falasse entre os dentes. – Bem, eu vim dizer que a reunião acabou. Como está meio tarde, eu, a Tonks e o próprio Dumbledore, vamos dormir aqui para partir pela manhã. Estão todos na sala, se vocês quiserem descer.
- Ah, nós vamos sim. – disse Rony – Eu não agüento mais ficar dentro desse quarto. Que você acha Harry?
- Eu acho muito bom.
- Acorda aê Mione. – Rony deu uns tapinhas de leve no tornozelo dela. – Vamos descer, vamos.
- Ein? – perguntou a menina esfregando os olhos, Lupin sorriu para ela. – Ah, olá prof. Lupin!
- Não sou mais seu professor Hermione. – disse docemente – Não precisa me tratar como se fosse.
- Vamos descer Mione. – Disse Harry.
- Descer? – Falou a menina se sentando e espreguiçando.
- Tá meio lenta ein Mione? – falou Rony – E eu que achava que os seus neurônios não dormiam… Se você quiser pode ficar aqui.
- Não… Eu vou descer também… - disse a menina calçando sandálias.
Os quatro desceram levando as bandejas com a louça, passaram direto para a cozinha para colocá-la na pia e depois voltaram para a sala. Lá estavam a Sra. Weasley mostrando um tricô à Tonks (com os cabelos na altura das orelhas, roxo berrante, da cor do noitibus), e o Sr. Weasley e Lupin conversando com o Dumbledore, os três bebendo alguma coisa.
- Que tal ouvirmos um pouco de música? Eu adoro a música bruxa! – Falou Mione para os meninos.
Rony ligou o rádio à um canto da sala e os três desataram a conversar sobre música, Rony o mais informado sobre a bruxa e Mione e Harry contando a ele um pouco da trouxa.
Depois de um tempo, sobraram na sala apenas o trio (A Sra. Weasley desistiu de manda-los se deitar) e Lupin (que prometeu a ela que faria com que eles não dormissem muito tarde). Nesse momento Rony e Lupin jogavam uma acirrada partida de xadrez, observados por Harry e Hermione. A menina então se atentou para uma coisa:
- Cadê a Tonks? Eu vi os pais do Rony e o prof. Dumbledore subirem, e a vi sair pela cozinha, mas não a vi voltar…
- Deve estar com o Snape em algum lugar… - falou Lupin sem tirar os olhos do tabuleiro, mas havia uma pequena ruga entre suas sobrancelhas que não tinha sido causada pelo jogo, e um leve tom de irritação em sua voz. – Ou será que ninguém notou que ele também não está aqui?
- Com o Snape? – Falaram Harry e Hermione juntos. Rony se desconcentrou e quase caiu da cadeira.
- É. – Lupin ainda olhava para o tabuleiro, aparentemente concentrado, ou disfarçadamente concentrado. – Eles são como primos, muito íntimos por sinal. – falou entre os dentes, seu cavalo despedaçou o bispo de Rony que tinha perdido, repentinamente, todo o interesse no jogo e jogava sem pensar. – Vocês não sabiam? Snape é puro-sangue, por isso vem a ter parentesco com os Black, dentre eles, Andrômeda, mãe de Tonks, portanto, acabam sendo parentes no final. Procurem por eles só. Aposto como estão juntos.
Hermione olhou par a janela, através do pano fino da cortina notava-se um tremeluzir de uma luz. Se levantou, foi até lá e abriu a cortina.
- Não é preciso procurar. – Disse olhando para fora – Eles estão aqui.
- Xeque-Mate, Rony.
- Não valeu! Você me distraiu! – Harry se levantou e ficou ao lado de Hermione.
- São eles mesmo…
- Sinto muito, Rony, mas jogo é jogo. E você perdeu. – disse Lupin recolhendo peça por peça do tabuleiro e guardando-as em um saco de veludo vermelho.
- Droga. – O menino se levantou e foi juntar-se aos seus amigos, que observavam Tonks sentada ao lado de Snape em um grosso tronco de árvore à frente no quintal da casa, à alguns poucos metros de distância, iluminados à luz do luar e de um archote do lado tronco. Tonks tinha rosto descontraído, mas Snape parecia um pouco aborrecido. Rony tirou um fio grosso cor de sangue de dentro do bolso com uma extremidade mais grossa e uma outra com o formato de um funil. – Saca só, Jorge me mandou ontem de manhã, novas orelhas-extensíveis, com longo alcance e ampliador de voz, dá para todos nós ouvirmos o que eles estão dizendo. Pelo menos foi isso que ele me falou. Vamos testar e ver se é assim mesmo. – o menino desceu a extremidade mais grossa por uma fresta da janela até o mais perto deles que pôde, e segurou a parte que parecia um funil para cima.
De repente a voz de Tonks surgiu do funil como se ela estivesse do lado dos meninos:
“E quanto ao que Dumbledore nos contou? Sobre você ter salvo Diana? Desde quando você tem o hábito de salvar donzelas em perigo?” – Tonks tinha um sorriso maroto nos lábios.
“Está com ciúmes é?” – Snape levantou uma sobrancelha.
“Eu? Por que eu teria ciúmes de você? A sua cabeça é sua guia.” disse sorrindo. Ela colocou a mão direita sobre o coração e continuou com pose e voz ironicamente solenes. “Na verdade eu queria dar-lhe os meus parabéns” Snape levantou as duas sobrancelhas. “Foi muito bonito o que você fez por ela”. A última frase foi dita em um tom que revelava sinceridade.
“Sei.” Respondeu Snape gélido. Apoiou os cotovelos nos joelhos, abaixou a cabeça e esfregou as têmporas com as duas mãos.
“O que há hein?” Tonks parecia preocupada. Lupin se juntou ao trio observando a conversa dos dois. “Cê tá mais carrancudo do que de costume…”
”Quem se importa?” Snape respondeu sem levantar a cabeça.
“Eu me importo.” Ela falou em tom de mágoa.
“Ã-ham.” Ele ainda esfregava as têmporas.
“Eu me importo sim seu tolinho.” Ela sorria novamente. ”Você sabe perfeitamente que eu te amo não é?”
Snape olhou para Tonks com um sorriso torto, muito cínico, nos lábios. Lupin tinha os punhos cerrados e quase rosnava atrás dos meninos observando a cena. Mas nenhum dos três percebeu, a conversa entre Snape e Tonks estava muito mais interessante.
“Duvido”. Respondeu Snape ainda sorrindo cinicamente.
Os dois se olhavam diretamente nos olhos.
”Duvidando ou não, eu continuo te amando.” Tonks então, de repente e muito ligeiramente, deu um selinho rápido na boca de Snape.
“Tonks!! Está louca? Não faça mais isso!!” Falou chateado.
”Por que não? É apenas carinho…” Tonks tinha uma ar zombeteiro e divertido.
”Você sabe muito bem que eu não gosto de ‘carinhos’, quanto mais em público! Alguém pode nos ver!
- Chega de ouvir a conversa dos outros! – rosnou Lupin muito zangado, puxando as orelhas-extensíveis o mais rápido que pôde, mas ainda puderam ouvir Tonks dizer:
”Mas não estamos em público, estão todos dormindo, e…”
Ninguém pôde ouvir mais nada, além disso.
- Vamos todos para cama, já é muito tarde. Prometi à Sra. Weasley que vocês iriam dormir antes das onze, e já são onze e meia. Chega de invadir a privacidade dos outros.
- Que privacidade? – reclamou Rony – Eles estão no meu quintal!
- No seu quintal ou não, ainda é uma conversa particular. Anda todos para cima. – Lupin começou a enxotar o trio para cima. Eles ainda reclamaram bastante, mas nada puderam fazer. O bruxo acompanhou os meninos até o quarto de Rony, e Mione até o quarto de Gina. E ainda ficou com as orelhas-extensíveis para garantir que eles não tentariam ouvir a conversa de novo.
Rony e Harry ainda tentaram especular um pouco sobre a situação de Snape e Tonks, mas o sono levou a melhor.
No dia seguinte, eles foram acordados bem cedo por alguém que desceu as escadas pisando muito forte nos degraus.
O trio (ainda de pijamas, com robes por cima) se encontrou no corredor.
- O que houve? – perguntou Mione.
- Sei lá, parece que um hipogrifo andou descendo as escadas. – respondeu Harry. Os três sorriram.
- Acho melhor descermos logo não? – disse Rony.
- Por mim tudo bem. – respondeu Mione. – Não vou conseguir dormir de novo mesmo. A srta. Castellani e a Tonks acordaram também, e descobriram que se conhecem, estudaram juntas ou na mesma época sei lá… Mas estão falando pelos cotovelos…
Os três desceram e encontraram a Sra. Weasley (Usando um robe muito colorido, sobre um camisão de dormir) fazendo o café e apenas Lupin (já vestido com suas vestes surradas de bruxo) sentado à mesa. Com uma cara muito zangada, que poucas vezes os meninos tinham visto no rosto dele, e olheiras.
- Bom dia. – Falaram os três sentando-se à mesa ao lado de Lupin.
- Bom dia, queridos. – respondeu a Sra. Weasley servindo-os de omelete.
- Bom dia, garotos. – falou Lupin rouco, olhando para a própria caneca de café. Depois falou baixinho para que a Sra. Weasley não pudesse ouvir: – Rony suas orelhas-sei-lá-o-quê estão lá no antigo quarto do Percy, onde dormi. Em cima do criado-mudo. Depois você pode pegar.
- Tudo bem. – sussurrou o menino - Mãe, cadê o papai? – disse com sua voz normal.
- Já foi trabalhar, Rony. O Ministério está tendo muito mais batidas agora.
Snape então entrou na cozinha. Já vestido com seus trajes pretos e esvoaçantes de bruxo.
- Bom dia. – falou o mais seco possível que a boa educação permitia.
- Bom dia. – respondeu o trio.
- Bom dia, Sr. Snape. Quer omelete?
- Não, obrigado Sra. Weasley. Só o café está de bom tamanho. – Sentou-se do outro lado da mesa, sozinho, e serviu-se de uma xícara grande de café preto. Lupin, nem se mexeu em sua cadeira, tampouco respondeu à saudação de Snape. Era como se ninguém tivesse entrado na cozinha. Foi quando Tonks, com os cabelos verde alface bem curtinhos, entrou na cozinha conversando e rindo junto com Diana. Tonks vestida com um robe rosa muito cheguei, e Diana vestida com o que parecia ser um dos robes da Sra. Weasley, só que um pouco menos largo (provavelmente apertado por magia).
- Bom dia. – Falou Diana sorrindo para todos na mesa.
- Bom dia gente! – falou Tonks sorridente sentando-se ao lado de Snape (Não havia mais outro lugar a se sentar já que o lado onde estava Lupin estava todo ocupado por ele e o trio).
Todos responderam bom dia, até mesmo Snape. Mas Lupin se limitou a resmungar um “Bom dia, srta.Castellani”, fuzilou Tonks com os olhos, e depois voltou-os ao seu café novamente. O que fez com que ela ficasse com seus olhos marejados d’água.
- Sra. Weasley muito obrigado pela hospedagem. – disse Diana sentando-se à mesa ao lado de Tonks. – Muito obrigado mesmo.
- Disponha Diana, posso te chamar de Diana não? – Ela fez que sim com a cabeça. – Pode ficar o tempo que quiser, não se incomode.
- Eu receio que terei de ficar mais um pouco sim, mas é só até que eu consiga estabilizar a minha vida novamente. Prometo à senhora que ajudarei no que precisar, para compensar os gastos.
- Ora, não é necessário compensar nada menina. Mas eu não recusarei seu auxílio, ajuda sempre é bem vinda.
As duas mulheres sorriram. E a Sra. Weasley começou a servir omelete para Diana e Tonks.
- Imagina Sra. Weasley, - falou Tonks – Que eu e Diana nos conhecemos? Assim, de vista. Quando eu me formei, ela iria começar seu quarto ano. Apesar dela ser da Corvinal e eu da Grifinória e termos quatro séries de diferença, nós éramos colegas, não muito coladas, mas nos conhecíamos. Fazíamos parte do fã-clube d’As Esquisitonas. Elas tinham acabado de surgir, eram a sensação do momento. Por isso nos víamos com freqüência.
- Eu a reconheci logo, como esquecer das mudanças de cor de seus cabelos, da sua imitação de nariz de porco, da sua simpatia? – falou Diana sorrindo. – Lembro-me de uma vez, que ela quase conseguiu ficar com o rosto idêntico ao da baterista d’As Esquisitonas.
Lupin fuzilou Tonks mais uma vez com os olhos e bebeu o resto de seu café.
- O que há Remus? – perguntou Tonks.
Lupin a ignorou e levantou-se da mesa.
- Vou embora Sra. Weasley. Diga ao Dumbledore que não pude ficar, por favor.
- Eu digo sim, Remus. – respondeu a mulher não entendendo o ataque de mau-humor do homem que normalmente era tão agradável.
- Adeus, meninos, srta. Castellani. – disse dando as costas para todos.
- Tchau, Lupin. – responderam os quatro. Snape não respondeu, Lupin não tinha falado com ele e Snape trazia consigo o seguinte pensamento com relação à maioria das pessoas: “Se você quer falar comigo é um favor que me faz. Se não falar, são dois”.
- Tchau, Remus. – falou Tonks triste, mesmo que ele não tenha sequer se dirigido a ela ou citado seu nome.
Lupin a olhou de cima a baixo com um olhar frio e saiu sem mais nada dizer.
- O que há com ele? – ela perguntou com os olhos cheios d’água. – Esse não é o Remus Lupin que eu conheço.
- Eu não sei. – falou a Sra. Weasley. – Já desceu assim…
Snape resmungou alguma coisa saiu da cozinha atrás do bruxo, que já estava quase fora da propriedade e preparava-se para desaparatar.
- Espera Lupin, quero falar com você. – rosnou Snape se aproximando.
- Eu não tenho nada para conversar com você, Snape. – respondeu Lupin virando-se para ficar frente a frente com ele, tinha traços de puro ódio no rosto.
Snape parou, puxou a capa mais para perto do corpo e cruzou os braços sobre ela.
- Mas eu sim.
- Fale logo, você tem cinco minutos. – Lupin cruzou os braços também.
Snape crispou os lábios e começou:
- Eu quero saber o que está havendo, você não é de sair por aí desprezando as pessoas sem motivo aparente. De minha parte não me importo de ser ignorado, para falar com sinceridade, até prefiro. Me acostumei. Mas a Tonks é muito apegada a você e ficou muito chateada de ser ignorada na frente de todos na mesa. Não que eu realmente veja motivos para ela ficar chateada. Mas ficou
- Ah, é mesmo é? – falou Lupin impulsivamente – Pois eu tenho uma sugestão, por que você não volta lá e a consola? Dê-lhe uns beijinhos. Com certeza ela vai melhorar.
- Não entendi. – Snape semicerrou os olhos. Parecia ter entendido muito bem o que Lupin quis dizer.
- Eu vi tá? – Lupin avançou – Eu vi vocês dois ontem à noite. E eu sei! Eu sei sobre o casinho de vocês, me contaram tudo que aconteceu!
- Ah, então é isso? – Snape sorria sarcasticamente – E eu, um dia, realmente achei que você era o único dentre seus amigos que tinha cérebro, lobo. – os olhos de Lupin se estreitaram e escureceram ao ser chamado de “lobo”.
- Vejo que é uma coisa muito natural para você, em pensar que eu te defendia quando o Sirius te acusava, em pensar que eu disse a ele “ele não é má pessoa Sirius, só é mal incompreendido, solitário…”.
- Ah, então foi o Black quem lhe contou? – Snape riu zombando de Lupin. – Que belo amigo você tinha lobo.
- Não me chame de lobo! – Rosnou Lupin, seu rosto transparecia cada vez mais raiva. A essa altura todos que antes estavam na cozinha já estavam assistindo à cena que se passava nos fundos da casa. – E foi ele sim! Por quê? Você vai dizer que é mentira?
Snape tinha um ar muito zombeteiro. Coçou o queixo olhando para cima ironicamente, como se analisasse a pergunta, e esta fosse muito difícil.
- Não, não é. – sibilou. – Mas é diferente. Muito diferente. Eu posso ter dado prazer a ela um dia, mas não é isso que ela verdadeiramente quer. O que ela verdadeiramente quer só você pode dar, o seu amor. Ela não quer o meu corpo, quer o seu coração, lobo.
- Severus! – Gritou Tonks. Snape olhou para ela como se dissesse: “mas não é verdade?”. Ela tentou concertar: – Parem os dois de brigar agora! Não há necessidade disso!
- Não se meta Tonks, isso agora é entre eu e ele. – falou Lupin rude e a mulher de cabelos verdes enrubeceu e se calou, ninguém nunca tinha visto o doce bruxo assim, parecia que um monstro estava tentando aflorar. E ninguém se atrevia a tentar doma-lo. Ainda mais com Snape o açulando. – E você, Snape, deixa de lado o sentimentalismo barato, você não sabe ser sentimental. E de uma vez por todas: PARE DE ME CHAMAR DE LOBO! – a fúria estava clara em seus olhos, ele parecia estar numa crise de autocontrole.
- Mas não é isso que você é? Um lobo? Pelo menos foi o que eu sempre soube. Não esconda a sua verdadeira identidade lobinho. Você é um lobo e não há como dizer que não. – Snape parecia querer provoca-lo de verdade. Era um jogo de quem perturba mais o juízo do outro. Lupin parecia estar perdendo, mas ainda tinha uma carta na manga…
- Ah, é para pormos sobre a mesa nossos verdadeiros papéis? Então, de quê eu devo chamá-lo? Comensal? Assassino? Ou… Deixe-me ver… - Lupin coçou o queixo da mesma forma que Snape tinha feito há pouco e fez cara de pensativo – Açulador de maldições?
Lupin pegou no ponto. Harry não entendeu, mas ouviu a Sra. Weasley fazer “Hum…”, fechando um pouco os olhos e Tonks sussurrar: “Pegou pesado…”. Snape ficou quieto por um momento, seu rosto mais branco que o normal, porém impassível, seus punhos cerrados, os olhos semicerrados. Então, o sorriso zombeteiro lhe voltou aos lábios juntamente com seu espírito sarcástico:
- É isso que você pensa de mim lobinho? É isso que você realmente acha de mim, amigo das luas cheias? Deixa eu te informar uma coisa, eu-não-me-importo-com-a-sua-opinião – sibilou e aproximou-se um pouco mais para dizer a última palavra em um tom de voz mais alto ressaltando as sílabas – LO-BO.
- Pare-de-me-chamar-de-lobo!! – Lupin tinha os punhos cerrados, apertava os dedos contra a palma de suas mãos, tentando se controlar.
- Tirar você do sério hoje está tão fácil… - sorriu Snape ironicamente – Como é mesmo que pirraça entoava?… Ah, “louco, lobo, Lupin,” – cantou – “Louco, lobo, Lupin… Louco, lobo…”…
- Ora seu… - os olhos de Lupin estavam escuros e parecia que alguma coisa realmente insana tinha brotado dentro dele. Ele esqueceu-se por um momento da varinha e avançou contra Snape na mão mesmo. Este por sua vez foi pego de surpresa de tal maneira que não teve outra opção senão se defender com o próprio corpo. Os dois homens se atracaram e se embolaram no chão numa acirrada luta braçal. E Rony se virou para Harry:
- Aposto cinco sicles no Lupin. - sussurrou
- Tá apostado. – respondeu Harry apertando-lhe a mão.
Hermione os repreendeu com um olhar.
- Por Merlin! Eles vão acabar se matando! – falou Diana olhando assustada para a feia briga (Lupin tinha acabado de acertar um soco no nariz de Snape, que sangrava, este então revidou lhe acertando em cheio um soco no olho) segurando no braço de Tonks, que sussurrava: “deixa eles, deixa eles”.
- CHEGA!! – Ouviu-se Dumbledore gritar ainda de dentro da cozinha, se encaminhando para o quintal. Snape e Lupin de súbito pareceram ser chamados à razão e pararam de bater um no outro e se separaram – O que está havendo aqui? – O velho ainda estava vestido um roupão de dormir, púrpura, pantufas e uma touquinha, daquelas com pompom na ponta, combinando.
- FOI ELE! – Gritaram Snape e Lupin juntos, um apontando para o outro, todos sujos de barro e grama, ainda sentados no chão.
- Pois se estão agindo como crianças, vou trata-los como crianças. Estão os dois de castigo!
Lupin abaixou a cabeça, envergonhado. Snape ainda relutou.
- Ora Alvo, - disse levanto-se e limpando-se, tentando recobrar um pouco de dignidade – faça-me o fa… - mas não se atreveu a continuar a frase ao ser censurado pelo ar severo dos olhos azuis do velho bruxo.
- Meninos tragam-me duas cadeiras da cozinha. – Dumbledore se dirigiu a Harry e Rony. Os meninos fizeram o que o bruxo pediu e ele as pôs uma de frente para a outra. – Vocês dois – apontou para Snape e Lupin – cada um irá se sentar em uma cadeira, e não se atrevam a muda-las de posição. Quero um olhando para o outro e só sairão daí quando entrarem em um acordo e pararem com essa infantilidade.
Foi engraçado ver os dois homens de trinta e tantos anos, sujos, ralados, roxos e sangrando, sendo mandados para um castigo tão bobo quanto esse, e obedecendo à risca. Depois de vinte minutos nenhum dos dois tinha se mexido ou falado qualquer coisa, e todos cansaram de assistir, entrando e indo cuidar de suas próprias vidas. Após todos terem entrado ainda se passaram alguns minutos até que Lupin tomou a iniciativa de falar:
- Desculpe-me Severus, eu agi como um adolescente…
Snape olhou para ele com uma sobrancelha erguida. O nariz ainda sangrava e ele o comprimia com a manga das vestes.
- Mas é que eu vi vocês dois juntos ontem… E depois do que Sirius me contou… Eu não pude me controlar…
- O que você viu Lupin? – perguntou Snape seco, olhando para a manga toda suja como se ela fosse mais interessante do que o bruxo à sua frente.
- Eu vi vocês cheios de intimidade, e ela… - os olhos de Lupin se escureceram novamente – Ela te beijou… E…
Snape bufou largou a manga, voltando-se para o homem.
- Ora, Lupin, ela é minha prima. Nos conhecemos desde pequenos, e você sabe como ela é chegada a “carinhos” com todos… Por Merlin, foi um beijo simples, curto, e sem maldade, já a vi beijar o cão de estimação com mais paixão do que o selinho que me deu ontem… E quanto ao nosso passado… Bem… O que Black te contou?
- Bem… - Lupin parecia ter voltado a ser a mesma pessoa educada e doce de antes – Ele já estava de saco cheio de você o perturbando, vivia reclamando… Um pouco antes da invasão no Ministério, em um dia em que fazia queixas e queixas sobre você, eu disse, me lembro bem: “ele não é má pessoa Sirius, só é mal incompreendido, solitário…” – Snape torceu o rosto numa careta de asco – Ele me disse que você não era nem tão bonzinho e nem tão solitário assim… Disse que tinha ouvido a Tonks contar para uma amiga numa festa… Disse que a… Que a primeira vez dela…- Lupin ficou muito vermelho – Que tinha sido com você… Esta revelação foi o bastante para me desmoronar por dentro… - seu tom de voz era de mais profunda mágoa.
Snape contraiu o rosto involuntariamente.
- Eu esperava que ele não tivesse dito isso… Essa parte de ter sido a primeira vez… Torna tudo mais difícil… Mas não posso negar que seja verdade… E o seu amigo Black lhe contou sobre quais circunstâncias isso aconteceu?
- Não… Ele só me disse isso… Insinuou que você devia ter enfeitiçado-a ou lhe dado alguma poção entorpecente… Mas eu não acredito que seja verdade… - Lupin parecia muito triste.
- Olha, nós éramos novos, sem maturidade, o namorado que ela julgava ser o amor de sua vida tinha a traído e ela tinha terminado tudo numa briga muito feia… E eu… Bem… Eu tinha perdido as esperanças em minha vida e não via saída para nenhum dos caminhos dela que tinha para escolher… A Tonks chegou chorando na minha casa… E eu não sabia o que fazer… A gente começou a afogar as mágoas um do outro bebendo e falando besteira… Éramos um homem e uma mulher, você há de convir, atraente, era madrugada, e estávamos dentro do meu quarto, embriagados… Foi o calor, ou a proximidade, ou a revolta dos dois que dava vontade de fazer alguma coisa muito louca, ou a bebida que nos tirava lucidez, mesmo que não tenhamos bebido tanto… Ou simplesmente era para acontecer… Ou foi isso tudo junto… Realmente não sei dizer ao certo… Só sei dizer que depois do primeiro toque… Dos olhares trocados que provocaram um beijo… Foi uma coisa atrás da outra… O desejo falou mais alto que a razão… O corpo superou a mente… Eu vou te dizer a verdade, e espero que você acredite, eu não sabia que ela era virgem… Quando eu fui, por assim dizer, “notar”… Não tinha mais volta… Juro que se soubesse teria me controlado ao máximo… Teria impedido… Não sei, daria um jeito… Mas eu não sabia.
- Mas ela tinha uns de 17 ou 18 anos… - relutou Lupin.
- E eu tinha acabado de fazer 22! Abra os olhos Lupin, eu podia não ser inocente, - Snape revirou os olhos – tá, com certeza eu não era inocente, mas ela também não… Ela sabia o que estava fazendo, não foi obrigada… Simplesmente aconteceu… Você há de convir que teria que ter acontecido, ou você esperava que uma mulher de trinta e poucos anos como a Tonks nunca tivesse tido um homem sequer em sua vida? – retorquiu Snape – Sabe, nunca mais voltou a se repetir… A gente nem comenta… Só em raros momentos… Não que não tenha sido gostoso, legal… Pelo contrário, foi muito… Mas depois foi como se nós tivéssemos entrado em um acordo silencioso de que foi uma dessas loucuras que qualquer um faz pelo menos uma vez na vida… Isso nunca interferiu na amizade dela comigo, é como se nunca tivesse acontecido… não sei dizer ao certo… E a intimidade que você viu entre eu e ela ontem não tem nada a ver com isso. Eu falo sério, ela te adora, te gosta e sabe-se lá o que mais… Sabe sobre o que conversávamos ontem? – Snape levantou uma sobrancelha novamente.
- Não…
- Sobre você… Depois de me dar aquele selinho, eu reclamei que não gostava de “carinhos”, e disse que alguém poderia ver, ela falou que estavam todos dormindo e que não se importava, afinal, aquilo não tinha segundas intenções já que o coração dela pertencia a uma outra pessoa que todo mundo já sabe… Ela não pára de falar de você um minuto sequer… - Snape fez cara de nojo e Lupin sorriu leve e involuntariamente – Todo mundo percebe que ela gosta muito de você, e que é mútuo… Só quem não enxerga é você mesmo… Ou não quer enxergar.
Lupin baixou a cabeça.
- Desculpe-me pela acusação que te fiz… Sobre o “açulador de maldições”… Eu sei que não era sua intenção… Que na época você não imaginava as conseqüências…
- Não há razão para desculpas… - falou Snape gélido – Na época era sim a minha intenção, e eu imaginava perfeitamente as conseqüências. Culpo-me por isso todos os dias.
Os dois homens ficaram alguns instantes em silêncio e Lupin, depois de olhar Snape de cima a baixo, começou a rir baixinho.
- Qual é a graça, Lupin?
- Olhe para nós, olhe para o nosso estado!- Snape tinha um lábio cortado, no qual o sangue já havia coagulado, havia sangue coagulado também em seu nariz que tinha levado uma pancada forte, alguns arranhões nas palmas das mãos e pequenos rasgos nos cotovelos das vestes, Lupin tinha um olho inchado e roxo, um corte no queixo, também já coagulado, vários arranhões nos braços e suas vestes, por já serem remendadas e velhas, tinham muitos rasgos, os dois estavam muito sujos de mato e terra – Nos embolamos no barro e na grama por causa de um desentendimento tolo na frente de todo mundo, estamos todos ralados e cheios de hematomas, e sentados em cadeiras um de frente para o outro como duas crianças que brigam por um brinquedo e são colocadas de castigo… - ele ria de si mesmo.
Snape deu um sorriso torto e falou:
- Venha, acho que nosso castigo já foi suficiente, penso que agora já podemos entrar.
Os dois homens todos sujos e machucados levantaram-se e, carregando cada um a sua própria cadeira, entraram n’Toca sorrindo, Lupin muito mais do que Snape, que apenas trazia seus lábios levemente enviesados. Mas, ainda assim, cada um à sua maneira, estavam sorrindo.

N/A: Gente, por favor, não fiquem com raiva de mim pelo SS/NT, levem em consideração que nem chegou a ser um shipper de verdade… Tipow eles eram jovens e tals… E a quanto à idade deles, bem, eu nem sei direito qual é a idade da Tonks, só sei que ela é mais nova que os marotos e o Snape. Então eu vou esclarecer a minha conta: N’Ordem da Fênix o Snape diz à Umbridge que dá aulas há 14 anos, na minha fic ele tem 36 anos (assim como o Lupin) (suposição tah?), logo começou a dar aulas aos 22. A Tonks eu pus como se tivesse quatro anos de diferença deles, logo ela em 32 anos. A Diana tem quatro anos de diferença da Tonks, logo ela tem 28. Meio complicado neh? Mas é que a linha do tempo na minha fic é meio importante. Queria lembra-lhes também que o Sevvie faz niver no dia 9 de janeiro (isso não é suposição, foi a tia J.K. que divulgou), guardem essa informação que ela também será valiosa.
Eu queria ressaltar novamente que a minha fic começa do livro 5 (eu comecei a escreve-la antes do príncipe mestiço ser lançado), e para quem já leu o 6, percebeu que há uma contradição ENORME entre ele e este capítulo, mas ela precisava existir par a fic ter coerência, mais à frente vcs vão entender.
Bjins p/ geral, bjins especiais para a Hanna (keru saber sua opinião viu??) e para a Eleonora e para tds q sempri vêm aki ler minha humilde fic. Dsculpa pela N/A enorme viu??? Rsrsrs....

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