Mágoa



Capítulo XXII – Mágoa

Harry e Snape chegaram à casa dos Dursely e o jornal na TV noticiava apenas desastres. Os dois pararam na sala para ver.
”E hoje um estranho e devastador ciclone atingiu Oxford e seus arredores durante a noite” dizia o repórter de rosto preocupado ”As perdas foram incalculáveis. Nosso enviado especial John Parker está lá e tem mais notícias. John.” A imagem do âncora foi cortada e em seu lugar apareceu um outro repórter com um lugar totalmente destruído às costas “Bom dia Ben, estamos aqui em Oxford e segundo autoridades já há mais de vinte e cinco mortes e os feridos passam de cem. Ainda há muitas pessoas sob os escombros e a devastação é total. O mais estranho no acontecido é que ciclones destas proporções se formam no oceano e dificilmente atingiriam o interior da Inglaterra desta maneira. Como é possível ver na imagens, nada sobrou em pé.” A câmera deixou de focalizar o jornalista e mostrou o lugar ao redor. Só havia escombros, pessoas de pé apenas muitos bombeiros, policiais e médicos. ”Voltamos a qualquer hora com mais notícias. É com você Ben.” Volta para o âncora do início. “E no meio de tanta tristeza uma notícia, no mínimo, curiosa. Na Escócia, diversos pescadores e moradores de Ness afirmam que o monstro do lago voltou a aparecer. Segundo eles o ser que supostamente habita essas águas nadou esta manhã bem perto da superfície e eles chegaram a ver partes de seu corpo que seria meio áspero e mole, e de coloração roxo avermelhado. Ainda segundo os habitantes o monstro emitia estanhos sons e estaria, possivelmente, chorando.”
- Que horror. – falou Harry baixinho.
Só então os Dursley perceberam que Harry e Snape ainda estavam na sala. Petúnia olhou para o menino como se ele fosse o culpado pelo acontecido.
- Como foram os exames Sr. Snape? – perguntou Valter com o olhar vago.
- Segundo eles o sobrinho de vocês é totalmente normal, física e mentalmente. – respondeu o bruxo tirando um bloco pequeno de papéis da mala – Se vocês quiserem dar uma olhada.
Valter pegou os papéis e os colocou na mesinha de centro sem nem olhá-los.
- Que bom. – falou sem emoção - Que bom. – o casal continuou a olhar os dois bruxos de forma acusadora.
- Eu… - falou Harry apreensivo – eu vou subir agora.
Harry subiu e foi acompanhado por Snape. Assim que chegou o bruxo foi direto à janela e assoviou, e quase que imediatamente sua coruja apareceu. Ele lhe falou alguma coisa e depois ela desapareceu no céu.
- Seus presentes. – Snape abriu sua mala mágica e tirou de lá o monte de presentes encolhidos de Harry.
- Ponha dentro do armário, por favor. – Harry se sentou em sua cama inquieto.
Snape pôs os presentes dentro do guarda-roupa de Harry e os fez voltar ao tamanho normal, depois fechou a porta do móvel.
- Professor, aquelas notícias lá embaixo... Não são acontecimentos trouxas são?
- Não, garoto, não são. – Snape mantinha seu rosto impassível como sempre, mas havia uma ruga de preocupação entre seus olhos – Aquilo não foi um ciclone. Um ciclone de proporções como essas, mesmo que conseguisse acontecer no meio da Inglaterra, o que é praticamente impossível, arrancaria as coisas do chão. Por inteiro. Não sei se notou, mas a as casas estavam destruídas pelo meio. Parte de suas paredes ainda estava de pé. Como se alguém as tivesse destelhado, como se tivessem levado pancadas muito fortes.
- Gigantes…
- Exatamente. O Lord das Trevas deve ter conseguido aliar-se a eles. Devem ter dado uma “festinha” pra comemorar a união.
- Mas como ninguém viu seres de quase cinco metros de altura?
- O Ministério cuida de encobrir as testemunhas, mas nada além disso. Nem ele pode abafar um acontecimento dessa magnitude.
- E quanto ao monstro escocês?
- A lula gigante de Ness? Ela existe há muito, muito tempo. – Snape olhava impaciente para a janela.
- Então é uma lula como a de Hogwarts?
- Ness é um lago tão mágico quanto o de Hogwarts, assim como tantos outros da Grã-Bretanha, e como tal tem muitas criaturas aquáticas mágicas. Nunca notou que cada pessoa que vê o monstro do lago Ness o descreve de maneira diferente? Eles vêm criaturas diferentes. E tem uma coisa, o som que os trouxas ouviram não foi a lula, possivelmente foram os sereianos. Eles, assim como os centauros, são seres sensitivos. Podem sentir o que aconteceu, acontece, e o que está para acontecer. Apenas emitiram o seu lamento, e cantaram em dor pelo sangue derramado.
- Mas fora da água o canto deles é ensurdecedor…
- Eu sei. Mas como, muito provavelmente, estavam longe da margem do lago, os trouxas puderam ouvir, mas como se fossem agouros. Por isso presumiram que fosse o “choro” do monstro.
Silk então irrompeu pela janela, trazendo em seu bico um rolo de pergaminho. Snape o abriu apressado.
- Vamos ler as verdadeiras notícias.
Era O profeta diário. Três manchetes dividiam sua capa:

”Devastação em Oxford – Grupo de mais de dez gigantes ataca vila. Dentre os quarenta e um mortos, vinte e cinco eram trouxas – ler pág. 4

Tentativa de ordem no Ministério – Ministro da Magia Cornélio Fudge, depois de tantas pressões políticas e da população, finalmente é afastado. Dumbledore é convidado pelo parlamento para sucedê-lo – ler pág. 9

Lamento em Ness – Canção de sereianos prediz que muitas outras mortes inocentes ainda estão por vir – ler pág. 12”


Abaixo de cada manchete as suas respectivas fotos. Uma em que um gigante destruía um sobrado com os punhos enquanto as pessoas corriam. Outra em que um Fudge muito nervoso girava o chapéu-coco com as mãos enquanto saia pelo saguão do Ministério escoltado por alguns bruxos e sob vaias e insultos dos muitos outros à sua volta. E mais uma, que aparentemente tinha sido tirada do alto, acima de um lago, onde havia vários sereianos apenas com a cabeça para fora da água, e uma lula enorme que nadava lentamente pela superfície.
Snape folheou o jornal e depois o jogou na cama. Levantou-se, tirou seu tinteiro de tinta invisível da mala e um pergaminho e pôs-se a escrever.
Harry leu algumas passagens das notícias.
- Professor, - falou temeroso – é mesmo o que estou pensando não é?
- É garoto, o que todo mundo mais temia, e era inevitável, veio totalmente à tona. A guerra começou Potter. A guerra começou.
- E o que o senhor está fazendo?
- Estou escrevendo a Dumbledore. Recomendando que tire todo o seu dinheiro de Gringotes.
- O meu dinheiro?
- Não garoto, o seu dinheiro. – ironizou o bruxo enrolando a carta e selando-a. – Os duendes serão do Lord das Trevas de forma fácil. Nada mais estará seguro naquele banco.
- Mas o Diretor não tem a chave do meu cofre.
Snape revirou os olhos.
- Ele é Alvo Dumbledore. Não precisa de chaves. – Snape entregou a carta à Silk que a segurou no bico e partiu o mais veloz que pôde pelo céu. – E precisamos saber quais são as novas ordens agora. Desde a invasão ao Ministério, o Lorde das Trevas ainda não tinha feito nada tão audacioso.
- Talvez ele também quisesse comemorar o meu aniversário em grande estilo. – brincou Harry em tom triste. Snape olhou para ele com uma sobrancelha erguida. – Você acha que o diretor vai aceitar o cargo de Ministro?
- Tenho absoluta certeza que não. – Snape se sentou em sua cama de armar despindo a capa de viagem – Para se tornar Ministro, Dumbledore teria de deixar Hogwarts e, escreva o que eu digo, ele não sai de lá nem depois de morto.
Pouco depois Silk irrompeu pela janela trazendo uma carta de Dumbledore em resposta a Snape. Nela dizia que já iria tirar todo o dinheiro de Harry do banco no dia seguinte e em seu próximo encontro com o garoto entregaria a ele, dizia também que era para as aulas de defesa pessoal ficarem mais rígidas, o menino precisava aprender a duelar melhor, a se defender. A próxima reunião seria dez dias antes da volta às aulas em Hogwarts, era muito arriscado se reunir com freqüência agora. E os Dursely deveriam ser informados de tudo.
- De tudo? – perguntou Harry surpreso.
- De tudo. – confirmou Snape queimando a carta – Eu já esperava por isso Potter. Numa situação como essas, todos os trouxas que sabem da existência do mundo mágico têm que ser informados do que verdadeiramente está acontecendo.
- Eles vão ter um treco! – exclamou Harry.
- Ora, menos três trouxas imbecis no mundo. - ironizou Snape fazendo as cinzas desaparecerem – Farão muita falta, mas é um risco que vamos ter que correr.
Os dois decidiram contar logo no mesmo dia para os Dursley. Aconteceu exatamente o esperado.
- O QUÊ!? – berrou Valter cuspindo todo o seu chá na mesa. Petúnia soltou um gritinho agudo. Duda arregalou os olhos. – Então nós fomos enganados o tempo todo? Você não está aqui para vigiar esse moleque?
- Na verdade estou mais para cuidar dele. – respondeu Snape em tom calmo – O que vocês tem de estar cientes é do que eu acabei de contar, uma guerra está por vir no mundo mágico, e os trouxas muito provavelmente serão afetados. Como aconteceu em Oxford.
- Estou pouco me importando para a guerra estúpida de vocês. – continuou Valter em tom agressivo, cuspindo para todo lado – Que se matem todos! Pelo menos essa praga que é vocês será erradicada. Aposto que deve ter alguma coisa a ver com você, não estou certo moleque? – ele se levantou e avançou contra Harry – Tudo sempre é culpa sua! Você é um idiota metido a besta como era o seu pai! Com aquele nariz empinado como se fosse melhor do que os outros! Pelas poucas vezes que o vi pude ter certeza de que era um imbecil de marca maior! E você vai acabar como ele! Morto! E só então eu vou poder viver em paz com a minha família!
- Você não tem o direito de falar do meu pai! – gritou Harry em reposta se levantando também – Ele era um homem muito mais honrado e íntegro do que você, que vive daquela empresa de brocas estúpida, tem uma mulher submissa e alienada e um filho delinqüente que não deve nem saber qual é o nome da rainha da Inglaterra!
- Ora seu! – Valter avançou contra ele e ia agarrar o pescoço do rapaz, mas Snape se pôs entre os dois.
- Parem agora com isso! – Gritou – Agora!
Petúnia abraçou pelo peito seu filho que estava sentado à mesa. Poucas vezes Snape gritava, e quando fazia isso era de dar medo.
- E quem é você, seu ensebado, para me impedir de dar uma boa lição nesse moleque de boca grande?
Snape sacou a varinha e a apontou para o meio dos olhos de Valter. Sibilou:
- Sou um bruxo muito irritado, com uma varinha apontada para essa sua cabeça de suíno cheia de titica.
Valter rosnou e espumou um pouco, mas não se calou.
- Pois se vocês não estão satisfeitos comigo, dêem o fora. A porta sempre esteve aberta. Para os dois!
- A situação é emergencial e o garoto não pode sair daqui. E nem ficar se vocês não permitirem. – falou Snape baixando a varinha, mas ainda entre os dois – Vocês sabem muito bem disso.
- Ah, é? E porquê eu tenho que abrigá-lo? Não estou inclinado a pôr minha família em perigo por causa de um ingrato que criei sob meu teto e que só faz besteira.
- Sua família não está em perigo. Ainda mais comigo por perto. Mas o Potter sim ficará em extremo perigo se passar o resto das férias longe daqui.
- É? Então uma última informação para o senhor: EU NÃO ME IMPORTO QUE ELE MORRA!
- O garoto tem que ficar, Dursley. – insistiu Snape em tom mais rude – Vocês concordaram com isso quando o aceitaram há quinze anos atrás.
Valter abriu a boca para falar mais alguma coisa, mas foi interrompido por Petúnia.
- O garoto fica Valter. – falou em tom triste.
O homem olhou para Petúnia atordoado. Duda se desvencilhou dos braços da mãe assustado.
- Quê? – perguntou Valter incrédulo.
- Ele fica.
- Mas…
- Ele-fica!.
- Tudo bem. – concordou a contragosto – Vocês ficam. Mas um probleminha, um sequer, qualquer barulho ou confusão que vocês arrumarem, pagarão caro!
Snape revirou os olhos.
- Ora, poupe-me das suas ameaças esfarrapadas Dursley. Elas não assustam nem a um camundongo. – falou o bruxo – Vamos Potter, temos coisas a fazer.

Nos dias que se seguiram Harry treinou muito. Ele e Snape praticamente nem saíam do quarto, às vezes até comiam ali mesmo.O garoto agora já sabia fazer algumas magias sem varinha e muitas outras sem pronunciar os feitiços. Snape era um professor muito persuasivo, por assim dizer. Duelava de verdade com Harry em todos os dias, então virou questão de sobrevivência para o menino aprender a se defender e a duelar bem.
As notícias de tragédias aumentavam a cada dia, trens com destino à King’s Cross descarrilaram, pessoas sumiam em toda parte, outras morriam misteriosamente, e o Primeiro Ministro da Inglaterra nunca apresentava desculpas convincentes. Como Snape previra, Dumbledore não aceitou o cargo de Ministro da Magia e um outro bruxo, Eduard Rhodes, ex-auror, foi nomeado. Mas pelo que Harry sabia através do Profeta pouca coisa mudou, a não ser o fato de que agora tudo que acontecia ficava às claras, para todo o mundo mágico ver. Novos aurores também foram contratados e os que já estavam aposentados, mas ainda tinham condições de lutar, foram chamados de volta à ativa.
Chegou, finalmente, o dia em que os dois iriam pela última vez à casa dos Weasleys. Partiram pouco depois de almoçarem (e, diga-se de passagem, os dois têm comido muito mal desde que os tios de Harry souberam da verdade).
- Vamos a uma reunião importante. – informou Snape e foi ignorado pelos Dursleys que assistiam TV como se nada acontecesse e não houvesse ninguém ali.
- Não seria melhor se você aparatasse logo comigo n’A Toca? – perguntou Harry já do lado de fora. – Seria mais rápido, e mais seguro não?
- Não posso. A marca de comensal não é só uma simples tatuagem garoto. Ela tem dezenas de funções diferentes. Dentre elas tem a de ser como um sensor, cada vez que desaparato e aparato em algum lugar, o Lord das Trevas sabe onde estou, e não queremos que isso aconteça. Então tenho que ir pelo método trouxa mesmo.
Os dois entraram no carro e partiram.
- Eu ainda não entendi isso, Voldemort não sente sua falta nas reuniões? Como você pode estar tanto tempo longe, comigo, e ele não perceber?
- Eu conversei com o Lord, contei-lhe que teria de partir numa missão especial que Dumbledore me incumbira, que se não a aceitasse poria minha posição em Hogwarts em risco. E para o Lord das Trevas o meu cargo como professor é muito importante. É como se eu fosse um espião dele. Eu lhe disse que a única coisa que poderia contar era que a missão era muito importante e que eu precisava de dois meses. Dumbledore me impedira de falar o resto.
- Ah, tá. – Harry revirou os olhos – Aí Voldemort acreditou em você e falou ”vai Snape, pode ir, você está mesmo precisando de umas férias”. Tá bom. Ele, como um legilimente de primeira classe não descobriu que você estava mentindo?
- Não seja idiota Potter. E não zombe de coisa séria. Eu não menti para o Lord das Trevas, isso não é possível. Omitir, com muito esforço, sim, mentir nunca. Acontece que era a única coisa que eu podia dizer mesmo. Dumbledore me enfeitiçou de verdade, eu não podia, nem posso, falar com ninguém sobre o plano que havia sobre as suas férias, e nem sobre o que está acontecendo. O Lord das Trevas virou minha cabeça do avesso, mas a única coisa que viu foi Dumbledore dizer: “Preciso de você para uma missão importantíssima de dois meses” e eu responder: “Que missão?”, e Dumbledore apontar a varinha para mim falando “Não confio o suficiente em você” e um rojão de cor púrpura ser lançado contra mim.
- Oras, mas então como você chegou lá em casa no início das férias, me contou tudo sobre o que estava planejado e tudo mais?
- Sabe o feitiço Fedellius, Potter? – falou Snape já sem paciência.
- Sei.
- É como ele, só que ao invés de um lugar se esconde um segredo. Eu só posso falar sobre o que acontece com os que já sabiam do plano primeiro através de Dumbledore.
- Mas… Ah, é verdade… - Foi então que a ficha de Harry caiu – Dumbledore foi mesmo falar comigo na hora da partida sobre o que aconteceria nas férias… Mas de quê adianta? Eu contei tudo a Hermione e Rony logo depois.
- A intenção é impedir que eu conte. Foi mais para evitar justamente a invasão do Lord das Trevas à minha mente.
- Ah… - fez Harry – Mas Voldemort nem pôs alguém para te seguir nem nada?
- Ele confia em mim Potter. Sou seu braço direito há anos. Atualmente o Lord das Trevas tem coisas muito mais importantes a fazer do que ficar me vigiando.
Alguns minutos se passaram sem que nenhum dos dois falasse nada. Foi Snape quem interrompeu o silêncio.
- E aí, feliz com a perspectiva de poder ver sua namoradinha Weasley?
Harry sorriu.
- Muito. Sinto falta dela. E com os acontecimentos recentes, fico preocupado… E vo… o senhor? Feliz em saber que vai ver a sua namoradinha Diana? – zombou.
Snape fechou a cara e ficou pensativo por alguns momentos.
- E então? – insistiu Harry.
- Eu não tenho nada com ela. Já te falei.
- Mas…
- Eu não tenho nada com ela! – ressaltou cada palavra de forma fria. E Harry achou melhor ficar calado. Pelo resto da viagem.

Chegaram já de tardinha à Toca, faltavam poucas horas para a reunião da Ordem começar. Gina veio correndo da cozinha e recebeu Harry com um forte abraço seguido de um longo beijo. Snape desceu do carro com o mal-humor estampado claramente no rosto. Rony e Diana vieram andando em direção aos três.
- Onde está Mione? – perguntou Harry ainda abraçado a Gina.
- Ela voltou para casa. – respondeu Rony com ar triste – O congresso dos pais terminou e está muito perigoso para se ficar longe de sua própria família. Venha, vamos entrar.
Diana esperou que os três entrassem pela porta da cozinha, e então se dirigiu a Snape, sorrindo.
- Sr. Snape venha comigo, quero lhe mostrar uma coisa.
O bruxo levantou uma sobrancelha para ela, mas a seguiu. Ela o guiou até os fundos de uma casinha onde os Weasleys guardam vassouras. Encostou-se à parede da casinha, puxou Snape pelo colarinho, sussurrou: “senti tanta saudade de você”, e lhe beijou avidamente. Num primeiro momento, o bruxo não conseguiu se conter e chegou a corresponder, mas depois a afastou de si de forma brusca.
- O que pensa que está fazendo? – perguntou ele em tom frio.
- Ora Severus, matando a saudade… Eu pensei que nós…
- “Nós”? – interrompeu o bruxo da forma mais venenosa – Acorda querida, não existe “nós”.
- Mas… - Diana estava confusa, seus olhos começaram a encher d’água sem que ela pudesse controlar – Mas eu pensei que… E tudo que aconteceu entre a gente? E aquela noite na sua casa?
- Foi uma noite. – zombou o bruxo com um sorriso torto, havia um brilho quase mau em seus olhos – Só uma noite. Como outra qualquer. Foi desejo, apenas isto, nada mais. Não se iluda lindinha. Você realmente achou que havia algo mais entre nós dois? – ele olhou para a moça de ar confuso à sua frente por alguns momentos - Oh, ela achou mesmo. – ironizou enviesando ainda mais o sorriso cínico.
Diana piscou seus olhos verdes que haviam se escurecido de tristeza e duas grandes lágrimas rolaram deles até o chão de terra e, impulsivamente, ela acertou um tapa muito forte contra rosto de Snape. Assim que o bruxo recobrou a sua anterior postura altiva, ela já estava levantando a mão para deferir outro tapa. Mas ele segurou seu braço.
- Não ouse encostar em mim novamente. – o brilho maníaco aumentou em seus olhos. Apertava o braço dela fazendo-o baixar.
- Ou você vai fazer o quê? – indagou Diana com ódio – Revidar? Me bater? Pois bata! BATA! Vai doer muito menos do que doeu o que eu acabei de ouvir!
Snape cerrou os olhos.
- Em hora alguma eu menti pra você, ou a forcei a fazer o que não queria. – ele sibilou friamente – Você sabia perfeitamente o que estava fazendo, e com quem estava fazendo. Não pode me acusar de ter te enganado. – rosnou.
- É. Isso é verdade. Fui eu quem se enganou. E foi sobre a sua índole. O seu caráter. Eu fiz bom juízo de você Snape, – Diana praticamente cuspia as palavras, a dor que sentia em seu coração ficava evidente em cada uma delas – realmente achei que você não era uma pessoa ruim. Mas me enganei. Você é mesmo tudo aquilo que todo mundo pensa e fala. Solte-me, está machucando o meu pulso. Eu não tenho mais nada a falar com você.
Mas Snape continuava a olhá-la e a segurar seu braço.
- ME SOLTE! – ela gritou agressivamente, tentando conter suas lágrimas.
O bruxo largou o braço de Diana e ela partiu de volta à casa dos Weasleys a passos largos e pisando pesado. E assim que ela entrou na cozinha, Snape desabou, sentando-se no chão de terra encostado à parede suja da casinha de vassouras, com o rosto escondido nas mãos.

N/A: Genti, quase tive um treco qnd a F&B saiu do ar!!!! Q bom q voltou!!!! Speru q estejam gostandu da fic. Por favor comentem!! O pessoal paro de comentar aih eu fiko axanu q cês nom tom gostanu..... Comentem msmo q seja para criticar pq aih eu vou sabr ond stou erranu. Mil beijins!!!! Ah, e no próximo cap. Harry volta para Hogwarts ein??!!!!

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