A profecia



Capítulo XXIX – A profecia

Novembro veio e no mesmo piscar de olhos se foi, e quando todos se deram conta dezembro já começara e o salão principal tinha doze imensas árvores decoradas com lindos enfeites de cristal à espera do dia 25.
Diana faria cinco meses de gravidez no final do ano, e sua barriga já tinha crescido razoavelmente. Para falar a verdade, ela já tinha crescido até mais do que deveria, para o tempo de gestação que a bruxa tinha sua barriga não deveria estar deste tamanho.
Mas Diana nem se importava com isso, procurava usar roupas mais largas para que ninguém percebesse sua gravidez, mas só. Estava muito feliz com seu bebê. Só o que a incomodava era o fato de poucas vezes tê-lo sentido mexer. Só se movimentava um pouco quando Snape tocava a barriga, e raramente ele fazia isso. Segundo ele, sentia aflição.
Logo no início de dezembro, após uma extenuante aula de poções, Harry permaneceu na sala. Enquanto os outros alunos enfiavam tudo de qualquer maneira em suas bolsas para se livrarem logo da masmorra, o garoto arrumava sua mochila o mais devagar possível. Buscava as palavras para falar com Snape.
- O que você quer Potter? – perguntou o bruxo friamente sem nem ao menos levantar os olhos do pergaminho em que fazia anotações sobre a aula – Se o conheço bem, explicação sobre a matéria é que não é.
- Bem… Eu… O senhor se lembra que me devia um favor? – falou baixinho aproximando-se da mesa de Snape.
- Eu não me esqueço de minhas dívidas. – respondeu enrolando o pergaminho – Fale o que é. É bom que eu me livro logo disto.
- É que… - Harry não sabia como falar. Tinha praticamente certeza de que o bruxo não iria concordar, mas queria tanto… - O Natal está chegando e… - continuou – Eu gostaria muito de comprar um lindo presente para Gina… Sabe, à altura do que ela merece…
- Você quer dinheiro? – perguntou Snape levantando os olhos para Harry.
- Não. – respondeu o garoto de imediato – É claro que não! É que com o clima de medo e desconfiança… Sabe… Ninguém pode sair do castelo…
- Não Potter. Não mesmo. – Snape guardou o pergaminho numa gaveta da mesa e se levantou – Eu não vou te levar a Hogsmeade.
Harry se aproximou mais do professor.
- Mas os alunos só podem sair na companhia de um professor e… - insistiu.
- Eu – não – vou – te – levar! – falou o bruxo ressaltando cada palavra e olhando para o garoto – É muito perigoso. E além do mais, o que diriam se o vissem comigo? O que o Lord das Trevas pensaria se soubesse que eu fico dando passeioszinhos com o-garoto-que-sobreviveu para fazer compras de Natal?
- Mas…
- Nada de “mas”, é a minha última palavra. – Snape deu as costas para Harry.
- “Palavra”. Sei. – instigou o menino – Você me disse que pagaria o favor. E que eu poderia pedir o que quisesse. Onde fica a sua palavra de sonserino? Sua palavra de homem?
Snape revirou os olhos e respirou fundo. Virou-se para Harry.
- Está bem moleque. Está bem. Mas você vai disfarçado. E tem que ser rápido. Já sabe o que quer?
- Sim… Eu pensei em uma jóia…
- Ótimo. Amanhã depois das aulas vamos à joalheria e de lá voltamos para a escola. Sem outras paradas. E vê se pára de me encher. – E dizendo isso deu as costas para Harry e encaminhou-se para a porta lateral.
- Obrigado professor. – falou o menino com um sorriso maroto – Muito obrigado.

No dia seguinte, após as aulas, Snape e Harry saíram pelos portões do castelo o mais escondido possível. O bruxo havia falado com Dumbledore e, surpreendentemente, o diretor não pôs empecilhos, deu a autorização e apenas pediu que não voltassem tarde. Mas mesmo assim nenhum dos dois queria que alguém percebesse que estavam saindo juntos.
Já dentro da carruagem, antes que ela partisse, Snape puxava a varinha para enfeitiçar Harry.
- É um feitiço complicado, então fica quieto. – falou friamente o bruxo.
- O que ele faz?
- Vai esconder todos os traços característicos do seu rosto. – respondeu em tom monótono – Desde qualquer pinta que tenha até a cicatriz.
- Legal. – exclamou – Podia me ensinar depois…
- Nem pensar. Em hipótese alguma. Anda. Fica quieto para que eu possa realizar o feitiço direito.

Do lado de dentro da escola, Diana voltava para seu quarto para tomar um banho e guardar suas coisas, para depois jantar. Encontrou com McGonagall em um dos corredores e a bruxa a convidou para tomar um chá. Diana ainda relutou um pouco, mas a professora de transfiguração insistiu tanto que ela acabou indo.
- Bem professora, - falou McGonagall servindo as duas de chá – eu gostaria de conversar com você sobre sua gravidez.
Diana engoliu todo o chá de sua boca de uma vez só.
- Minha o quê? – perguntou surpresa.
- Eu sei de tudo, - falou a outra bruxa calmamente, tomando um gole de sua xícara – Alvo me contou. Não se preocupe, o segredo de vocês está a salvo comigo. Mas eu a aconselho a procurar Madame Pomfrey.
- Por quê? Você acha que ele… - levou uma mão involuntariamente à barriga – Pode não estar bem? Ele só não mexe muito… Mas talvez só seja um bebê quietinho… Eu não sinto nada e…
- Não, não. Eu não disse que ele é doente. Mesmo que seu filho não tenha absolutamente nada, é importante o acompanhamento médico da gestação. E você há de convir que para quem ainda está para fazer cinco meses a sua barriga está crescendo bem rápido… Ela ainda não deveria estar fazendo volume em suas roupas… Pelo menos não nas que tem usado.
- Eu notei isso… Sei que Severus também. Mas ele é sem jeito demais para falar alguma coisa. Diga-me Minerva, o que você imagina que seja?
- Bem… Já ouvi falar em raros casos de gigantismo entre nascidos bruxos…
- QUÊ?
- Brincadeira, - riu a professora – brincadeira. Só para descontrair um pouco. O que passa realmente em minha mente é…
- É… - pressionou Diana.
- Você já cogitou a hipótese de o seu filho não ser de Snape? – falou McGonagall receosa.
- Ora não me insulte professora.
- Não, não é um insulto, querida. Mas pense bem, você e Derick Summers estavam juntos há anos… Não me peça para acreditar que depois de tanto tempo com ele, depois de ser noiva, você permaneceu virgem até os 29 anos, e, ao se enamorar por Snape, em menos de um mês, entregou-se a ele pura.
- Não… É claro que não.
- Então minha menina. Será que não houve um só deslize com o Sr. Summers? Um só dia em que tenha esquecido de se proteger?
- Bem… - respondeu Diana entristecida – Realmente nos últimos meses antes do incidente com meus pais… Estávamos tão perto de nos casarmos que eu acabei relaxando um pouco… E sim… Aconteceram alguns deslizes…
- Vê? – disse McGonagall - Alguns. E com Snape foi um só… Pense… Se esse bebê for do seu ex-noivo, ele estará com um mês, ou pouco mais, a mais do que as suas contas… Isso explicaria o tamanho um pouco maior de sua barriga, que para um tempo deste de gestação como esse seria mais ou menos como está…
- Desculpe-me Minerva. – falou Diana levantando-se – Mas o meu filho é de Severus. Eu sei. Simplesmente sei. E se me dá licença, eu tive um dia cheio e preciso descansar.
- Tudo Bem Diana. – McGonagall também se levantou – Eu é que peço desculpas por me intrometer em sua vida. Mas ainda acho que deveria ter alguém acompanhando sua gravidez. Se precisar de qualquer coisa, sabe onde me encontrar.
- Obrigada professora.
E após dizer isso Diana, muito chateada, saiu do escritório. Mas não conseguiu afastar o pensamento de sua mente de que talvez Snape não fosse o pai de seu filho.

Já na joalheria um Snape muito impaciente, apesar de só estar na loja há cinco minutos, esperava com as mãos no bolso por Harry, que olhava as vitrines.
- Posso ajudar senhor? – perguntou a atendente da loja ao bruxo.
- Não. – respondeu Snape seco.
- Não quer ver nada? – insistiu a mulher sorrindo muito.
- Não. Estou com o garoto, esperando ele escolher.
- É seu filho? – continuou ela.
- Olha pra ele. – falou frio – Se parece comigo?
A atendente olhou para o menino. Na verdade, ela notou que ele não se parecia com ninguém que ela já tivesse visto. “Garoto esquisito” pensou.
- Acho que isso responde a sua pergunta. – completou Snape gélido.
A mulher parou de importuná-lo e passou a acompanhar Harry, dando sugestões.
Snape olhou um pouco ao seu redor, e uma linda jóia em um pedestal de veludo envolvida numa cúpula de vidro o chamou a atenção. Ele se aproximou, e a observou melhor. Era um colar. A corrente era muito delicada e bonita, o metal tinha uma cor que ele nunca tinha visto, entre a prata e o ouro, como se fosse a fusão dos dois, pendurado nele estava um brilhante pingente em forma de lua. Havia uma etiqueta pendurada nele, com suas características: “Puro ouro de elfos em perfeita harmonia com um límpido diamante lapidado por duendes”.
Snape encantou-se pela jóia, a imaginou instantaneamente no pescoço de Diana.
- Já decidi. – falou Harry mostrando ao bruxo uma bonita pulseira de prata com um coração feito de uma pedra rosada.
- Vou levar este. – falou Snape para a atendente, apontando o colar na cúpula.
A mulher surpreendeu-se um pouco.
- Bem senhor… - disse a atendente – É uma das peças mais caras da loja. A corrente foi inteiramente produzida por elfos irlandeses, e o pingente é dos mais puros diamantes dos duendes.
- E… Daí? – Snape levantou uma sobrancelha.
- Não quer saber o preço?
- Senhorita, - disse frio se aproximando da mulher e lançando-lhe um olhar ainda mais gelado – se eu quisesse saber o preço eu teria perguntado. E se eu não pudesse pagar pela jóia, não diria de imediato que iria comprar. Agora será que dá para embalar as duas peças? Estamos com um pouco de pressa.
A mulher tirou a jóia da cúpula com muito cuidado. Colocou o colar em uma caixa de veludo negro, e a pulseira numa caixa de veludo vermelho. Os dois pagaram por suas compras e saíram da loja.
- Desde quando você tem dinheiro assim, pra esnobar? – perguntou Harry sorrindo.
Snape revirou os olhos.
- Perguntas, perguntas e perguntas. Você nunca fecha essa matraca não é? – falou o bruxo irritado, olhando para o jovem - Garoto, eu trabalho há quinze anos em Hogwarts. E admito que lá se ganha razoavelmente bem. Não tenho família e não tenho gastos já que também me alimento na escola e não compro muitas coisas. E sem contar com o que se “arrecada” no lado negro. Fazendo alguns investimentos, você acaba tendo bastante dinheiro. Agora fica quietinho tá?
Harry se calou e os dois caminharam um pouco em silêncio até que outra vitrine chamou a atenção de Snape. Ele involuntariamente parou na frente dela e ficou olhando-a por um momento.
- Não… Não me diga que… – falou Harry.
Snape pareceu sair de um transe, então olhou da loja para o menino como se notasse agora que ele estava ali.
- Sim garoto, sim. – murmurou voltando a olhar para a vitrine – Não vai dar para esconder por muito mais tempo mesmo. Logo você iria perceber e presumiria tudo. Pelo menos você.
- Nossa… - disse Harry surpreso – Eu nunca iria imaginar… E por que você não leva um destes? – perguntou também olhando a vitrine.
- Não sei…
- Leva. – insistiu – Tenho certeza de que ela vai gostar.
Snape observou a vitrine mais uma vez, depois entrou na loja e saiu com um pacotinho embalado para presente.
- Vamos, vamos embora. Antes que alguém nos veja. – falou o bruxo. E os dois partiram na carruagem para o castelo.

Naquela noite Diana estava muito apreensiva. Foi até as masmorras, mas Snape não estava lá. Por isso sentou-se na cama e o esperou.
- O que aconteceu? – perguntou o bruxo ao abrir a porta.
- Nada… - disse Diana se levantando – Vim te visitar. – Ela se aproximou dele e o beijou, Snape correspondeu um pouco depois se separou dela.
- Está estampado em seus olhos que há algo errado. Anda, conta.
Ele a puxou pela mão e a sentou mais uma vez na cama.
- Bem… Eu não sei nem por onde começar…
A bruxa contou a Snape sobre a conversa com McGonagall apertando as mãos dele nervosamente. Terminou de falar com os olhos marejados d’água. O bruxo permaneceu impassível.
- Concordo com McGonagall, - falou seco – talvez seja mesmo melhor um acompanhamento médico. Agora… Quanto à paternidade da criança… Você acha que há mesmo possibilidade de não ser realmente minha?
- Eu… Eu não sei Severus… - respondeu chorosa – Não sei de mais nada… Tinha absoluta certeza de que era seu… Mas depois do que Minerva disse, eu estou confusa…
- Não fica assim não. Nós vamos dar um jeito. Isso é uma coisa muito fácil de se descobrir.
O bruxo se levantou e foi até seu estoque de poções. Trouxe um frasco com uma poção vermelha.
- Com licença. – falou Snape, e arrancou um fio de cabelo da mulher. Colocou-o na poção e a sacudiu, e ela se tornou azul – É, você realmente está grávida. – falou monotonamente. Arrancou um fio dele mesmo, colocou na poção e a sacudiu mais uma vez. – E o pai… - Diana notou uma nota de apreensão na voz do homem, prendeu a respiração. A mistura se tornou roxa. – Sou eu. – completou ele com um sorriso enviesado.
A bruxa respirou fundo, aliviada. E abraçou Snape fortemente.
- Ai… Que bom… Você não imagina o peso que saiu das minhas costas… Eu disse que não tinha dúvidas… Mas a suspeita de Minerva me confundiu um pouco e…
- Passou, já passou. – falou Snape acariciando os cabelos dela – Não culpe McGonagall, ela só quis ajudar. Procure-a amanhã. Conte do teste e chame-a para ir com você até Madame Pomfrey.
- Tudo bem. Eu já estava planejando fazer isso. Direi à enfermeira que ela não conhece o pai, e que prefiro manter o nome dele em sigilo.
- Isso, faça isso. Mas agora descanse.
Ele a beijou mais uma vez. Depois foi tomar um banho, e quando voltou ela já estava dormindo em sua cama. Deitou-se ao lado dela, satisfeito internamente de ter afastado de sua mente a dúvida que o incomodava todos os dias ao olhar para aquela barriga, e que ele não tinha tido coragem de dividir com Diana. Agora tinha certeza absoluta de que o bebê era seu.

Diana e McGonagall procuraram por Madame Pomfrey no dia seguinte. A enfermeira ficou chateada de não poder saber quem era o pai da criança, adorava um mexerico. Respeitou o pedido de não contar nada a ninguém e, depois de alguns exames, afirmou à bruxa que a gravidez dela estava ótima. E que a provável razão de sua barriga ter crescido um pouco além do normal era…
- GÊMEOS? – surpreendeu-se Diana.
- Não tenho certeza absoluta. Só um médico da área saberá lhe dizer ao certo. Mas acho que é a causa mais provável do tamanho mais avantajado da barriga, e do fato de não senti-lo mexer tanto. Sabe, não há muito como se mexer quando são dois no mesmo espaço.
- Parabéns Diana. – falou McGonagall sorrindo.
As professoras de herbologia e transfiguração acabaram se tornando muito amigas, até confidentes. Decidiram que não deveriam procurar por nenhum médico para obter a confirmação de se eram gêmeos ou não, afinal, quanto menos pessoas soubessem da gravidez melhor. As duas também chegaram à conclusão de que era melhor não contar nada a Snape a respeito disso. E se não fossem dois bebês? Era melhor não lhe dar expectativas. Ou mais motivos de cabelos brancos.

O dia vinte e quatro chegou e poucos alunos ficaram para o feriado, todos queriam ir para casa passar uma data tão importante com seus parentes. Harry não. E por isso, como sempre, ficou no castelo. Rony e Gina o chamaram para passar o Natal com sua família, mas no final o sr. e a sra. Weasley acabaram arrumando dinheiro para ir visitar Carlinhos. Gui, Fred e Jorge os encontrariam lá, então os dois também tiveram de ficar na escola. Os pais de Hermione não abriram mão de ter a filha junto deles, então a menina teve de ir. Fora os três, só ficaram mais dois alunos da lufa-lufa, três da corvinal, e um da sonserina.
Diana foi acordada por um “Feliz Natal” que, vindo de quem vinha, podia-se até considerar animado.
- Tenho uma coisa pra você… - murmurou ele sentando-se na cama ao lado dela.
- Hum… Presente… - falou ela levantando-se – O que é?
- Abre oras… - respondeu ele entregando a caixa de veludo a ela.
Diana a abriu e arregalou levemente os olhos.
- É… A jóia mais linda que já vi…
Snape enviesou a boca em um sorriso.
- Obrigada Severus… - disse abraçando-o e lhe dando um longo beijo – Fico até envergonhada do presente que tenho pra você… - completou baixinho baixando os olhos.
- Não sei porquê… - disse em tom monótono – Para quem não está acostumado a ganhar presentes, acho que se me der um caixa de fósforos bem embalada já está bom…
- Ai que horror Severus… - disse ela fazendo uma pequena careta e levantando-se da cama. Foi até o seu armário e puxou um enorme pacote, mas fino de espessura – Espero que goste…
O bruxo pegou o pacote das mãos dela com o rosto ainda impassível, mas Diana podia ver que havia um quê de ansiedade em seus olhos. Ele desembrulhou e o admirou por um momento. Era uma pintura.
- Somos… - falou ainda olhando para o quadro em suas mãos – Nós dois.
- Aaaahhh… dã! – fez Diana sorrindo.
- Você está convivendo demais comigo… - murmurou Snape com uma sobrancelha erguida.
Diana sorriu ainda mais.
- Fui eu que pintei. – falou sentando-se ao lado dele – É enfeitiçado para representar a sua família, por isso, nele, estou grávida. Quando o bebê nascer também fará parte da pintura, e todos mais que você considerar como uma família.
Os dois ficaram por um momento observando o grande quadro, em que uma Diana muito sorridente, vestida de púrpura, tinha uma mão sobre a barriga e a outra em volta de um Snape (de preto logicamente), que tinha a sobrancelha erguida e apenas uma mão sobre o ombro dela.
- Dá pra parar de olhar? – rosnou o Snape do quadro – Esse momento mela-mela já está me dando náuseas… - A Diana do quadro deu-lhe um pequeno tapa no ombro, repreendendo-o – Que foi? – disse ele para a mulher da pintura.
O Snape de verdade deu um leve sorriso.
- Ficou ótimo. – falou para a Diana que estava do seu lado – Muito realista.
O bruxo deixou o quadro a um canto, o levaria para as masmorras depois.
- Eu tenho mais uma coisa pra te dar… - falou ao mesmo tempo receoso e encabulado.
- Mais?
- É. – Ele foi até o pé da cama e pegou um pequeno pacote que tinha uma embalagem de presente muito colorida – Toma… Abre…
Diana pegou o pacotinho e o desembrulhou ansiosa, e dentro dele encontrou um pequeno par de sapatinhos de bebê, rosa.
- É lindo… - falou surpresa abraçando o bruxo mais uma vez – Eu nunca iria imaginar que você me daria uma coisa dessas…
- Nem eu. – falou Snape sincero.
- São cor-de-rosa… Isso quer dizer… Que você quer uma menina?
- Eu… - falou o bruxo olhando para os sapatinhos na mão de Diana – Não sei… Só me senti atraído por eles… E acabei comprando… Não foi proposital… - completou como se pedisse desculpas, a bruxa ultimamente andava ficando magoada com tudo. – Imaginei que você iria querer uma menina…
- Ou, mesmo involuntariamente, você deseja uma menina. – concluiu a bruxa sorrindo – Quer vê uma coisa engraçada?
- Mostra.
Diana foi até seu armário mais uma vez e pegou um pacotinho idêntico ao que Snape havia lhe dado.
- Abre. – falou a bruxa ainda sorrindo e entregando o pacote a ele.
O bruxo o abriu rapidamente.
- São… - falou com as sobrancelhas erguidas – Os mesmos sapatos… Só que azuis.
- Também me senti atraída por eles… Depois que já tinha comprado imaginei que você fosse querer um menino…
- Na verdade. – falou Snape com um sorriso zombeteiro abraçando-a – Você deseja um menino, mesmo que involuntariamente.
A bruxa sorriu ainda mais, e o beijou.
- Bom… Um dos dois vai ter de ser não é? – brincou Snape interrompendo o beijo, e Diana guardou para si o comentário que iria fazer, beijando-o mais uma vez.

O banquete de Natal foi realizado com uma mesa só, ao invés das quatro costumeiras do salão principal. Nem todos os professores almoçaram na escola, alguns preferiram ir visitar suas próprias famílias. Participaram do banquete: Dumbledore, McGonagall, Snape, Diana (com seu mais novo colar) e Hagrid. Trelawney chegou já no meio da refeição, como sempre, e sentou-se ao lado de Diana com uma cara amarrada.
- O que houve Sibila? – perguntou Dumbledore tomando um gole de seu suco de abóbora.
- Estou de mal-humor… - respondeu cabisbaixa.
- Nota-se. – murmurou Snape.
- Tive muitos pesadelos esta noite… - continuou a bruxa como se ninguém tivesse falado nada – O plano astral está enevoado… Tudo está de cabeça para baixo hoje… Algo está para acontecer… Posso sentir…
- Sei… - murmurou Snape frio mais uma vez.
O almoço prosseguiu bem, e já na sobremesa, algo realmente aconteceu. Trelawney reclamou estar sentindo tontura, Snape fez pouco dela mais uma vez, a bruxa abaixou a cabeça e uma voz muito estranha que saiu de sua boca pronunciou:

Aquele que carrega o mal dentro do peito,
E inúmeras mortes nas costas,
Irá se equivocar uma vez mais,
E uma vez mais, pela pureza de crianças, terá seus planos interrompidos.
Concebidas, não por planos dos pais, e sim pela conspiração do universo, da união da luz e das trevas, sob a benção das estrelas, ao raiar do dia que só se repete a cada quatro anos.


Todos olharam para ela surpresos e intrigados. Principalmente Dumbledore. Trelawney então levantou a cabeça, pigarreou, olhou para todos ao seu redor e disse como se nada tivesse acontecido:
- Estão olhando o quê? Eu hein… Harry, meu querido, me passa o pudim de abóbora, por favor?

N/A: Só keria dizer ke esse capítulo teve uma colaboração enooooooorrrrmmmmeeee da minha miga Camila, vlw migaaa!!!!!???? Foi ótimo escrever com vc!!!!!! =D..... Comentem gentiiii!!!!!!!!!!!!

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