Questão de tato, questão de ol

Questão de tato, questão de ol



Capítulo X – Questão de tato, questão de olfato

A Sra. Weasley curou as feridas de Lupin. As feridas de Snape foram curadas por ele mesmo. Dumbledore gostou muito de ver que os seus “meninos” tinham feito as pazes, disse que agora já podia ir embora. Despediu-se de todos e partiu juntamente com Lupin (que não foi sem antes falar com Tonks longe das vistas de todos, ninguém soube do que se tratava a conversa, mas todos viram o sorriso enorme e as bochechas rosadas que voltaram estampados no rosto dos dois). Snape também já apressava Harry, os dois não podiam chegar muito tarde na casa dos Durselys.
Nesse momento Harry arrumava sua mala (ou pelo menos foi a desculpa que ele deu a Snape para poder ficar no quarto mais um pouco, conversando com seus amigos), e Tonks, Diana, a Sra. Weasley e Snape estavam na cozinha, conversando. Na verdade Snape não estava conversando, estava mesmo é sentado, esperando, já que não tinha outra opção.
- Eu me lembro perfeitamente de quando você começou a dar aulas. – Diana se dirigiu a Snape. – Eu estava começando o meu quarto ano, era meu segundo ou terceiro dia de aula. Você entrou na sala com uma cara de poucos amigos, essa mesma de agora. – Todos sorriram, menos o professor em questão, que tinha os braços cruzados sobre o peito, e cara de quem tinha acabado de engolir um copo de fel. – Aí, você se apresentou, e falou que seria o nosso novo professor de poções. Lembra-se de mim? Eu te perguntei assim: - fez voz de falsete – “Snape o que aconteceu com a srta. Grape?”, daí você me respondeu…
Snape interrompeu:
- “Não é da sua conta senhorita. E é professor Snape.” – Diana sorriu – Você sempre teve a péssima mania de falar mais do que deveria. E fazer perguntas inoportunas.
Então, olhando pela janela, Snape avistou uma coruja ao longe, cortando o céu, voando em direção à cozinha, com algo grande demais para ser um envelope no bico. Olhou rapidamente do rosto sorridente de Diana que observava Tonks brincar com uma joaninha nas mãos, para a Sra. Weasley que batia um bolo. Parecia que nenhuma delas tinha percebido.
- Srta. Castellani, posso ter uma palavrinha em particular com você? Lá fora?
- Em particular?
- Sim, - ele se levantou, impaciente – vamos?
- Tudo bem. – Diana levantou-se desconfiada.
Ele a guiou para fora da cozinha e sussurrou às suas costas para Tonks e a Sra. Weasley:
- O jornal, - apontou para a janela – o jornal!
Do lado de fora da casa, Diana percebeu uma coruja marrom, com um rolo de pergaminho no bico, entrar pela janela. Snape se juntou a ela. Tinha conseguido tira-la da cozinha, mas, e agora? O que iria falar? Não tinha nenhum assunto para lhe tratar em particular…
- E então Snape? O que tem para me dizer? – Ela se sentou num banco e cruzou as pernas, mostrando como elas eram bonitas.
Snape se sentou ao lado dela.
- Er… Bem… - não era possível, tinha que ter alguma coisa para lhe dizer para pelo menos disfarçar. Se tinha sempre algo na ponta da língua para responder a todos, por que então lhe faltavam as palavras ao olharem para aqueles grandes olhos verdes, tão expressivos que pareciam saber falar por si só?
Diante do embaraço de Snape, Diana apenas lhe sorriu, um sorriso amistoso, daqueles que são capazes de afagar o coração de qualquer um.
- Obrigada, Snape, muito obrigada. – Ele não entendeu, ela continuou: – Obrigada pela grande consideração que teve em me tirar da cozinha e privar-me assim da dor e do constrangimento de ver meus pais na primeira página d’O Profeta Diário. – os olhos dela se encheram de lágrimas.
- Eu… Não foi isso… - ele tentou disfarçar, ela sorriu ainda mais, Snape levantou o rosto e franziu as sobrancelhas – Tá… Foi isso sim… Mas, na verdade, eu só não queria que você começasse a chorar de novo. – disse tentando manter a pose de “eu não me importo com o resto do mundo”.
- Eu agradeço. Foi muito gentil. – “Gentil?” Pensou Snape “Gentil? Eu não sou gentil!” – Pena que não seja tão fácil assim. Tão bom seria se eu sempre pudesse, simplesmente, me retirar do lugar onde o problema está… Mas creio que não poderei me esconder para sempre, não posso fingir que nada aconteceu… Meus pais morreram… De uma forma brutal… E, infelizmente, eu vou ter que aprender a conviver com isso… A minha vida continua… - ela fechou os olhos e as lágrimas rolaram – Me desculpe… Parece que eu não colaborei muito para que a sua tentativa de poupar as minhas lágrimas desse certo… - a voz dela falhou – Mas é que dói tanto…
Snape apenas olhava para ela, mais uma vez as palavras lhe fugiam. As lágrimas dela não colaboravam nada, nada. E ele sentia que tinha de dizer alguma coisa, qualquer coisa.
- Olha, eu não sou o mais indicado para dar conselhos para os outros… - crispou os lábios – E sei que isso é uma coisa que não se pode esquecer, nem se deve. Mas você deveria tentar não ficar remoendo a dor. Só a faz piorar. Procure outras coisas para fazer, coisas que distraiam a sua mente, que façam você se sentir útil… E vai melhorar. Acredite. Com o passar do tempo tudo vai melhorar. É só esperar e acreditar.
De onde ele tinha tirado isso tudo? Nem ele sabia, mas parecia ter reconfortado Diana. Ela olhou para ele e sorriu novamente, um sorriso triste, mas ainda assim era um sorriso. Ele a olhou nos olhos e não viu nada mais do que uma enorme tristeza tentando se esconder por trás de uma mascara de gratidão. Ela o abraçou. Por que ela tinha de ter essa bendita mania de abraçar todo mundo? Ele ficou sem jeito de recusar o abraço… Ela parecia procurar apoio, consolo para o seu sofrimento, e parecia tão frágil… Mas por que tinha de ser logo ele? E Snape, que nem sabia direito como se abraça alguém, simplesmente deixou que os braços dela enlaçassem seu corpo e não fez nada, apenas ficou ali parado, sentindo o corpo dela perto do dele, o cheiro dela, a respiração quente em seu pescoço, os pequenos soluços, as batidas de seus corações tão perto. E, repentina e inesperadamente, sentiu seu corpo esquentar por dentro.
- É melhor nós entrarmos. – Snape se separou dela e se levantou, Diana secou os olhos com as costas das mãos. – Eu tenho que apressar aquele garoto, senão nós vamos acabar chegando só amanhã na casa dos tios dele.
- Tudo bem. Você já fez muito por mim.
Ela se levantou e os dois entraram novamente na casa dos Weasleys. Snape passou direto para o andar de cima. Diana percebeu que o Profeta estava jogado no lixo da cozinha, e parecia nem ter sido aberto. E lhe veio à mente que, às vezes na vida, desconfiamos de pessoas que são boas, e confiamos nas erradas. Veio-lhe à mente também que um pequeno gesto, um gesto mínimo, pode fazer toda a diferença para o bem-estar de alguém, é questão de sensibilidade, de tato. E de se importar com a felicidade do próximo.
- Vamos embora garoto. – Snape trazia sua mala na mão e enxotava Harry para dentro da cozinha. Rony e Mione vinham atrás.
- A gente não pode ficar nem mais um pouquinho? – O menino também carregava sua mochila, e fazia cara de cachorro sem dono.
- Não.
- Saco.
- E não reclama.
Harry amarrou a cara.
- Nós já vamos Sra. Weasley. Adeus. – falou Snape.
- Eu os acompanho até o carro. – A Sra. Weasley os acompanhava até a porta.
- Não é necessário, nós sabemos o caminho.
- Faço questão.
- Nós vamos também. – falou Rony.
- É. – disse Tonks se levantando.
Snape revirou os olhos, Harry sorriu. E os dois foram até o carro guiados por todos que estavam na casa. Já dentro do carro, era a hora das despedidas.
- Tchau, Harry! – Falavam Rony e Mione.
- Vê se se cuida direitinho, meu filho, - falou a Sra. Weasley – Eu acho que esses seus tios te alimentam muito mal. Cuida dele sim, Sr. Snape?
Snape crispou os lábios.
- Tchau Harry, tchau Snape. – Diana sorriu para os dois. Harry deu um tchauzinho com a mão e sorriu. Snape apenas a olhou nos olhos.
- Valeu, Harry. A gente se vê semana que vem. – falou Tonks.
- Semana que vem? – perguntou o menino surpreso.
- Muito obrigado por ter contado Tonks. – falou Snape ironicamente.
- Ah, Severus, todos da Ordem sabem que a próxima reunião é semana que vem. Você não ia torturar o menino, fazendo-o passar uma semana sem saber quando iria rever os amigos, não é?
Harry olhou de Tonks para Snape que estava contrariado.
- Ih, pelo jeito ia. – falou a mulher em tom de desculpa. Todos sorriram, menos, é claro, Snape.
Os dois partiram e Harry se sentia um pouco triste de ter de deixar A Toca, mesmo sabendo que voltaria lá na próxima semana.
- Eu gosto tanto da casa do Rony sabia?
Snape nada disse, continuava a dirigir e olhar para a estrada.
- Tem tudo que eu mais gosto lá, e eu não sei dizer, mas me sinto diferente dentro da casa, da propriedade inteira… É a mesma sensação que tenho em Hogwarts. O clima é diferente, o ambiente, o cheiro… Sei lá…
- É cheiro de magia. É clima de magia. Depois de um tempo convivendo com ela você passa a distinguir, a sentir, uma certa diferença entre o ambiente trouxa e o ambiente bruxo. Tem magia demais concentrada na atmosfera.
- Mesmo? – surpreendeu-se Harry. Mas Snape parecia absorto em pensamentos.
- Magia… Cheiro de magia… O cheiro… - Seu olhar se perdeu por um momento – Mas é claro! Como ela pode me deixar tão cego a ponto de eu não ter percebido antes! – por um segundo o carro guinou, mas Snape recobrou a direção.
- O que aconteceu?
- Nós vamos visitar a sua amiguinha Tiffany depois do almoço, garoto. E aquela mãezinha dela.

N/A: Capítulo pequenininho porque as idéias estão fluindo na minha mente como água, mas eu não tenho tempo para escrever… snif… Tenho curso 4 vezes por semana! (Digitação e Inglês) E minha mãe não deixa eu ligar o pc de noite! *SACO* mas daqui à alguns meses isso vai melhorar. Espero que tenham gostado, e se der semana que vem tem mais. Bjus especiais p/ Hanna e p/ Eleonora. Não me abandonem, e comentem!!!! To ficano viciada em ler os comentários, critiquem, elogiem , façam o que quiser. Mas comentem. Valeu. Bjins.
PS.: Foi feita uma pequena correção no capítulo IX, sobre a origem da Tonks. Obrigada à Hanna por ter percebido e me avisado, valeu mesmo, é que eu, realmente, não me lembrava que ela não era sangue-puro, e que vinha a ser parente do Sirius por causa da mãe dela. Então quem quiser dar uma olhada na mudança, fique à vontade. Mas quem não quiser não tem problema, a mudança foi pequena e não vai influenciar em nada no desenvolvimento da história. Obrigado pela compreensão. Bjus.

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