Estigma



Capítulo XIV – Estigma

Harry e Snape não conversaram mais depois disto. Os dois estavam cansados demais. Não que Snape tenha dormido, aparentemente não. Mas Harry… Bem… o menino dormiu um sono pesado, e cheio de pesadelos, nos quais Snape mostrava estar do lado de Voldemort, atacava o menino, e o transformava em sua marionete, como havia feito com Sofia, só que literalmente. Com direito a cordinhas puxando e tudo o mais.
Harry acordou de madrugada, suando frio. Snape estava apoiado no parapeito da janela, olhando para a lua.
- Não consegue dormir? – perguntou Harry sentando-se em sua cama e colocando o óculos.
- Eu não durmo, Potter. – respondeu Snape sem se virar.
- Mas… Como? Por quê?
- Isso não é um assunto da sua conta.
Harry engoliu a resposta mal-criada sem revidar. Tinha uma outra pergunta que queria muito que fosse respondida. Se havia como saber o que havia feito Snape virar comensal, e o que havia feito ele virar espião, era melhor que soubesse logo. Ou então os pesadelos só iriam aumentar, com certeza.
- Professor…
- O que é dessa vez garoto? – Snape se virou – Aprendi nesses poucos dias que esse tom de voz é sempre seguido de uma pergunta ou uma informação que não me deixa satisfeito. – lançou-lhe um olhar gelado.
- Bem… É que o professor Dumbledore…
- Sabia. – Snape crispou os lábios – Com certeza será algo que não vai me deixar nada satisfeito. – Sentou-se na cama de armar – Fale logo, sem rodeios.
- É que ele disse que há certos aspectos sobre a sua vida que eu deveria saber, e disse também que, para isso, eu devia lhe fazer uma pergunta… - Snape levantou uma sobrancelha e crispou os lábios ainda mais – Por que… Por que o senhor protege tanto os sonserinos? – Harry falou tudo de uma vez, talvez por medo que as palavras fugissem ou que a voz falhasse. Ou ainda, e esta é a opção mais provável, por medo de Snape. Sabe como é… Snape… madrugada… uma pergunta que não lhe agrada… quem pode presumir as conseqüências?
Mas Snape não gritou, não se enfureceu, seu rosto continuava impassível, iluminado à luz do luar. A única coisa que surgiu em sua face foi um sorriso torto.
- Velho ardiloso… - o sorriso aumentou – Prometeu-me não contar… E não contou… Prometeu-me não deixar margens para que fizessem perguntas sobre este aspecto… E não deixou. - Snape completou com o sorriso ainda mais torto, como se falasse com ele mesmo, ou com alguém que não está ali – Mas sobre outros aspectos você pode permitir que façam não é, Alvo Dumbledore?
Os dois ficaram um tempo em silêncio, Harry sem entender nada, e Snape, aparentemente refletindo.
- Bem garoto, se Dumbledore quer que você saiba, você irá saber. Mas não me interrompa. – Hary confirmou com a cabeça. Snape se ajeitou na cama e ela estalou alto – Sabe Potter, quando os meninos e meninas chegam para o ritual de seleção, tudo que a maioria deles menos quer é ser selecionado para a sonserina. Inclusive você. Muitos dos professores já conhecem a sua história com o chapéu seletor. “Sonserina não, Sonserina não!”, não é?
- Er… Bem… - Harry tentou desconversar.
- Não precisa se desculpar. – falou Snape zombeteiro – Preconceito é uma coisa que muitos têm. E é um ato bem típico de um Potter. Talvez seja hereditário. – Harry respirou fundo, procurou se controlar, não podia estragar esta oportunidade. Snape continuou ainda em tom de zombaria – Mas diga, por que você não queria ser escolhido para sonserina, Potter? Não queria ter que ver os meus lindos olhos com mais freqüência do que vê normalmente? – Harry revirou os olhos.
- Na verdade, um colega… - O menino não quis citar o nome de Rony, quem sabe em qual enrascada ele poderia meter o amigo por causa disso. – um colega me disse, que… que não havia um só bruxo do mal que não tenha saído da sonserina.
- Pois é. – Snape falou em tom de quem concorda sobre algo extremamente banal.- O que ele te disse é a mais pura verdade. Acho que todos os grandes bruxos malignos britânicos, um dia estudaram na sonserina. Mas isso não quer dizer que todos os bruxos que estudam ou estudaram na sonserina sejam malignos. A recíproca não é verdadeira, Potter. – seu tom de voz se tornou um pouco mais agressivo – Não é uma maldita seleção de casa que irá determinar quem você é. São seus atos. Os alunos da sonserina não são escolhidos para esta casa por serem potencialmente maus. São escolhidos por que tem alguma característica que corresponde a casa. Existem lufa-lufas que se tornaram pessoas ruins, corvinais que usam inteligência para o que não se deve, grifinórios que traíram seus princípios. Mas só os que são visados são os sonserinos. O máximo que se faz contra alguém que pertenceu à outra casa e não tomou um bom caminho é um outro alguém sussurrar às suas costas: “quem diria, em pensar que ele foi da grifinória”.
“Já os sonserinos… Eles são amaldiçoados, marcados, quando são selecionados recebem o estigma de “meninos-maus”. Eles não são pequenas cobras, Potter, - Snape tinha rancor na voz – são só crianças de onze anos, que assim como você chegaram em Hogwarts com medo de não se tornarem populares, de não conseguirem tirar boas notas, de não corresponderem às expectativas dos pais. E quando se tornam sonserinos, só o que recebem do resto da escola é desprezo. Sabe, muitos são ignorantes a ponto de acreditar e seguir a imbecilidade da política de “sangue-puro”, mas alguns se escondem atrás disso, usam como um escudo, entende? Por que é ao que ficam limitados. Muitos sonserinos só têm sangue-puro em sua família não porque só se casem com sangue-puros, e sim porque só se casam com sonserinos. E isso limita um pouco as coisas. Não que não tenham alguns idiotas que liguem para esse negócio de linhagem, existem sim. E muitos. Mas olhe por este lado, existem sonserinos que não têm opção, só podem se relacionar entre si mesmos. Você já viu alguma das outras meninas dar bola para algum dos sonserinos? Ou algum dos outros meninos gostar das sonserinas? Isso é muito raro. As lufa-lufas, mesmo que a maioria seja um bando de cabeças-ocas, acham que só queremos nos aproveitar da ingenuidade delas. As corvinais consideram que é perda de tempo se envolver conosco. E as grifinórias… Bem… Nem há o que dizer das grifinórias…”
“Eu não nego a malícia e a ardilosidade dos integrantes da minha casa, apenas quero que veja como o mundo mágico é preconceituoso conosco. A verdade, é que defendo os sonserinos de todas as formas que posso por que não há quem faça isso por eles. Eles precisam de alguém que possa ajuda-los a se defender, então eu sirvo para isto, como uma espécie de apoio. Alguém que eles sabem que vai estar lá se precisarem, alguém que é igual a eles…Você nunca notou como os sonserinos são perseguidos? Sempre têm de estar fazendo algo ruim. Se um sonserino sussurra, está planejando alguma besteira, se ele sorri, é porque já fez alguma besteira, e se ri abertamente, não é de uma piada que contaram, o sonserino com certeza está rindo de alguém. – Snape respirou fundo como se o assunto o cansasse – Seu pai vivia fazendo besteiras e pregando peças em todo mundo, e o colégio todo achava engraçadinho, as meninas o amavam, os garotos o idolatravam, todos queriam andar com Tiago Potter, o grande artilheiro da grifinória. Duvido que se fosse euque fizesse metade do que ele fez, todos achassem o mesmo. No mínimo iriam pensar que planejava matar alguém…”
“Esse preconceito acompanha um sonserino para o resto da vida dele. Eu não sei se você sabe, mas o diploma de Hogwarts tem a assinatura, além da do ministro e do diretor da escola, do diretor da casa que você fazia parte. Isso acaba fazendo uma pequena divisão de áreas para cada casa. É muito difícil um sonserino conseguir que seu primeiro emprego seja um emprego honesto, ninguém quer dar um voto de confiança. É muito mais fácil arrumar m trabalho desonesto, na Travessa do Tranco, por exemplo, é até uma vantagem ser sonserino nesta situação. E então se torna um círculo vicioso, os sonserinos só conseguem empregos “suspeitos”, por assim dizer, e por só arrumarem empregos suspeitos só aumentam a má fama da sonserina.”
- Eu… Eu nunca olhei por este lado… - falou Harry com sinceridade.
- Ninguém nunca olha. – falou Snape com amargura – Mas o que Dumbledore realmente queria, não é que eu lhe contasse a minha visão sobre o preconceito sofrido pelos sonserinos, e sim, onde a minha vida se cruza com este preconceito. Eu os defendo não é só por compartilharmos da mesma casa. Eu os defendo e procuro apoiar os sonserinos para que não se tornem alguém com eu. Ajeite-se de forma confortável, Potter. E prepare-se para uma longa história. Você vai conhecer agora um pouco da história da minha vida.

N/A: E aêh gent, prometi e cumpri. Tah aih o capítulo novo. Eh pekenininhu, mas tah aih. Tah aih tb a minha tão sperada rsposta para o porquê de Snape proteger tanto os sonserinos. Td bem q agora tem uma nova curiosidade neh… rsrsrsrsrs… Mas isso faz part, afinal, se eu naum fizer isso vcs naum fikam curiosos... rsrsrsrsrs… Speru q tenham gostado do novo cap. Semana q vem tô aki di novu. Mil bjins para tds. Bye.

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