Robert.




Capítulo 1O; Robert.



Minha comida preferida sempre foi amendoim. Eu gosto de qualquer coisa que tenha esse ingrediente, desde o tradicional – e gostoso, gostoso, gostoso – pão com manteiga de amendoim e geléia até uma sobremesa estranha que existe aqui em Hogwarts: pudim com sabor de sorvete de baunilha e muita calda salgada de amendoim por cima.

- Eca, você realmente tá comendo isso, Rob? – Jason perguntou, sentando do meu lado na mesa da Grifinória e enchendo seu prato com salsichas fritas e macarrão.

Abri minha boca cheia de comida para responder. Jason fez uma careta quando eu comecei a falar e amendoim voou pra todos os lados.

- To. Por que, quer experimentar também?

- Não, valeu – ele disse, rolando os olhos.

- Cadê a Emily? Vocês dois sempre tão juntos. Brigaram? – perguntei, me servindo de mais uma porção de pudim.

- Não, parece que vai ter uma festa do pijama no quarto da Johanna e da Felicity e as três passaram o dia grudadas por aê. – Jason fechou a cara, cruzando os braços e bufando.

- Ih, tá com ciúmes de mulher, é? – impliquei, socando seu ombro de brincadeira. – Deixa pra lá, Jay. Meninas são assim mesmo, se quiser eu te apresento uma garota bem gostosa pra você esquecer a Emily só por hoje...

Ops. Não devia ter dito isso. O olhar que ele me mandou estava medonho, e eu me encolhi de medo.

- Como você pode sequer pensar que eu vou trair a Em, Robert? – ele falou. – Eu não quero fazê-la sofrer... A primeira vez já foi ruim demais.

Arregalei os olhos, engasgando com a comida. Jason estava com um olhar perdido, brincando com o macarrão em seu prato.

- Você já traiu a Emily alguma vez, Jason? – falei baixo, franzindo o cenho.

- Já, mas não quero falar sobre isso – Ele balançou a cabeça com força, se levantando em seguida. – Vamos treinar quadribol? Ainda são sete e meia, tá cedo e aposto que o campo tá vazio.

- ‘Bora! – exclamei, sorrindo. Agora ele parecia feliz de novo. É incrível como quadribol deixa o Jason feliz.

Acho que eu também preciso esfriar um pouco a cabeça. Não tenho parado de pensar na festa, na minha fantasia, na Beatrice e, estranhamente, na menina-esquisita-que-me-rejeitou.



- Passa a goles, Jason! – gritei, lá do alto. Voar na Sunny é bom, eu me sinto tão poderoso aqui em cima!

- Tá aqui, homem. – ele disse, rolando os olhos impaciente. Jason montou na sua vassoura, trazendo a bola nas mãos. – Mas eu não sei por que a gente têm que usar a goles se eu sou batedor. A gente devia é treinar com o balaço, isso sim!

- É porque eu sou artilheiro, né – Peguei a goles e comecei a jogá-la pra cima e pra baixo no ar. – E, além do mais, eu preciso praticar muito. Você nem precisa, já tá no time de quadribol e ainda é o capitão, Jason, seu safado. – Comecei a rir.

- Rob, Rob – ele disse, balançando a cabeça. – Você é um ótimo artilheiro, com certeza vai entrar no time. Mas já vou avisando, não é porque você é meu amigo que eu vou pegar leve. Vai ter que sofrer tanto quando os outros coitados que acham que que sabem jogar bem o bastante para fazer parte do melhor time de Hogwarts.

- Eu vou entrar nesse time, Jay. E comigo a Grifinória vai ganhar a taça! – exclamei, dando um rodopio com a Sunny. – Mas, agora, o que acha de jogar um pouco?

Jason girou os olhos.

- Não é justo, porque eu não jogo na mesma posição que você.

- Deixa disso, Jason – falei, tacando a goles com força em seus braços. – Tá com medo de perder pro papai aqui?

- Faz-me rir, Robert – ele disse. – Prepare-se para descobrir por que me chamam de Maquína Mortífera!

Não aguentei. Comecei a rir descontrolado, quase caindo da vassoura. Jason tava com uma cara muito besta e as mãos na cintura, sorrindo convencido para o nada. Máquina Mortífera?, quase gritei. Pelo que eu saiba, o apelido dele – um que só usam quando ele não está por perto, obviamente – é Jay Jay o Jatinho, isso sim.

Demorou um pouquinho até meu cérebro voltar a raciocinar e eu perceber que o idiota havia deixado a goles cair.

- Porra, Jason! – berrei, enquanto virava a Sunny para baixo e descia a toda velocidade.

- Ops. Foi mal aê, Rob – ele disse com um sorriso culpado, quando voltei ofegando e com a bola segura em minhas mãos.

- Vamos jogar, “Máquina Motífera”! – exclamei, tentando não rir.

Jason deu um sorriso imenso, e, finalmente, começamos o jogo.



Uma hora e meia depois, eu estava morto. Eu sabia que Jason era bom em quadribol, bom mesmo, mas nunca imaginei que fosse tanto assim. Ele daria um ótimo artilheiro. Só não um melhor que eu, claro.

- Jay, você já pensou no que vai fazer quando terminar Hogwarts? – perguntei, quando voltamos ao chão.

- Ah, bem... – ele começou, parecendo ficar sem graça. – Eu já fui aceito como reserva no Puddlemere United. Eles só estão esperando eu terminar a escola pra me colocar no time.

Meu queixo literalmente caiu. O Puddlemere estava na lista dos melhores times da revista “Tudo Sobre Quadribol” em segunda lugar, perdendo apenas para para os Tornados. Era um time tão famoso, e mesmo sendo reserva, já era uma coisa muito grande.

- Jason! – exclamei, abrindo um sorriso. – Parabéns, cara! Quando isso aconteceu?

- Nas férias de verão. Eu fiz um teste e tudo. Foi tão legal, eu até conheci o Noah Lewis!

- O batedor do Puddlemere? Caralho, Jason! – quase gritei. Lewis era um dos melhores jogadores de todos os tempos, muito famoso, cheio da grana e namorava uma das modelos mais gostosas do mundo bruxo, Anette Snow.

- Eu sei! Não é legal? – ele disse, sorrindo.

- Legal? É mil vezes mais que legal! É completamente, totalmente, extremamente foda!

Comemoramos como duas garotinhas por mais um tempo, pulando e dando gritinhos desafinados. Então a consciência mandou parar, e nós sossegamos a franga (uma expressão que minha avó gosta de usar).

- E você, Rob?

- Hm? Eu o que? – perguntei, ainda sonhando com um dia ter um amigo famoso que me apresentaria à garotas gostosas e burras.

- O que você quer fazer quando terminar a escola? – Ele girou os olhos, provavelmente prevendo o que eu estava pensando.

- Ah... Bem, eu ainda não tenho idéia. Já pensei em ser modelo, porque, modéstia à parte, com um corpo desses eu ganharia muitos galeões, mas Anne, a esposa do meu irmão, me disse que, se eu eu for “ganhar meu sustento vendendo meu corpo”, ela vai me riscar da árvore genealógica da família. – Jason riu, e eu afastei a franja dos olhos. – Então estava cogitando a possibilidade de virar um curandeiro, como meus pais, mas também acho que ser auror é uma coisa legal.

- Não esquenta, Rob, você ainda tem tempo pra pensar. Se eu fosse você, me concentraria em tirar notas boas nas provas finais e começaria a estudar pros N.I.E.M.s agora. Aproveita que você tá no Sexto Ano ainda.

- Hm, sei lá – falei. – Vou começar a estudar depois das férias de Natal, então.

Jason abriu a boca pra falar alguma coisa, mas alguém entrou no campo de quadribol. Era McGonagall, com uma expressão zangada no rosto enrugadinho.

- Reid! Caldwell! – ela disse, parando na nossa frente e colocando as mãos na cintura. – O que vocês estão fazendo aqui? Já está quase na hora do toque de recolher, e eu não quero nenhum aluno da Grifinória perdendo pontos por andar nos corredores depois das nove e meia!

Olhei para a Sunny, pensando em como a McGonagall poderia ser tão burra a ponto de nos perguntar o que estávamos fazendo com vassouras no campo de quadribol. Mas eu até entendo a preocupação dela. Afinal, a Sonserina ganhou a Taça das Casas no ano passado, acabando com a Grifinória, que se manteve invicta por três anos seguidos.

- Desculpe, professora – Jason falou. – Já estávamos indo pro Salão Comunal.

Eu e ele sorrimos como anjinhos pra McGonagall, que levantou uma sobrancelha em um gesto descrente.

- Então o que estão esperando? Vão, vão! – ela gritou, e nós saímos correndo para os vestiários masculinos.

Lá dentro, começamos a rir.

- Êta, que mulher doida! – Jason falou.

- Isso deve ser falta de pegar alguém. Aposto que ela tá na seca há anos, coitada.

Nós gargalhamos juntos. Jason pegou a goles e a guardou na caixa.

Enquanto eu me trocava e ele ajeitava o suéter preto, alguém bateu na porta do vestiário.

- Porra, Jay, e se for a McGonagall dizendo que ouviu tudo? – perguntei, com os olhos arregalados.

Ele me ignorou, e abriu a porta mesmo assim. Não, não era McGonagall, era alguém bem menos enrugada e muito mais gostosa.

- Heather, o que você tá fazendo aqui?

- Ai, Robbie, eu não posso vir visitar meu ursinho de vez em quando, não? – ela disse com uma voz melosa, já entrando. Jason balançou a cabeça negativamente, rindo um pouco.

- Vou indo, Robert. A gente se vê amanhã – ele disse, pegando suas coisas e indo embora.

Heather deu um sorriso safado e me olhou de cima a baixo. Eu estava sem camisa, e com a calça ainda nos joelhos.

- Robbie, eu já te disse como você fica gostoso quando termina de treinar?

- Hm, não – falei, chegando mais perto dela. Po, eu não pego ninguém desde o início da semana, acho que mereço um pouco de diversão. – Alguém já te disse como você fica gostosa com essa mini-saia?

Ela riu, e começou a beijar meu pescoço. Heather pode ser a maior piranha de toda Hogwarts, mas, tenho que admitir, ela sabe como deixar um cara querendo mais. Muito mais.

Segurei sua cabeça e colei seus lábios nos meus, a beijando com desejo. Ela correspondeu, e em poucos segundo sua saia estava no chão, embolada junto com a sua blusa. Ela tirou minha calça e boxers, tirei a calcinha e o sutiã dela e, bem... Vocês sabem.

- Ai, Robbie, eu odeio fazer isso no chão duro – a fresca reclamou, fazendo biquinho, quando acabamos a, hm, brincadeira e estávamos caídos no chão do vestiário masculino. – Me leva pro seu quarto, vai... – ela sussurrou, mordendo minha orelha levemente.

- Só se você prometer que não vai fazer tanto barulho. Eu divido o quarto, Heather, e eles não podem acordar. – Realmente, ela faz muito barulho. Grita, esperneia, geme... Ridículo. Se a ação em si não fosse tão boa, eu provavelmente já teria cortado relações com ela há tempos.

- Prometo que vou ser uma boa menina, Robbie. – E então ela tentou sorrir inocentemente. Pena que isso é impossível no caso da Heather Miller.

Nos vestimos e fomos nos esgueirando até o Salão Comunal da Grifinória. Havíamos passado tanto tempo fazendo, hm, coisas, que já eram duas da manhã quando chegamos lá.

Empurrei a Heather num dos sofás e comecei a enfiar uma mão por baixo da camisa dela.

- Aqui não – ela disse, rindo, quando percebeu o que eu estava tentando fazer. – Aqui não, Robbie.

- Ah, Heather, deixa, vai – falei. Caramba, que frescura a dessa garota! O Salão Comunal estava vazio, qual o problema de fazer isso lá? Até parece que ela é uma santa, já deu pra três quartos da população masculina da escola, incluindo alguns professores e tudo.

- Não – Ela me empurrou. Xinguei em pensamento. – Eu vou te encontrar no seu quarto em meia hora. Me espere, viu, Robbie? Posso te garantir que vai valer a pena...

O que mais eu podia fazer? Ela não mente, então eu me controlei e apenas a beijei. Meio que me arrependi na hora, porque a Heather já estava começando a soltar uns barulhos estranhos apenas com um beijo, mas mandei o bom-senso pra cucuia e coloquei minha mão por baixo da saia – que mais parece um cinto, verdade - dela.

- Não demora. – eu disse. Ela acenou um tchauzinho brega e subiu as escadas que davam pros dormitórios femininos.

Sorri, levantando do sofá e subindo pro meu quarto.



Encarei todos os produtos de beleza que haviam no banheiro do meu dormitório. Gel pra cabelo, creme de barbear, hidratante, cera – não me pergunte de onde isso veio -, purpurina e glitter – idem -, e até um batom vermelho que pertencia a uma ex-ficante do Nate.

Fiz minhas, hm, necessidades fisiológicas e tomei um banho rápido. Saí do chuveiro, penteei meus cabelitchos loiros, escovei os dentes e vesti apenas boxers limpas – porque aquelas que eu estava usando já estavam sujas demais com algo impróprio que não irei citar aqui.

Saí do banheiro cheiroso e irresistível. Foi aí que percebi um vulto perto da porta de entrada, então deduzi ser a Heather. Não dava pra ver quase nada, só que era uma menina pelas curvas do corpo.

Encostei a porta do banheiro, mas deixei uma frestinha aberta e a luz lá de dentro acesa.

- Aonde pensa que vai?

Fui me aproximando. Estranhamente, ela parecia uns bons cinco centímetros mais baixa do que eu me lembrava. Deve ser a falta do salto alto, pensei.

- Desculpe – ela sussurrou. Sua voz estava até um pouco diferente, mais... doce, sei lá. – Já estou indo, não precisa se preocu...

- Shh – fiz, colocando um dedo em seus lábios. Vai saber por que a Heather estava pedindo desculpas, né. Apenas ignorei o fato. – Nem pense em ir embora. Temos um compromisso importante hoje, lembra?

- Hã? – ela disse. – Desculpe, mas eu tenho mesmo que ir.

- Não, não – falei, segurando sua cintura com uma mão e sentindo a camisola dela com a outra. – Seda, não é? Meu tipo preferido. Desliza pelo corpo, entende? Muito mais fácil de tirar.

Totalmente verdade. Odeio aquelas de algodão, são um saco pra arrancar do corpo da garota. Seda, além de ser sexy demais, sai facinho.

- Mas do que você tá falando? – ela perguntou. Hm, a Heather tá muito estranha. Deve estar nervosa por fazer aquilo num quarto cheio de outros garotos – meus colegas de quarto, todos já no sétimo sono.

- Não dê uma de difícil – falei, me estressando um pouquinho com a vergonha fingida dela. – Isso só me excita ainda mais...

Então coloquei minha boca perto de sua orelha e sussurrei:

- Eu sei que você também quer, Heather.

Antes que ela pudesse fazer qualquer coisa, eu colei meus lábios em seu pescoço, o beijando com desejo.

Fechei os olhos, procurando o nó do roupão dela cegamente com as mãos.

A beijei com mais força, enquanto ainda tentava desamararr aquela porcaria. Por que as meninas tem sempre que usar essa droga? Sinceramente, preferia que tudo fosse como Adão e Eva: todos peladinhos por aê. Muito mais fácil.

Do nada, Heather balançou a cabeça com força, me empurrou pra trás e saiu correndo. Chocado, nem tentei correr atrás dela, apenas fiquei lá, sem ação, jogado no chão como um trapo velho.

Ah, cara, como eu gostaria de entender a mente dessas garotas!




N/A: geente, DESCULPA O ATRASO! desculpa meeesmo, mas é que eu viajei, depois passei meu tempo escrevendo a 'Clichê.' e a criatividade me abandonou... mandei mal, muito mal. :\ beem, de qualquer forma, espero que gostem desse capítulo. sei que tá uma porcaria sem-graça, mas vou tentar escrever um melhor da próxima vez. pena que vai demorar um pouquinho, porque eu vou esperar escrever o 11 e o 12 pra postar o 11. é tipo um ritual, escrever dois e só postar um, sei lá. :B 'brigada a todo mundo que passou aqui e comentou. Beeijo !

P.s.: eu queria agradecer a Vigínia Cullen por todos os comentários (: como você não tem fic, eu não tenho como te responder, mas eu queria que você soubesse que eu fico muito feliz que você goste tanto assim da fic *-*

Compartilhe!

anúncio

Comentários (0)

Não há comentários. Seja o primeiro!
Você precisa estar logado para comentar. Faça Login.