Um breve adeus



Ao cumprir dos sonhos | Capítulo 32.
Um breve adeus.



O homem caminhava de um lado para o outro na sala, sua capa de viagem esvoaçando com os movimentos contínuos que fazia. Odiava esperar tanto. E já fazia certo tempo em que estava ali, esperando por sua filha após praticamente ordenar McGonagall a chamá-la. Os boatos que ouvira só poderiam ser mentira. Invenção dos alunos de Hogwarts para prejudicar sua família.


Pois era inaceitável o fato de que sua filha estava se envolvendo com um Weasley. Desde quando ela era pequena, ele foi claro em especificar a espécie que aquela família era. Sentia-se orgulhoso quando a filha lhe narrava uma crueldade ou palavras proferidas para o filho de Rony Weasley. Mas ela estar namorando um Weasley era humilhação demais. Algo que não podia aceitar.


Virou-se quando a porta fora aberta e Minerva McGonagall entrou na sala, com Pandora Malfoy ao seu lado. Geralmente abraçaria a filha, mas estava tão zangado com os boatos que reprimira tal afeto.


- Deixe-nos a sós, McGonagall. - Draco ordenou, sem desviar os olhos da garota.


- Malfoy eu devo lembrá-lo que não permitirei que ultrapasse os limites aqui em Hogwarts. - a diretora alertou, ignorando a frieza do homem. - Sabe que aqui é uma instituição de respeito. Deixe os problemas familiares para...


- Não irei açoitar Pandora aqui. Pelo menos não aqui. - bradou entre dentes. - Deixe-nos sozinhos. 


A diretora lhe lançara um último olhar de aviso antes de deixar a sala. Entretanto, permaneceria ali no corredor. Qualquer som diferente que ouvisse entraria na sala sem pensar duas vezes. Conhecia Draco Malfoy e sabia que Pandora precisava de proteção.


A menina encolhera-se ao olhar do pai. Deveria imaginar o porquê da visita, já que raramente Draco o fazia. Apertou com força, o almofadado da cadeira, e não ousou levantar a cabeça. 


- Oi, papai... – ela disse em voz baixa. 


- Sem cerimônias agora, Pandora. - disse permanecendo de pé. - Eu não sei se são brincadeiras os boatos que eu ouvi. Mas eu espero que seja isso, porque irei pegar o desgraçado que os inventara. Disseram-me que está namorando Caleb Weasley. Isso confere Pandora?


A morena assentiu trêmula, apertou ainda mais a cadeira, tanto que suas mãos ficaram brancas. 


- Confere pai. – respondeu corajosa. 


- O que disse? - Draco retrucou, olhando-a. Mal podia acreditar no que a filha acabara de dizer. - Eu realmente não posso acreditar que esteja envolvida com um Weasley, Pandora. Que diabos deu em você? - trovejou, aproximando-se da garota. - Olhe para mim quando eu estiver falando com você, Pandora.


- Desculpe, papai. – ela retratou-se, e ergueu o olhar. – Estou mesmo com Caleb, e não me arrependo de nada. Estava me preparando pra esse momento, já há um bom tempo.


- Quantas vezes eu já lhe disse para manter distância dessa gente? Para tratá-los com desprezo, porque são inferiores a nós. É um Weasley. Um pobre e nojento Weasley. - sibilou irritado.


- Não penso assim, pai. São pessoas boas... – Pandora murmurou corada. – Não sei por que os trata assim, e não sei por que me fazia imitá-lo. Odiar os outros não é bom para ninguém. Só te deixa mais amargurado... Incapacitado. 


- Está brincando, não é? - Draco a olhou, incrédulo. Era inacreditável, mas aquela não poderia ser sua filha. - Aprendeu isso com o Weasley também? Só falta me dizer que agora é amiga dos Potter e que vão viver todos juntos e felizes para sempre. - ironizou.


- E seu eu for? – indagou envergonhada. Acima de tudo, triste por “envergonhar” o pai.


- Você não é a garota que criei. - disse em um tom decepcionado, meneando a cabeça. - Não para estar se envolvendo com um Weasley. Mesmo depois de todas as histórias que lhe contei. E depois do que o Potter fez comigo, você ainda se torna amiga dos filhos dele? Que diabos deu em você, Pandora?


- Eu tenho amigos agora, pessoas que se importam comigo. De verdade. Caleb me ama... E eu percebo o quanto é sincero. – ela disse, e seus olhos marejaram. – E eu o amo também. 


Draco recuou alguns passos, como se Pandora tivesse lhe dito a pior ofensa do mundo. E realmente o era ao confessar tais sentimentos sobre um Weasley. A raiva de repente dera lugar à decepção completa. Em seu estado perfeito daria um castigo à filha, como fazia sempre. Mas a tristeza não o permitia.


- Vamos resolver isso quando voltar para casa. - Draco sibilou, olhando uma última vez para a filha. - Mas saiba que eu jamais, nunca, irei aceitar esse relacionamento. - afirmou antes de deixar a sala.


Sua raiva era tanta e o cegava que não reparara no garoto um tanto escondido atrás da diretora. Caleb em parte tinha que admitir que se escondera por medo. Mas a grande parcela era para não causar mais problemas para Pandora. Ela já teria suficientes por um dia só. Certificou-se que ele virou o corredor, antes de dar um passo em direção a sala.


- Eu vou falar com ela, pode deixar. - disse para McGonagall, que queria acompanhá-lo. No entanto, a bruxa se convencera, deixando-o entrar sozinho na sala. Caleb se aproximou da garota, abaixando-se em sua frente e olhando-a. - Tudo bem?


Pandora meneou a cabeça negativamente, e correu a abraçar Caleb. Ele notou que a garota fazia um esforço enorme para não chorar, o que fora em vão minutos depois. Não gostaria de pensar no que seu pai iria fazer consigo quando voltasse para casa. Temia nunca mais rever o namorado, e isso era terrível. Morreria se isso acontecesse. 


Caleb a acolheu em seus braços, permitindo-a chorar ali enquanto afagava os cabelos da namorada. Assim como o de Pandora, seu futuro era incerto. Fora expulso de casa por assumir esse relacionamento. E agora não tinha idéia do que o pai de Pandora poderia fazer com ela. Estavam enfrentando obstáculos maiores do que imaginaram para viver esse amor. Amor que os pais julgavam ser apenas um capricho entre eles para chamarem atenção, já que suas famílias se odiavam.


Continuou a consolá-la por alguns minutos, murmurando algumas palavras para que pudesse acalmá-la. E quando conseguira, afastou-se um pouco para olhá-la nos olhos, secando as lágrimas de seu rosto.


- Ele fez alguma coisa com você?


- Ainda não, mas tenho medo que ele me proíba de ver você. – confessou trêmula. 


- Pandora, seu pai pode castigá-la fisicamente ou coisa pior e você está com medo disso? - comentou sorrindo, tentando amenizar a situação.


- Ele nunca levantou a mão para mim, Caleb, mas agora eu já não sei. Ele me odeia. Eu pude ver nos olhos dele. O decepcionei...


- Seu pai não te odeia. Só está zangado por isso. - disse acariciando-a na face. - Olha Pandora... - Caleb suspirou com pesar. - Se você quiser dar um fim nisso depois de tudo o que aconteceu hoje eu vou entender...


- A última coisa que penso é desistir de você. Se meu pai não aceita, vai ter tempo para isso. Você não me deixou quando seu pai fez o mesmo... – comentou e sorriu fino. – Eu te amo Caleb. 


- Graças a Merlin pensa assim. - murmurou jocoso, fazendo o sorriso nos lábios de Pandora aumentar. Aquele sorriso o encantava de uma forma indescritível. Seus dedos deslizaram pela face corada da morena, alcançando o queixo e trazendo-a para mais perto. Seus lábios estavam próximos, um sentindo a respiração do outro. - Também te amo, Pandora. - declarou-se, beijando-a em seguida.


**


Aproveitou na manhã seguinte em que sabia que Hermione tinha ido até a Floreios e Borrões para arrumar sua mala. Recebera um chamado importante naquela manhã, onde aconteceria um possível ataque do mais novo bruxo das trevas. Era algo que não poderia recusar, simplesmente dar as costas. Mesmo que não estivesse disposto a ir, pois o caminho que seu casamento tomava o desanimava em qualquer assunto. Até mesmo em algo tão grave como isso. 


Quando tudo que arrumara estava pronto, fechou a mala, deixando-a sobre a cama. Tomou um banho e depois, certificara-se de que tinha organizado tudo e não teria se esquecido de nada. Algo passou em sua mente, fazendo-o andar de um lado para o outro, pensativo. Cogitava a idéia se deveria deixar algo que avisasse Hermione onde ele estaria. Mas do jeito que ela estava furiosa consigo, talvez fosse melhor não saber. De qualquer forma ela pensaria que ele estaria em outro lugar.


Chegou à conclusão de que não avisaria. Nessa altura do campeonato, Hermione ficaria melhor por esses dias sem ele por perto. Quando estivesse em seu lugar de destino, pediria para que alguém a avisasse. Apanhou sua mala sobre a cama, caminhando até a porta. Só não imaginava que Hermione havia chegado mais cedo do que previra em casa e entraria no quarto naquele momento.


Ela olhou dele, para a mala em suas mãos, e então, sentira algo estremecê-la por inteiro. Saíra pensando que iria se distrair com outros problemas, mas aquele ainda a perseguia ferozmente. E agora tinha razão para temer de verdade. Harry estava indo embora...


Harry colocou a mala no chão, lentamente, mantendo seu olhar fixo em Hermione. Era por isso que escolhera fazer isso quando ela não estivesse em casa. Pois sabia que ela iria pensar o pior. Pensaria que havia desistido, destruindo com o único pequeno pedaço que restava de seu casamento. E isso não era verdade. Jamais desistiria.


- Hermione, eu... - começou, tentando encontrar uma forma de explicar tudo. Entretanto, ela o interrompera.


- Não há necessidade... – dissera, fracamente. – Não precisa ficar aqui se nada te prende. Eu deveria estar preparada para isso. Você indo embora de vez da minha vida. – emendou, e os olhos já se encheram de lágrimas. Teria que com muito custo aprender a viver sem ele, mesmo que isso doesse a cada maldito minuto. 


- Você me prende aqui, Hermione. - disse ao se aproximar, olhando-a nos olhos. - Você e a nossa família. Se eu ficar é apenas por isso. Eu não quero ir, mas não tenho outra opção.


- Não “quer” ir, mas vai. Vai direto para Gina, não é? – indagou passando por ele. Estava nervosa demais. Magoada. Sentindo-se realmente traída.


O moreno abaixou a cabeça, suspirando. Como previra, Hermione imaginara para aonde ele iria. E ela mal sabia que ele estava partindo para uma missão de grande risco. Onde tinha uma possibilidade de que ele voltasse ferido ou pior.


- Gina está no meu passado. - Harry disse, virando-se para Hermione. Sabia que suas palavras seriam em vão. - Em um passado que eu me esqueci durante todos esses anos que eu estava com você. E um passado que eu quero esquecer pelo resto da minha vida.


Hermione sentou-se na cama, de costas para ele. Não suportava mais aquela situação. Aquela indecisão constante. Em um momento pensava em certas coisas, no outro, já mudava suas idéias. Mas não deixaria que o coração a guiasse, deixando-a passar-se por tola. Já era ruim o suficiente ao ser enganada e humilhada.


- Então vai... 


Ele a olhou, caminhando até a esposa e abaixando-se em sua frente. Suas mãos a tocara no rosto, fazendo com que ela o olhasse nos olhos.


- Eu jamais te trairia, Hermione. Porque além de fazê-la sofrer, estaria traindo a mim mesmo em relação ao que sinto por você. Hermione, eu te amo. Sei que tenho sido um idiota ultimamente e lhe dei motivos para pensar isso. Mas eu preferiria morrer ao trair você e vê-la sofrer da forma que está sofrendo agora. Você é a mulher da minha vida. Eu só penso em você, só vejo você, só vivo por você. - suspirou. - Não tem idéia do quanto é importante pra mim.


- Pare com isso! – exclamou, irritada. – Não vai mudar minha opinião ao seu respeito com meia dúzia de palavras bonitas. Pode funcionar com sua amante, mas não comigo. 


Harry assentiu, sentindo a dor que as palavras de Hermione lhe causaram. Não havia mais nada que pudesse fazer ali, pois tudo o que pensava sobre isso ele confessara para ela, mas ela o ignorara. Via-se perdido e a única solução que tinha era essa. Partiria para a missão, avisando-a depois onde estaria.


- Eu só espero que quando você acreditar em mim não seja tarde demais. - murmurou com um aperto no peito, se levantando e beijando-a na testa. Pegou sua mala no chão, deixando o quarto.


Hermione nem se mexera, sentia com pesar as palavras dele lhe martelar a mente, e apertar seu coração. Não sabia o porquê, mas este último se apertara terrivelmente. Um arrepio trespassou por seu corpo, e ela se deitou, encolhendo-se, e entregando-se a um choro doído. Harry fechou a porta, e ficara por ali alguns minutos. Escutou os soluços da mulher, e ficara tentado em entrar e fazê-la entender de uma vez que tudo que dizia era verdade, no entanto, já perdera as forças e não tinha mais vontade de lutar. Controverso, saiu, descendo as escadas. 


Na sala, Ben e Lily estavam sentados no chão, e brincavam com um quebra cabeça. Divertiam-se alheios aos problemas que assolavam os pais. Outra vez, o moreno não tivera escolha a não ser entristecer-se. 


A culpa o açoitara novamente. Esse não era o rumo que imaginou, muito menos queria para sua vida. Estava perdendo sua família. Algo que crescera sem e que após tanto sonhar e lutar conseguira, ao lado de Hermione. Agora tudo estava virando ruínas diante de seus olhos. E tudo por culpa de seu maldito trabalho, da maldita hora em que Gina Weasley resolvera voltar. Não pode deixar de praguejar tudo em pensamento.


Ben erguera seus olhos castanhos-esverdeados para o pai, esboçando um largo sorriso, que fora correspondido de imediato mesmo que fosse triste. Ben era mais ligado a Harry do que os outros filhos. O adorava de uma forma imaginável, imitando-o sempre que possível. O garoto se levantou, aproximando-se e chamando a atenção da irmã caçula.


- Quer ajudar a gente a montar o quebra cabeça, papai? - Ben sugeriu, entusiasmado. - Lily é muito pequena, tem dificuldade.


- Eu adoraria, Ben. - Harry colocou sua mala no chão, fazendo o filho notá-la. Abaixou-se, ficando da mesma altura que o garoto. - Mas eu não posso. Preciso ir.


- Aonde o senhor vai? - o sorriso contagiante logo se esvaiu do rosto do pequeno.


- Viagem a trabalho. Tenho uma missão pra cumprir.


- Papai vai brigar com os homens maus? – Lily perguntou, indo para perto dele. Seu rostinho estava sujo de doce, e Harry sorrira. 


- Vou, princesa. - disse ao trazê-la para mais perto, retirando um lenço de seu bolso e limpando o rosto de Lily. - Papai vai brigar com eles pra trazer segurança pra vocês.


- Mas eu não quero que o senhor vá. - Ben murmurou.


- Eu também não queria ir, Ben. Acredite. - Harry suspirou, não podendo evitar uma lágrima. - Mas eu preciso. 


- E vai deixar agente sozinho aqui? – a menina perguntou outra vez, alisando o rosto do pai. – E a mamãe? Se ela ficar triste e meu irmãozinho quiser sair?


- Vocês não vão ficar sozinhos. Tem um ao outro, e será por pouco tempo. - disse, acariciando o rosto pequeno da filha. - E seu irmãozinho ainda vai demorar um pouco pra chegar. Mas Ben vai cuidar de vocês. - forçou um sorriso para o filho. - Você é o homem da casa, até que James volte de Hogwarts.


- Pode deixar. - Ben assentiu, sentindo-se encorajado naquele momento. Algo que fizera Harry se lembrar de si quando era pequeno. - Vou cuidar bem da mamãe, da Lily e do meu irmãozinho até o Jimmy voltar.


- É assim que se fala, garoto. - comentou, voltando-se para Lily e abraçando-a. Algo naquele abraço o fizera ter vontade de ficar, mas precisava ir. Afastou-se para olhá-la. - Eu te amo, princesa.


- Também te amo, papai. Um tantão assim. – falou sorridente, abrindo os braços. Harry tivera que conter suas emoções. Já estava abalado, e a declaração de Lily despertara muito mais nele. Sabia que era isso que Hermione também desejava dizer. – Não demora pra voltar. Eu vou ficar com muita saudade!


- Eu não vou demorar. - beijou-a na face, virando-se para Ben.


- Bom, eu... - o garoto corou, acanhado. Não era do tipo sentimental, evitava troca de carinhos. Mas seu acanhamento durou poucos segundos, pulando no pescoço do pai e abraçando-o. - Amo você, papai.


- Eu também, Ben. - Harry sorriu, bagunçando os cabelos negros do filho ao se levantar.


Em silêncio e com o olhar dos filhos ainda sobre si, Harry pegou sua mala. Deixou sua casa, caminhando mais a frente para que pudesse aparatar. Antes se virara para olhar tudo uma última vez. Desejava imensamente que pudesse voltar para o seu lar, sua família. Mas, como sempre, seu destino era incerto. Em seguida, aparatou.


***


O pergaminho que recebera por uma coruja, minutos atrás a tirara de casa rapidamente. Pela caligrafia tremida e as manchas de tinta contidas, pudera notar que a amiga não passava por uma situação nada fácil. E isso a fizera ir para sua casa imediatamente, sem ao menos esperar que o marido voltasse do trabalho para avisá-lo onde estaria. Rony entenderia quando ela explicasse tudo mais tarde.


Tocou a campainha, esperando ansiosamente que abrissem a porta. E segundos depois, isso acontecera. Luna olhou surpresa para os olhos vermelhos e a face pálida da morena em sua frente.


- Merlin. Hermione, o que aconteceu? - indagou preocupada. Nunca a vira assim antes. Tratou-se logo de entrar, fechando a porta e caminhando com ela até o a sala, sentando-a no sofá.


- Harry foi embora, Luna. Ele me deixou! – a morena contou logo, e começara a chorar outra vez. 


- O que? - ela a olhou em um misto de confusão e espanto. - Como assim te deixou? Por quê?


- Quando cheguei em casa mais cedo, ele estava com uma mala pronta. E então foi embora... – choramingou. – Meu casamento acabou. Harry não me ama mais, nem a nossa família, e tudo que fez foi arrumar uma maldita mala e viver com Gina!


- Hermione, Harry não está com a Gina. - Luna disse. - Harry foi para uma missão, sobre um possível ataque em outra cidade. Rony me disse que ele iria durante o almoço. Inclusive Rony irá também. Só precisa resolver alguns assuntos.


- Mas… Não… isso não pode ser verdade. Ele me diria! – a morena exclamou. Seu coração dera um salto violento dentro do peito, e ela sentiu uma vertigem.


- Você está pálida. Vou buscar algo para beber. - a mulher se levantou, seguindo para a cozinha. Hermione ficou pensando no que Luna dissera, até que esta voltasse, lhe entregando um copo d'água. - Hermione, eu não sei por que Harry não te disse isso. Acho que ele não queria te preocupar por causa de sua gravidez, mas é verdade. O ministério todo está em alvoroço, trabalhando duro durante meses para capturar esse novo bruxo das trevas. 


- Deus! – ela murmurou, apertando o copo entre as duas mãos. – Ele devia ter me dito. Pensei tantas coisas ruins sobre Harry, e agora... Agora é tarde demais. Eu... – levantou-se de súbito, deixando o copo intocado sobre a mesinha. Ele tombou molhando todo o chão. O copo deslizou e por pouco não caíra. – Preciso falar com ele. Eu preciso... 


- Não. - Luna apressou-se ao se levantar, tocando Hermione nos ombros. - Você não pode. Hermione é perigoso, arriscado demais. Pra começar ninguém além de Harry, Rony e os aurores sabem aonde será o ataque. O ministério está fazendo o possível para que ninguém saiba disso. E você está grávida.


- Não importa, Luna... Você não entende. – ela murmurou chorando. – Eu o acusei de muitas coisas, disse outras piores para feri-lo. Pois era como me sentia. E agora, me sinto uma idiota. Por não ter acredito em Harry. 


- Eu sei que posso não entender. Sei que as coisas entre vocês não iam nada bem. Mas se você for não vai envolver apenas o Harry. Você está grávida, Hermione. Pode acontecer algo perigoso que a faça perder esse filho ou a faça perder a vida. - Luna a olhou, desesperada. - Pense nos seus filhos. Quando Harry voltar vocês resolvem tudo isso.


Hermione suspirou fundo controlando-se. Só de pensar o quanto fora injusta com Harry, doía em seu peito. Mas Luna tinha razão, quando o marido voltasse resolveriam tudo. E esperava que ele a perdoasse. Que pudessem voltar a ser como antes.


- Tente se acalmar. - Luna a sentou no sofá novamente. - Eu sei que é difícil, mas tente. Hermione, entre Harry e Gina não existe nada. É isso que ela quer que você pense. Sabe que Gina até hoje não se conformou em perder Harry para você. E ela irá fazer o possível e o impossível para destruir seu casamento. Gina fez o mesmo comigo e Rony. Acho que ela está tão amargurada pelo passado que não suporta ver a felicidade das outras pessoas.


- Você tem razão. Eu fui tão cega... – murmurou, suspirando longamente.


- Gina lhe deu motivos para agir assim. - tranquilizou-a. - Quando Harry voltar vocês irão resolver tudo. E voltarão a ser o casal lindo e apaixonado que sempre foram. - sorriu.


- Espero que ele aceite tudo isso de volta...




N o t i n h a: 


Desculpem a demora, leitores. As autoras andam muito ocupadas ultimamente. 


Sabem como é. Trabalho tira tempo de qualquer um. kkkk


Mas finalmente atualizamos! \o/


E de agora em diante a fic promete. E vocês vão chorar bastante. *-*


Ao menos esperamos que isso aconteça. kk


Então não se esqueçam de comentar, ta bem? 


Na próxima vez faremos o possível para atualizar rapidinho e acabar logo com essa primeira fase. xD




Beijo das autoras.



O homem caminhava de um lado para o outro na sala, sua capa de viagem esvoaçando com os movimentos contínuos que fazia. Odiava esperar tanto. E já fazia certo tempo em que estava ali, esperando por sua filha após praticamente ordenar McGonagall a chamá-la. Os boatos que ouvira só poderiam ser mentira. Invenção dos alunos de Hogwarts para prejudicar sua família.

Pois era inaceitável o fato de que sua filha estava se envolvendo com um Weasley. Desde quando ela era pequena, ele foi claro em especificar a espécie que aquela família era. Sentia-se orgulhoso quando a filha lhe narrava uma crueldade ou palavras proferidas para o filho de Rony Weasley. Mas ela estar namorando um Weasley era humilhação demais. Algo que não podia aceitar.

Virou-se quando a porta fora aberta e Minerva McGonagall entrou na sala, com Pandora Malfoy ao seu lado. Geralmente abraçaria a filha, mas estava tão zangado com os boatos que reprimira tal afeto.

- Deixe-nos a sós, McGonagall. - Draco ordenou, sem desviar os olhos da garota.

- Malfoy eu devo lembrá-lo que não permitirei que ultrapasse os limites aqui em Hogwarts. - a diretora alertou, ignorando a frieza do homem. - Sabe que aqui é uma instituição de respeito. Deixe os problemas familiares para...

- Não irei açoitar Pandora aqui. Pelo menos não aqui. - bradou entre dentes. - Deixe-nos sozinhos. 

A diretora lhe lançara um último olhar de aviso antes de deixar a sala. Entretanto, permaneceria ali no corredor. Qualquer som diferente que ouvisse entraria na sala sem pensar duas vezes. Conhecia Draco Malfoy e sabia que Pandora precisava de proteção.

A menina encolhera-se ao olhar do pai. Deveria imaginar o porquê da visita, já que raramente Draco o fazia. Apertou com força, o almofadado da cadeira, e não ousou levantar a cabeça. 

- Oi, papai... – ela disse em voz baixa. 

- Sem cerimônias agora, Pandora. - disse permanecendo de pé. - Eu não sei se são brincadeiras os boatos que eu ouvi. Mas eu espero que seja isso, porque irei pegar o desgraçado que os inventara. Disseram-me que está namorando Caleb Weasley. Isso confere Pandora?

A morena assentiu trêmula, apertou ainda mais a cadeira, tanto que suas mãos ficaram brancas. 

- Confere pai. – respondeu corajosa. 

- O que disse? - Draco retrucou, olhando-a. Mal podia acreditar no que a filha acabara de dizer. - Eu realmente não posso acreditar que esteja envolvida com um Weasley, Pandora. Que diabos deu em você? - trovejou, aproximando-se da garota. - Olhe para mim quando eu estiver falando com você, Pandora.

- Desculpe, papai. – ela retratou-se, e ergueu o olhar. – Estou mesmo com Caleb, e não me arrependo de nada. Estava me preparando pra esse momento, já há um bom tempo.

- Quantas vezes eu já lhe disse para manter distância dessa gente? Para tratá-los com desprezo, porque são inferiores a nós. É um Weasley. Um pobre e nojento Weasley. - sibilou irritado.

- Não penso assim, pai. São pessoas boas... – Pandora murmurou corada. – Não sei por que os trata assim, e não sei por que me fazia imitá-lo. Odiar os outros não é bom para ninguém. Só te deixa mais amargurado... Incapacitado. 

- Está brincando, não é? - Draco a olhou, incrédulo. Era inacreditável, mas aquela não poderia ser sua filha. - Aprendeu isso com o Weasley também? Só falta me dizer que agora é amiga dos Potter e que vão viver todos juntos e felizes para sempre. - ironizou.

- E seu eu for? – indagou envergonhada. Acima de tudo, triste por “envergonhar” o pai.

- Você não é a garota que criei. - disse em um tom decepcionado, meneando a cabeça. - Não para estar se envolvendo com um Weasley. Mesmo depois de todas as histórias que lhe contei. E depois do que o Potter fez comigo, você ainda se torna amiga dos filhos dele? Que diabos deu em você, Pandora?

- Eu tenho amigos agora, pessoas que se importam comigo. De verdade. Caleb me ama... E eu percebo o quanto é sincero. – ela disse, e seus olhos marejaram. – E eu o amo também. 

Draco recuou alguns passos, como se Pandora tivesse lhe dito a pior ofensa do mundo. E realmente o era ao confessar tais sentimentos sobre um Weasley. A raiva de repente dera lugar à decepção completa. Em seu estado perfeito daria um castigo à filha, como fazia sempre. Mas a tristeza não o permitia.

- Vamos resolver isso quando voltar para casa. - Draco sibilou, olhando uma última vez para a filha. - Mas saiba que eu jamais, nunca, irei aceitar esse relacionamento. - afirmou antes de deixar a sala.

Sua raiva era tanta e o cegava que não reparara no garoto um tanto escondido atrás da diretora. Caleb em parte tinha que admitir que se escondera por medo. Mas a grande parcela era para não causar mais problemas para Pandora. Ela já teria suficientes por um dia só. Certificou-se que ele virou o corredor, antes de dar um passo em direção a sala.

- Eu vou falar com ela, pode deixar. - disse para McGonagall, que queria acompanhá-lo. No entanto, a bruxa se convencera, deixando-o entrar sozinho na sala. Caleb se aproximou da garota, abaixando-se em sua frente e olhando-a. - Tudo bem?

Pandora meneou a cabeça negativamente, e correu a abraçar Caleb. Ele notou que a garota fazia um esforço enorme para não chorar, o que fora em vão minutos depois. Não gostaria de pensar no que seu pai iria fazer consigo quando voltasse para casa. Temia nunca mais rever o namorado, e isso era terrível. Morreria se isso acontecesse. 

Caleb a acolheu em seus braços, permitindo-a chorar ali enquanto afagava os cabelos da namorada. Assim como o de Pandora, seu futuro era incerto. Fora expulso de casa por assumir esse relacionamento. E agora não tinha idéia do que o pai de Pandora poderia fazer com ela. Estavam enfrentando obstáculos maiores do que imaginaram para viver esse amor. Amor que os pais julgavam ser apenas um capricho entre eles para chamarem atenção, já que suas famílias se odiavam.

Continuou a consolá-la por alguns minutos, murmurando algumas palavras para que pudesse acalmá-la. E quando conseguira, afastou-se um pouco para olhá-la nos olhos, secando as lágrimas de seu rosto.

- Ele fez alguma coisa com você?

- Ainda não, mas tenho medo que ele me proíba de ver você. – confessou trêmula. 

- Pandora, seu pai pode castigá-la fisicamente ou coisa pior e você está com medo disso? - comentou sorrindo, tentando amenizar a situação.

- Ele nunca levantou a mão para mim, Caleb, mas agora eu já não sei. Ele me odeia. Eu pude ver nos olhos dele. O decepcionei...

- Seu pai não te odeia. Só está zangado por isso. - disse acariciando-a na face. - Olha Pandora... - Caleb suspirou com pesar. - Se você quiser dar um fim nisso depois de tudo o que aconteceu hoje eu vou entender...

- A última coisa que penso é desistir de você. Se meu pai não aceita, vai ter tempo para isso. Você não me deixou quando seu pai fez o mesmo... – comentou e sorriu fino. – Eu te amo Caleb. 

- Graças a Merlin pensa assim. - murmurou jocoso, fazendo o sorriso nos lábios de Pandora aumentar. Aquele sorriso o encantava de uma forma indescritível. Seus dedos deslizaram pela face corada da morena, alcançando o queixo e trazendo-a para mais perto. Seus lábios estavam próximos, um sentindo a respiração do outro. - Também te amo, Pandora. - declarou-se, beijando-a em seguida.

**

Aproveitou na manhã seguinte em que sabia que Hermione tinha ido até a Floreios e Borrões para arrumar sua mala. Recebera um chamado importante naquela manhã, onde aconteceria um possível ataque do mais novo bruxo das trevas. Era algo que não poderia recusar, simplesmente dar as costas. Mesmo que não estivesse disposto a ir, pois o caminho que seu casamento tomava o desanimava em qualquer assunto. Até mesmo em algo tão grave como isso. 

Quando tudo que arrumara estava pronto, fechou a mala, deixando-a sobre a cama. Tomou um banho e depois, certificara-se de que tinha organizado tudo e não teria se esquecido de nada. Algo passou em sua mente, fazendo-o andar de um lado para o outro, pensativo. Cogitava a idéia se deveria deixar algo que avisasse Hermione onde ele estaria. Mas do jeito que ela estava furiosa consigo, talvez fosse melhor não saber. De qualquer forma ela pensaria que ele estaria em outro lugar.

Chegou à conclusão de que não avisaria. Nessa altura do campeonato, Hermione ficaria melhor por esses dias sem ele por perto. Quando estivesse em seu lugar de destino, pediria para que alguém a avisasse. Apanhou sua mala sobre a cama, caminhando até a porta. Só não imaginava que Hermione havia chegado mais cedo do que previra em casa e entraria no quarto naquele momento.

Ela olhou dele, para a mala em suas mãos, e então, sentira algo estremecê-la por inteiro. Saíra pensando que iria se distrair com outros problemas, mas aquele ainda a perseguia ferozmente. E agora tinha razão para temer de verdade. Harry estava indo embora...

Harry colocou a mala no chão, lentamente, mantendo seu olhar fixo em Hermione. Era por isso que escolhera fazer isso quando ela não estivesse em casa. Pois sabia que ela iria pensar o pior. Pensaria que havia desistido, destruindo com o único pequeno pedaço que restava de seu casamento. E isso não era verdade. Jamais desistiria.

- Hermione, eu... - começou, tentando encontrar uma forma de explicar tudo. Entretanto, ela o interrompera.

- Não há necessidade... – dissera, fracamente. – Não precisa ficar aqui se nada te prende. Eu deveria estar preparada para isso. Você indo embora de vez da minha vida. – emendou, e os olhos já se encheram de lágrimas. Teria que com muito custo aprender a viver sem ele, mesmo que isso doesse a cada maldito minuto. 

- Você me prende aqui, Hermione. - disse ao se aproximar, olhando-a nos olhos. - Você e a nossa família. Se eu ficar é apenas por isso. Eu não quero ir, mas não tenho outra opção.

- Não “quer” ir, mas vai. Vai direto para Gina, não é? – indagou passando por ele. Estava nervosa demais. Magoada. Sentindo-se realmente traída.

O moreno abaixou a cabeça, suspirando. Como previra, Hermione imaginara para aonde ele iria. E ela mal sabia que ele estava partindo para uma missão de grande risco. Onde tinha uma possibilidade de que ele voltasse ferido ou pior.

- Gina está no meu passado. - Harry disse, virando-se para Hermione. Sabia que suas palavras seriam em vão. - Em um passado que eu me esqueci durante todos esses anos que eu estava com você. E um passado que eu quero esquecer pelo resto da minha vida.

Hermione sentou-se na cama, de costas para ele. Não suportava mais aquela situação. Aquela indecisão constante. Em um momento pensava em certas coisas, no outro, já mudava suas idéias. Mas não deixaria que o coração a guiasse, deixando-a passar-se por tola. Já era ruim o suficiente ao ser enganada e humilhada.

- Então vai... 

Ele a olhou, caminhando até a esposa e abaixando-se em sua frente. Suas mãos a tocara no rosto, fazendo com que ela o olhasse nos olhos.

- Eu jamais te trairia, Hermione. Porque além de fazê-la sofrer, estaria traindo a mim mesmo em relação ao que sinto por você. Hermione, eu te amo. Sei que tenho sido um idiota ultimamente e lhe dei motivos para pensar isso. Mas eu preferiria morrer ao trair você e vê-la sofrer da forma que está sofrendo agora. Você é a mulher da minha vida. Eu só penso em você, só vejo você, só vivo por você. - suspirou. - Não tem idéia do quanto é importante pra mim.

- Pare com isso! – exclamou, irritada. – Não vai mudar minha opinião ao seu respeito com meia dúzia de palavras bonitas. Pode funcionar com sua amante, mas não comigo. 

Harry assentiu, sentindo a dor que as palavras de Hermione lhe causaram. Não havia mais nada que pudesse fazer ali, pois tudo o que pensava sobre isso ele confessara para ela, mas ela o ignorara. Via-se perdido e a única solução que tinha era essa. Partiria para a missão, avisando-a depois onde estaria.

- Eu só espero que quando você acreditar em mim não seja tarde demais. - murmurou com um aperto no peito, se levantando e beijando-a na testa. Pegou sua mala no chão, deixando o quarto.

Hermione nem se mexera, sentia com pesar as palavras dele lhe martelar a mente, e apertar seu coração. Não sabia o porquê, mas este último se apertara terrivelmente. Um arrepio trespassou por seu corpo, e ela se deitou, encolhendo-se, e entregando-se a um choro doído. Harry fechou a porta, e ficara por ali alguns minutos. Escutou os soluços da mulher, e ficara tentado em entrar e fazê-la entender de uma vez que tudo que dizia era verdade, no entanto, já perdera as forças e não tinha mais vontade de lutar. Controverso, saiu, descendo as escadas. 

Na sala, Ben e Lily estavam sentados no chão, e brincavam com um quebra cabeça. Divertiam-se alheios aos problemas que assolavam os pais. Outra vez, o moreno não tivera escolha a não ser entristecer-se. 

A culpa o açoitara novamente. Esse não era o rumo que imaginou, muito menos queria para sua vida. Estava perdendo sua família. Algo que crescera sem e que após tanto sonhar e lutar conseguira, ao lado de Hermione. Agora tudo estava virando ruínas diante de seus olhos. E tudo por culpa de seu maldito trabalho, da maldita hora em que Gina Weasley resolvera voltar. Não pode deixar de praguejar tudo em pensamento.

Ben erguera seus olhos castanhos-esverdeados para o pai, esboçando um largo sorriso, que fora correspondido de imediato mesmo que fosse triste. Ben era mais ligado a Harry do que os outros filhos. O adorava de uma forma imaginável, imitando-o sempre que possível. O garoto se levantou, aproximando-se e chamando a atenção da irmã caçula.

- Quer ajudar a gente a montar o quebra cabeça, papai? - Ben sugeriu, entusiasmado. - Lily é muito pequena, tem dificuldade.

- Eu adoraria, Ben. - Harry colocou sua mala no chão, fazendo o filho notá-la. Abaixou-se, ficando da mesma altura que o garoto. - Mas eu não posso. Preciso ir.

- Aonde o senhor vai? - o sorriso contagiante logo se esvaiu do rosto do pequeno.

- Viagem a trabalho. Tenho uma missão pra cumprir.

- Papai vai brigar com os homens maus? – Lily perguntou, indo para perto dele. Seu rostinho estava sujo de doce, e Harry sorrira. 

- Vou, princesa. - disse ao trazê-la para mais perto, retirando um lenço de seu bolso e limpando o rosto de Lily. - Papai vai brigar com eles pra trazer segurança pra vocês.

- Mas eu não quero que o senhor vá. - Ben murmurou.

- Eu também não queria ir, Ben. Acredite. - Harry suspirou, não podendo evitar uma lágrima. - Mas eu preciso. 

- E vai deixar agente sozinho aqui? – a menina perguntou outra vez, alisando o rosto do pai. – E a mamãe? Se ela ficar triste e meu irmãozinho quiser sair?

- Vocês não vão ficar sozinhos. Tem um ao outro, e será por pouco tempo. - disse, acariciando o rosto pequeno da filha. - E seu irmãozinho ainda vai demorar um pouco pra chegar. Mas Ben vai cuidar de vocês. - forçou um sorriso para o filho. - Você é o homem da casa, até que James volte de Hogwarts.

- Pode deixar. - Ben assentiu, sentindo-se encorajado naquele momento. Algo que fizera Harry se lembrar de si quando era pequeno. - Vou cuidar bem da mamãe, da Lily e do meu irmãozinho até o Jimmy voltar.

- É assim que se fala, garoto. - comentou, voltando-se para Lily e abraçando-a. Algo naquele abraço o fizera ter vontade de ficar, mas precisava ir. Afastou-se para olhá-la. - Eu te amo, princesa.

- Também te amo, papai. Um tantão assim. – falou sorridente, abrindo os braços. Harry tivera que conter suas emoções. Já estava abalado, e a declaração de Lily despertara muito mais nele. Sabia que era isso que Hermione também desejava dizer. – Não demora pra voltar. Eu vou ficar com muita saudade!

- Eu não vou demorar. - beijou-a na face, virando-se para Ben.

- Bom, eu... - o garoto corou, acanhado. Não era do tipo sentimental, evitava troca de carinhos. Mas seu acanhamento durou poucos segundos, pulando no pescoço do pai e abraçando-o. - Amo você, papai.

- Eu também, Ben. - Harry sorriu, bagunçando os cabelos negros do filho ao se levantar.

Em silêncio e com o olhar dos filhos ainda sobre si, Harry pegou sua mala. Deixou sua casa, caminhando mais a frente para que pudesse aparatar. Antes se virara para olhar tudo uma última vez. Desejava imensamente que pudesse voltar para o seu lar, sua família. Mas, como sempre, seu destino era incerto. Em seguida, aparatou.

***

O pergaminho que recebera por uma coruja, minutos atrás a tirara de casa rapidamente. Pela caligrafia tremida e as manchas de tinta contidas, pudera notar que a amiga não passava por uma situação nada fácil. E isso a fizera ir para sua casa imediatamente, sem ao menos esperar que o marido voltasse do trabalho para avisá-lo onde estaria. Rony entenderia quando ela explicasse tudo mais tarde.

Tocou a campainha, esperando ansiosamente que abrissem a porta. E segundos depois, isso acontecera. Luna olhou surpresa para os olhos vermelhos e a face pálida da morena em sua frente.

- Merlin. Hermione, o que aconteceu? - indagou preocupada. Nunca a vira assim antes. Tratou-se logo de entrar, fechando a porta e caminhando com ela até o a sala, sentando-a no sofá.

- Harry foi embora, Luna. Ele me deixou! – a morena contou logo, e começara a chorar outra vez. 

- O que? - ela a olhou em um misto de confusão e espanto. - Como assim te deixou? Por quê?

- Quando cheguei em casa mais cedo, ele estava com uma mala pronta. E então foi embora... – choramingou. – Meu casamento acabou. Harry não me ama mais, nem a nossa família, e tudo que fez foi arrumar uma maldita mala e viver com Gina!

- Hermione, Harry não está com a Gina. - Luna disse. - Harry foi para uma missão, sobre um possível ataque em outra cidade. Rony me disse que ele iria durante o almoço. Inclusive Rony irá também. Só precisa resolver alguns assuntos.

- Mas… Não… isso não pode ser verdade. Ele me diria! – a morena exclamou. Seu coração dera um salto violento dentro do peito, e ela sentiu uma vertigem.

- Você está pálida. Vou buscar algo para beber. - a mulher se levantou, seguindo para a cozinha. Hermione ficou pensando no que Luna dissera, até que esta voltasse, lhe entregando um copo d'água. - Hermione, eu não sei por que Harry não te disse isso. Acho que ele não queria te preocupar por causa de sua gravidez, mas é verdade. O ministério todo está em alvoroço, trabalhando duro durante meses para capturar esse novo bruxo das trevas. 

- Deus! – ela murmurou, apertando o copo entre as duas mãos. – Ele devia ter me dito. Pensei tantas coisas ruins sobre Harry, e agora... Agora é tarde demais. Eu... – levantou-se de súbito, deixando o copo intocado sobre a mesinha. Ele tombou molhando todo o chão. O copo deslizou e por pouco não caíra. – Preciso falar com ele. Eu preciso... 

- Não. - Luna apressou-se ao se levantar, tocando Hermione nos ombros. - Você não pode. Hermione é perigoso, arriscado demais. Pra começar ninguém além de Harry, Rony e os aurores sabem aonde será o ataque. O ministério está fazendo o possível para que ninguém saiba disso. E você está grávida.

- Não importa, Luna... Você não entende. – ela murmurou chorando. – Eu o acusei de muitas coisas, disse outras piores para feri-lo. Pois era como me sentia. E agora, me sinto uma idiota. Por não ter acredito em Harry. 

- Eu sei que posso não entender. Sei que as coisas entre vocês não iam nada bem. Mas se você for não vai envolver apenas o Harry. Você está grávida, Hermione. Pode acontecer algo perigoso que a faça perder esse filho ou a faça perder a vida. - Luna a olhou, desesperada. - Pense nos seus filhos. Quando Harry voltar vocês resolvem tudo isso.

Hermione suspirou fundo controlando-se. Só de pensar o quanto fora injusta com Harry, doía em seu peito. Mas Luna tinha razão, quando o marido voltasse resolveriam tudo. E esperava que ele a perdoasse. Que pudessem voltar a ser como antes.

- Tente se acalmar. - Luna a sentou no sofá novamente. - Eu sei que é difícil, mas tente. Hermione, entre Harry e Gina não existe nada. É isso que ela quer que você pense. Sabe que Gina até hoje não se conformou em perder Harry para você. E ela irá fazer o possível e o impossível para destruir seu casamento. Gina fez o mesmo comigo e Rony. Acho que ela está tão amargurada pelo passado que não suporta ver a felicidade das outras pessoas.

- Você tem razão. Eu fui tão cega... – murmurou, suspirando longamente.

- Gina lhe deu motivos para agir assim. - tranquilizou-a. - Quando Harry voltar vocês irão resolver tudo. E voltarão a ser o casal lindo e apaixonado que sempre foram. - sorriu.

- Espero que ele aceite tudo isso de volta...

 


 

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Comentários (6)

  • Stéfane Carneiro

    oiiii sou leitora nova!!!!!Meu Pai,essa fic tá muito emocionante,li tudo em 1 dia e meio hehehehe.Espero que ocorra tudo bem na viagem do Harry,mas pelos comentários das autoras algo de ruim vai ancontecer ): Bom tô esperando por mais posts,bjão!!!!!

    2011-07-27
  • Potter 7

    posta mais, ta otima historia

    2011-07-27
  • Fafa

    Finalmente!!!! Capitulo perfeito, deixou gostinho de quero mais!!! ;)

    2011-07-18
  • Isis Brito

    Aainn... que triste... :( Tomara que o Harry volte logo e que tenha uma cena muito emocionante com o reencontro dele com a Mione!! =D

    2011-07-17
  • Carolzinha Gregol

    Sinto, que o Harry não vai voltar tão cedo, e sinto que a Pandora e o Caleb estão fudidos na mão do Draco. (y)

    2011-07-14
  • rosana franco

    Por Merlin a coisa ta mesmo feia vamos ver agora oq vai acontecer na missão e o q o Draco vai fazer espero que a Pandora suporte.

    2011-07-12
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