Presentear.



Ao cumprir dos sonhos | Capítulo 15.


Presentear.




Mais uma vez a estação King’s Cross estava repleta de pais e alunos, principalmente na plataforma 9 ¾ . O entusiasmo por rever amigos durante aquelas semanas de feriado era mútuo em cada um. Hermione passara os últimos minutos dando instruções para James e Jared, que vieram em dobro agora que ambos estavam namorando. Harry sabia que a preocupação da esposa não era apenas que eles esquecessem os estudos devido ao namoro. Ia mais além.


O mais velho revirou os olhos, cansado pelas exigências que a mãe lhe fizera. Estava se comportando desde que começara seu namoro com Emma e agora não seria diferente. Lily, que estava em seus braços, abafava risadas enquanto seus dedinhos bagunçavam mais os cabelos do irmão. Ele sorriu ao ver Emma caminhando em sua direção, esperançoso de que ela iria cumprimentá-lo. Mas ela desviou o percurso ao beijar a face de Lily, fazendo a pequena sorrir e mostrar os dentinhos.


- Oi gatinha. - Emma sorriu para a garota. - Você deixou todo mundo preocupado aquele dia. - Ela olhou para Harry e Hermione. - Bom dia, Sr. e Sra. Potter.


- Bom dia. Emma. - Harry sorriu educadamente.


- Bom dia. – Hermione respondeu depois do marido, e embora seu sorriso fosse menor, era sincero.


- Emmy, sabia que eu agora estou sendo babá do Félix? – Lily comentou. – E estou usando a pulseirinha que você e o Jimmy me deu. – então balançou o braçinho sacudindo a jóia cheia de pingentes em forma de animais.


- Ah, que linda. - Emma observou a pulseira, sorridente. - Vou comprar mais um pingente pra você colocar aí. Gosta de flores?


- Gosto! – exclamou sorrindo. – Mamãe, você ouviu? A Emmy vai me dar mais um pendente.


- É pingente meu amor. – corrigiu achando graça. – Só não a deixe mais mimada, Emma. – alertou ainda rindo.


- É impossível não deixar. - Emma sorriu. - Vou comprar no meu próximo passeio para Hogsmead e te mando por coruja. - Disse para Lily, que batera palmas, entusiasmada, no colo do irmão. - Vou embarcar. Te vejo lá dentro. - Beijou a face de James, se despedindo de Harry e Hermione antes de afastar.


- Vem casamento por aí. - Sussurrou Jared cutucando o pai, que reprimiu uma risada.


- Não fale isso, Jared, seu irmão é muito novo para pensar em casamento. – intercedeu Hermione, visto que James corou em uma rara ocasião.


- Bem, eu acho que também vou embarcar. – disse o mais velho, sem jeito. Beijou a bochecha da irmã e a entregou para o pai.


- Eu também. Kira já deve ter embarcado. - Jared beijou a bochecha de Lily. - Até mais gatinha. E dessa vez eu prometo que te trago uma caixa de doces da Dedos de mel. - Sorriu diante do entusiasmo da irmã, beijando a face da mãe. - E para você eu trago meu resultado dos N.O.M's. - Deu um leve tapa no braço. - E pra você... - Pensou por um momento. - Nada. - Disse antes de se afastar.


- Quanta consideração. - Comentou Harry com ironia.


- Isso ele deixa pra mim, com certeza vamos ganhar o torneio de quadribol. – James garantiu, enquanto recebia um beijo de Hermione.


- Cuidado meu querido... – murmurou alisando os cabelos dele.


- Mãe, eu sei me cuidar. – assegurou sorrindo. – Tchau. Escrevo assim que der.


Harry observou James se afastar e passar ao lado de alguém que lhe chamara a atenção. Não tivera sorte de esbarrar com ele pelos corredores do Ministério, mas aquela seria a oportunidade ideal para lhe cobrar algo. Esperou alguns segundos até que a filha dele embarcara no trem.


- Vão indo na frente. Já alcanço vocês. - Disse Harry entregando Lily para Hermione, que o olhou confusa.


Ele caminhou em direção ao homem alto e loiro que iniciara uma conversa com um homem ao seu lado. Provavelmente mais um de seus funcionários. Funcionários não, escravos.


- Malfoy. - Harry o chamou e ele se virou com um sorriso cínico nos lábios ao vê-lo.


- Potter. Já conseguiu embarcar toda a sua prole no trem? São muitos. – indagou sarcástico.


- Muito engraçado. - Disse indiferente ao comentário. - Posso falar com você?


- Vá em frente, já está me aborrecendo. – falou erguendo a sobrancelha.


- Ao que parece você está me evitando no ministério. Eu acho que não fui muito claro ao promovê-lo. - Harry o olhou sério. - Pedi um relatório da sua seção duas semanas atrás e até hoje ele não chegou a minha mesa.


Draco revirou os olhos azuis. Odiava ter Harry como seu chefe, e muito ainda, detestava que ele lhe cobrasse qualquer coisa que fosse. Bufou, e fitou ao moreno.


- Terá o relatório quando estiver pronto, Potter. Fique tranquilo. – respondeu arrogante. – Até lá se contente em esperar.


- Acontece que eu o pedi duas semanas atrás, Malfoy. - Sibilou Harry já impaciente. - Todos me entregaram em três ou quatro dias. Você é o único que ainda não me entregou. Tenho urgência nesse relatório.


- Acontece Potter, que eu tenho coisas mais importantes para tratar do que ficar escrevendo relatórios para você não se entediar. – resmungou friamente. – Já disse, terá quando estiver pronto.


- Esqueceu que fui eu quem te promovi Malfoy? - Harry disse entre dentes, lutando contra a vontade de esganá-lo. - Da mesma forma que eu te promovi eu posso rebaixá-lo novamente. E não vai ter ministro nesse mundo que me fará voltar com a minha decisão. - Emendou ao vê-lo abrir a boca. - Portanto é bom que você reveja seus conceitos no trabalho e trate de mudar. Eu quero esse relatório na minha mesa hoje ao final do dia. Fui claro?


- O relatório estará lá, Potter. Feliz? – indagou estreitando os olhos.


- Muito. - Sorriu satisfeito diante do nervosismo do outro. - A propósito, se dispensar mais um aviso que eu lhe mandar farei com que o ministro lhe dê três dias de suspensão por não obedecer a ordens superiores. - Deu ênfase nas duas últimas palavras antes de se afastar.


- Maldito, Potter! – exclamou.


O olhar do ex-sonserino fulminou Harry até ele chegar perto de Hermione, que curiosa, ficara para observar o marido. E pela expressão carregada de Draco Malfoy, o que o moreno lhe dissera não fora nenhum elogio.


Quando Harry chegou perto dela, tomou Lily outra vez nos braços.


- O que disse a ele? – perguntou a bruxa intrigada.


- Nada demais. Só o coloquei no seu devido lugar. - Sorriu beijando-a levemente nos lábios, olhando para Lily. - O que quer fazer agora, princesa?


- Quero ir pra casa, brincar com o Ben. – disse enquanto encostava a cabeça no ombro de Harry. – E depois quero comer bolo de chocolate.


- Está bem. Vamos para casa. - Concordou beijando-a na testa e seguindo ao lado de Hermione pela plataforma. Hermione, discretamente, virou para dar uma olhada em Draco. Ele permanecia ali imóvel, fitando-os. Pela expressão fria do ex-sonserino ele não estava nada satisfeito com aquela situação, o que a deixou intrigada.


...




Ele caminhava em sua direção, distraída com um pedaço de pergaminho que lia em suas mãos. Suspirou, tendo certeza que pela primeira vez em sua vida ela lhe fizera falta. Não falta em discutir, implicar e demonstrar o ódio que mantinham um pelo outro, mas falta da presença dela, do sorriso e, principalmente, dos beijos. Aquela morena estava mexendo com ele de uma forma surpreendente, como nenhuma garota o fizera antes. Podia jurar que ela estava mais linda do que a última vez que a vira.


Olhou para a cabine ao seu lado, constatando que esta estava vazia. Alguns segundos depois ela passara e, em um movimento rápido, ele abriu a porta e a puxou pelo braço, encostando-a na porta assim que esta fora fechada. A garota se assustara com tal gesto, mas um grande sorriso se formou em seus lábios ao vê-lo. Ele levou sua mão na face da morena, acariciando-a suavemente. Sem esperar muito e à beira da loucura por estar tão próximo a ela, ele a beijou. O contato dos lábios dela nos seus o fizera suspirar, sentindo a língua dela em contato com a sua lhe despertar sensações que apenas ela conseguia.


- Eu senti sua falta. - Caleb confessou em um sussurro, roçando seus lábios aos dela enquanto buscava por mais ar.


- Eu também... – disse em mesmo tom, fechando os olhos para senti-lo com mais precisão. – Nunca pensei que fosse dizer isso. Mas senti muito a sua falta.


- Muito menos eu. - Caleb sorriu, beijando-a no canto da boca e apertando-a na cintura de leve. - Como foi seu natal?


- Sem graça. Sem presentes na árvore. Sem família. – respondeu sorrindo tristonha. – E o seu?


- Um pouco... Conturbado. Entretanto, foi legal. - Ele a acariciou na face, notando o sorriso triste nos lábios da garota. - Como assim sem família?


- Meus pais foram a um jantar de “amigos”, digamos que passei o natal, sozinha, e em casa com o elfo doméstico. – confessou.


- Eu... Eu sinto muito. - Caleb desviou seu olhar, compadecido pela revelação. Nunca passara um natal de tal forma e jamais imaginara tal possibilidade, mas ouvi-la dizer isso lhe fizera sentir pena de Pandora e raiva dos pais dela.


- Tudo bem, eu já me acostumei... – murmurou. – Depois tenho que te entregar uma coisa, fiquei com vergonha de mandar pra sua casa.


- Vergonha por quê? - Ele sorriu confuso.


Pandora corou, e sentou-se no assento, com Caleb ao seu lado. Colocou as mãos sobre o colo, e ele continuava a lhe olhar curioso.


- Não sabia se devia. – disse a sonserina.


- Por quê? - Caleb a tocou na face, fazendo com que ela o olhasse.


- Por conta dos seus pais, e... Você sabe. Então esperei para entregar pessoalmente.


- Minha mãe não se importaria. Ela não guarda rancor nenhum de sua família. - Caleb sorriu, passando o braço pelos ombros da garota e puxando-a para perto. - E meu pai está mais preocupado com o namoro da minha irmã do quê qualquer outra coisa. - Riu.


- Sua irmã está namorando? – perguntou curiosa.


- Sim, Jared Potter. - Caleb sorriu. - Faz pouco tempo. E meu pai fez questão de armar um escândalo por isso diante de todos os Potter. - Disse fazendo-a rir. - Kira é como uma boneca de porcelana pra ele e que ele faz questão de zelar com o maior cuidado.


Caleb notou o brilho dos olhos dela se esvair, quando ia comentando sobre o zelo do pai para com Kira. A tristeza de Pandora, o fizera se arrepender de dar tanto ênfase a isso. A garota possivelmente nunca tivera nenhuma demonstração parca nem excessiva de cuidado da família.


- Que bom, não é? – comentou desviando os olhos.


- Ah, eu não queria deixá-la assim. - Caleb a abraçou, xingando-se imensamente por dentro por ir longe demais no assunto. - Não fica triste, vai. Desculpa. - Ele a beijou na face, afagando os cabelos.


- Não é culpa sua, Caleb. Agente não escolhe os nossos pais. – sorriu. – Vamos esquecer isso, está bem?


- Está bem. - O loiro concordou, embora ainda se achando um completo idiota. - Tenho algo pra você.


- E o que seria? – perguntou ansiosa.


Caleb retirou um pequeno embrulho de seu casaco e o entregou. Sorriu incentivando-a para abrir e Pandora assim o fizera. Uma pulseira com um pingente de fada brilhara diante de seus olhos, fazendo-a sorrir.


- É simples. - Caleb coçou a própria nuca, sem graça. - A fada escuta sua dúvida e diz qual a decisão certa para você tomar. Bom, ela não diz exatamente.


- Eu adorei, é muito linda! – exclamou sorrindo, sentindo-se tão feliz como nunca em sua vida.


- Que bom que gostou. - Caleb sorriu aliviado diante da reação da garota.


- De verdade, eu amei. Obrigada por se importar... – disse num sorriso tímido. – O seu presente está no meu malão, quando chegar eu lhe entrego e você vê se gosta.


- Não precisa agradecer. - Disse afagando os cabelos da morena. - E é claro que eu vou gostar do seu presente. Vindo de você é ótimo.


Pandora riu, e aninhou-se nos braços dele. Nunca imaginou que fosse sentir-se tão bem ao lado de Caleb, nem que o abraço dele fosse tão reconfortante e seguro. Fechou os olhos, enquanto o garoto afagava sua cabeleira escura.


- Aquela garota que implicou com você em Hogsmead voltou a te perturbar? - Perguntou tentando dar início a uma conversa.


- Aquela lá não me assusta. É bom que ela não se meta na minha vida. – comentou irritada. – Não se preocupe, Tiffany vai ficar na dela.


- Essa é a Pandora Malfoy que eu conheço. - Comentou Caleb com um grande sorriso nos lábios, fazendo-a sorrir também.


...




Verificar vagões, brigar com alguns alunos que faziam bagunça e dar advertências era uma tarefa extremamente exaustiva para um monitor-chefe. Mais exaustiva ainda era para Emma, que tinha poucas oportunidades durante a viagem para se encontrar com James. Algumas vezes não restava muito tempo para nada a não ser trocas de olhares ou sorrisos.


Passou ao lado de Jenna O'malley e pode sentir o olhar da garota lhe acompanhar durante o percurso que fizera pelo corredor. Avistou James saindo de uma cabine e viu naquele momento a oportunidade ideal para que O'malley engolisse todas as palavras que dissera e ainda dizia a respeito de seu relacionamento. O garoto sorriu ao vê-la se aproximar.


- Eu devia te dar uma advertência sabia? - Comentou olhando-o de baixo para cima, mordendo o próprio lábio.


- Oh, por favor, monitora... – fez um gesto teatral. – Eu não posso levar desgostos para casa. Prometi me comportar.


- Culpa sua por ser tão lindo. - Emma se aproximou, arranhando a nuca de James lentamente enquanto sua outra mão cravara as unhas na barriga do moreno, fazendo-o suspirar. - Tão irresistível. - Emendou mordendo de leve o lóbulo de sua orelha.


James sentiu-se arrepiar devido à intenção ousada da namorada, realmente não esperava por isso, mas apreciou se deliciando com tudo que ela fazia. Sorriu maroto.


- Merlin, o que temos aqui hoje? Uma namorada carente? – indagou.


- Não. Uma namorada querendo provar para as outras que você é meu. - Sussurrou distribuindo beijos pelo pescoço do moreno.


- Pode provar o quanto quiser meu bem. Sou todo seu... – murmurou sério e travesso ao mesmo tempo.


- Eu sei. - Emma deu uma leve mordida no pescoço de James, deixando ali uma marca. Afastou-se para olhá-lo, sorrindo maroto. - Mas acho que é o suficiente. - Virou-se para olhar Jenna se afastar furiosa.


- Emmy... Não faz isso comigo. – ele murmurou, tentando agarrar-lhe o braço para que pudesse colar seus corpos e tê-la mais perto.


- Não fiz nada gatinho. - Sorriu inocente, enrolando uma mecha de cabelo nos dedos.


- Exato! – exclamou coçando a nuca. – Só ficou, aí, me tentando... O que está querendo, me deixar louco?


- Talvez. - Emma se aproximou, deslizando suas mãos pelo tórax do moreno até alcançarem o pescoço. Seus lábios estavam bem próximos. - O que acontece se eu deixar?


- Vou te mostrar, como seria...


A encostou na parede, num movimento rápido, pegando-a de surpresa. Então sorriu, unindo seus lábios aos dela, pressionando ainda seu corpo masculino ao pequeno de Emma. Ela suspirou, e James aprofundou mais o beijo, deixando a língua explorar a boca já tão conhecida, desprendendo sensações novas e intensas.


Emma deslizou suas mãos por entre os cabelos de James, deixando ser levada pelas sensações que ele lhe despertava. O beijo se tornava cada vez mais urgente e intenso. Suas unhas cravaram nos ombros largos do moreno para se apoiar, sentindo seu corpo estremecer quando ele mordera de leve seu lábio.


- Então... Pretende me deixar louco ainda? – James perguntou num murmúrio.


- Uau. - Emma apenas murmurou ofegante.


- Imaginei. – ele disse e riu.


- Eu acho que... - Emma desviou seu olhar, respirando fundo. - Acho que não é uma boa idéia.


- Assim é mais prudente, monitora. – ele disse, beijando-a de leve, ouvindo a algazarra dos alunos novatos na cabine do lado. – Acho melhor usar sua autoridade ali antes que incendeiem o trem. – emendou e riu.


- Ninguém merece. - Emma revirou os olhos, seguindo para a cabine ao lado.


James riu outra vez, e cruzou os braços. Emma demoraria muito ali dentro tentando controlar a euforia dos garotos do primeiro ano. Ela saiu e acenou para o moreno, como se pudesse dizer o que ele pensara há minutos. O sorriso de James aumentou e ele suspirou.


Só teriam paz quando chegassem em Hogwarts, e ele não via a hora...


...


 


O fato de não ter muito que fazer naquela tarde a deixara entediada. Tirou o resto do dia de folga já que pela manhã tivera que levar James e Jared até a estação. Lily e Ben estavam no jardim dos fundos com Félix. Harry recebera um chamado urgente no ministério e não poderia recusá-lo.


Decidira por arrumar algumas caixas que estavam no sótão. Harry já reclamara algumas vezes da bagunça em que o local se encontrava e na dificuldade em encontrar algo importante. Alguns pertences sem importância foram para o lixo. Os mais importantes foram organizados em outras caixas.


Uma caixa empoeirada sobre a mesa lhe chamou atenção. Ao abri-la pode encontrar algumas coisas que a fizeram sorrir. Alguns brinquedos velhos estavam entre algo que lhe chamara atenção. Retirou um pequeno casaco dali, lembrando-se do dia em que James o usara.


O dia em que ele dera os primeiros passos…


 


Início do Flashback:




"Naquela manhã, Hermione sentia-se já exausta e o dia mal havia começado. No entanto era uma exaustão que a deixava feliz. O trabalho na floreios e borrões ia de vento em popa, anunciando seu sucesso no mais tardar de tudo. E sua vida não poderia estar melhor do que agora... Mas não era a livraria o que a deixava cansada no momento, era James.


O garotinho começava a despertar sua atenção para certas coisas o que a obrigava a andar de um lado para o outro, evitando até mesmo acidentes envolvendo o filho pequeno. Todo cuidado era pouco, já que o menino de incompletos um ano de vida, providenciava sua cota de traquinagens e uns poucos e hesitantes passinhos.


Suspirou aliviada por James lhe dar um devido tempo ao se divertir com seus brinquedos na sala. Talvez naquele momento pudesse descansar no sofá. Um sorriso surgiu em seus lábios ao vê-lo tentar morder um dos brinquedos.


Levantou de seu lugar e se aproximou do filho, puxando o brinquedo e explicando com paciência que não deveria fazer isso. Talvez pensasse errado ao imaginar que poderia descansar nem que fosse por um breve momento. Sentou no sofá novamente, assim seria mais fácil levantar para que pudesse repreendê-lo outra vez.


James se equilibrava apoiando as mãozinhas na mesa de centro, às vezes batia com elas na madeira, e balbuciava algumas coisas. Fazendo um enorme sorriso habitar os lábios da mãe, que o admirava ternamente.


Cada dia aprendia mais com o filho, a cada momento era uma descoberta apaixonante. E pensar que tivera medo quando descobrira estar grávida... James era sem dúvida uma das melhores dádivas de sua vida.


O menino virou o rosto para Hermione e sorriu.


- Boo... boo... – ele falou apontando para o bichinho de pelúcia que descansava com a mãe.


- Quer seu bichinho, meu amor? – Hermione perguntou, e iria estender o objeto, mas James fora mais rápido e caminhara, ainda que hesitante em sua direção.


Os passos eram lentos, um de cada vez. Ele ainda tinha receio em tirar as mãozinhas da mesa, mas ao notar o grande sorriso que a mãe esboçara ao abrir os braços para ele, fora incentivo o suficiente para que ele o fizesse.


Hermione estava maravilhada com a cena que via. Era incrível ver os pequenos passos que James dava lentamente em sua direção, estendendo os bracinhos para que a alcançasse o mais rápido possível.


Minutos depois de passos lentos e pacientes, ele pegou nos pequenos braços o amontoado de pelúcia azul. O abraçou forte, dando gritinhos eufóricos. Consciente de seu sucesso, e do orgulho que causava na mãe.


- Oh, meu amor, você andou sozinho! – exclamou encantada com a proeza. – Seu pai precisa ver isso... – murmurou sorrindo. – Harry!!!


O moreno ergueu os olhos do pergaminho que lia ao ouvir a esposa chamá-lo. Quando estava em casa e Hermione o chamara, não importava o que estivesse fazendo, largava tudo para ver o que estava acontecendo. O sentido da paternidade falava mais alto nesse momento.


Levantou de sua cadeira e saiu do escritório em direção á sala, encontrando uma Hermione sorridente ao observar o filho, que estava agarrado em um de seus brinquedos.


- O que houve? - Perguntou sorrindo diante da cena.


- Fique aí e segure isso. – ordenou, entregando a ele um coelho de pelúcia de cor vermelha. Então seguiu até James, e chamou sua atenção para o brinquedo nas mãos de Harry, que estava muito confuso.


Harry franziu o cenho, se perguntando o que poderia ter acontecido. Mas a pergunta se esvaiu de sua mente ao ver James caminhar em sua direção com passos lentos e pequenos. Os olhos fixos no coelho de pelúcia, as mãozinhas estendidas para que pudesse pegá-lo.


A felicidade e o orgulho do filho lhe preencheram o peito, fazendo um largo sorriso surgir em seus lábios. Levou apenas alguns segundos para que James o alcançasse e olhasse suplicante para o pai, como se pedisse que lhe devolvesse seu brinquedo.


- Ele... - Harry balbuciou, olhando surpreso para Hermione. Ela sorriu, assentindo com a cabeça. - Isso é incrível. - Exclamou tomando James nos braços e beijando-o na face.


- Sim, é fantástico! – Hermione disse, indo até eles. – Nosso garotinho já pode andar. É muito esperto. – então beijou a face corada do bebê. – Pensei que fosse demorar um pouco mais, às vezes é muito preguiçoso, mas me surpreendeu. Assim como a você, não foi querido?


- E como me surpreendeu. - Harry sorriu, colocando James no chão novamente. O garoto começou a andar lentamente outra vez.


Ambos riram com o caminhar a todo o momento mais seguro do filho. James ameaçou cair uma vez e Hermione prontamente já estava a postos para ampará-lo. Os olhos castanhos brilhavam como o marido vira em algumas ocasiões. Ele sorriu, passando o braço sobre os ombros dela.


- Boo, boo! – James disse outra vez, tentando puxar um brinquedo de cima da mesa. Olhou para os pais e soltara bolhinhas com a boca, esperando que eles pegassem o brinquedo para si.


- Tome. – a morena então lhe dera o carrinho de borracha, e o menino se pôs a andar pelo carpete. – Ele está crescendo muito depressa, Harry... – ela murmurou, fitando o moreno.


- Muito depressa. - Harry concordou rindo quando James tacara um brinquedo para o outro lado da sala. - Mas ele ainda vai continuar sendo seu garotinho. - Disse afagando os cabelos da esposa.


- Sempre... Até quando estiver de barba e voz grossa. – ela comentou sorrindo.


- Ele é bem esperto. - Comentou orgulhoso ao vê-lo selecionar os melhores brinquedos.


- Não precisa babar senhor Potter. – brincou, sentando-se com ele no sofá.


- É meu primeiro filho. Eu mereço um desconto, não acha? - Disse fingindo-se chateado.


- Imagine quando tivermos uma menina... – murmurou, beijando o pescoço de Harry. – Vai ser ainda mais um papai coruja.


- Uma princesa. - Harry suspirou, sorrindo. - É uma ótima idéia. - Beijou lentamente o ombro da esposa, sussurrando. - Podemos começar a providenciar essa noite.


- Eu adoraria meu amor... – sussurrou antes de beijá-lo. 


 


Fim do Flashback.
 


As lembranças trouxeram algumas lágrimas em seus olhos. Era difícil aceitar o fato de que James agora não era tão pequeno e dependia sempre de seus cuidados. Faltavam apenas dias para que se tornasse independente e, possivelmente, meses ou anos para que abandonasse o lar e não precisasse de seus cuidados maternos. James agora caminhava sozinho, não mais a passos curtos e lentos e sim grandes e apressados.


...


 


- Belo chupão no pescoço. - Comentou Marcus rindo ao dar um leve tapa no ombro de James ao cruzar o corredor.


- Chupão? – James indagou fingindo-se de inocente.


- Não se faz de desentendido que não cola. Emma te deixou bem marcado. - Disse percorrendo seu olhar pelo local.


- Eu agradeceria se parasse de olhar. – o apanhador comentou rindo. – Parece que está com inveja... – emendou divertido.


- Não estou não, meu caro. - Marcus sorriu ao avistar uma loira saindo de uma cabine adiante. - Vou conseguir o meu agora.


Deu outro tapa no ombro de James ao se afastar, começando uma conversa com Faith Brooks. Pelos sorrisos, olhares e mexidas no cabelo que o garoto lançava James sabia que ele estava dando o melhor de si para conquistá-la.


Alguns minutos depois Emma finalmente abandonara a cabine ao lado, visivelmente irritada pela bagunça que os alunos do primeiro ano fizeram. Seu olhar percorreu o corredor e o encontrou em uma conversa animada com Faith. Isso ajudara bastante para que a irritação dentro de si aumentasse. Revirou os olhos, caminhando até o casal.


- Que gracinha de casal. - Comentou com ironia, chamando a atenção de ambos para si. - Kristen sabe disso, Marcus? - Ergueu uma sobrancelha, cruzando os braços.


- Quem é Kristen? – perguntou Faith erguendo a fina sobrancelha.


Marcus bufou, e revirou os olhos. Emma estava se tornando uma pedrinha muito incomoda em seu sapato. E desejava insanamente se livrar dela tanto quando gostaria de se livrar da ruiva sem graça.


- Não é ninguém importante, meu bem. – respondeu o moreno, ignorando a monitora.


- Faith, querida. Vou te poupar de uma imensa decepção. - Emma disse pacientemente, colocando suas mãos nos ombros da garota. - Marcus só quer te dar uns amassos. Quando ele se cansar você vai ser apenas mais uma garota na extensa lista de conquistas dele. Aí você vai ficar arrasada, mas ele não vai dar a mínima para o seu sofrimento. Ele sempre faz isso com as garotas. - A loira a olhou confusa. - Acredite em mim, escuto isso todos os dias. Sou a namorada do melhor amigo dele.


Faith o olhou, assustada.


- Marcus...? – balbuciou.


- Isso é mentira! – exclamou se defendendo. Pegou o braço de Emma e murmurou. – Não é hora para suas crueldades, garota!


Emma o olhou, furiosa, puxando seu braço novamente. Voltou sua atenção para Faith.


- Ah, e outra coisa. - Sorriu cinicamente. - Ele não tem pegada. E eu ouvi alguns comentários de que além dele beijar mal é muito tarado.


- Não acredite nela. – comentou em pânico. Toda sua reputação estava sendo jogada no ralo por Emma. – Essa garota é louca. Não possui um parafuso no lugar. Você sabe que isso é mentira...


Faith hesitou, não sabia em quem acreditar. Se nas palavras veementes de Emma, ou se no sorriso sedutor de Marcus.


- Desculpe, eu não sei o que pensar. – ela disse.


- Pra que pensar? – questionou o moreno. – Queremos ficar juntos, e não vamos deixar ninguém nos atrapalhar. Nem essa tresloucada aqui.


- A tresloucada aqui viu esse hipócrita... - Deu um forte tapa nas costas de Marcus, forçando um sorriso. - Aos beijos com Kristen Lenox no último passeio em Hogsmead. - Emma soltou uma risada sarcástica. - Não. Eu me esqueci de outra coisa. Ouvi um comentário do próprio Marcus que o maior sonho dele é ver você correndo nua por Hogwarts.


Faith estreitou os olhos, e bufou. Ergueu a mão rapidamente e bateu com força no rosto de Marcus. Emma soltou uma exclamação, e abafou risos. O garoto atônito se mantinha imóvel.


- Nunca mais... Nunca mais me procure, seu tarado! – exclamou a loira, seguindo na outra direção.


Emma sorriu vitoriosa, cruzando os braços ao observar Faith se afastar furiosa. Seu olhar recaiu sobre o rosto de Marcus, com a marca dos dedos da garota sobre sua face.


- Eu disse que se você fizesse a Kristen sofrer eu faria da sua vida um inferno, não disse?


- Tenho uma vaga lembrança... – disse irônico, alisando o rosto marcado.


- Pois então. Da mesma forma que minha amiga não pode ter o garoto que ela quer, se depender de mim você não terá a garota que quer também. - Ameaçou severa.


- Você não pode fazer isso, Emma! Não pode... – disse em tom alto, se roendo de raiva. – Não pode me obrigar a gostar da sua amiga.


- Eu não estou obrigando. - Emma sibilou entre dentes. - Só estou querendo que você abra seus olhos e se dê uma oportunidade de conhecer uma garota meiga, carinhosa, engraçada e inteligente. Acredite, você vai me agradecer um dia.


- Não vou nada, e é melhor sair do meu caminho, Emma. Eu nunca vou ficar com sua amiguinha desastrada e azarada. Nunca! – exclamou e saiu bufando.


- Pouco me importa se vou receber uma detenção por isso. - Bradou Emma tirando as varinhas de suas vestes e disparando um feitiço na direção do garoto.


Marcus parou ao meio do corredor, sentindo algo pinicar sua face. Em alguns segundos uma grande barba branca cobrira sua face, fazendo com que todos os presentes caíssem na gargalhada. Ele olhou assustado para a garota, que se aproximava.


- Nunca mais chame a minha amiga de desastrada e azarada. - Disse em um tom de voz furioso. - E se divirta fazendo a barba toda hora. Ela sempre vai crescer.


Ela se afastou com o olhar de ira do garoto sobre si, que murmurava alguns feitiços para tentar em vão retirar a barba. Aproximou-se de James, que tinha algumas lágrimas nos olhos de tanto rir da situação.


- E se eu souber que você o ajudou a retirar o feitiço ou deu razão para ele nessa história azaro você também. - Ameaçou severa ao namorado antes de sair para o próximo vagão.


 


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N/A: Desta vez entendemos que a culpa de faltas de comentários e da Floreios. Por isso decidimos atualizar a fic.
Mas agora queremos comentários. E muitos comentários.
Porque assim como vocês estão loucos por mais capítulos, nós estamos loucas pra postar mais pra vocês.
Essa fic ainda promete muita coisa. *-*

Pra quem está perguntando até onde a fic vai, será até o capítulo 39.
Então comentem muito para que os capítulos venham mais rápido. xD

Aah e ficamos felizes pelos comentários e elogios do capítulo anterior. Agradecemos muito.
E esperamos que tenha mais comentários como aqueles. *-*

Beijo das autoras.



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28/07/2010.

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