Verdades.



Ao cumprir dos sonhos | Capítulo 12.


Verdades.




A quantidade excessiva de pergaminhos, pastas, penas e tinteiros sobre sua mesa era algo normal para o cargo de vice-ministro que ocupava. Alguns casos ele passava horas para examinar, como o caso de um possível bruxo que planejava seguir os mesmos passos de Voldemort. Fazia questão de acompanhar este caso de perto, não queria outro bruxo das trevas à solta.


Três batidas em sua porta chamaram sua atenção e ele autorizou a entrada. Rony entrou no local, visivelmente apreensivo com alguma coisa ao ter um pedaço de pergaminho e uma pena em mãos. Harry levantou seu olhar para o amigo. Era comum sim ele visitá-lo, mas não com aquela expressão.


- Algum problema na sua seção? - Perguntou ao ruivo, que ocupara a cadeira diante de sua mesa.


- Não... – certificou-se de que a porta estava devidamente fechada e prosseguiu. – O problema é na minha casa. Especificamente, com a minha esposa. – emendou e corou.


- Como? - Harry o olhou confuso. - Andou discutindo com a Luna?


- Não, porque ela mal fala comigo, desde aquele dia... – murmurou chateado.


- O quê? - O moreno arregalou os olhos. - Por quê?


- Porque eu não sei ser romântico, nem nada... Acho que Hermione andou enchendo a cabeça dela com “histórias” de vocês.


Murchou os ombros, e suspirou. Até nisso as comparações com Harry eram inevitáveis, e ele saia perdendo, mas precisava recuperar a relação que tinha com a mulher, e por isso estava ali. Pronto para escutar piadas e se humilhar.


- E... - Harry abaixou seu olhar para o pergaminho em sua mesa, abafando uma risada. - Onde eu entro nessa história?


- Queria que você... – pigarreou, e Harry o olhou. As orelhas vermelhas como os cabelos, assim como o rosto inteiro. – Queria que você me desse algumas dicas. Como eu posso ser... – fez uma cara de asco. – Como eu posso ser romântico, e fazer com que Luna pare de birra e volte a ser como era?


Harry mordeu o próprio lábio, reprimindo uma gargalhada. Levou alguns segundos para que olhasse o amigo novamente, respirou fundo antes de prosseguir.


- Eu deveria não ajudá-lo. - Disse encostando-se a sua cadeira, recebendo um olhar surpreso do amigo. - Você debochou do meu lado "sensível romântico" muitas vezes.


- Sim eu admito que debochei, mas não imaginei que minha situação crítica com Luna duraria muito. – confessou um tanto desesperado. – Sabe o que é ficar sem fazer amor durante um longo, longo tempo? É meu amigo, as coisas chegaram a esse ponto! Então preciso que me ajude...


O moreno jogou a cabeça para trás ao soltar uma sonora gargalhada com a revelação que o outro fizera. Apenas encerrou a risada quando recebera um olhar furioso do amigo sobre si.


- Sinto muito pela sua carência. - Ele disse sorridente. - Mas eu não faço idéia de como é ficar sem fazer amor durante um longo, longo tempo.


- Certamente que não! – resmungou.


- No que a Luna mais te critica? - Harry perguntou ao revirar os pergaminhos sobre sua mesa. - Fora a falta de romance.


- Hum... Bem, ela disse que não reparo em nada, que sou esquecido com datas “importantes”, essas coisas que as mulheres adoram criticar! – respondeu.


- Pois é bom você passar a se lembrar. - Aconselhou ao ler um pergaminho. - É bom reparar no que ela faz, na rotina dela e se ela mudou algo. E jamais esqueça uma data importante. Elas odeiam que façamos isso.


- E como eu faço isso? Eu mal me lembro que dia é hoje... Trabalho demais, como eu vou chegar em casa e reparar em cada coisa? – coçou a cabeleira ruiva. – Isso é muito complicado.


- É mais fácil do que parece. - Disse Harry anotando algo no pergaminho. - Antes de sair de casa certifique-se de que dia é. Se você sabe alguma data importante vai saber o dia. - Ele franziu o cenho ao olhar para o amigo. - Você ao menos sabe a data do aniversário de casamento?


- Espere... – ele murmurou terminando de anotar alguma coisa no pergaminho que tinha nas mãos. – Eu me ajeito com isso...  – sorriu amarelo quanto à data. - Agora passe para a parte importante, sim?


- Faça surpresas. Elas adoram. - Ditou Harry voltando sua atenção para o pergaminho que lia. - Café da manhã na cama, jantar à luz de velas, lugares diferentes. Mas não exagere ou ela vai pensar que você está querendo agradá-la para conseguir ou esconder algo. Mione ficou uma fera quando levei o café da manhã na cama e em seguida contei que o Jared estava namorando a... - O moreno se calou ao se lembrar o nome que iria dizer. - Uma garota.


- Surpresa... Café da manhã na cama... Jantar... – murmurava escrevendo tudo no pergaminho, no entanto, quando o moreno mencionara a ultima parte, Rony esboçou um sorriso. – Mesmo? Jared está namorando?


- Ahn... - Levantou seu olhar para o ruivo diante de si. - Está. Mais apaixonado do que antes ao que parece.


- Isso só me leva a crer que ele não fugiu as origens, hum? – ergueu uma das sobrancelhas, e gargalhou.


- Não sou eu que estou pedindo conselhos amorosos porque a esposa se recusa a uma noite de amor. - Desdenhou o moreno ao levantar e guardar algumas pastas no armário ao lado.


- Obrigado, por se compadecer. – comentou sarcástico. – Quem escutou seus problemas fui eu naquele dia, e eu fiz isso com você? – indagou irritado. – Não, eu não fiz isso!


Harry parou de sorrir, se compadecendo, mesmo que fingidamente. Assentia em tudo que o outro falava.


- Mais alguma coisa, ou posso ir, antes que venha com mais piadas?


- Sim. - Harry encostou-se a sua mesa, cruzando os braços. - Diga para Luna que a ama mais vezes. Não diga só antes ou depois de... Você sabe.


Rony balançou a cabeça, realmente tinha muito que aprender com as dicas de Harry, e começaria com uma delas rapidamente, quando chegasse em casa.


- Eu agradeço por tudo, até pelas piadas... – disse outra vez sarcástico.


- Disponha. - Harry sorriu.


- Você me paga, Potter. – ameaçou fazendo uma careta, e então saiu da sala.


O vice-ministro, então gargalhou devidamente, mas no fundo estava feliz por ter ajudado o amigo. Não fazia idéia do que ele passava, mas podia compreender.


Consultou o relógio e suspirou aliviado em saber que mais um dia de trabalho havia terminado. Vestiu seu casaco e recolheu o pergaminho que Hermione lhe mandara mais cedo, pedindo para que a encontrasse na Floreios e Borrões. Ajeitou algumas coisas para que pudesse retornar ao trabalho com mais facilidade no dia seguinte e então saiu de sua sala. Seguiu para fora do ministério e em alguns minutos, quando estava seguro, aparatou.


Reapareceu em uma rua pouco movimentada do Beco Diagonal. A loja ficava na próxima rua e ele seguiu para lá. Entrou na loja e pode ver Hermione atendendo um casal logo adiante. Harry apenas a cumprimentou com um breve aceno, não querendo interrompê-la naquele momento. Caminhou pelo local, olhando alguns livros nas prateleiras.


Logo as vozes dos clientes se silenciaram, e ele pode escutar Hermione conversar com sua funcionária, Stacie. Deu a ela algumas ordens, e então a moça seguiu para fora. O moreno percebera devido ao som que a porta fazia cada vez que alguém saía ou entrava.


Sorriu, recolocando o livro que tinha nas mãos, de volta na prateleira. Era um exemplar novo, como muitos outros que o rodeavam.


Virou-se ao escutar a voz dela lhe perguntar: - Então, senhor, o que vai comprar?


- Estava pensando em surpreender minha esposa. - Harry sorriu ao olhá-la. - Mas ela aprecia demais a leitura. E é muito inteligente também. Provavelmente já lera a maioria dos livros que tem aqui.


- Hum, acho que eu gostaria da sua esposa. Ela é deve ser encantadora... – comentou sorrindo, enquanto ajeitava uns livros por onde passava. – Acho que há um que ela ainda não lera. – tomou nas mãos um exemplar de Runas. – Esse aqui...


- Que engraçado. - Ele apanhou o livro e folheou. - Runas era a matéria preferida dela em Hogwarts. Creio que até hoje seja.


- Eu não disse que ela era especial... – comentou e riu. – Este aí é um livro novo, mais completo e moderno, e ainda contem algumas curiosidades sobre Runas. – aproximou-se dele, e mordeu o lábio. – Porque não leva? Creio que ela vai adorar...


- O que acha que ela me dará em troca se eu levar esse livro? - Deu um passo para frente, seus corpos a poucos centímetros. Seus olhos fitaram os lábios da morena.


- Tenho certeza de que será bem recompensado por ela… - murmurou espalmando as mãos sobre o peito de Harry. Ficara na ponta dos pés, e sussurrou a ele. - Eu soube que ela comprou uma lingerie nova, e esta é bem do seu gosto.


- Tentador. - Sussurrou roçando seus lábios aos dela. - Demasiado tentador.


Hermione capturou os lábios dele, e conduzira-o num beijo cheio de fome. O moreno intencionalmente a encostou na prateleira próxima, e juntou seu corpo ao dela.


- Sim, você vai ver... – ela murmurou ofegante, antes que ele possuísse seus lábios outra vez.


Harry mordiscou de leve o lábio dela, pressionando seu corpo ao corpo da morena em um encaixe que o deixara fora de si. Mas ele precisava se controlar, afinal ela reservara algo especial para mais tarde. Separou seus lábios aos dela, sentindo-os implorar por mais um beijo.


- Vou levar. - Sussurrou com um sorriso no canto dos lábios.


- Vou fazer um preçinho camarada, senhor vice-ministro. – riu, pegando o livro.


- Muito gentil de sua parte, Sra. Potter. - Elogiou beijando-a levemente antes que ela se afastasse.


Ele a seguiu até o balcão olhou as portas, estavam fechadas, e a vitrine coberta por um tecido que ocultava tudo lá dentro.  Sorriu, vendo-a embrulhar o livro e colocá-lo numa sacola com o emblema da loja.


- Só vai lhe custar, um jantar caro. – ela comentou divertida, estendendo o embrulho.


Harry sorriu ao pegar o embrulho, colocando-o sobre o balcão. Encaixou o rosto de Hermione entre suas mãos, acariciando e olhando-a nos olhos.


- Pago o preço que for para vê-la feliz.


- Só um jantar já basta querido. – murmurou, alisando a gola da camisa do marido. As mãos desceram pelos ombros, e foram firmar-se na cintura dele. – E eu faço o resto quando chegarmos em casa... – sugeriu maliciosa.


- É um precinho camarada bastante justo. - Harry sorriu afagando os cabelos da esposa. - Estou começando a adorar Runas.


A morena riu e então o puxou mais pela calça, e o beijou lentamente, arrancando uma exclamação de Harry pela ousadia. Adorava vê-la desse jeito. Impaciente e suplicante.  Ele pressionou as costas de Hermione ao balcão, levando uma de suas mãos à nuca da morena e acariciando-a lentamente ao comandar o ritmo lento e prazeroso do beijo, fazendo-a suspirar em seus lábios. Sua outra mão usara para apertar a cintura fina por debaixo da blusa que ela vestia.


As mãos dela teriam o mesmo destino ao corpo dele, mas o sininho da porta a fizera se deter. Corada, abriu os olhos, e fitou o marido que continuava alheio a tudo.


Harry apenas despertou do momento quando Hermione permaneceu imóvel. Respirou fundo, pronto para azarar quem tivera a idéia de entrar no local e interromper aquele momento. Mas a visão diante de si fez com que seu sangue pulsasse cada vez mais forte em suas veias e a raiva o dominasse rapidamente.


- Desculpe, mas estamos fech... - ela que não o tinha visto ainda, assustou-se, ainda mais por fitar o marido. -... Victor, o que está fazendo aqui?


- Estavam mesmo fechando? - Ele perguntou com um sorriso zombeteiro ao se aproximar. - Desculpe Herrmione, mas eu prreciso de um exemplar do... - Seu olhar seguiu para o moreno ao lado. - Potter. Não o vi.


- Ah, eu vou matá-lo. - Sussurrou Harry com uma risada sarcástica ao virar o rosto para o outro lado.


- Não vai fazer isso... – murmurou a bruxa, ajeitando a roupa e os cabelos, e então saiu de onde estava. – Sim estamos fechados. Eu me distraí, e não coloquei o aviso.


- Deu parra perceber que sim. - Disse examinando o local, sem perceber a careta que Harry fazia ao imitá-lo. - Estou procurrando o exemplar de Negócios Bruxos e suas Metodologias. Me disserram que aqui tem.


- Sim, nós temos... – disse, suspirando, ansiando por aquele momento ser somente um delírio de sua mente. No entanto, a expressão de Harry não era nada irreal. – Eu vou apanhar pra você, só um minuto.


- Soube que abandonou o quadribol e se tornou vice-ministro, Potter. - Comentou Victor ao ficar a sós com o outro. - Posso perrguntar por quê?


- Não. - Respondeu Harry seco.


- Não entendo porrque guarda raiva de mim. - Victor prosseguiu, sorrindo. - Herrmione e eu tivemos algo no passado e...


- E é exatamente por isso que eu guardo raiva de você. E também por você ficar perseguindo-a mesmo sabendo que ela é casada. - Sibilou visivelmente irritado.


- Não estou perrseguindo Herrmione. Foi apenas uma coincidência encontrá-la aqui...


- Me poupe Krum. - Harry revirou os olhos. - Todo o mundo bruxo sabe que Hermione é dona da Floreios e Borrões. Todos sabem que ela levantou essa loja depois de tudo. Você poderia ter vindo mais cedo procurar o que queria, mas preferiu vir ao fim do dia imaginando que a pegaria sozinha e então se aproveitaria.


- Sou tão transparrente assim? - O búlgaro sorriu cínico.


- Eu deveria acabar com você. - Bradou Harry puxando-o pelo casaco, fulminando-o com o olhar.


- Você não me mete medo Potter. - Desdenhou querendo provocá-lo.


- Pois deveria temer. - Harry aumentou a pressão em sua mão. - Pouco me importa o que aconteceu entre você e ela no passado. Mas agora Hermione é minha esposa, e o que eu exijo de você é respeito e que se mantenha o mais longe possível dela. Não terei a menor pena em lhe jogar uma azaração que o faça ficar sem pensar em sexo pelo resto de sua vida.


- Não faria isso. - Victor o olhou assustado.


- Experimente Krum. - Sibilou com um sorriso no canto dos lábios. - Experimente vindo atrás de Hermione no seu local de trabalho. Juro por Merlin que irei descobrir que andou visitando-a e irei caçá-lo até no inferno se for preciso.


- Por que tantas ameaças Potter? - O búlgaro o empurrou, ajeitando suas vestes. Olhou maldosamente para o outro. - Herrmione ao caso lhe deixa desconfiado para que parreça um dementador vigiando a prisioneirra.


- Desgraçado. - Rispidou Harry entre dentes ao sacar sua varinha e apontar em direção ao peito de Victor, deixando-o sem reação. Harry adquirira o hábito de intimidar adversários com o passar dos anos.


Hermione antecipara o que estava vendo diante dos seus olhos, pegara o livro o quão rápido conseguira encontrá-lo na sessão certa. Agora mais do que nunca, julgava uma má idéia tê-los deixado a sós.


A varinha na direção de Victor não titubeava, e o ex-jogador de quadribol da Bulgária fitava seu oponente fixo em seus olhos verdes, brotando faíscas.


- Aqui está o livro! – exclamou pondo-se na frente de Harry, fazendo a contragosto, baixar a varinha.


Victor sorriu com asco ao observar a expressão contrariada de Harry diante da aparição repentina de Hermione. Pegou o livro, fazendo questão de tocar nas mãos da morena e atraindo a atenção do outro. Pela respiração rápida e a pressão que Harry fazia ao apertar sua varinha, era mais do que óbvio que estava prestes a explodir de ira.


O búlgaro retirou o dinheiro e o colocou sobre o balcão, voltando seu olhar para Hermione.


- Talvez voltarrei essa semana parra adquirrir outro livro que irei precisar.


- Por que não pede logo de uma vez? - Sibilou Harry aumentando seu tom de voz.


- Acredita que esqueci o nome do livro durrante o caminho? - Sorriu maldoso sem desviar seu olhar da morena. - Foi um prazer revê-la, Herrmione. Está encantadorra. - Emendou antes de deixar a loja.


- Filho da... - Harry fizera menção de segui-lo, mas Hermione o segurara pelo braço.


- Harry, por favor! – pediu aflita, eram poucas vezes que tinha o desprazer de ver o marido naquele estado. – Ele já foi, vamos esquecer isso.


- Esquecer? - Indagou com sarcasmo ao passar a mão entre os cabelos, bagunçando-os ainda mais. - Você ouviu as coisas que aquele búlgaro filho da mãe me disse?


- Não, eu não ouvi, mas por mais terríveis que tenham sido para você, esqueça! Não tem significado nenhum... – sorriu ternamente. – Vamos para casa, e eu vou recompensar você como combinamos.


Harry balançou a cabeça ao se virar de costas para Hermione. Respirou fundo, sabendo que por mais que ela pedisse para que esquecesse tudo seria impossível. Victor tinha ultrapassado os limites naquele dia, deixando-o tão irritado como não ficara há muito tempo. O que acontecera com a esposa minutos atrás se esvaiu de sua mente, dando lugar à fúria e ao ciúme.


A mulher respirou fundo, sentindo os músculos ficarem tensos, com a recusa tão aberta. O silêncio dele a magoava, porque era sinal de que novamente mergulhara em si mesmo, e não dividiria com ela nada além de berros e acusações.


- Não faça isso comigo, Harry. – disse, desistindo de tocá-lo, quando o mesmo se retesou. – Eu não tenho culpa de nada, não mereço que fique me tratando assim. Como se eu não fosse digna de sua confiança!


- Como é? - Harry se virou para olhá-la. Era como se as palavras unissem à raiva que sentia no momento, deixando-o mais irritado. - Será que você não percebeu que aquele imbecil veio nesse horário intencionalmente para te pegar sozinha?


- Mas não me pegou sozinha, e não faria diferença nenhuma se o fizesse... Entenda isso você! – acusou irritada também.


- Você entenderia se Gina Weasley fizesse o mesmo comigo? - Perguntou erguendo uma sobrancelha.


- Tinha que colocá-la no meio das nossas discussões outra vez, não é? – indagou exaltada. 


- Responda Hermione. Entenderia? - Ele prosseguiu sem dar importância ao que ela dissera. - Porque da mesma forma que eu tenho asco do Krum você tem da Gina.


- Até parece que gosta de me ferir tocando no nome dela... Victor não é nada para mim, nunca foi, será que não percebe? – retrucou com o olhar castanho marejado. – Eu detestaria, mas no fundo, eu confio em você... Sei que é fiel.


- Mas que droga, Hermione. Será que não entende? - Harry passou a mão entre os cabelos novamente. - O problema não é você. É ele. É o que ele poderia fazer. É tão difícil entender?


- Ah é sim. Sabe por quê? – o homem a olhou interessado. – Porque não aconteceria nada, se Victor tentasse alguma coisa que seja eu sei muito bem colocá-lo em seu devido lugar. Então o problema sou eu, sim! Na verdade, o problema é você, que me julga por ser possessiva e no fundo não passa de um tremendo filho da mãe! – despejou tudo, e seguiu para detrás do balcão, aonde ia enfiando coisas dentro da bolsa, enquanto chorava.


- Ótimo. - O moreno ergueu as mãos, respirando fundo. - Ótimo saber que o problema sou eu. Melhor ainda em saber que eu ter ciúmes é errado e que eu não passo de um tremendo filho da mãe.


- Que maravilha... – murmurou chorosa, dando a volta no balcão. – Agora saia da minha frente, antes que eu o amaldiçoe por ser tão cretino!


- Se é isso que deseja. - Rispidou colocando o livro sobre o balcão, caminhando a passos longos até a porta e batendo-a com força ao passar.


...


Seu olhar estava perdido nas chamas que crepitavam na lareira diante de si. A discussão que tivera horas atrás ainda ecoava em sua mente, lhe causando um choque desconfortável. Consultou o relógio pela terceira vez, estava ficando tarde e até agora ela não retornara. Por mais que ainda estivesse zangado com as palavras que ela usara para atingi-lo, estava demasiado preocupado. Devia estar preocupado, ela era sua esposa.


O receio o impedia de ir procurá-la, mas teria que fazê-lo. Nem que para isso tivesse que começar uma nova discussão com ela. Precisava saber ao menos se ela estava segura. Levantou do sofá e apanhou sua varinha e o casaco, saindo daquela solitária casa. Vestiu o casaco e, em seguida, aparatou.


Procurou nos lugares mais prováveis em que imaginara encontrá-la. Hermione não estava na Toca, na casa de Rony, na Floreios e Borrões e tão pouco na casa de alguma amiga. Apenas uma opção lhe restava e ele rezava imensamente para que estivesse certo e a encontrasse lá.


Sabia que era muito tarde e que todos estariam dormindo, mas como ele poderia ficar em paz consigo mesmo sem procurar saber onde ela estava? Subiu os degraus da varanda e tocou a campainha. Teve que esperar alguns minutos para que alguém acordasse e abrisse a porta. Ele fora recebido por uma Sra. Granger surpresa ao vê-lo ali.


- Harry, meu querido... Entre. – falou ainda incerta ao dar passagem a ele. Mas em seu intimo, estava certa de que fazia tudo pelo bem da filha e do genro. – Está frio aí fora...


- Eu estou bem, Sra. Granger. - Harry suspirou. - Apenas queria saber se Hermione está. Tivemos um mal entendido mais cedo e ela não voltou para casa até agora. Estou preocupado.


- Oh, sim. Ela está aqui com Benjamim e Lily. – disse segurando o robe contra o pescoço, quando batera-lhe um vento frio. – Ora, vamos, entre!


- Graças a Merlin. - Exclamou aliviado, aceitando o convite da anfitriã apenas por sentir frio com a porta aberta. - Será que posso falar com ela? - Perguntou ao entrar.


Jane sorriu fino, conduzindo o genro até a sala aquecida. Parecia a Harry estar em outro planeta. Lá fora tão frio, e ali dentro tão aconchegante.


- Eu... Não sei se ela quer vê-lo... – murmurou pesarosa.


- Ela disse isso para a senhora? - Indagou mordendo o próprio lábio.


- Bem, ela não precisaria dizer, chegou aqui chorando e dizendo coisas sem nexo. Imaginei que haviam brigado. – comentou Jane. – O que aconteceu?


- Um demô... - Harry interrompeu a frase ao receber o olhar surpreso da mulher sobre si. - Um problema do passado que voltou. Acabamos discutindo e perdemos a linha da paciência.


- Eu não sei se devo chamá-la, ela estava bastante chateada. Não é porque eu não queira que se acertem, mas fazer isso de cabeça quente é um tanto arriscado, não acha?


- Sim, eu entendo perfeitamente. - Concordou respirando fundo. - Também não estou querendo piorar ainda mais a situação. Apenas queria saber se ela está bem.


- Está não se preocupe. John e eu estamos cuidando dela temporariamente, enquanto vocês dois não esfriam os ânimos. – a mulher sorriu doce. – Vão se acertar, Harry. Vocês se amam muito...


- Eu espero. - Suspirou. - Vou voltar para casa. Obrigado por tudo, Sra. Granger. E me desculpe incomodá-la tão tarde.


- Não é incômodo nenhum, querido. - sorriu a ele. - Quer que eu diga que esteve aqui?- Jane perguntou.


- Tanto faz. - Harry forçou um sorriso. - Ela não vai se importar mesmo. - Completou antes de sair pela porta, sendo recebido pela noite escura e uma forte brisa fria.


...


Hermione prosseguiu pelo resto da noite e o dia seguinte todo na casa dos pais. Não mandara uma coruja ou ao menos um recado sequer ao marido para avisar algo, ou insultá-lo por ser um cretino, um tremendo filho da mãe.


Aquelas palavras de certa forma ainda ecoavam na mente de Harry e fazia despertar uma ira surpreendente dentro de si. A esposa jamais fora tão longe, mas quando atingira o outro nível não o agradara em nada. Tão pouco fizera questão de ir atrás dela novamente para ter notícias. Ainda estava furioso, tão furioso que se a visse novamente tinha certeza de que outra discussão começaria.


Levantou de sua cadeira no escritório ao ouvir algo. Depositou o copo de uísque de fogo sobre a mesa. Não bebera demasiado como fizera na última discussão que tiveram, mas a bebida não o acalmou nem um pouco. Seguiu para a sala, surpreendendo-se com a imagem da esposa no aposento, percorrendo o olhar como se certificasse se ele estaria em casa. Um sorriso sarcástico desenhou em seus lábios.


- Olha se não é minha querida esposa. - Disse assustando-a. - Que surpresa em vê-la.


- É mesmo? - Hermione indagou irritada, e tampouco querendo se prolongar ali numa conversa.


- Me diga... O que veio fazer aqui? - Perguntou cruzando os braços e encostando-se à porta. - Cumprir sua promessa e me amaldiçoar por ser um cretino?


- Não vou perder meu tempo com você... Só vim pegar algumas coisas. Uma muda de roupas para mim, e pras crianças. - respondeu sem olhá-lo. - Não se preocupe, não vou te infelicitar com minha presença.


- Já infelicitou. Está aqui não está? - Ergueu uma sobrancelha ao se aproximar da morena. - O que aconteceu com você Hermione? Perdeu sua coragem Grifinória no caminho para cá, já que nem ao menos se deu ao trabalho de me olhar?


Ela não o respondeu muito menos se limitou a olhar para ele. Hermione não queria que o marido visse em seus olhos o quanto sofria. Não queria que ele visse em seu rosto o quanto chorara a noite toda, e tivera que controlar os soluços quando os filhos acordaram. Havia mesmo perdido a coragem, então silenciosamente, subiu as escadas.


- Ou talvez... - Harry prosseguiu ao subir as escadas atrás de Hermione. - Veio até aqui para ver se estou chorando um rio pelo que aconteceu.


- Não choraria... - murmurou abrindo o closet. Pegou uma sacola de viagem, e a abriu em cima da cama. - Eu aposto que não... Para que, se não teve culpa, não é mesmo?


- É assim que me julga não é querida? - Disse dando ênfase na última palavra. - Para você eu não passo de um homem frio e insensível que só sente raiva e ciúmes. Nada mais do que isso.


- Olha, eu não vim aqui para discutir... Então agradeceria se parasse de me ofender, e acusar coisas, além do mais, pare de ser sarcástico! - pediu, jogando as roupas dentro da sacola. Queria muito ir embora e não ter que encarar Harry.


Harry sentiu a fúria percorrer cada parte de seu corpo, fazendo com que perdesse o juízo novamente. Aproximou-se de Hermione e a puxou pelo braço, fazendo com que ela se virasse. A morena podia perceber a raiva contida naqueles olhos verdes.


- Você vai me escutar. - Disse Harry entre dentes. - Nem que isso gere outra discussão, mas você vai me ouvir. Eu não tenho culpa se Victor Krum é um canalha. E tão pouca culpa eu tenho se vocês já tiveram algo no passado. Mas é esse tremendo filho da mãe e cretino aqui, que te ama a ponto de ficar cego de ciúmes, e falar asneiras que talvez te magoem. E é esse cara aqui que não conseguiu dormir durante a noite, preocupado se sua esposa estava se definhando depois da discussão que tiveram no dia anterior. Portanto Hermione, o mínimo que eu exijo de você é compreensão de sua parte. Entendeu?


- Me solta! - ela disse sentindo o choro voltar com força. - Você quer compreensão? - indagou e riu, algumas lágrimas escorriam. - Eu não mereço isso também?!


- Me responda você, Hermione. - Harry a olhou nos olhos, irritado. Não iria soltá-la. - Não foi você quem me acusou primeiro por pensar que não fosse digna de minha confiança?


- Eu detesto você, de verdade! - berrou, tentando se soltar, mas os dedos dele lhe apertavam com mais força. - Porque o modo como está agindo só me leva a crer que pensa que eu o trairia. Sendo que eu preferiria morrer a fazer isso... Isso é o que não consegue entender, Harry. Só enxerga o que quer!


- Você me detesta? - Ele indagou entre uma risada irônica. - Ótimo. Tá esperando o quê pra entrar com o pedido de divórcio? Talvez seja isso que você quer. Porque da minha parte eu sempre confiei em você. Por mais que acredite ou não.


- Talvez seja uma boa ideia pedir o divórcio... Assim eu fico livre e posso ficar com Victor, não é? - provocou, vendo os olhos dele queimarem de raiva.


- Faça o que achar melhor. - Rispidou Harry soltando-a de uma vez, fazendo com que Hermione caísse sentada na cama. - Pegue suas coisas e vá embora. Talvez Krum te dê um teto.


A morena o olhou, assustada, os cabelos caiam em sua face chorosa. Ela enterrou as mãos no rosto, e chorou dolorosamente. Murmurava o quanto o odiava, mas Harry não se movia.


- Eu não preciso dele, vou pra casa dos meus pais, e se é isso que quer, vou falar com um advogado... - disse entre soluços.


Harry se virou por um momento, passando a mão entre os cabelos. Sua respiração estava bastante rápida, o que não ajudava em nada para que se acalmasse. Suspirou e voltou-se para Hermione. Sentia pena por deixá-la naquele estado e a vontade de abraçá-la e dizer que tudo ficaria bem o consumiu. Mas ele não o faria.


- Já disse. Faça o que achar melhor. - Repetiu caminhando até a janela, contemplando a noite.


- Certo... - balbuciou, levantando-se da cama. Trêmula, voltou a colocar as roupas na sacola, no entanto, agora, as peças eram muitas.


Estava destruída, muito mais do que imaginou. Tentou não chorar, mas era impossível não fazê-lo. Imaginar que Harry dissera tudo que não queria ouvir esmagava seu coração. Arriscou olhar para ele, e o moreno dera as costas a ela. Pesarosamente, aquele parecia o fim de seu casamento...


- Sabe de uma coisa? - Disse Harry ainda de costas, atraindo a atenção da esposa para si. - Você podia ser a aluna mais inteligente de Hogwarts, mas quando se trata de nós dois sempre cede na primeira barreira. Pensei que me conhecesse o bastante para saber que eu confio em você, mas não suporto a idéia do que Krum poderia ter feito se a encontrasse sozinha. E não diga que você o colocaria no seu devido lugar, Hermione. - Bradou virando-se para a morena, que abrira a boca para dizer algo. - Você não o conhece tão bem quanto pensa.


- O que quer dizer com isso, Harry? - perguntou confusa.


- Há um bruxo que quer seguir fielmente os passos de Voldemort. - Harry começou a explicar, deixando-a interessada no assunto. - Victor Krum trabalhou para ele anos atrás e eu não sei ao certo se ainda trabalha. Mas se ele se aproximou de você não foi por boa intenção, Hermione.


- Por que... Porque não me disse isso antes? Por quê?


- Porque eu não posso e você sabe. - Respondeu como se fosse óbvio, mas ver seu casamento por um fio lhe obrigou a contar a verdade. - Sou o vice-ministro e você sabe que não posso sair por aí relatando casos confidenciais. E não tenho provas concretas nem nada.


- Não poderia nem contar a mim? Sempre compartilhou comigo assuntos importantes... - balbuciou, sentindo-se um tanto enganada. Nunca o posto de Harry fora empecilho para que ele lhe informasse das coisas.


- Porque não era importante, Hermione. - Harry aumentou seu tom de voz. - Porque era apenas um caso que não nos afetava como está afetando agora. E eu já disse que não tenho provas e nada de concreto.


Hermione bufou, massageando as têmporas. Em seguida respirou fundo... Estava tão confusa, que era difícil pensar. Longe do ciúme, Harry estava preocupado com ela, mas como poderia saber se ele não havia dito nada?


- Eu... Eu não sei o que pensar... - murmurou ela, suspirando. - Preciso de um tempo.


- Você queria a verdade não queria? - Perguntou franzindo o cenho. - Agora já tem. Se quiser continuar pensando os horrores que pensa sobre mim vá em frente. Talvez eu esteja realmente errado por querer protegê-la. - Emendou antes de caminhar até a porta para deixar o quarto.


- Por favor, não vá. - ela disse antes que o marido atingisse a saída.


Harry parou, respirando fundo. Aquela discussão o levara ao nível de cansaço e não tinha mais palavras para se defender ou criticar algo. Tão pouco queria que Hermione desse continuidade nisso tudo. Virou-se para olhá-la.


- Hermione eu estou farto disso. - Disse após um suspiro. - Eu apenas te peço desculpas por tudo que disse e que possa ter te magoado. Realmente não era minha intenção, mas não podia ficar calado depois de tudo. Pegue o que precisar e tome a decisão que achar melhor. Não vou culpá-la por isso.


- Quem é desiste de primeira, hum? - retrucou, se aproximando dele. Harry sorriu cinicamente. - Eu... Admito que me exaltei, mas não pensei que Victor pudesse ser tão "perigoso".


- Pois agora sabe. - Retrucou revirando os olhos. - E eu não estou desistindo. Não mais quando, ao que parece você desistiu primeiro.


- Acha justo desistirmos de quase 17 anos juntos, por uma besteira? - questionou Hermione. - Estamos de cabeça quente...


- Não eu não acho. - Suspirou olhando-a nos olhos. - Muito menos quero desistir de você.


Hermione sentiu o coração acelerar dentro do peito. Como era possível sentir raiva e ternura numa fração de segundos? A resposta era fácil. Harry Potter a fazia sentir muitas coisas, às vezes todas ao mesmo tempo, ou uma só em crescente aumento. Ela não sabia o que dizer muito menos o que fazer, só não queria que ele interpretasse seu silêncio erroneamente.


Mas Harry assim não o interpretara. Não ao dar um passo na direção da morena, puxando-a pela cintura e a trazendo o mais próximo possível. Sua mão lhe afagou a face com carinho, fazendo com que ela fechasse os olhos ao senti-lo contornar seus lábios com o polegar. A respiração quente dele estava próxima de seus lábios, podia senti-la.


- O que acha de esquecermos o que houve? - ela sussurrou. - Não quero mais brigar com você...


- Você é realmente inteligente. - Harry sorriu, fazendo-a abrir os olhos. Era a primeira vez que ela o vira dar um sorriso sincero após tudo que aconteceu.


- Eu te amo... Realmente sou inteligente. - Hermione brincou, pousando os lábios sobre os dele.


- Também amo você, Mione. - Sussurrou contra os lábios da morena, beijando-a ávida e lentamente.


Hermione arfou ao senti-lo tão carinhoso, de nada se parecia com o homem que a recebera, cheio de espinhos e sarcasmo. O corpo todo estremeceu, quando experimentara uma das mãos dele lhe acariciar a cintura, e a outra cortar a distância ínfima entre eles. A mulher enterrou os dedos nos cabeços fartos e negros, acariciando também.


Ele deslizou sua mão até a nuca de Hermione, acariciando-a ao mudar o ritmo do beijo. Ambos suspiraram naquele instante, ainda mais Harry ao senti-la puxar seus cabelos. O beijo seguia um ritmo lento e voraz ao mesmo tempo, ao gosto da reconciliação.


Sem parar o beijo, ambos caminharam rumo à cama. Harry jogou as coisas da esposa no chão, e a deitou ali. Ofegantes se olharam por minutos, de uma maneira tão intensa que acendera ainda mais os desejos de ambos.


Os lábios de Harry roçaram-se nos de Hermione, provocando-a e fazendo com que respirasse fundo, ansiando por mais um beijo do moreno. Mas ele não a beijou, fazendo com que ela soltasse um muxoxo de protesto. Ele sorriu, descendo seus lábios até o pescoço da esposa e beijando-o lentamente, dando leves mordidas pelo local. A frustração fora esquecida, dando lugar às sensações que ele despertara em si.  Hermione sorriu, sabendo que aquela seria mais uma noite de amor.


...


Alguns raios de sol entraram pela janela, despertando-a. Sentira um ótimo aroma que fizera seu estômago roncar. Espreguiçou-se na cama, virando para o lado. Como imaginara ele não estava ali. Esperou mais alguns minutos na cama, afastando a preguiça para que pudesse finalmente levantar.


Jogou os lençóis para o lado, vestindo a primeira coisa que encontrara em sua frente, uma das camisas do marido. Tomando cuidado para não pisar nas peças de roupas que ainda estavam espalhadas pelo chão, saiu do quarto. À medida que descia as escadas o aroma se tornava mais forte, dando-lhe água na boca.


Ao chegar à cozinha o viu próximo ao fogão. A imagem a fizera suspirar já que ele vestia apenas a calça, atraindo a atenção do moreno para si.


- Imagino que esteja com fome. - Harry comentou olhando-a de baixo para cima, sorrindo maroto. - Com certeza está.


- Você sempre sabe do que eu preciso... - ela disse se espreguiçando outra vez, quando fizera o tal gesto atraíra muito mais os olhares de Harry. Hermione se aproximou dele, e mordeu o lábio. - O que fez pra mim?


- Torradas, panqueca, suco de abóbora. - Harry a sentou sobre a mesa, se encaixando entre as pernas da morena. - Mas se não for o suficiente, tem a mim. - Sussurrou provocante próximo a orelha de Hermione. - Você está tentadoramente sexy assim.


- Você acha mesmo? - ela perguntou, espalmando as mãos sobre o peitoral desnudo do moreno. Passou as unhas sobre a pele dele em seguida, fazendo-o gemer baixo.


- Tenho certeza. - Disse respirando fundo no pescoço de Hermione, sentindo-a estremecer. Ele a olhou, mordendo o próprio lábio ao deslizar uma das mãos pela coxa exposta da morena. - O que vai querer no café da manhã?


- Que tal você? - sussurrou, antes de mordiscar-lhe o lóbulo da orelha.


- Sou todo seu. - Murmurou afastando um pouco para olhá-la, roçando seus lábios aos dela. - Sra. Potter.


Mordiscou de leve o lábio inferior de Hermione, iniciando um caloroso beijo. Suas mãos apertaram a cintura fina, puxando-a para mais perto e pressionando seus corpos. Sua língua fazia um trabalho lento e prazeroso, fazendo a morena suspirar e se agarrar cada vez mais ao seu corpo.


Suas mãos adentraram pela camisa que ela vestia, tocando a pele macia e quente naquele momento. Ela estremecera quando uma das mãos dele lhe acariciaram a barriga lentamente, enquanto a outra deslizava sutilmente pela coxa. Hermione cravou suas unhas nas costas do moreno, fazendo-o arfar e interromper o beijo. Ele a olhou, ofegante.


- É bom tomarmos café antes de prosseguir. Você tira todas as minhas energias. - Sorriu maroto.


- Então acho que vou querer as panquecas. - Hermione brincou, arrancando um riso do marido. Beijou-o outra vez, e rumara atrás da calda de frutas vermelhas. - Espero que Lily não tenha vindo aqui, comido o doce, e deixado o frasco vazio. - disse, abrindo o armário.


- Provavelmente. - Disse Harry sentando em uma das cadeiras e se servindo de suco de abóbora. - Ela sempre faz isso.


Hermione riu, quando enxergara as marcas de dedinhos na madeira do armário. E em seguida, o pote de doce vazio. Virou-se para Harry e disse:


- Acho que vou ter que me contentar com outra coisa.


- Eu disse. - Harry riu antes de morder sua torrada.


- Vamos ver o que sobrou pra mim... - ela murmurou, erguendo-se para ver o que lhe era oferecido. Harry sorriu ao vislumbrar suas pernas. - Puxa só damasco. Precisamos nos reabastecer...


O moreno permaneceu em silêncio, seu olhar percorrendo a visão deslumbrante que Hermione exibia ao vestir sua camisa. Ele se encostou à cadeira, tomando outro gole de seu suco de abóbora sem desviar o olhar.


- Vou pedir a Molly aquela receita de geléia de amora, e vou esconder o vidro... - ela então se voltou para Harry, que a fitava intensamente. - O que foi?


- Nada. - Ele sorriu ao levantar seu olhar para o rosto de Hermione. - Estava apenas admirando a paisagem.


A morena corou, e riu, levando consigo até a mesa, o frasco de compota de damasco. Prendeu os cabelos num coque, e sentou-se ao lado do marido. Sobre o olhar interessado dele, Hermione encheu o prato de panquecas e em seguida as besuntou com o doce amarelado.


- Isso tudo é fome? - Perguntou olhando para o prato de Hermione, abafando uma risada.


- Não é o único que está sem forças, meu querido. - ela disse "séria".


- Eu notei. - O moreno riu baixo, servindo de mais algumas coisas em seu prato.


- Tenho que avisar mamãe que estou aqui, e muito bem... Ela deve estar preocupada. - comentou Hermione. - Ela me contou que esteve lá...


- Estive. - Confirmou sem desviar seu olhar de seu prato. - Estava preocupado. Te procurei em todos os lugares. Mas com certeza creio que ela não está preocupada.


- Como tem tanta certeza? - perguntou tomando um gole de suco.


- Porque ela parecia bem convicta ao dizer que nós íamos nos acertar. - Disse Harry olhando-a. - E ela sabe que nos acertamos da melhor maneira possível, ou do contrário você já teria voltado. - Completou com um sorriso no canto dos lábios.


- Uma boa explicação, senhor esperto. - ela riu, olhando para Harry. - Temos então que buscar as crianças, mais tarde.


- Mais tarde, bem mais tarde. - Concordou olhando para a esposa, um sorriso maroto nos lábios.


 


 


 


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N/A: Como vocês comentaram muito e pediram, aqui está o capítulo H/Hr.
Viram como que com os comentários de vocês os capítulos chegam rapidinho?
Então vocês comentem bastante que logo vamos postar o próximo.
Essa fic ainda promete muita coisa.
Só pra dar um gostinho de curiosidade...
Terminamos a fic.
Se querem saber o que acontece, comentem. Porque não faremos spoiller aqui. kkkk
Beijo das autoras.



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21/06/2010.

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