Segredar.



Ao cumprir dos sonhos | Capítulo 05.


Segredar.




Vestiu-se o mais rápido que pode para descer e tomar o merecido café da manhã. Adorava os fins de semana, pois teria mais tempo para aprontar. O café da manhã seria rápido. Queria terminar os deveres antes do teste para o time de quadribol.


Desceu as escadas, entrando no salão comunal da Grifinória onde tinha alguns alunos também empolgados pelo fim de semana. Encontrou James ao lado do amigo e cumprimentou rapidamente, atravessando o retrato da mulher gorda e seguindo em direção ao salão principal.


Ao terminar de descer as escadas de mármore que davam acesso ao saguão de entrada do castelo, encontrou uma morena passando por ele sozinha. Revirou os olhos ao sentir seu sangue ferver de raiva. Odiava aquela garota com todas suas forças e não estava nem um pouco a fim de dirigir uma palavra para ela. Mas a morena não ficaria calada.


- Aonde vai com tanta pressa, Weasley? Subornar alguém para que entre no time dos leõezinhos? – a voz dela, soou como um banho de água fria, fazendo-o estancar no mesmo lugar.


Voltou-se para ela, irritado, franzindo e unindo as sobrancelhas. Pandora sorria largamente, se divertia por fazê-lo sentir-se assim, tão furioso. Os olhos dela nunca pareceram tão profundos de escárnio, como agora.


A garota cruzou os braços, antes de trazer os cabelos escuros, presos numa trança para frente dos ombros.


- Ah, me esqueci, você não tem dinheiro para isso... – comentou fazendo uma cara forçada de pena.


- O que eu faço ou deixo de fazer não é da sua conta. - Sibilou o loiro entre dentes. - E eu não vou perder meu tempo com você, Malfoyzinha. - Emendou com sarcasmo.


- Me contento apenas com o Malfoy, não temos intimidade, mas gente da sua espécie deve gostar de diminutivos. – declarou, cinicamente.


- Malfoyzinha. - Disse dando ênfase no sobrenome. - Por que você não vai procurar o Snape e puxar o saco dele? Vocês Malfoy adoram fazer isso, não é?


Pandora espremeu os olhos, agora fora sua vez de se irritar, mas claro, não demonstrou isso por muito tempo. Ergueu a sobrancelha num gesto altivo.


- Não preciso disso. Sou a melhor aluna da minha casa, quiçá desse colégio. – disse cheia de si. – Muito melhor que você, com toda a certeza!


- Com toda certeza. - Caleb riu com gosto do que ela dissera, deixando-a mais irritada por dentro. - E eu sou Merlin em pessoa. - A olhou de baixo para cima. - Se enxerga garota.


- Quer começar seu dia com uma azaração? – indagou furiosa.


- Quem vai me azarar? - Perguntou erguendo uma sobrancelha e se aproximando da garota. - Você? Poupe-me, Malfoy. Tenho mais medo de um diabrete da Cornualha do quê de você.


Pandora engoliu em seco, respirou fundo, não conseguindo imaginar como aquele pobretão conseguia tira-la do sério tão facilmente. Sua disciplina e seriedade sumiam perto dele. Tudo que sentia era um misto de um inexplicável sentimento.


- Pois vai ver diabretes quando eu acabar com você! – resmungou sacando a varinha das vestes.


Caleb soltou uma sarcástica gargalhada, deixando a morena irritada e em ponto de duelo. O loiro fora mais rápido, segurando-a pelo pulso e a puxando para perto. Estavam próximos o suficiente para sentirem a raiva emanando da pele do outro. Ele a olhou nos olhos com um sorriso cínico nos lábios. A pressão no pulso de Pandora a incomodava, mas ela não iria reclamar diante dele.


- Pago pra ver você fazer isso. - Sussurrou Caleb.


- Me solta! – exclamou empurrando-o, mas tudo que conseguira fora ficar ainda mais perto dele.


Seus rostos estavam a centímetros um do outro, então se encaravam com extrema fúria, a qual fora se abrandando assim como a força da mão que segurava o pulso de Pandora, e assim como seu corpo que fora relaxando estranhamente.


- Me obriga. - Disse com os lábios próximos aos dela.


O olhar do garoto caiu sobre os lábios da morena. A vontade de beijá-la naquele momento percorreu seu corpo e o loiro se amaldiçoou imensamente por sentir isso. Com a mão que ele a segurava no pulso usou para puxá-la pra mais perto. A outra mão ele levou a nuca de Pandora, pressionando seus lábios aos dela.


A sonserina gemeu em princípio a protestar, mas tal iniciativa não durara muito. Não ao perceber o gosto surpreendente que tinha a boca de Caleb, e o quanto ele beijava maravilhosamente bem.


O loiro mordiscou o lábio de Pandora sutilmente, deliciando-se com o beijo da garota na qual ele tanto odiava. Ou pelo menos julgava odiar. Aquele beijo o deixaria mais confuso ainda a respeito. Suas mãos permaneciam imóveis, deixando apenas seus lábios agradá-la.


Agradara-a muito, muito mais do que poderia querer, mas sua razão a fizera enxergar o absurdo que era beijar Caleb Weasley. Então de repente, não queria mais sentir as sensações cálidas, e só queria se afastar.


O empurrou com força, fazendo com que suas bocas se desprendessem. O garoto, confuso, a fitou. Os lábios entreabertos, e inchados.


- Nunca mais ouse me tocar, seu pobretão! Nunca mais! – berrou.


- O que foi Malfoyzinha? - Caleb recuperou o juízo, voltando ao seu ódio desprezível pela garota. Mordeu o lábio inferior ao se aproximar novamente. - Vai negar que gostou?


- Eu odiei! – disse limpando a boca. – Foi imundo... Nojento. Grotesco!


- Não coloque a culpa em mim por você não saber beijar. - Disse zombeteiro.


Ela riu cinicamente. – Você é quem não sabe beijar!


- Não Malfoyzinha. Nenhuma garota nunca reclamou do meu beijo. Então se você diz isso é porque quem não sabe beijar aqui é você.


- Vai pro inferno, Weasley! – exclamou, fazendo menção de sair dali.


- Me ensina o caminho. - Caleb a seguiu. - Você está indo pra lá, não é? Esqueci-me. Você mora lá. Desculpe.


Pandora voltou-se, com a varinha apontada para ele. Avançou em passos rápidos, e parou quando a ponta desta encostou-se ao pescoço de Caleb. Ele nem tivera chance de pegar a sua varinha.


- Feche essa maldita matraca, eu avisei, vou acabar com você!


- Se quiser que eu te beije de novo é só pedir com jeitinho Malfoy. - O loiro sorriu com sarcasmo. - Posso até cogitar a possibilidade de talvez te beijar novamente só pra ver um sorrisinho nessa sua cara de amargurada.


A morena iria fazer algo, mas passos rápidos e a voz de um dos professores a fizera hesitar. No entanto, não fora rápida o bastante para esconder a varinha. Era a professora Fiona de adivinhação.


- Mas o que está acontecendo aqui? - A professora se aproximou assustada com a cena que vira. - Pandora Malfoy o que pretendia fazer com o Weasley?


- Ela queria me azarar professora. - Respondeu Caleb com um sorriso vitorioso. - Me transformar em um diabrete da Cornualha.


- Ele me provocou. – fizera uma cara inconsolável, a qual pareceu comover a mulher. – Não sabe as coisas que me disse...


- Isso é mentira. - Defendeu-se Caleb surpreso com a façanha de Pandora. - Eu estava indo pro salão principal tomar meu café da manhã e ela quem começou.


- Mentira... – murmurou, seus olhos estavam marejados para a surpresa de Caleb. – Eu não tive culpa professora, o Weasley é um grosso!


- É uma Malfoy mesmo. - Disse o loiro furioso com a situação. - Mentirosa também...


- Chega. - A professora interferiu na briga. - Não é de hoje que eu observo vocês dois brigando. Se não querem aprender a conviverem juntos por bem, terá de ser por mal. Detenção para os dois.


- Mas professora eu... - Caleb protestou indignado.


- Sem mais Weasley. - Fiona o calou seguindo para o salão principal. - Quero os dois na minha sala depois do almoço.


- Minha mãe vai me matar. - Sussurrou o loiro para si mesmo.


- Eu vou matá-lo antes... Não o perdoarei por isso! Maldito Weasley! – dizendo isso saiu correndo dali.


- Não se eu matá-la antes. - Gritou o loiro furioso ao vê-la sair correndo.


...


O moreno entrou no salão principal sentindo-se cheio de fome. Caminhou em direção à mesa da Grifinória coçando a nuca e perguntando pra si mesmo se estava delirando com o que vira.


Percorreu o olhar pela mesa na esperança de que encontrasse a namorada, mas ela não estava ali. Provavelmente ainda dormia. Ela sempre dormia até mais tarde nos fins de semana. Rotina que mudaria se fosse aprovada no teste para o time de futebol.


O irmão sozinho na mesa tomando seu café chamou a sua atenção. Sentou-se do lado dele, se servindo de suco de abóbora.


- Não brinca. - Jared fingiu surpreso ao examinar o pescoço do irmão. - Cadê sua coleira?


- E eu lá preciso disso? – perguntou sorrindo maroto.


- Espera. - O caçula tirou a varinha das vestes e murmurou um feitiço. - Vou repetir de novo minha pergunta. Preciso gravar isso. Cadê sua coleira James?


- Vai torrar a paciência de outra pessoa, ok? – ele resmungou, mas sorria fazendo isso.


- Queria que sua preciosa namorada ouvisse isso. - Comentou descansando sua varinha na mesa e comendo mais um pedaço de seu pudim.


- E a sua preciosa namorada, onde está? – James indagou, servindo-se de suco.


O garoto se engasgou ao tomar seu copo de leite, começando a tossir descontroladamente. James lhe deu alguns tapas nas costas para que ele recuperasse o fôlego.


- Quem disse... Que eu tenho namorada? - Jared o olhou ofegante.


- Ah me desculpe, mas não era você e a Kira que estavam trocando carinhos? – perguntou cheio de malicia. – Ou você está bancando o lerdo e não a pediu logo em namoro, ou não tem coragem, reforçando a minha teoria de que o chapéu seletor deveria tê-lo mandado para Corvinal.


- Cala essa boca. - Sussurrou Jared para o irmão olhando em sua volta para ter certeza de que ninguém ouvia a conversa. - Eu ainda não a pedi em namoro. Estou deixando acontecer. Mas pretendo pedir no próximo fim de semana, quando formos para Hogsmead.


- É isso aí garoto! – exclamou em incentivo. – A leve no café da Madame Pudiffot, ela vai adorar. Todas adoram. – aconselhou.


- Desde quando você está bancando o romântico sensível? - Jared ergueu uma sobrancelha para o irmão.


O mais velho revirou os olhos.


- Bem, antes eu diria que isso não é bem romantismo, é uma regra inicial que todo garoto sabe. Uma regra de sobrevivência nos jogos de conquista. – comentou, mordendo em uma torrada. – Mas agora, eu apenas digo, porque Emma sempre gosta de ir lá. Você sabe, lá tem uma decoração aconchegante, mesinhas circulares, você pode ficar bem juntinho...  – sorriu maroto.


- Ai meu Merlin. - Exclamou o mais novo assustado. - Eu não... Eu não sei lidar com isso. A Kira é a primeira garota que eu levo a sério.


- Não tem mistério, irmãozinho. – James disse, fitando-o. – Como você mesmo disse, é só deixar rolar. Mas tente um toque inesperado aqui, um sorriso ali. E... Seja você mesmo, acho que Kira gosta desse seu jeito chato e irritante.


- Obrigado pela gentileza. - Agradeceu com sarcasmo. - Mais alguma dica?


- Não, acho que você consegue sozinho. Afinal, não vai me levar a sério mesmo. – disse, comendo outra coisa que havia em seu prato. – Mas se quiser impressionar dê algum presente.


- E o que você sugere? - Empurrou seu prato e olhou curioso para o irmão. - Qual é James. Antes de você namorar a Emma era o maior conquistador de Hogwarts.


- Sim eu era, mas às vezes nem precisava comprar nada. – comentou exibido. – Do que Kira gosta? Você deve saber...


- Eu tinha que comentar isso. - Jared revirou os olhos. - Ela gosta de coisas exóticas e de outros países. E de surpresas também.


James ficou pensativo, por um instante, então se voltou para o irmão.


- Caleb disse que eles foram para França, e que ela ficou encantada com a torre Eiffel, e não parava mais de falar sobre isso... Então quem sabe poderia pedir ao papai para comprar uma miniatura em cristal e presenteá-la. Ou, se quiser algo menos trouxa, poderia comprar uma daquelas jóias que todas as garotas andam comentando. Emma me contou que elas mudam de cor e forma, conforme os sentimentos da pessoa.


- Boa idéia. - Jared sorriu entusiasmado. - Preciso escrever pro papai. - Levantou-se rapidamente, porém parou ao se lembrar de algo. - Tem um pequeno problema. Tio Rony vai me matar.


- Não vai, fica tranquilo. Ele não gostaria de ter problemas com nossa mãe. – comentou rindo. – Se tem alguém que o intimida, esse alguém é ela. Então se considere salvo.


- Ótimo. - O caçula sorriu aliviado. - Obrigado, James. - Agradeceu antes de se virar e sair.


- Não tem de que...


...


Prendeu os cabelos para trás. Não queria que eles atrapalhassem durante o teste. Estava nervosa, mas as palavras que seu namorado dissera na noite passada a fizera sorrir e se acalmar. Segurou a vassoura firme em sua mão e caminhou em direção ao campo.


Os jogadores do time estavam sentados em uma das arquibancadas, rindo e caçoando do nervosismo dos novatos que fariam o teste. Outros alunos, que não tinham o que fazer durante aquele dia de tarde, acompanhavam a avaliação.


Emma se aproximou do capitão do time da Grifinória, lhe entregando um pedaço de pergaminho onde estavam escritos seus dados. O moreno se aproximou para beijá-la, mas ela deu um passo para trás e olhou em sua volta.


- James aqui não.


- Porque não? – retrucou bancando o ofendido.


- Porque aqui você é meu capitão. Não meu namorado. - Respondeu ajeitando os cabelos. - Se tomarmos liberdade aqui, as pessoas vão falar.


- Diz de novo que sou seu capitão, diz... – murmurou enlaçando-a pela cintura, sorrindo de uma maneira que a fizera suspirar.


- Tecnicamente você só será meu capitão se eu for aprovada no teste. - Emma sorriu pensativa. - Portanto, se eu passar vou fazer questão de chamá-lo de meu capitão sempre.


- Está bem... Você é cruel às vezes. – comentou beijando-a levemente nos lábios, Emma o empurrou quase que quando seus lábios se tocaram. – Não deveria se importar com que os outros vão dizer, ninguém está prestando atenção na gente.


- Você acha? - Emma ergueu uma sobrancelha ao apontar para uma morena na arquibancada que olhava para eles e conversava com a loira ao seu lado.


- Poderia fingir que não, e concordar comigo, seria bem mais divertido, e proveitoso. – falou maroto.


- James você não presta. - A garota riu antes de beijá-lo levemente nos lábios. - Satisfeito?


- Sinceramente? – retrucou, estreitando-a nos braços.


- Claro. - Sorriu roçando seus lábios aos do moreno.


Então James aprofundou o beijo, apertando mais a namorada num abraço. Emma afundou seus dedos nos cabelos do rapaz, suspirando, sentindo-o comandar o carinho, cada vez mais intenso. Quando lhe faltou ar, o moreno a soltou.


- Agora, sim. Estou parcialmente satisfeito... – mordiscou-lhe o lábio. – Boa sorte.


- Obrigada. - Sussurrou sentindo seu corpo estremecer.


- Casal maravilha de Hogwarts? - Caleb chamou a atenção dos dois ao se aproximar. - Me desculpe interromper. - Entregou um pedaço de pergaminho para James. - Vou fazer o teste. Batedor.


- Boa sorte para você, vai precisar Weasley. – James disse se dirigindo ao centro do campo onde alguns garotos estavam esperando.


Os primeiros testes seriam para batedor e depois para artilheiros, o qual Emma participaria.


Caleb assistiu primeiro ao teste de um garoto do quinto ano. Era um bom batedor, mas se distraia com facilidade. Isso ocasionava em alguns balaços perdidos que acertavam os jogadores continuamente.


Quando chegara sua vez tentou se sentir confiante. Na realidade já estava confiante de que fazia parte do time. O primeiro que fizera o teste para batedor não surpreendera James nem um pouco. Ao ganhar altura usou o bastão com facilidade, conseguindo bater a maioria dos balaços para longe dos jogadores. Apenas uma vez perdeu um balaço quando um dos jogadores esbarrou em si. Ele tinha certeza de que aquilo fora intencionalmente.


A primeira a fazer o teste para artilheiro fora Emma. Com uma facilidade e agilidade surpreendente ela conseguia desviar dos outros jogadores e avançar para marcar pontos. Em um momento, um dos artilheiros do time partira para cima da goles, mas foi impedido de alcançá-la quando Emma desviou de um balaço e fizera mais um ponto, deixando os outros jogadores de boca aberta.


Todos tinham certeza de que nenhum teste superaria o de Emma. E estavam certos. Alguns não conseguiam desviar dos balaços. Outros não eram tão rápidos e sempre deixavam a goles escapar por entre as mãos.


Quando o teste se findou, James já tinha seus candidatos preferidos em mente. A grifinória certamente teria o melhor time naquele ano.


- Bem - ele disse ao lado de Tereza Duncan, uma das artilheiras titulares –, como temos apenas três vagas no time esse ano, os testes foram rápidos e graças a Merlin, com os resultados que eu esperava. – o capitão descontraiu.


- Fala logo, James. - Disse Caleb em um misto de ansiedade e curiosidade, sendo apoiado pelos alunos que fizeram o teste.


- Certo... Senhor Impaciente... Vou anunciar os sortudos para as vagas de batedores. Os quais terão que trabalhar muito bem nessa temporada. O time sonserino tem dois brutamontes como batedores, e eu vou ser um alvo muito, mas muito perseguido nos jogos. – comentou sorrindo maroto, ante o olhar preocupado de Emma, e de um confim de seguidoras. – E eles são: Oliver Jenkins e... – fizera um suspense enquanto o garoto negro vibrava. – E... Caleb Weasley!


- Eu sabia. - Exclamou o loiro entusiasmado.


Emma o parabenizou, respirando fundo e olhando para o time em sua frente. Precisava apenas saber agora quem teria conseguido a vaga de artilheiro. Estava demasiada ansiosa, mas não manifestaria isso como Caleb o fizera.


- Então, para a única vaga de artilheiro do nosso time, teremos Emma Hard. – anunciou com um sorriso nos lábios.


- Já era de se imaginar. - Comentou uma voz com sarcasmo diante do entusiasmo de Emma, que terminara naquele instante.


- Como é? – James perguntou erguendo a sobrancelha.


- É mais do que óbvio não acha? - Indagou atraindo a atenção de todos para si. - É lógico que Emma Hard, a namorada do capitão James Potter seria escolhida como artilheira.


- Isso é um monte de babaquice. - Emma revirou os olhos.


- Mesmo? - A morena sorriu. - O que foi que o James te falou antes do teste? Que você já estava no time?


- Emma não precisaria ser minha namorada para entrar no time, todos que estavam aqui viram o quanto ela é talentosa, e de suma importância pro nosso elenco. – James disse, irritado. – Ela foi excelente, pergunte a qualquer um.


- Em que sentido você quis dizer o excelente? - Questionou com sarcasmo. - No sentido de convencê-lo para colocá-la no time? Te convencer de algo é fácil não é James? Basta ser mulher e ter um belo par de pernas. - Emendou com uma piscada discreta para o moreno.


- Está se roendo de inveja, não é? Isso não vai colar, Jenna. – Tereza disse. – James tem razão, precisamos de gente boa esse ano, e Emma se mostrou melhor.


- Quanto uma coisa eu tenho que concordar com você, Tereza querida. Eu tenho inveja da Hard sim, mas pelo namorado que ela tem. - Disse recebendo um olhar furioso da garota. - Mas quanto ao desempenho dela como artilheira eu não tenho não.


- É melhor você dobrar sua língua. - Sibilou Emma se aproximando, porém sendo segurada por uma das garotas que estavam por perto.


- Ninguém discute aqui o que eu decidi, sou o capitão. – James disse sério. – Escolhi Emma, assim como escolhi Caleb que é quase da minha família. Acha que o estou beneficiando também? É... Eu acho que não. – respondeu ele mesmo, ainda mais irritado. – Mais alguém aí tem algo idiota pra dizer?


- Te vejo no primeiro jogo, querida. - Jenna disse para Emma antes de se afastar.


- Você tá bem? - Perguntou Caleb.


- Só um pouco irritada. - Emma respirou fundo ao observar a garota se afastar. - Mas logo passa.


- Não liga pra essa garota, ela é mesmo uma invejosa. – Tereza disse, sorrindo. – Mas seja bem vinda ao nosso time.


- Obrigada. - Emma sorriu aliviada por ser aceita pelo resto do time.


James ficou um momento calado, não gostou nada do que a outra dissera a seu respeito. Prezava muito a honestidade, e nunca colocaria Emma no time só porque ela era sua namorada.


Emma notou o silêncio do namorado até o momento. A expressão na face dele mostrava que ele estava irritado pelo que acabara de acontecer. Aproximou dele, acariciando-lhe a face e sorrindo.


- Tudo bem, capitão?


- Sim. – ele balançou a cabeça, e forçou um sorriso. – Tudo bem.


- Certeza? - Insistiu olhando-o nos olhos. Sabia que ele estava mentindo.


- Não gostei do que essa garota falou. Sabe que eu não escolheria nem a minha mãe, se ela não fosse realmente boa. – comentou nervoso.


- James todo o time sabe disso. E qualquer um em Hogwarts sabe o quanto você leva esse time a sério. Você não deveria dar ouvidos ao que ela diz. Acha mesmo que continuaria sendo capitão se não soubesse escolher os melhores jogadores? - Emma lhe sorriu terno, acariciando os cabelos do garoto. - Você é um ótimo capitão.


Ele sorriu, abraçando-a. aspirou o perfume dela, e afagou sua face.


- Obrigado. – disse. – Bem, vamos festejar com os outros. Caleb deve estar enchendo Jared, olhe só para a cara dele! – emendou, apontando para o irmão que revirava os olhos.


Emma olhou para onde ele havia indicado e começara a rir.


- Você tá namorando minha irmã. - Dizia Caleb ao moreno. - Não oficialmente. Mas se não assumir compromisso com ela logo eu te encho de cascudos e...


- Eu já disse que vou assumir. - Retrucou Jared.


- Eu também já disse para ele fazer isso! – James endossou rindo.


- Até você vai ficar contra mim agora? - Jared olhou surpreso para o irmão. - Eu já falei que vou pedi-la em namoro quando formos para Hogsmead. Ou vocês querem que eu a peça em casamento de uma vez?


- Depende. - Caleb fingiu pensativo. - O que você tem para oferecer?


- Ele ainda não pode se sustentar sozinho. Então, eu acho que nada. – mais velho dos Potter falou.


- Eu apenas vou pedi-la em namoro, tá legal? - Jared olhou para os dois. - Ou vocês pensam que é simples assim pedir uma garota em namoro?


- Seria sim fácil, é só dizer: Kira quer namorar comigo? – o apanhador refletiu, rindo junto ao outro. – Mas para você é mais fácil fazer uma poção complicada do que isso.


- Sinceramente. - Jared suspirou ao olhar para Emma. - Como você aguenta?


- Ele é muito fofo. - Disse a morena rindo ao abraçar o namorado. - Fácil de aguentar.


...


O ambiente era bastante agradável. Bem espaçoso e aconchegante, onde várias famílias se encontravam e se divertiam entre conversas e risadas. O cheiro das massas preenchia o local e abria o apetite de todos que entravam na pizzaria.


Era um local do mundo trouxa. Segundo a própria esposa, os filhos não deveriam se privar apenas ao mundo bruxo. Tinham que conhecer o mundo trouxa e saber lidar com ele. E eles realmente pareciam gostar disso.


Escolheram uma mesa próxima a uma janela no segundo local, era o mais cheio no momento. De lá poderiam ter uma vista do rio que cortava a cidade logo à frente.


- Deram trabalho para seus avós ontem? - Perguntou Harry para Lily e Ben, que estavam sentados na sua frente e da esposa.


- Que nada, só a Lily que desenhou em tudo que alcançava. – Ben respondeu. – O vovô leu pra mim, foi divertido.


- Eu desenhei muitão, papai. – a menina disse, abrindo um sorriso sapeca.


- E o que você desenhou? - Sorriu diante o sorriso que a filha esboçara.


- Um coelho, e um gigante. E o Rufus. – disse alegre.


- Vamos ter que recompensar minha mãe com papel de parede adicional. – Hermione brincou.


- A vovó fez biscoito. - Comentou Ben sorridente. - De chocolate.


- Coloca os biscoitos na conta também. - Disse Harry rindo para a esposa.


- O vovô disse que vai me dar um nena que fala. É só apertar a barriga dela. – Lily disse se referindo a uma boneca. – E ela é grande, mais maior que eu.


- E eu disse pra ele que já basta a Lily fazendo isso em casa o dia todo. - Ben revirou os olhos.


- Ben! – ralhou Hermione, relanceando os olhos no cardápio.


- Bobão! – a menina exclamou fazendo bico.


- Chata. - Sussurrou Ben.


- Dá pra parar? - Pediu Harry sério ao levantar uma sobrancelha após chamar o garçom.


- Vamos pedir logo, eu estou com fome. – a morena disse.


Os dois pararam as implicâncias rapidamente, então o homem vestido com um uniforme chamativo, viera até a mesa deles. Ele sorriu a Lily, mas a menina fechara a cara. Estava irritada com o irmão, e não faria graça a ninguém. Só James tinha esse dom, e ele não estava ali.


Hermione virou-se para o garçom.


- Só um minuto. – disse, para consultar a família. – Então, o que vamos pedir?


- De queijo! O Rufus gosta de queijo, um montão.


- Rufus não existe sua boba. - Disse Ben impaciente.


- Benjamim eu não vou falar de novo. - Harry o olhou franzindo o cenho. O garoto desviou o olhar. - O que você pedir tá ótimo. - Completou olhando para a esposa.


- Certo. – sorriu ao garçom. – Queremos uma pizza grande, metade quatro queijos e metade calabresa. Assim todos ficam satisfeitos.


- Queijo! – festejou Lily.


Acompanharam o garçom se afastar com o pedido antes de voltarem à atenção para a mesa.


- Eu tô com fome. - Comentou o garoto olhando para os lados.


- Tenha paciência, filho. Logo o garçom volta com nosso pedido, e vai matar sua fome. – Hermione disse gentilmente, passando a mão nos cabelos lisos do menino. – Então, o que mais fizeram na casa dos seus avós?


- Eu não fiz bagunça lá. Mas a vovó ficou reclamando que agora é só a Lily e eu que vamos visitá-los. O James e o Jared só vão quando você os obriga. - Disse brincando com o garfo no prato em sua frente.


- Seus irmãos estão crescidos, são adolescentes chatos. – a morena explicou. – Mas que bom que seus avós tem a vocês dois.


- É! E eu vou sempre, sempre pra casa da vovó e do vovô. – a pequenina disse, brincando com algo em cima da mesa.


- Eu também. - Ben concordou sorridente.


- Só não vão querer ir muito pra lá e esquecerem-se de nós. - Comentou Harry fingindo tristeza.


- Não, não, não! - Lily cantarolou, inclinando-se para beijar Harry.


Ele sorriu ao receber o beijo da filha, dando outro na face da garota em troca.


- Melação não. - Resmungou Ben cruzando os braços.


Hermione sorriu ao marido, e aproximou-se sorrateira do filho, pegando-o desprevenido e então lhe encheu de beijos no rosto.


- Adoro beijar você, querido. – ela dizia entre beijos e risos.


- Mãe não faz isso. - Ben olhou para os lados, envergonhado. - Eu já to grande pra você ficar fazendo isso em público.


- Não fala isso pra sua mãe. Parte o coração dela. - Comentou Harry abafando uma risada.


- E parte mesmo, Benjamim. Para mim, você nunca será grande o suficiente, para eu não beijá-lo mais. E em qualquer lugar. – a morena retrucou, um tanto tristonha.


- Eu disse que isso parte o coração dela. - Harry sorriu ao beijar a face de Hermione.


- Desculpa mamãe. - Ben se levantou, abraçando a mãe e beijando o rosto carinhosamente.


- Tudo bem meu querido. – disse, ternamente.


O garçom então chegara com a pizza, a qual cheirava muito bem, atiçando ainda mais a fome de Ben.


Todos se serviram de pedaços e se deliciaram com o sabor da pizza. Lily e Ben pediram sorvete de sobremesa. E Hermione acabou não resistindo, caindo em tentação por um sorvete também.


- O meu tá ótimo. Chocolate. - Comentou Ben sorrindo.


Lily começou a cantarolar assim que terminou seu sorvete. Ao fixar seu olhar na taça, esta começara a levitar sutilmente. Todos na mesa olharam surpresos para a cena. Hermione, desesperadamente, olhou para os lados certificando de que ninguém estava olhando. Harry levou a mão na taça e a abaixou rapidamente.


- Lily. O que eu já te disse sobre isso? - Perguntou em um tom de voz baixo.


A menina riu, mas a taça não parara seu trajeto, sibilando levantar vôo outra vez, no exato momento em que um garçom se dirigia em sua direção. Harry agarrou a taça no ar, e sorriu sem graça, quando o homem passou por ali.


- Lily, por Deus! – Hermione exclamou. – Não faça isso, filha.


- Tá bom, eu paro, mas o Rufus acha divertido.


- Não tem a menor graça. - Disse Harry sério para a filha. - Quer que todos saibam o nosso segredo?


- Não, não pode saber, né? – ela indagou como resposta. – Mas...


- Nada de “mas”, moçinha. – repreendeu Hermione. – Sabe que não pode praticar magia em lugares trouxas, a mamãe conversou com você sobre isso. Lembra-se?


A menina então assentiu.


- Não faça de novo. - Harry colocou a taça sobre a mesa.


- Será que podemos ir pra casa? - Perguntou Ben com cara de tédio. - Eu quero brincar com o Fé... - Levou a mão na boca para não falar demais.


- Com o Tristão dele. – Lily disse inocente.


- Tristão? – Hermione indagou.


Ben trocou um olhar de súplica com o pai. Apenas ele poderia salvá-lo naquele momento. Harry coçou a nuca, pensativo. Hermione era inteligente demais para cair em qualquer desculpa.


- An... Nada demais. Lily está falando coisas. - Disse Harry lançando um olhar de repreensão para a filha.


- Sei... Podem então começar a me dizer coisas também. E de preferência coisas verdadeiras. – disse séria.


- Está bem. - Harry suspirou olhando para Hermione. - Ben está cuidando daquele tritão que ele encontrou no jardim dos fundos perto da fonte. O nome dele é Félix.


- Mas... – riu-se em pânico. – Eu mandei que se livrasse dele.


- Eu... - Harry desviou seu olhar. - Eu deixei que ele ficasse com ele. Mas só fora de casa.


- Harry! Você não pode me desautorizar assim. Eu mandei que não ficasse com o tritão. – disse em voz baixa, mas o marido sabia a ameaça contida ali.


- Mione eu sei. Mas você disse que era pra tirá-lo de dentro de casa. Ele não está dentro. Está fora. - Ele sorriu na esperança de que aquilo a convencesse, mas sabia que era em vão.


- Há! Quanta diferença, Harry Potter. – ela se levantou, pegou Lily no colo. – Acho melhor voltarmos para casa...


- Mas Mione eu... - Harry se levantou. - O Ben queria e...


- Vamos embora.


Harry viu-se rendido em atender o desejo de Hermione. Era óbvio que ela estava zangada e contrariá-la naquele momento não seria o ideal. Chamou o garçom e lhe pagou a conta, sentindo Ben cutucá-lo para chamar sua atenção.


- Mamãe ta zangada. E agora? - Disse tristonho.


- Depois vou ter uma conversa com ela. - Disse Harry pegando o filho nos braços. - E com a perversa da sua irmã também.



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N/A: Olá pessoal! Atualização em clima de feriado... Esperamos que tenham gostado do capt, e que muitos comentários mais surjam por aí. Para aqueles que não viajaram no feriado, um bom divertimento com o capt! E para aqueles que viajaram (que vão ler isso depois, óbvio) juizo pessoal! kkkkkkkk.


Beijokas, a todos os leitores.



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