De repente tudo continua a mud



Ao cumprir dos sonhos | Capítulo 39
De repente tudo continua a mudar...


Acendeu a última vela da sala, aproveitando o silêncio que estava na casa. Após muita insistência, conseguira convencer Hermione de que as crianças poderiam passar uma noite na casa dos avós. Afinal, o que precisavam ultimamente era de um momento a sós. Algo que não tiveram nos últimos dois meses, desde o nascimento de Izabel.


Sabia que assim que a esposa voltasse iria exigir explicações sobre aquela decisão. E nada melhor para se justificar do que ela ver com os próprios olhos o que ele havia planejado. Desde que retornara de seu desaparecimento e com os últimos contratempos, não tivera oportunidade de voltar a ser o mesmo Harry Potter de antes. O Harry romântico, carinhoso, sensível e apaixonado pela esposa. Que por um momento de loucura e estupidez deixara de lado seus sentimentos por ela, focando-se apenas no mundo a sua volta. Esquecendo-se de que Hermione e sua família eram o seu mundo.


E naquela noite iria provar isso.


O som da porta sendo aberta o despertara de seus pensamentos. Hermione parara, observando maravilhada a luminosidade que as velas proporcionavam pela casa. O aroma agradável de flores a invadira, fazendo-a suspirar. E seus olhos castanhos brilharam ao fitar o marido, olhando-a com um largo sorriso nos lábios. Ele vestia uma camisa azul, a favorita dele. E que se tornara sua favorita também.


- Isso responde o porquê queria uma noite só para nós? - Harry perguntou.


- Eu deveria ter imaginado, mas sim... Responde. – ela disse, retirando o casaco. Fora difícil deixar as crianças com os pais, e ainda deixar com o marido, mesmo que por pouco tempo, Izabel, a qual dormia serenamente no andar de cima. Hermione sorriu, e desviou o olhar para a babá eletrônica, que Harry trouxera. – Ah, você aprendeu...


- E o engraçado é que ela não me chamou ainda. - disse rindo, olhando para o aparelho. - Justamente quando queria demonstrar que aprendi a usar essa coisa, ela está quieta. Dormindo tranquilamente.


- E você ainda reclama? – Hermione indagou rindo. – Lily não queria ficar na casa dos meus pais. Eu tive que ter jogo de cintura...


- Essa baixinha está incontrolável. - Harry murmurou, suspirando fundo. Olhou para Hermione, sorrindo maroto. - Ela herdou sua manha. E os ciúmes também.


- Certo, pode me culpar por isso. – a morena comentou, sorrindo como ele. Olhou outra vez ao seu redor, e então sorriu mais. – Esqueceu de pagar a conta de luz? Os trouxas são bem rigorosos com isso, e eles não te conhecem para que possa usufruir da sua fama. – emendou, reprimindo o riso quando o olhar de Harry se revirou. Ele sabia que a mulher estava dispondo de seu bom humor.


- Não exagere ou no próximo mês esquecerei-me de pagar a conta de água também. - ele ameaçou ao se aproximar com um sorriso nos lábios. Envolveu suas mãos na cintura de Hermione, trazendo-a para mais perto. - Apenas achei que precisávamos de um momento como esse. Igual aos velhos tempos. - completou, beijando-a levemente.


Já não era a primeira vez que Harry fazia uma surpresa como esta. Mas há muito tempo ele não o fazia. E mal conseguia lembrar-se de quando foi à última vez que isso acontecera. O fato de ele ter feito novamente foi o suficiente para fazer seu coração bater mais rápido. Com aquele gesto ele demonstrava o quanto a amava.


Hermione sorriu ao tocar o rosto dele, afagando a tez, carinhosamente. Amava-o tanto que chegava a sufocar-se com esse sentimento. E ele se multiplicara com o tempo, expandindo-se de uma maneira incontável. E sabia que esse amor ainda aumentaria mais e mais. Desenhou os lábios dele com a ponta dos dedos. Harry fechou os olhos.


Ele entregara-se aos seus sentimentos e as reações que Hermione o despertava. Era indescritível o que sentia quando ela o tocava de tal forma. Necessário o bastante para fazer com que o seu coração batesse ao mesmo ritmo que o dela. Em um ritmo sincronizado e apaixonado. Algo que jamais sentira antes a não ser com a morena. Sentiu-a se aproximar e ele a trouxera para mais perto, colando seus corpos.


Roçou seus lábios aos macios de Hermione, lenta e carinhosamente. Ela suspirou e foi sua vez de fechar os olhos, fazendo com um sorriso curvar-se nos lábios do moreno. Harry então dera início ao beijo.


Uma de suas mãos firmou-se na cintura fina da mulher, controlando a distância e fazendo com que ambos se tornassem mais cálidos. A outra se encarregou de soltar os cabelos fartos e castanhos, que estavam presos num coque. Gostava de senti-los, de apreciar ainda a fragrância que deles emanavam.


Hermione suspirou entre o beijo, e à medida que Harry a condicionava, ela o correspondia com igual ardor. Sentia seu coração palpitar frenético, como sempre o fora. E cada uma das ocasiões era diferente.


Findaram ao beijo minutos depois. Harry respirou fundo, fitando aos olhos castanhos que o olhava carinhosamente. Era incrível o que apenas o olhar de Hermione podia fazer consigo. Sorriu, enquanto seus dedos a acarinhava na face. Desenhando cada contorno feminino e delicado que ali havia. Então se aproximara outra vez, roçando seu nariz ao dela e prendendo-a em seus braços.


- Eu te amo, Mione. - murmurou.


- Eu te amo mais. – ela retrucou sorrindo.


- Duvido. - ele replicou, erguendo uma sobrancelha.


- Não devia me contrariar sabia...? – Hermione murmurou, arqueando uma sobrancelha também. Então dera um breve beijo nos lábios do marido. – Não devia... – sussurrou provocante.


- Isso é uma ameaça ao ministro, Sra. Potter? - Harry a olhou, sorrindo maroto novamente.


- Eu não sou ameaçadora, ministro. – respondeu em tom divertido. – Você acha que sou?


- Ameaçadora não. - sussurrou, beijando o pescoço alvo de Hermione e apreciando o doce aroma. - Mas tentadora você é. E muito.


A morena murmurou algo em resposta, mas nada real o bastante para se solidificar em palavras. Fechou os olhos novamente, e apreciava com gosto, os lábios de Harry em sua pele. Sorriu, quando ele capturara a boca feminina, para mais um beijo apaixonado.


Os lábios do moreno conduziam o beijo de forma lenta e apaixonada. Seus dedos firmaram-se na nuca de Hermione, apreciando a textura dos fios de cabelo e sentindo os lábios dela com mais intensidade. O gosto era único e doce, difícil de se acreditar em ser real.


- Adoro seus beijos... – Hermione sussurrou, adentrando com os dedos por sobre o tecido da camisa de Harry. – Na verdade, eu adoro tudo em você.


- Merlin, quando digo que você é tentadora. - Harry murmurou, dando alguns beijos nos lábios da morena enquanto a sentia acariciá-lo. - Eu também adoro tudo em você, Mione.


***


O almoço no sábado reunira os amigos na casa de Harry. E o moreno encarregara-se da função de cuidar de Izabel enquanto a esposa se encarregava do almoço. O que não lhe era incomodo nenhum, já que apreciava os momentos em que passava com a pequena. Para ele o encantava o quanto Izabel herdara da mãe. Não apenas fisicamente, tão pequena já demonstrava uma personalidade forte igual à de Hermione.


Esboçou um largo sorriso quando ela também sorriu, sentada em seu colo. Os cabelos pequenos e castanhos estavam enfeitados com uma fita cor de rosa, combinando com o vestido florido que ela usava. E isso o fizera lembrar-se de Lily quando tinha o tamanho de Izabel. Embora a filha ainda não aceitasse a chegada da caçula, sempre as comparava.


Rony desviou seus olhos da cena paterna que o amigo fazia quando a esposa entrara na sala. Luna trazia o pequeno Arthur nos braços, que nascera a poucas semanas. Os cabelos ruivos destacavam-se, assim como os olhos azuis.


- Cuide dele. Quero ajudar Hermione com o almoço. - disse para Rony, entregando com cuidado Arthur para os braços do pai. - Se conseguir fazê-lo dormir, agradeceria muito. - disse antes de voltar para a cozinha.


- Ele sempre dorme quando eu o pego, Kira era assim também... – o ruivo murmurou, beijando o topo da cabeça do filho. – Você gosta de estar com o papai, não é garotão? – disse carinhosamente, e sorrindo feito bobo. O menininho mexera as mãozinhas, e o pai rira.


Harry olhou para o amigo, sorrindo. Estava satisfeito pela mudança repentina de Rony, que fora para melhor. Assim como ele, o amigo também aprendera da forma mais difícil a dar valor no que era importante. E agora ambos reconheciam esse valor.


- Pra quem não queria outro filho você tá muito babão. - comentou Harry, segurando Izabel que sempre dava um jeito de fazer uma graça ou outra em seu colo.


- E tem como me manter longe disso, com esse meninão? – indagou sorridente, aninhando Arthur em seus braços.


- Eu só espero que o seu meninão fique bem longe da minha Izabel. - o moreno disse, voltando seu olhar para a pequena que olhava Arthur com curiosidade. - Não quero vê-la namorando antes dos 30 anos.


- São somente bebês, Harry. Por enquanto, para você apenas, é bom que eles convivam dividindo berços e fraldas. – Rony brincou. – Mais tarde quem sabe, eu não me vingo por Jared estar namorando Kira.


- Ah, você não se atreveria. - o olhou, arqueando as sobrancelhas.


- Ninguém manda no destino, Harry. Nem você que é ministro. – retrucou rindo.


- É o que nós veremos. - replicou, olhando para Izabel. A pequena abriu os bracinhos, fazendo outra graça ante ao olhar do pai. - Eu vou sentir falta disso. Hermione e eu prometemos que Izzie será a última.


Rony rira, fitando-o. Ele havia dito o mesmo quando Ben ainda não havia nascido. E depois dele, vieram Lily e Izabel. Mas o mesmo se aplicava a ele próprio, que jurava que não iria mais ter nenhum filho depois de Caleb e Kira, no entanto, estava demasiado contente com o caçula da família.


- Mas acostume-se eles precisam crescer... Não vão ser dependentes de nós por muito tempo.


- Por mais difícil que seja, estou me acostumando. - suspirou. - Ainda mais depois que James deixou Hogwarts. Merlin! Parece que foi ontem que ele tinha o tamanho da Izabel.


- É faz pouco tempo mesmo, uns 18 anos. – Rony comentou jocoso.


- Você também vai sentir o mesmo quando chegar sua vez. Se prepare. - retrucou, ignorando a piada.


- Não me faça sofrer antes da hora, ok? – falou, e afagou os cabelinhos vermelhos de Arthur. – Isso vai ser bastante difícil de aceitar, mas é a vida... – baixou os olhos para o bebê em seus braços, e sorriu largamente. – Eu não disse que ele iria dormir facilmente?


- E quem não dorme facilmente com você por perto? - Harry comentou, rindo. Ignorou o olhar do amigo, beijando a bochecha rosada de Izabel. - Acho que seremos só eu, você e sua mãe por hoje Izzie.


***


Virou mais um corredor no St. Mungus, procurando pela namorada. Ela seria a primeira a receber a notícia que o deixara imensamente feliz, fazendo com que um largo sorriso surgisse em seus lábios. O pergaminho estava amassado em suas mãos. Devido à euforia e entusiasmo que o atingira quando tinha recebido a resposta.


Encontrou-a ao final do corredor, colocando alguns frascos de poções em seus respectivos lugares no armário. Sem delongas, Marcus se aproximou. Kristen assustou-se quando ele a puxou pelo braço, entrando no primeiro quarto vazio que encontrara naquele mesmo corredor.


- Desculpe. Eu sei que você está em horário de trabalho. - o moreno disse, fechando a porta. - Mas eu não a incomodaria se não fosse tão importante.


- E o que é tão importante? Eu tinha que terminar meu trabalho antes que a minha supervisora me azare! – Kristen disse, corada, sem deixar o sorrisinho bobo sair dos lábios.


- Consegui uma vaga no curso de mestrado do ministério. - Marcus contou, sem rodeios, e o sorriso em seus lábios aumentara.


- Jura? – indagou e ele assentiu. – Oh, Marcus, isso é fantástico!


- É sim. - ele se aproximou, tocando o rosto corado da ruiva. - Mas eu não teria conseguido sem você. Se não fosse por sua paciência e as horas em que se dedicou para me ajudar com o estudo, só Merlin sabe o que seria de mim. - Marcus a beijou carinhosamente na testa. - Obrigado.


Kristen o olhou ternamente. O mérito era todo dele, mas com uma pequena ajuda sua, e lhe alegrava imensamente por Marcus o tê-lo lembrado. Sorriu, enquanto ele afagava seu rosto em chamas.


- Não precisa agradecer, afinal, você só precisava de um incentivo. – murmurou.


- E graças ao seu incentivo eu consegui. Porque você acreditou em mim. - sorriu, olhando-a nos olhos. - Queria que fosse a primeira, a saber.


A ruiva se aproximou dele, e lhe murmurou obrigada, antes de roubar-lhe um beijo. Ele a correspondera em igual, beijando-a carinhosamente. Nunca havia assumido um compromisso tão sério com uma garota. E ficava feliz em este ser com Kristen. Aprendera muito com ela ao passar do tempo, e aprenderia muito ainda. Findara a carícia beijando-a levemente nos lábios.


- Acho bom não exagerarmos muito. Não quero que arrume problemas com sua supervisora.


- Bem pensado... – a garota respondeu, ruborizada. – Já pensou se ela nos pega aqui?


- Se ela te azarar por isso eu diria que ela é uma velha mal amada e que nunca se apaixonou na vida. - Marcus disse, rindo.


- Sim, e ela te amaldiçoaria! – Kristen disse, tentando soar séria. – Mas... Se puder me esperar alguns minutos, eu termino tudo aqui, e podemos comemorar sua vaga no curso. O que acha?


- Ah, eu espero. - murmurou, beijando os lábios rosados outra vez. - Por você eu espero o tempo que for.


- Eu te amo, seu bobinho. Amo muito. – confessou, abraçando-o.


- Eu também te amo, Kristen. - Marcus declarou, dando-lhe um beijo rápido.


***


O primeiro passeio do ano em Hogsmead agradara e muito aos alunos de Hogwarts. Principalmente à Pandora Malfoy. A garota agradecera por ter um dia onde ficaria afastada dos olhares de pena e solidariedade que os outros lhe lançavam. Desde que voltara para o castelo, pessoas queriam saber como estava lidando com a perda do pai.


Era difícil para ela ainda falar nesse assunto. E o mais difícil ainda era quando alguém não respeitava tamanho sentimento. E surpreendera-se com a quantidade de pessoas falsas e mesquinhas que encontrara em sua vida. Aquelas que diziam serem suas amigas no passado se afastaram, assim que o pai falecera. Com Draco Malfoy morto, imaginavam que logo a filha perderia o título de popularidade. E as outras pessoas que se aproximavam apenas a enchiam de perguntas sobre o que realmente acontecera.


Se não fosse por Caleb, certamente já teria enlouquecido. O garoto estivera ao seu lado o tempo todo. Até mesmo quando retornaram para Hogwarts. Sempre a defendia de comentários insinuantes ou perguntas fúteis. Ao lado dele sentia-se protegida e confiante. Com Caleb conhecera o verdadeiro significado da palavra amizade. E Kira e Jared demonstravam isso também com o passar do tempo.


Entraram no café da Madame Pudiffot, sentando-se em uma mesa próxima à janela. Onde ficariam livres de olhares e comentários maldosos. Com Caleb também não fora diferente, já que alguns amigos seus não admitira o fato de um grifinório namorar uma sonserina. Ainda mais quando esta era Pandora Malfoy. Mas isso não o importava. Enfrentou até mesmo ao próprio pai para ficar ao lado de Pandora. E não seria por eles que desistiria.


Fizera o pedido, voltando-se para a namorada sentada ao seu lado. Passou seu braço pelos ombros de Pandora, trazendo-a para mais perto e a beijando na testa.


- Ainda bem que aceitou vir ao passeio. Precisava sair um pouco do castelo. - disse, afagando os cabelos de Pandora.


- Nem me fale, não aguento mais todas aquelas pessoas me olhando diferente... Sem contar aquelas que nem me olham. - a morena disse num suspiro. - Mas é ótimo respirar um pouco de ar puro. - emendou, esboçando um sorriso.


- Mais alguém te incomodou hoje? - Caleb perguntou, olhando-a.


- Não diretamente... Bem deixa isso pra lá, não é importante. Vamos esquecer isso... - ela disse, parando e fitando-o. Sorriu e roubou-lhe um beijo.


- Ah, eu já me esqueci. - Caleb murmurou contra os lábios de Pandora.


Tocou-a carinhosamente no queixo, aprofundando o beijo em seguida. O fato de o local ser público e de serem alvos de olhares não atrapalhava a troca de carícias do casal. Seus dedos afagaram a face macia da morena, ouvindo-a suspirar. Sua outra mão rumara para a nuca, guiando o beijo lento e carinhoso.


Pandora o correspondeu com igual sentimento. Nunca imaginou que pudesse senti-lo, e tão intensamente. E tinha certeza de que ele também compartilhava tal emoção. O afagou na face, partindo para afagar-lhe os cabelos loiros e lisos. O garoto a estreitou mais nos braços e cassara o beijo. Ambos ofegantes sorriram, se abraçando.


- Adoro passeios...  - Pandora murmurou.


- E eu adoro você. - sussurrou, roçando seu nariz ao de Pandora e a beijando levemente nos lábios. - Adoro não. Eu amo você.


- Eu também amo você, Caleb Weasley. Amo demais...


- Mesmo? - indagou maroto, erguendo uma sobrancelha. - Aguentaria um Weasley por muito tempo?


A sonserina sorriu divertida. Era sempre assim quando estava com o namorado. Ele alegrava-lhe os ânimos, mesmo sem intenção. E todo dia era diferente quando se tratando de Caleb.


- Posso aguentar muitas coisas, até mesmo um Weasley, chato e loiro... - brincou, fazendo um sorriso maroto brotar dos lábios do grifinório.


- Eu agradeço pelos seus elogios. - o loiro riu, beijando-a na face. - Então, vai fazer os testes para entrar no time de quadribol da Sonserina?


- Não sei. Quer ser meu adversário? - indagou e Caleb riu. - Acho que ficarei só na torcida. E que isso não venha a público, mas vou torcer pela Grifinória. - acrescentou sorridente.


- Isso me surpreende. - esboçou um largo sorriso. - Mas seu segredo está seguro comigo. Fique tranquila.


**


- Ainda estou tentando me acostumar com a ausência do James em Hogwarts. - Jared dizia, caminhando ao lado de Kira pelas ruas de Hogsmead. Envolvera-a de lado pela cintura, trazendo a garota para mais perto. - Tá certo que brigávamos mais do que o normal. Eu não o suportava e ele me pregava peças constantemente. Mas por incrível que pareça, eu me acostumei. - cessou seus passos, franzindo o cenho. - Eu disse isso mesmo?


- Ah, você disse! - Kira falou entre risos. - Mas te entendo. Apesar de tudo você e James tem uma boa relação. São amiguinhos. - emendou divertida, apertando as bochechas dele.


- Amiguinhos? Ele é insuportável. - Jared fizera uma careta. - E quando está de mau humor ele é desprezível. Quer saber? Por um lado é bom, passarei meses sem olhar praquela cara horrível dele.


- Jar... Confesse! Vai morrer de saudades. - parou em frente a ele, esperando uma resposta. Ele coçou a nuca, fingindo pensar. - E eu sei que não é isso que sente realmente.


- Está bem. - suspirou, dando-se por vencido. - Ele é meu irmão. Impossível negar que não vou sentir falta. - sorriu, envolvendo a garota pela cintura. - Mas eu tenho você. O que é muito melhor.


- Obrigada, Sr. Potter. - agradeceu lisonjeada de um jeito teatral. O moreno riu, trazendo-a para si, sorrindo. Então a garota roçou seus lábios aos de Jared, fazendo-o suspirar. - Você também é bem melhor do que qualquer outro.


- Eu adorei saber disso, senhorita Weasley. - murmurou, mordiscando-lhe o lábio.


A garota sorriu, murmurando algo antes de beijá-lo. Jared a correspondera, depositando seus sentimentos naquele gesto. Suas mãos firmaram-se na cintura de Kira, trazendo-a para mais perto. Os momentos que desfrutava ao lado da namorada eram únicos. E o que sentia por ela crescia em seu peito cada vez mais. Sempre fora apaixonado por Kira. Agora tinha certeza de que a amava e sabia a quão necessária ela era em sua vida.


- Vai aceitar a proposta da sua mãe de trabalhar na Floreios e Borrões no verão? - indagou assim, que ofegantes terminaram o beijo.


- Claro. - Jared a respondeu, sorridente. Entrelaçou sua mão a de Kira, retomando seus passos. - Adoro aquela loja. E sabe o quanto gosto de livros também. Isso vai ser ótimo para mim durante o verão, uma oportunidade de aprender mais.


- Eu vou dar uma mão pros meus tios na loja também. É uma maneira de fazer meu pai economizar com a minha mesada. - Kira disse orgulhosamente. - E vou ficar pertinho de você... Só não vai me trocar pelos livros, ok?


- Ah, eu não faria isso. Apesar de gostar dos livros, não posso namorá-los. - comentou, rindo junto com a namorada e lembrando-se dos dizeres do irmão. Era exatamente o que James dizia quando queria irritá-lo. - E eu posso até gostar de livros, mas é você que amo.


Kira sorriu encantada, sentindo o coração disparar dentro do peito. Não podia conter as batidas dele, quando ouvia tais palavras vindas de Jared. Elas eram cheias de amor, e carinho. Definitivamente experimentava sempre emoções maravilhosas com o namorado.


- Amo você também. - respondeu-o. - E não vou te trocar por logro nenhum. - comentou e ambos riram. - Podemos ir tomar sorvete na Floreans no nosso horário de almoço, Caleb disse que lançaram sabores novos, e irresistíveis. O que acha?


- Acho uma boa idéia. - sorriu, beijando os cabelos loiros e lisos de Kira antes de seguirem o caminho pelas ruas de Hogsmead, desviando de algumas pessoas durante o percurso.


**


Largou-se confortavelmente no sofá, esperando pela namorada. Embora não estivesse em sua casa, ali sentia como se fosse. A cortesia dos pais de Emma o fizera sentir-se à vontade com o passar do tempo, já que ele passara a frequentar a casa com mais frequência desde que deixaram Hogwarts. E por mais que adorasse ficar em casa, às vezes era bom um ambiente calmo e tranquilo como aquele. Algo que sua casa não tinha desde a chegada da caçula.


Ouviu o som de passos e Emma entrara na sala. O moreno sorriu, vendo-a sentar ao seu lado e lhe entregar uma colher. Em suas mãos havia um pote de sorvete. Ele a olhou curioso, erguendo uma sobrancelha.


- Trouxe o pote de uma vez, porque você é muito guloso. - ela comentou, dando de ombros ao abrir o pote e se servir do sorvete, aninhando-se ao corpo do namorado.


- Eu sou guloso? - indagou rindo. - Não adianta esconder sua compulsão por chocolate. Eu sei que o ama mais do que a mim. - acrescentou maroto, apontando para o pote de sorvete de chocolate com pedaços.


- Sabe como é. Paixão à primeira vista. - Emma sorriu, retirando um pouco de sorvete com sua colher e o levando a boca. Ela fechou os olhos, suspirando.


- Sei... Igualzinho ao nosso caso. - brincou outra vez, fazendo-a revirar os olhos. - Você fazia charme, mas eu sabia que estava caidinha. - então pegou sua colher e pegara do pote uma dose generosa de sorvete.


- Eu fazia charme? - o olhou, rindo. - James você era insuportável. Tudo bem, não nego que era caidinha por você. Mas odiava quando você me irritava. E sabia que era tudo de propósito, apenas pra me ver furiosa. Mas aquilo não era charme.


O moreno riu, terminando de saborear o sorvete. Segurou a colher distraidamente, e fitou Emma.


- Reza a lenda que ainda sou insuportável, mas isso tudo é intriga da oposição. - comentou divertido. Serviu-se de mais sorvete, enfiando a colher dentro da boca. - Você não acredita, não é?


- Há um ano e cinco meses atrás eu acreditaria. - a morena disse, retirando a colher da boca do namorado. - Mas agora, não. Você até que está suportável. - sorriu, beijando-o levemente nos lábios antes de se servir de mais sorvete. - Posso perguntar por que tanta implicância comigo antigamente?


- Sinceramente? - indagou e Emma erguera a sobrancelha. - Hum... Eu não sei, não implicava tanto assim. Acho que talvez... - ela riu. - Queria chamar sua atenção. Você não era como as outras garotas, eu precisava de alguma coisa. E minha imaturidade só pensou nisso.


- Isso tudo porque eu não dava a James Potter a devida atenção que ele merecia? - perguntou marota.


- Exatamente. Eu confesso... - levantou a mão num gesto exagerado. - Eu não era o seu tipo. Você é inteligente demais. - terminou num meio sorriso.


- Fica quieto. - ela riu, cutucando-o levemente. - Mas eu agradeço pela sua imaturidade. - comentou distraidamente, servindo-se de mais sorvete. - E pelo fato de ter criado coragem uma vez na sua vida para tomar uma iniciativa.


- Foi uma iniciativa premeditada, eu estava apenas esperando um momento certo para tomá-la. E aquela detenção nos veio a calhar. - James disse, e riu. - Foi realmente ótimo.


- Com certeza foi ótimo. - Emma o olhou, esboçando um sorriso maroto. - Mas você correu um grande risco de levar uma bofetada. Pra falar a verdade, até hoje eu não consigo entender como não consegui. - comentou, fingindo-se pensativa.


- Você me bateria? Bateria nesse rostinho lindo? – o rapaz indagou fazendo uma falsa cara de surpresa.


- Acho que agora eu entendi porque não fiz isso. - riu, meneando a cabeça.


Seus dedos guiaram para o rosto masculino, acariciando-o. Os olhos castanhos fitaram aos verdes do namorado, intensamente. A verdade é que sempre foi apaixonada por James. Mas tinha receio em admitir isso, principalmente para si mesma. Não se julgava ser o tipo de garota que o agradava. E surpreenderam-se quando ele a beijou daquela forma na detenção. O que dera início a aproximação e, em seguida, ao namoro.


- O que foi? – ele perguntou notando o interesse máximo de Emma em si. Era diferente das outras vezes. Ela parecia meditar enquanto acariciava seu rosto. – No que tá pensando? – emendou num tom baixo e rouco.


Emma sorriu, mordendo o próprio lábio. No entanto, não atreveu-se em desviar seu olhar ao dele. Suspirou ao dar-se conta de que ele a olhava da mesma forma, intensamente.


- No quanto eu amo você. - sussurrou, colando sua testa à dele. - E no quanto você é importante pra mim.


James esboçou um sorriso largo. Era tão bom ouvir aquilo de Emma, era como se sentir completo. E em completo êxtase. Tinha certeza de que esse sentimento não mudaria nunca, que ela seria a pessoa que partilharia todos os seus momentos. Então se inclinou mais e capturou os lábios dela, num beijo lento e cheio de amor. Ela o correspondera, depositando sentimentos e ardor naquele gesto também. Seus corações batiam em um mesmo frenético e sintonizado ritmo, indicando que um pertencia ao outro. Deixava com que o moreno conduzisse o carinho. O que tornava tudo mais apaixonado e prazeroso.


- Eu também te amo, sabia? – ele murmurou entremeio ao beijo.


- Eu sei. - Emma murmurou de volta, mordiscando-lhe o lábio enquanto seus dedos faziam uma carícia preguiçosa na nunca de James. - E eu amo ouvir isso.


- Então eu acho que vou ter que repetir... – ele brincou roçando os lábios ao dela. - O que você acha?


- Acho uma ótima idéia. - a morena sorriu, olhando-o. - Vou adorar que repita isso.


James riu, fitando-a intensamente. Afagou o rosto delicado, desprendendo leves arrepios nela. Queria além de demonstrar nas palavras que diria, também no olhar, o quanto a amava.


- Amo você. – disse outra vez, delineando os contornos dos lábios de Emma com os dedos.


Emma suspirou novamente. Pode perceber o quão verdadeiras e sinceras eram as palavras do namorado. Algo que sempre fazia seu coração bater mais rápido. Não imaginava outro em sua vida além de James. E tinha certeza de que ele compartilhava o mesmo pensamento. Aproximou-se do moreno, iniciando um beijo carinhoso. Gesto que respondia às palavras que ouviu naquele momento.


- Eu acho que o sorvete vai derreter... Tá bem quente aqui não? – James brincou, ao buscar ar. Emma riu corada, enquanto sentia as mãos dele lhe arrancar sensações indescritíveis.


- E quem... Quem liga pra sor... sorvete? - a morena gaguejou, estremecendo ao sentir os lábios de James beijar seu pescoço. Seus dedos abandonaram os cabelos negros, para acariciar o tórax rijo do moreno por cima do tecido fino da camisa que ele vestia.


- Sim, você tem toda razão... Como sempre. – o rapaz brincou, elevando os lábios em busca dos dela outra vez. Uniu-os com total desejo e carinho.


**


Seus olhos demonstravam o mesmo sentimento de afeição e carinho exibidos em seus lábios. Sempre fora assim com um de seus filhos nos braços. E com Izabel não era diferente. Não apenas por ela ser a caçula, mas também por se parecer tanto com a mãe. Algo que o encantara desde a primeira vez que a viu. E por mais que fosse sentir falta daquele contato próximo com alguém tão pequeno, aceitou os fatos, assim como a esposa, de que Izzie seria a última.


Balançava suavemente a pequena nos braços, vendo-a bocejar uma vez ou outra. Aos poucos ia rendendo-se não apenas ao cansaço, mas também ao conforto dos braços do pai. A noite calma e silenciosa, assim como a suave brisa que entrava pela janela, ajudava em trazer o sono para Izabel. Lentamente seus olhos castanhos deixaram de observar atentamente as expressões do pai, enquanto ia fechando-os.


- É incrível o quanto se parece com sua mãe. - Harry murmurou, na medida em que seu sorriso aumentava ao ver a filha dormindo em seus braços. - Mal posso ninar vocês e já estão dormindo.


- Isso é tudo culpa sua... – Hermione falou baixo, à porta do quarto, fazendo com que o marido se voltasse para ela. – Deixa-nos todas mal acostumadas, é inevitável. – emendou, caminhando na direção de Harry. Quando chegara próximo a ele, o beijara nos lábios, e em seguida acariciou o rostinho rosado da filha.


- Assumo a minha culpa. - sorriu, voltando-se para a pequena em seus braços. - Mas é impossível não mimar e não ser tão cuidadoso com algo que eu sempre quis.


Hermione sorrira ternamente ao olhar para ele. Os olhos verdes de Harry brilhavam sempre quando fazia declarações como esta, e agora, eles intensificavam vivamente. Fazendo o coração da morena se encher ainda mais de amor.


- Não fazemos objeção de sermos mimadas por você. – ela sussurrou. – Ainda mais Izzie e Lily. - então rira suavemente, enquanto deslizava os dedos por entre os cabelos negros do marido. – Obrigada por fazer parte da minha vida...  


Harry suspirou fundo ao olhá-la nos olhos. De uma forma inexplicável seu amor por Hermione crescia cada vez mais. E era em palavras ou pequenos gestos como aquele que o sentia preencher em seu peito.


- Eu quem deveria agradecê-la, Mione. - ele disse, sorrindo enquanto sentia os dedos dela em seus cabelos. - Eu não estaria onde estou e não seria quem eu sou hoje sem você do meu lado. Se não fosse por você, eu não teria essa família incrível. Tudo o que sempre desejei. Obrigado.


- Como sempre empatamos... – a morena disse em tom divertido. – Temos cinco filhos lindos, uma casa grande, empregos estáveis... E nos amamos a cada dia mais. Estou certa?


- É. Eu acho que está certa. - Harry fingiu-se pensativo por um momento. - Exceto pela parte de empatar. Não gosto de empates. Geralmente, prefiro ser o vencedor. - concluiu, esboçando um largo sorriso.


- Certo. Então acho que vamos ter que arranjar uns critérios de desempate. Eu também adoro vencer. – Hermione replicou, rindo.


- Ah, Merlin. Por um segundo esqueci que você é grifinória também. - o moreno comentou, rindo junto com a esposa.


Izabel se espreguiçou em seus braços, fazendo o pai concluir que naquele momento ela precisava de mais espaço e conforto. Cuidadosamente, Harry a colocou no berço. Beijou-a na testa, afastando para que Hermione pudesse assumir seu papel materno e fazer o resto.


Hermione a ajeitou devidamente, colocando-a posição certa. E então, beijou-lhe também. Izabel dormia pesadamente, e só acordaria quando enfim estivesse novamente com fome. A morena apoiou as mãos na grade do berço, sentindo Harry lhe abraçar por trás e beijar seu pescoço em seguida.


Seus lábios aproveitaram-se da textura macia da pele de Hermione. Distribuía beijos pelo local, arrancando arrepios e suspiros da morena. O doce perfume que emanava o embriagava, como sempre. Jamais se cansaria daquele aroma único. Sua boca subiu, alcançando a face. No entanto, o pequeno riso dela chamou sua atenção. Olhou para Izabel, onde a morena encantou-se com o sorriso que ela exibia enquanto dormia.


- Ela tem o mesmo lindo, doce e encantador sorriso seu. - disse baixo, apoiando seu queixo ao ombro de Hermione. - Menos o sapeca. Lily que o herdou de você.


- Eu tenho um sorriso sapeca? – ela indagou.


- Sempre teve Mione. Desde que te conheci. - Harry sorriu. - Principalmente quando queria demonstrar sua inteligência. Ou quando ficava orgulhosa por um mérito seu.


Ela corou inexplicavelmente. Por mais que fossem íntimos há tanto tempo, Harry tinha a proeza de lhe arrancar certas coisas. De fazer-lhe experimentar sensações conhecidas, mas que mudavam com cada momento que passavam juntos. Parou de fitar Izabel, e virou-se para o moreno, que sorria.


- Quem sou eu para discordar de alguém que me conhece tão bem. – ela disse, passando os braços em volta do pescoço dele. O marido encaixou suas mãos à cintura dela.


- Ainda bem que concorda. - murmurou, encostando sua testa a dela.


O sorriso que desenhava seus lábios era apaixonado, sincero. Por muito tempo perdeu-se no olhar intenso e carinhoso que recebia de Hermione. Poderia ficar assim para sempre. Tocou sua boca a macia da morena. Querendo experimentar um beijo repleto de amor e ternura. Sabores que apenas encontrava ali, nos lábios de Hermione. Começou o beijo com ardor, trazendo-a para mais perto.


Os corações batiam em um único ritmo. Assim como as ondas de tremores e sensações atingia o corpo de ambos. Harry dedicara-se por completo naquele gesto. Demonstrando todo o seu amor e paixão incondicional pela esposa. Sentimentos que nutrira desde quando percebera que Hermione era a mulher de sua vida.


- Está cansado? – Hermione perguntou, quando cessaram o beijo, de forma gradativa. Harry ainda lhe dispensava beijos curtos. Ele rira intrigado. – Acho que sei uma forma de arranjarmos um critério de desempate...


- Como tive tanta sorte em me casar com uma mulher tão inteligente quanto você? - indagou esboçando um sorriso maroto. - Adoro suas idéias.


- Então vem comigo. – a morena dissera, e sorriu antes de beijá-lo de forma provocativa. Harry riu, enquanto a via deixar o quarto da filha. Hermione parou a porta e fizera um gesto com as mãos, chamando-o.


O moreno respirou fundo ao fitar a esposa. Lançou um último olhar para Izabel, desejando que seu sono fosse prolongado por mais tempo. Sem mais delongas, deixou o quarto da pequena. Seguindo o rastro e o perfume de Hermione no ar.


FIM.

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