Coincidências?



Ao cumprir dos sonhos | Capítulo 22.
Coincidências?


Sentou-se na poltrona diante a lareira, exausto após andar por todo o castelo e não encontrá-la. Sabia que a namorada tinha suas obrigações de monitora-chefe para serem cumpridas, no entanto sentia falta do tempo que ela dedicava para que pudessem ficar a sós. Não poderia culpá-la, afinal toda Hogwarts tivera um dia cansativo com a chegada dos visitantes.


O horário do jantar se aproximava e, provavelmente, ela subiria para o seu dormitório para se arrumar. Então decidira esperá-la ali no salão comunal. De um jeito ou de outro iria encontrá-la e matar a saudade nem que fosse por alguns míseros minutos.


Seus olhos verdes percorreram o local, havia poucos alunos ali. A maioria estava mais interessada nos visitantes e preocupavam-se mais em ficar andando pelo castelo. James sorrira ao cumprimentar um Caleb com uma expressão confusa, que acabara de atravessar o buraco do retrato ao lado da irmã e caminhava em sua direção.


- Como chegou aqui tão rápido? - O loiro perguntou surpreso. - E como você trocou de roupa tão rápido? Não é só porque você já é maior de idade que pode abusar da magia assim.


- Como é que é? Do que você está falando? – indagou o apanhador ainda mais confuso que o amigo.


- Kira e eu vimos você e a Emma indo em direção as masmorras. - O garoto disse, coçando a nuca. - Eu até comentei com a Kira que pra um casal muito meloso como vocês, estavam afastados demais.


- Emma e eu? – James franziu a testa. – Mas nem estive com ela hoje. Caleb você andou bebendo uísque de fogo?


- Eu não estou bêbado. - Caleb retrucou, contrariado. - Kira também viu. - A loira assentira. - Se não era você era alguém muito parecido. Muito mesmo.


- Era mesmo James... O garoto parece ser seu clone. Estava até com a Emma. – Kira falou, e o moreno bufou. Parecido ou não, já não gostara dele. – Será que o tio Harry andou pulando a cerca? – perguntou a esmo.


- Pulando a cerca? Acho meio difícil... – James disse um pouco irritado. – Isso é só coincidência. E esse tal garoto aí nem deve ser tão parecido assim comigo, afinal o charme Potter é único e exclusivo.


- Olha meu amigo, eu sinto desapontá-lo... - Disse Caleb ao colocar a mão sobre o ombro de James. - Ele é parecido com você, sim. Pode não ser um Potter, mas o mesmo cabelo e o ar de convencido são iguais aos seus.


- Eu não tenho ar de convencido, Caleb. – resmungou retirando a mão do outro grifinório de seu ombro. – É espontâneo...


- Uh. Acho que tem alguém aqui com ciúmes. E irritado por descobrir que tem alguém parecido consigo. - O loiro cruzou os braços, sorrindo zombeteiro.


- Uh... Parece que alguém aqui perdeu a noção do perigo. – zombou, fazendo Kira gargalhar. – Primeiro: não estou com ciúme, e segundo: eu sou mais bonito que esse talzinho aí, ele pode ser parecido comigo, mas não tem nenhum terço do meu charme e beleza.


- Ah, eu também acho. – Kira concordou, balançando a cabeça, e rindo.


- Mas que as garotas solteiras de Hogwarts e até mesmo algumas comprometidas já estão de olho nele isso é verdade. Ouvi boatos. - Caleb comentou, dando de ombros.


James iria abrir a boca para dar outra resposta, porém o som do buraco do retrato o fizera mudar de idéia. Ele suspirou, aliviado ao ver Emma entrar no salão comunal. Mas as palavras dos amigos ainda ecoavam em sua mente, não lhe dando oportunidade de um raciocínio lógico.


- Emma! – ele exclamou chegando perto dela a passos rápidos. – Esteve muito ocupada hoje, não é? – James perguntou nervoso.


- Bom eu... - A morena fitou o namorado, assustada. - Eu esperava uma boa recepção, mas tudo bem. Eu estive ocupada, me desculpa. Amanhã o clima já vai estar tranquilo porque os alunos visitantes já vão estar adaptados à Hogwarts e...


- É claro. – o apanhador bufou. – Fiquei sabendo de umas coisas... – insinuou, e puxou-a para um canto, onde pudessem conversar com um pouco mais de privacidade. Já que tudo parecia bem interessante para os gêmeos Weasley.


- James, o que deu em você? - Emma perguntou encarando a expressão contraída do moreno.


- Acho que é minha chance de me mostrar imaturo e ciumento, agora. – ironizou, erguendo a sobrancelha. – Quem é aquele idiota que estava com você?


- Mas do que você está fala... - Emma calou-se rapidamente ao se dar conta do que ele se referia. Por mais que passara os minutos planejando em um modo de explicar para James o que acontecera, pois sabia que isso chegaria em seus ouvidos mais cedo ou mais tarde, não estava preparada no momento. Ela suspirou, passando a mão nos cabelos e falando em um tom baixo de voz. - Jack Harrison. Ele é da Goldsmiths. Estava perdido e eu o acompanhei até as masmorras.


- Perdido? – riu nervoso. – Bem propício... E você nem notou alguma coisa? – perguntou direto, fazendo Emma sorrir. Na verdade ela queria rir, mas manteve-se “séria”.


- Que ele é parecido com você? Notei. - Respondera desviando seu olhar. - É meio difícil não notar uma coisa dessas.


James bufou outra vez, cheio de ciúme. Não podia acreditar estar vivendo isso. Parecia um pesadelo... Primeiro o tal Jack roubaria as atenções de todos. Roubaria sua popularidade, e depois quem sabe sua namorada?!


Revirou os olhos, e sorriu cinicamente, assentindo ainda pelo que Emma dissera.


- Só falta me dizer que ele joga quadribol e é apanhador. – desdenhou furioso.


- Ahn... - Emma mordeu o próprio lábio, abaixando a cabeça. - Se você não quiser... Eu não digo.


- Está de brincadeira, não é? – retrucou.


- James, eu... - A morena respirou fundo, erguendo seu olhar. - Eu não estou entendendo aonde você quer chegar com isso tudo.


- Esquece Emma... Eu vou subir, agente se vê depois. – resmungou, passando a mão na nuca e saiu.


Emma o observou se afastar, assustada com o que acabara de acontecer. Ainda podia sentir o nervosismo dele lhe afetando, fazendo seu corpo estremecer. Em busca de apoio sentou-se no sofá.


- Eu fiz alguma coisa? - Murmurou com o olhar perdido.


- Não liga, ele estava muito irritado. Caleb tem um pouco de culpa... – Kira falou, chegando mais perto da outra. – Logo ele volta mais calmo.


- Ele ta com ciúmes, eu entendo. Mas seria pedir demais que ele conversasse comigo sobre o que está acontecendo? - Emma perguntou a si mesma, irritada.


- Eu disse sem querer que vi você com aquele garoto. Mas eu pensei que fosse o James. Não sabia que era outra pessoa, me desculpe. - Caleb se redimiu, vendo-a assentir.


...


 


Retirou a última camada de poeira que cobria a janela fechada a um bom tempo com uma pequena flanela, dando uma olhada pelo local. Sorrira satisfeita com o quarto devidamente limpo e arrumado. Talvez fosse um pouco cedo para já planejar o quarto e cuidar dos preparativos para a chegada do bebê, contudo sempre ficava ansiosa quando estava grávida. Agora não seria diferente.


Abriu a janela do quarto, permitindo que o ar entrasse e retirasse o cheiro de um cômodo que não era ocupado a um bom tempo. Suspirou ao fechar os olhos quando uma leve brisa agitara seus cabelos castanhos. Entretanto seu sorriso aumentara ao ouvir passos no local em sua direção, a presença masculina dele era marcante e inconfundível. Sentira as mãos dele enlaçarem sua cintura, abraçando-a por trás e começar uma suave carícia em seu ventre.


- Tá fazendo o que? - Harry perguntou, beijando-a na face.


- Uma pequena organização. – Hermione respondeu sorrindo. – Pode ser um pouco precipitado, mas me deu vontade de ajeitar o quartinho do nosso bebê.


- Mione você não devia estar fazendo isso sozinha. - Ele disse em tom de repreensão. - Está grávida agora. Sabe que qualquer cuidado é pouco.


- Não seja exagerado… - virou-se para ele, sorrindo. – Não fiz nada demais. Só limpei o pó, e tirei umas coisas daqui. Além de abrir as janelas. – emendou Hermione, beijando-o suavemente.


- Ótimo. - Sorriu ao corresponder o beijo. - Não quero que se esforce muito. - Afagou a face bonita da esposa. - Precisa de ajuda?


Hermione afastou-se dele com um sorriso nos lábios. E quando chegara perto de um armário comprido e vertical, pintado em branco, ela voltara-se para o marido.


- Preciso sim. Quero colocar o berço bem aqui. – disse e apontou para o lugar onde estava. – Pode me ajudar com isso?


- Hã... - Harry olhou em sua volta, coçando a própria nuca. Voltou-se para a esposa, sorrindo amarelo. - Pensando bem, pra que a pressa, não é? Posso te ajudar outro dia. - Disse em tom de brincadeira, fazendo Hermione rir e puxá-lo enquanto ele caminhava até a porta.


- Ora, como meu marido é preguiçoso. – resmungou sorrindo. – Não pode escapar Harry. Quero o berço aqui, e é bom não me contrariar. E também, quero a poltrona que está no sótão, junto com ele.


- Mione, assim você me mata antes dos quarenta. - Harry reclamou, fingindo-se surpreso.


- Essa não é minha intenção, querido, pode apostar... – murmurou manhosa, aproximando-se dele. Parou em frente ao moreno, e alisou com cuidado a gola da camisa, aproveitando para acariciar-lhe também.  – Hum... Não custa me ajudar.


- Ah, meu Merlin. - Harry revirou os olhos, sorrindo. - Como eu posso dizer não pra você? - Beijou-a levemente nos lábios antes de afastar. - Já volto.


Hermione sorriu satisfeita quando o marido deixara o aposento. Pode ouvir barulhos vindos do sótão, provavelmente ele lutando para trazer o berço até o quarto. Ocupou-se em limpar o interior do armário enquanto o esperava. Levara alguns minutos para que um Harry vermelho e ofegante retornasse ao quarto, empurrando o grande e branco berço que fora ocupado por Lily há alguns anos atrás. Ele colocara o móvel no local que Hermione pedira, passando a mão na testa e retirando um pouco de suor.


- Deveria ter trazido à poltrona, primeiro. - Comentou respirando fundo ao analisar a situação. - Agora preciso recuperar o fôlego pra ir buscá-la.


- Sim, e poderia se sentar nela. – Hermione riu. – Quer que eu te traga um copo de água? Vou até lá embaixo pegar um cesto que comprei, com o jogo de berço. – Harry a olhou surpreso. – Er... Outra precipitação, mas não pude resistir.


- Você vai fazer esse bebê nascer antes da hora. - Comentou recebendo um leve cutucão da esposa.


- Não irei fazê-lo nascer antes, por comprar um jogo de berço. – comentou inocente. – Você vai ver, quando eu trouxer aqui para cima. É vermelho e branco, e tem leõezinhos.


- Ah, já vai incentivá-lo a querer entrar pra Grifinória. - Sorriu maroto. - Mione isso não se faz. Logo você que é@ te correta.


- É que provavelmente ele, ou ela, nascerá no mês correspondente ao signo de leão. Entendeu? – comentou. – Sei que não ligo pra essas coisas de signos e tal, mas Luna insistiu. Fomos juntas às compras.


- Um minuto. - Harry a olhou, confuso. - Por que Luna foi com você? Ela não está...


- Não, ela não está grávida. – Hermione disse, e riu. – Só foi pra me acompanhar. Ela disse que sentia saudade de andar pelas lojas trouxas de bebês. Não ia desde que Kira e Caleb nasceram. Mas confesso que ela esteja com pretensões de ter um bebê também.


- Rony não vai gostar nada disso. - Murmurou, limpando as mãos na calça. - Vou ir buscar a poltrona.


Saíram juntos, e ele rumou para o sótão enquanto Hermione descia para pegar o jogo de berço e mais alguns espanadores e flanelas. Voltou antes de Harry, e ficou a limpar o berço de carvalho, talhado delicadamente com formas vazadas. Após uma pequena inspeção, ela sorrira. Não precisariam reformá-lo tanto. Na verdade ele não precisava de restauração nenhuma. Apesar de ter quase 18 anos de uso.


Espalmou o colchão que levantara um pouco de pó. Limpou-o com cuidado, e retirou o jogo de berço. As peças eram lindas, e independente de menino ou menina, ficaria muito bem ornando o berço. Só precisava de um móbile. Mas isso compraria depois.


Harry voltara logo em seguida com a poltrona em mãos, colocando-a ao lado do berço e sentando-se de imediato nela para que seu corpo pudesse descansar do trabalho exaustivo de carregar móveis pesados. Ele riu, junto com a esposa, encostando a cabeça à poltrona e fitando-a.


- Um dia você vai ficar velha, como eu. - Sorriu.


- Como é dramático. Você precisa se exercitar, desde que largou o quadribol, ficou um pouco sedentário. – Hermione comentou, provocando, enquanto, colocava o lençol branco e depois forrava as laterais do berço com os protetores bordados em vermelho.


- Se o trabalho deixasse. - Harry murmurou, olhando para si mesmo. - E o que você quis dizer com sedentário? Estou gordo por acaso?


- Oh, não! – ela retratou-se, virando para o moreno. – Você está em ótima forma física, só disse que precisa se cuidar, afinal, não é mais um adolescente. Assim acontece comigo.


- Ah, velhos tempos aqueles. - Suspirou, sorrindo ao se lembrar de sua adolescência.


- Sim, neles podia comer as besteiras que James come, e não engordava. Podia ficar sem exercício e... – Harry a olhou feio, mas mantinha o sorriso nos lábios. – Desculpe. Tanto está bem, que vamos ter outro bebê. Que prova maior, poderia querer? – emendou maliciosa.


- Assim você me deixa sem graça. - Comentou maroto, fazendo-a rir.


- Mas então, o que achou do jogo de berço? É bonito não? – indagou, colocando o pequeno travesseiro com rosto de leão no lugar adequado. – Podemos pintar as paredes com detalhes em vermelho... Mas pode ser um pouco forte para um bebê...


- Mione vai com calma. - Harry a tranquilizou, rindo. - Se continuar nesse pique vai querer ter outro filho logo depois que esse nascer. E o que James disse vai ser verdade, vamos ter um time de quadribol completo.


A morena corou, e suspirou. Era impossível não ficar entusiasmada. Fora assim desde a primeira gestação...


- Desculpe, eu não consigo evitar. – Hermione disse, apoiando-se no berço. – Você não se sente assim, em euforia?


- Eu sinto. Claro que sinto. Sou o pai. - sorriu compreensivo. - Fiquei eufórico quando você estava grávida do James e continuo eufórico até hoje.


- Deveria me ater que você é mais contido. Sempre foi... – comentou e riu. – Sei que ainda vou ter tempo para mexer neste quarto.


- Com certeza vai. - Harry a puxou para que Hermione sentasse em seu colo. - Só vai devagar, está bem?


- Vou tentar... – murmurou, inclinando-se para beijá-lo.


- Tente. - Sussurrou acariciando o rosto de Hermione, dando início a um beijo lento e carinhoso.


Hermione sorrira entre o beijo, seus dedos agarrando-se lentamente aos cabelos negros do moreno. Suspirou quando ele aprofundara o beijo, provocando uma onda de sensações e sentimentos dentro de si. Mesmo após tantos anos de casamento e convivência, os beijos com Harry sempre lhe despertava isso.


Sentira uma das mãos dele, percorrer um caminho silencioso em sua pele, por baixo da blusa que vestia. Suspirou, contra a boca de Harry, enquanto ele a acariciava, desprendendo arrepios por seu corpo. Quando os dedos tocaram seu seio, Hermione parou o beijo, e o fitou ofegante.


- Querido, não queremos que Lily nos veja. – ela disse. – Sabe que ela é imprevisível, e cansa-se de brincar com Félix facilmente.


Harry a fitara, mordendo o próprio lábio e respirando fundo. A esposa tinha razão, mas não lhe agradava quando ela o fazia. Ponderou por um momento, sorrindo maroto ao retirar sua mão de onde ela parara.


- Se eu der um jeito nesse problema, posso continuar? - Indagou dando uma leve mordida no lábio da esposa.


- Só se “der um jeito”. – Hermione dissera rindo.


Ele assentira ao retirar sua varinha do bolso, murmurando um feitiço contra a porta. Essa se fechara, fazendo Harry sorrir satisfeito. Hermione o olhara, incrédula. Sabia que ele havia lançado um feitiço silenciador e para trancar a porta. O marido já usara tal truque várias vezes.


- Então, onde tínhamos parado? - Sussurrou ao beijar o pescoço de Hermione.


- Muito esperto Potter. – ela murmurou, fechando os olhos. Harry roçou seus lábios na pele delicada, fazendo com que a mulher gemesse fracamente. Novamente os dedos dele, acariciaram seu seio. Desta vez por baixo da lingerie.


Ele apenas murmurara algo inaudível ao intensificar suas carícias. Harry a beijara na orelha e Hermione estremeceu quando sentira a respiração úmida e quente em contato com sua pele. Como se fosse agradável e prazeroso, o moreno prosseguira com a lenta tortura por alguns instantes. Afastou-se então para olhá-la, colocando as pernas da esposa de cada lada de seu corpo.


Hermione suspirou ao notar o desejo contido naqueles olhos verdes que a olhava com intensidade. Era impossível refrear seus sentidos quando Harry estava ali, disposto a lhe oferecer mais um momento de amor. Suas mãos trêmulas ocuparam-se em desabotoar a camisa do marido. Pouco lhe importava os preceitos ou o senso de pudor. A única coisa que queria era senti-lo, assim como ele sentia o desejo aflorando por sua pele.


...


 


A cara amarrada de cada um, sentado em um degrau da escada de mármore, observando o movimento do saguão, fazia qualquer pessoa pensar duas vezes antes de se aproximar e falar com os dois. Jared bem que tentara uma conversa com o irmão, mas desistira quando notou que o humor dele estava terrivelmente desagradável. Com Marcus não era diferente, embora insistisse em dizer o motivo de sua irritação.


- “Seu jeito tímido me deixa encantado”. - Resmungou Marcus ao imitar o sotaque de Dimitri Russell para com Kristen. - Quem aquele russo idiota pensa que é?


- A minha cara? Duvido muito! Esse tal garoto aí, não deve ser muita coisa... E ainda tivera a audácia de andar com a minha namorada. – praguejou James logo em seguida.


- Esses estrangeiros estão abusando da nossa cordialidade. - Marcus retrucou entre dentes. – Ah, mais aquele russo me paga. Ele acha que depois de eu receber uma azaração por causa da Lenox vou entregá-la a ele de bandeja? Tá muito enganado.


James olhou para o amigo, assustado com a declaração. Nunca vira Marcus com tanta raiva de alguém, pois sabia que o que ele sentia em relação à Emma era apenas uma simples implicância.


- Está falando de qual estrangeiro? Porque eu estou muito, mas muito irritado com um tal de Jack Harrison. O qual andou atrás da Emma! - exclamou forçando Marcus a dizer outra vez.


- Dimitri Russell, o próprio. - Respondera Marcus sem dar-se importância de que estava demonstrando seu ciúme para o amigo. - Ele beijou a Kristen na cabana do Hagrid. Agora os dois não se desgrudam mais.


- Posso entender como se sente, pois apesar de eu não ser corno, Emma passou mais tempo com ele do que comigo durante o dia todo! E além do mais, dizem que o americano é minha cara. – resmungou irritado.


- Quer dizer que Emma passou o dia com alguém parecido com você? - Indagou vendo-o assentir. Marcus dera um tapa no ombro do amigo em sinal de compreensão. - Sinto muito, meu caro.


- Ah, Kristen beijou o russo, quem sente muito sou eu. – retrucou maroto.


- Será que tem como você ficar mais implicante ainda? - Resmungou o outro, irritado. - Tinha que me lembrar disso?


- Foi mal... – murmurou, suspirando fundo. – Cara eu não acredito que a escola toda está em polvorosa por causa deles. Não é tão fantástico receber visitantes. E estes, os que nos chateiam, são muito inconvenientes.


- Eu concordo com você. Além de ocuparem o nosso espaço, comerem da nossa comida ainda roubam nossas garotas. - Marcus disse com sarcasmo. - Sem falar que...


Ele se calara repentinamente e James o olhara confuso. Os olhos do amigo estavam arregalados em um ponto fixo, imóvel. Curioso para saber o que atraíra a atenção do amigo, James se virara e o vira atravessar o saguão, caminhando em direção a escada. O grupo que estava em sua frente não permitia que ele o visse, mas James podia vê-lo muito bem.


- Deus! – exclamou erguendo a sobrancelha. – Não é que o desgraçado se parece comigo?!


- Seu pai já aprontou alguma por fora do casamento, ao acaso? - Marcus perguntou em um sussurro, ainda surpreso.


- Mas é claro que não. Meu pai é fiel, muito até! Isso é só coincidência... Uma infeliz coincidência.


- E que coincidência. - Disse ao entortar o pescoço, vendo-o subir a escada. - Caramba. Ele parece ser mais simpático que você.


James abrira a boca ofendido, e franziu a testa. Havia mais pessoas a volta dele, era verdade, tanto meninas quanto meninos, mas o grifinório julgara ser somente pelo fato de Jack ser estrangeiro, novidade e parecido com ele.


Só podia ser...


- O que disse? Melhor... Retire o que disse! – resmungou bufando.


- Epa. - Marcus se levantara rapidamente com o olhar ameaçador do amigo. - Tá vendo? Você me dá motivos para elogiar outro. - Subira os últimos degraus rapidamente quando James se levantara furioso. - O que você acha de seguirmos ele, hein? Acho que não te agradaria se ele esbarrasse com Emma pelos corredores. - Sugeriu em uma tentativa de que o amigo descarregasse sua raiva no estrangeiro.


- Acho que foi a idéia mais genial que teve na vida. – James ironizou, já de pé ao lado dele. – Vamos nessa!


O outro suspirou aliviado ao caminhar no corredor do lado de James. Livrara-se de alguns tapas e beliscões que o amigo lhe daria com seus comentários inapropriados. Os passos eram controlados para que não andassem muito próximos do americano. Quando Jack parava para falar com alguém, James e Marcus escondiam-se atrás das armaduras ou estátuas postas no corredor, esperando que ele retomasse seu caminho para segui-lo novamente.


Jack tinha a sensação de estar sendo seguido, e não era por seus novos amigos, o qual estava adorando ter em companhia. Estava sendo seguido de perto por outras pessoas. Dobrou um corredor, franzindo a testa, escutara passos atrás de si. Decidiu caminhar mais para ter certeza. Diminuiu os passos, atento. Então de súbito virara-se...


... James e Marcus pararam de repente. O apanhador coçou a nuca, fitando a janela, enquanto o outro narrava algo e apontava para lá, assoviando.


No entanto Jack sorrira ao ver quem estava ali, ignorando o fato de que estava sendo seguido. Não eram todos os dias que tinha a oportunidade de encontrar-se com um dos melhores apanhadores de quadribol do mundo bruxo. E tão pouco lhe importara a semelhança com ele, mas era impossível não percebê-la.


Voltara alguns passos, aproximando-se de James. Esboçara um largo sorriso quando atraíra a atenção dele para si.


- James Potter? - Jack perguntou, vendo-o assentir. Estendera sua mão. - Eu sou Jack Harrison. É um prazer conhecê-lo.


- Uma pena eu não poder dizer o mesmo… - murmurou para si mesmo. – E aí, Jack Harrison...


Jack o olhara, intrigado. Não entendera a frieza que o Potter lhe tratara já que a maioria dos alunos de Hogwarts não poupara elogios para ele. Puxara sua mão, constrangido pela situação. Talvez não tivesse sido uma boa idéia ter ido falar com ele, mas agora já estava ali. Não voltaria atrás apenas por isso.


- Me falaram sobre o seu último jogo. Imagino que deve ter sido espetacular. - Sorriu desejando que ele fosse simpático com o próximo comentário.


- Nem tanto... – desdenhou. - Fiquei sabendo que é apanhador também. Vai ser muito interessante quando nos enfrentarmos, não acha? – perguntou, e Marcus reprimira a vontade de rir.


- Ah, claro. Treinei muito para isso já que me disseram que não seria nada fácil jogar contra você.


- E não pense que vai ser mesmo. As pessoas treinam para me superar, e eu treino para superá-las em dobro. – disse em tom sério. Assim como era sua postura. Um misto dos pais, qualquer um que os conhecesse bem, poderia notar.


- Lógico. - Jack forçou um sorriso, sentindo que essa conversa não estava sendo agradável. Ponderou por um momento, tentando encontrar algo que mudasse o humor do Potter, já que ele fazia questão de dizer que era imbatível em quadribol. Fora então que se lembrara de algo. - Por um acaso conheci sua namorada hoje. Muito simpática e, se permitir acrescentar, é um rapaz de sorte.


- Fiquei sabendo disso, também... – James disse, e suspirou fundo.


- Ah, e como ficou. - Marcus comentara, rindo.


- Como assim? - Jack sorriu confuso, franzindo a testa ao olhar de Marcus para James.


- É que as pessoas comentam muito, não é? Disseram que Emma passou tempo demais com você, e isso não me agradou em nada. – o outro pudera então compreender o motivo de tanta inimizade.


- Opa. Passaram-te a informação errada. Ela apenas me acompanhou até as masmorras e nem fora o caminho todo. Tive que chegar lá sozinho. Ela não ficou muito tempo ao meu lado como te disseram. - Jack explicou.


- Mesmo? – indagou cruzando os braços.


- E porque eu mentiria? Não sou do tipo de pessoa que causa intrigas em uma relação. Poderia me aproveitar do que te falaram e inventar várias histórias sobre o que aconteceu, mas eu estou te falando à verdade. - Disse ao erguer o queixo, em modo de desafio. Não gostara nada de ser tratado mal pelo Potter por isso.


- Acho bom que seja assim... – James disse no mesmo tom que mantivera desde o inicio. – Nos esbarramos por aí, Harrison. Vamos, Marcus!


- Er... James... - Marcus o chamara enquanto caminhava ao lado do amigo, dando uma última olhada para o estrangeiro. - Me deixa ver se entendi. Então você acha ou achava que tinha acontecido algo entre Emma e o cara? Ou simplesmente ficou com ciúmes por ela ter o conhecido?


- O que? – indagou prestando atenção no amigo. – Você hoje está me saindo um belo de um questionário ambulante... Fica satisfeito se eu disser que eram os dois. Ciúmes por tudo, na verdade. – resmungou outra vez. – Mas admita, eu deveria ter!


- É claro que sim. Não estou tirando seu direito. - Erguera os braços sobre o olhar do amigo. - Até porque eu não gostei muito do jeito desse tal Harrison. E eu retiro o que disse sobre ele parecer ser mais simpático do que você. Vocês dois empatam na arrogância.


- Vai se danar, Marcus! Ou melhor, vai procurar algo pra fazer. Quem sabe relembrar “o beijo do russo”! – exclamara, dando um empurrão no amigo, ao passar por ele.


Marcus o olhara se afastar, boquiaberto. Coçou a própria nuca, confuso pelas explosões de fúria que o amigo demonstrara uma após a outra. Suspirou, desejando que ele fizesse as pazes com Emma rapidamente. Só assim para ele voltar a ser o James engraçado e metido de sempre.




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N/A: Capítulo 22 postado.


E até que ficou engraçado com essas cenas de ciúmes. kkkk


Com uma cena maaraaa Harry e Hermione pra compensar. *-*


E preparem-se, porque o próximo capítulo também ta engraçado.


A fic na verdade vai ficar um pouco engraçada de agora em diante.


Bom, o mesmo hábito de sempre...


Comentem que o próximo capítulo vem rapidinho.


Tudo isso depende de vocês.


Beijo das autoras.


19/10/2010.

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