Estrangeiros.



Ao cumprir dos sonhos | Capítulo 21.
Estrangeiros.



A chegada das escolas participantes do torneio animou os alunos de Hogwarts, que acordaram cedo para darem boas-vindas aos visitantes. O Instituto Goldsmiths em Magia (Estados Unidos), a Academia de Bruxaria Heythrop (Rússia) e a Academia Imperial de Magia Italiana haviam finalmente chegado para a competição anunciada.


Minerva fizera um grande discurso no jantar da noite anterior sobre a hospitalidade dos alunos para com os demais estrangeiros. E fora demasiada severa ao deixar bem claro que não iria permitir conflitos entre alunos não só de Hogwarts, como também com alunos das outras escolas.


Bruxos de sotaques diferentes estavam espalhados por todo o castelo. As garotas, eufóricas com os novos rapazes, faziam questão de acompanhar os visitantes masculinos onde quer que fossem. Já os garotos de Hogwarts ofereciam uma cordialidade além da sugerida para as visitantes. As italianas eram as preferidas. Destacavam-se pela pose superior e a elegância de suas vestes. Os americanos chamavam a atenção das garotas, não só pelo sotaque diferenciado como também o porte físico e a pele bronzeada.


Entretanto o alvoroço dos novos alunos e o torneio se aproximando parecera não afetar Kristen, que caminhava em mais um corredor com alguns livros em mãos. Fazia alguns minutos que procurava um lugar onde pudesse estudar com calma, mas era praticamente impossível. Onde quer que fosse tinha alunos comentando sobre os visitantes. E de fato estava tão concentrada em encontrar um local, que apenas acordara de seus pensamentos quando esbarrara em alguém. Os livros que estavam em seus braços caíram no chão, provocando um grande eco pelo corredor.


- Descurpa. - Dizia o garoto inúmeras vezes, em um inglês improvisado e completamente enrolado. Kristen levou certo tempo para entender o que ele dizia. Ele se abaixou, ajudando-a a recolher os livros.


- Ah, não tudo bem. – ela falou acanhada. Os olhos verdes do garoto a deixaram sem jeito, além da altura dele que a tornava excessivamente pequena. – Eu... Eu estava com pressa e nem notei você... Desculpe-me.


- Eu quem devia ter tumado coidado. Sinto-me um inturso aqui. - Disse entregando os livros para Kristen, sorrindo diante da imagem da ruiva.


- Obrigada... - agradeceu ainda sem jeito. O coração estava palpitando. - Qual é o seu nome? - perguntou apertando os livros contra o peito.


- Dimitri Russell. - Disse cordialmente ao tomar uma das mãos de Kristen e beijá-la, deixando a garota encabulada. - E o seu?


- Kristen Lenox, muito prazer. - respondeu Kristen um pouco trêmula.


- O prazer é meu. - O loiro sorriu. - Perdoe meu interresse, mas para onde ia?


- Sei lá, qualquer lugar onde haja silêncio. Não consigo estudar, o salão comunal está uma bagunça, até o meu dormitório e a biblioteca.


- Te entendo. Estou fugindo das garrotas que não me deixam em paz desde que cheguei.


- Quer ir comigo para um lugar menos agitado? Digo... - corou intensamente e ele sorriu. O sorriso mais bonito que já vira na vida. - Para fugir das garotas. - emendou. - E como eu estou fugindo da bagunça, estamos no mesmo barco.


- Eu adoraria. Estou cansado dessa agitação toda. - Ele se aproximou, apontando para os pesados livros que Kristen mantinha nos braços. - Se importa se levá-los para você?


- Você é muito gentil... - disse corada. Então passou os livros pra Dimitri. - O que acha de irmos visitar um amigo meu? Aposto que Hagrid tem espaço na cabana para nós.


- Por mim tudo bem. - Dimitri sorriu ao seguir do lado de Kristen pelo castelo.


Atravessaram por entre as pessoas que ocupavam o saguão de entrada naquele momento. Algumas olhavam curiosas para a cena. Um loiro, de olhos verdes e extremamente bonito carregando livros para Kristen Lenox, a desengonçada? Era algo realmente surpreendente. Tanto que atraíra a atenção de Marcus, que desviou sua atenção de uma italiana para observar a cena.


O garoto não soube descrever ao certo a sensação que sentira, mas não fora nada agradável. Ele subiu alguns degraus da escada de mármore, sentando ao lado de James, que observava em seu canto o movimento do saguão.


- Quem é aquele cara? - Perguntou cutucando o amigo e apontando para Kristen, que ria de algo que o outro dizia.


- Por quê? Isso te interessa? - James indagou e o outro moreno bufou. - É... Acho que sim... - riu. - Andei sondando, aquele é Dimitri Russell. Capitão do time de quadribol e batedor da Heythrop.


- Tá e porque ela está com ele? Só porque ele é jogador de quadribol? Qual é a vantagem nisso? - Questionou Marcus impaciente, olhando os dois saírem do castelo.


- Bem, você deve saber. As garotas adoram um jogador de quadribol. – James falara o obvio. – E ele parece que gostou da Kristen, afinal ela merece alguém que o faça. – alfinetou.


- Vai defendê-la agora também? - Marcus ergueu uma sobrancelha. – Ah, isso é coisa da Emma. Só pode.


- Snape diria que é coisa de Potter. – brincou. – Mas agora é sério. Você está com ciúme? – James questionou erguendo a sobrancelha.


- Ciúme? Eu? - Marcus arregalou os olhos, engolindo em seco. Balançou a cabeça. Claro que não era ciúmes, nem sabia o que é sentir ciúmes. - Faça-me o favor, James. É claro que não. Nem tenho idéia de como seja isso.


- Não sabe mesmo? – retrucou rapidamente. – Pois eu acho que sabe... – levantou-se. – Vou procurar Emma, até logo. Vê se não vai ter uma sincope, por causa da Kristen, porque eu bem notei que o russo tem segundas intenções. – provocou e saiu andando, assoviando.


- Ciúmes. - Praguejou Marcus consigo mesmo ao se levantar. - Onde já se viu? - Seguiu para fora do castelo, torcendo para que pudesse avistar para onde Kristen iria com o outro garoto.


Ele bufou ao chegar ao pátio. Havia tanta gente do lado de fora quanto de dentro. E agora ele começava a odiar aquele evento por ter tantas pessoas bloqueando sua visão. E por ter trazido a escola aquele monte de estrangeiros a fim de suas garotas. Isso era inadmissível.


Percorreu a passos largos seu trajeto, e quando desistira de procurar por Kristen no meio da multidão pudera ver seus longos cabelos ruivos ao longe. Ao lado dela, o garoto alto também pudera ser visto.


Sorrateiro os seguia. Pelo caminho escolhido eles só poderiam estar querendo ir para a floresta, ou para a cabana de Hagrid.


E não deu outra quando os dois entraram na cabana do guarda-caças. Marcus deu a volta, silenciosamente. Ouviu a porta se abrir minutos depois e, pelos passos pesados, deduzira que Hagrid acabara de deixá-los a sós. Como ele pudera fazer isso? Deixar Kristen, uma garota inofensiva, sozinha com um estranho.


Aproximou-se sorrateiro até a janela aberta aos fundos, abaixando-se para que pudesse ouvir a conversa.


- Eu sou capitão e batedor da Heythrop. - Dizia o garoto no interior da cabana. Marcus fizera uma careta pelo inglês enrolado que o outro pronunciava. - E parrece que dessa vez todos os alunos colocaram pressão no meu time. Todo mundo conta com nossa vitória.


- O mesmo acontece com todos possivelmente. O time vencedor de Hogwarts é o time da minha casa. Minha melhor amiga é artilheira, e o namorado dela, é o capitão e apanhador. – contou sorrindo timidamente. – Todos nós contamos com eles. É inevitável.


- Disseram que Hogwarts tem o melhor time de quadribol desde anos atrás. - Dimitri disse sem desviar seu olhar do rosto corado de Kristen. Tão pouco imaginava que tinha alguém ouvindo a conversa e rindo de seu sotaque. - E que vai ser muito difícil vencê-los.


- Desculpe a modéstia, mas vai sim. – ela comentou divertida. – James é um apanhador habilidoso, poucos possuem o talento que ele tem. E o resto do time, também. – corou ainda mais vendo o sorriso que brotava nos lábios cheios de Dimitri enquanto ela falava. – Eu não entendo muito de quadribol, mas gosto de acompanhar...


- Adoraria sua presença no campo no dia que eu jogasse. - O russo confessou, esboçando um largo sorriso ao acolher as mãos de Kristen entre as suas.


Ela olhou para suas mãos juntas. As dele tão grandes e masculinas, enquanto as suas eram pequenas e suaves. Estremeceu, quando seus olhos se encontraram. Um diminuto sorriso se apossou dos lábios.


- Eu irei sim. – respondeu.


- Fico contente em ouvir isso. - Sorriu, tocando carinhosamente o rosto corado de Kristen. - Você é diferente das outras garotas.


- Diferente como? – perguntou temerosa. Tudo estava indo bem demais, pensou tristonha. Ele iria fazer como Marcus, iria se livrar dela. Afinal, o que um garoto lindo como Dimitri iria querer consigo?


- Fica tímida com a minha presença. É doce e encantadora. Sem falar que escuta tudo o que eu sempre digo, ao contrário das outras que me atacam de imediato. - Disse fazendo-a rir.


Marcus suspirou, pensando e concordando por um momento que o que ele dissera era verdade. Kristen realmente era diferente das outras garotas. Ela sempre escutara suas piadas, por mais idiotas que fossem. E ria sempre delas. Balançou a cabeça para afastar tais pensamentos. Repreendeu-se por pensar de tal forma. Não estava em seu juízo perfeito naquele dia.


- Minha timidez não o incomoda? – perguntou. – Eu posso ser idiota às vezes... – murmurou a esmo. – E muito atrapalhada...


- Pra falar a verdade, sua timidez me deixa admirado. - O garoto sussurrou ao aproximar seu rosto lentamente ao de Kristen.


Kristen sorriu, antes de sentir, - pois fechara os olhos -, os lábios do russo, tocar os seus. Fora diferente de quando beijara Marcus, mais doce, e correspondido. Pois eram claras as intenções de Dimitri, e de longe passavam a serem as mesmas do grifinório.


A ruiva deixou seus pensamentos sobre o outro de lado, afinal, não desperdiçaria esse momento pensando em Marcus, então deixou o loiro conduzir o beijo com eximia pericia.


- Que silêncio é esse? - Murmurou Marcus franzindo o cenho, sentindo-se tentado em procurar o motivo do fim da conversa.


Lentamente, para que não percebessem sua presença, o grifinório se levantou e espiou com cautela pela janela aberta. Não soube como explicar, mas pode sentir uma raiva imensa crescer dentro de si ao ver Kristen aos beijos com aquele garoto.


- Russo filho da mãe. - Sussurrou entre dentes, respirando fundo. Novamente balançou a cabeça, não eram ciúmes. Tentou se convencer disso várias vezes.


...


 


Por mais que tentasse evitar e fugir de tudo que acontecia naquele dia agitado em Hogwarts, era praticamente impossível ignorá-lo. Não se sentia nem um pouco à vontade naquele lugar onde vários alunos estrangeiros andavam de um lado para o outro e eram o centro das atenções. Tão pouco lhe agradava a idéia de ser simpática com eles.


Tentava ao máximo manter-se afastada de todos os movimentos, entretanto eles sempre faziam questão de persegui-la constantemente. Por fim deu-se conta de que se não poderia eliminá-los, então o melhor seria juntar-se a eles. Decidira dar uma volta pelo castelo, talvez assim pudesse encontrar Caleb e distrair-se um pouco de tudo aquilo.


Porém, para sua contrariedade, quando alcançara o saguão principal amontoado por alunos estrangeiros e de Hogwarts, pode ouvir a voz estridente da loira sonserina lhe chamar, fazendo-a revirar os olhos e sentir a raiva emanando em si.


- Pandora, querida. - Tiffany se aproximou, puxando um garoto pelas mãos. - Não precisa me agradecer por isso. - A loira sorriu. - Quero me redimir com você após nossas discussões. Esse é Nico Zandone.


- E...? – Pandora disse, fitando o garoto de cabelos castanhos avermelhados e olhar azul. Ele era alto, tanto quanto Caleb e um pouco mais forte. Passada a análise inicial, ela continuou mostrando-se indiferente.


- Não seja grosseira. Ele é um gato. - Sussurrou a outra ao ouvido de Pandora, sorrindo novamente para o garoto. - Nico, esta é Pandora Malfoy.


- É um grande prazer conhecê-la. - O italiano sorrira galante, beijando cordialmente a mão direita de Pandora.


Ela rira sem emoção, fazendo uma careta ao revirar os olhos. Quando o garoto deixara sua mão livre, discretamente limpara-a na saia. Não sabia mesmo o porquê de toda aquela encenação de Tiffany, se ela sabia muito bem de seu real interesse.


- É um prazer também. Espero que esteja gostando de Hogwarts. – Pandora disse impaciente. – Aposto que Tif vai adorar lhe mostrar tudo. Eu tenho que ir.


- Na verdade... - Disse o garoto antes que ela se virasse para sair. - Eu gostaria que você me mostrasse tudo. - Emendou fazendo Tiffany sorrir e bater palmas, entusiasmada pelo novo suposto casal que acabara de formar.


- Lamento, mas já tenho companhia. – Pandora disse direta.


O sorriso de Tiffany desaparecera, dando lugar ao espanto. Ela olhou para Nico, sorrindo forçadamente ao puxar Pandora para um canto não muito longe dali.


- Você é louca? Aquele é Nico Zandone. A família dele é uma das mais prestigiadas na Itália. Sem falar que ele é lindo. - Sussurrou.


- Argh, já devia saber que pouco me importo com status. - ela retrucou nervosa. - Já que o acha tão lindo, fique com ele você mesma. Eu já disse. Tenho companhia.


- Por Merlin, Pandora. Perdeu o juízo? Caleb Weasley não é uma boa companhia. É uma péssima companhia. Quer que o seu prestígio de Malfoy vá para o ralo se continuar se envolvendo com ele? - A outra sonserina indagou.


- E o que o prestígio me dá? - retrucou séria. - Você não entende Tiffany! Caleb é um cara incrível, é gentil e se importa comigo. Não preciso de mais nada. Nem do seu adorado Nico Zandone.


- Eu não ouvi isso. - A loira fizera uma careta perante os elogios de Pandora ao grifinório. - Caleb é um pobretão, rústico e grotesco. Você precisa de alguém como o Zandone. Vá com ele e o mostre toda Hogwarts. - Dera um leve empurrão em Pandora.


- Eu não quero ser grossa, então não me obrigue a isso. - ela exclamou voltando-se para a Sonserina. Então saíra esbarrando nela com força.


Tiffany a olhara se afastar, incrédula. De fato, em sua opinião, Pandora Malfoy tinha sido amaldiçoada pelo Weasley. Virou-se para Nico, forçando outro sorriso diante a expressão confusa do italiano. Iria abrir os olhos da amiga para o lado certo, nem que tivesse que jogar sujo para isso.


...


 


Seu cargo de monitora-chefe nunca fora tão exaustivo como naquele dia. Perdera as contas de quantas advertências tivera que aplicar em alunos que insistiam em pregarem peças nos visitantes em Hogwarts. Sem contar na indiferença de Pirraça quando o flagara jogando pó de coceira em alguns italianos, deixando-os cheios de alergia e irritação na pele.


Porém ficara satisfeita quando tudo voltara ao normal. Pelo menos aparentava ter voltado ao normal, já que os visitantes conheciam o castelo e começavam a se enturmarem com os anfitriões. Sorrira enquanto virava mais um corredor, procuraria o namorado para que pudesse vê-lo nem que fosse por alguns breves minutos. O dia passava e nem ao menos tivera o prazer de sua companhia um momento sequer.


Contudo o sorriso transformara-se em muxoxo quando sentira alguém cutucar seu ombro. Provavelmente outro visitante lhe pedindo auxílio. Impaciente e disposta a lhe dar uma rápida e talvez grossa resposta, ela se virou para olhá-lo. Porém não pode deixar de reparar na beleza do moreno diante de si, o sorriso charmoso fazia um ótimo contraste com os olhos verdes e por um momento ela pensara que estivesse delirando. Ele fazia com que se lembrasse de... James.


O garoto erguera a sobrancelha, estranhando o modo como ela lhe olhava. No entanto, estava gostando daquela súbita atenção. Os olhos castanhos dela, lhe encantaram.


- Er... É monitora não é? – ele perguntou.


- Sou. - Respondera após alguns segundos, recuperando sua sanidade após a surpresa. Emma sorriu, tentando evitar o constrangimento. - Posso ajudá-lo?


- Acho que sim, estou um pouco perdido. – o garoto disse, sorrindo sem jeito. – Sou Jack Harrison. Estudo em Goldsmiths.


- Emma Hard. - Ela sorriu, cumprimentando-o. Caminhara ao lado do garoto pelo corredor. - Hogwarts é um tanto que grande. Eu me perdia várias vezes em meu primeiro ano aqui. Principalmente nas escadas, elas adoram confundir qualquer um. - Comentou rindo.


- Exatamente, foi isso que aconteceu comigo. – ele disse rindo. – Preciso ir, até as masmorras. Minha prima esqueceu isso e tenho que entregar a ela. – então mostrou a bolsa verde musgo. – Serena vai participar das competições acadêmicas.


- Ah sim. Eu posso te acompanhar até lá. Acho que Hogwarts não vai virar de pernas pro ar se me ausentar das obrigações por alguns minutos. - Emma disse, sorrindo para o moreno enquanto viravam um corredor.


- Eu agradeceria muito se fizesse isso, Emma. – sorriu e a semelhança com James ainda a assustava.


- Então, vai participar de quais atividades? - Perguntou em uma tentativa de uma conversa que pudesse fazê-la esquecer a comparação.


- Quadribol. – ele respondeu seguro de si. – Andei sondando, e acho que será uma experiência formidável. Penso em seguir carreira e vamos ter muitos olheiros dos times assistindo as partidas.


- Você joga quadribol? - Emma o olhou, surpresa. Ele assentiu. - Em que posição?


- Sou apanhador... Joga também? – perguntou de volta.


- Isso é mais assustador do que imaginei. - Sussurrou Emma a si mesma, notando o olhar confuso do moreno sobre si. Ela balançou a cabeça, tentando novamente evitar comparações. - Jogo. Sou artilheira da Grifinória. Serei sua adversária no jogo.


- Que interessante! Vai ser um jogo e tanto. Já viu as chaves dos competidores? – perguntou Jack.


- Pra falar a verdade não tive tempo. - A garota coçou a própria nuca. - Estou acumulada de trabalhos que os professores passaram por causa do torneio, tive o último jogo há poucos dias e o cargo de monitora-chefe quase não me deixa fazer nada. Tanto que me esqueci completamente disso.


- Mas aposto que o capitão de vocês está a par de tudo. Então não precisa se descabelar. - ele brincou. - James Potter, não é?


- Ele mesmo. - Murmurou Emma, desviando seu olhar. Por uma fração de momento estivera tão perdida em comparações que se esquecera de comparar James como seu namorado. Também se esquecera do fato de que ele era famoso, não apenas em Hogwarts. O título de melhor apanhador e capitão de quadribol em Hogwarts após o pai gerara uma grande repercussão.


- Estou louco pelo jogo contra a Grifinória. Jogar com ele deve ser bem estimulante. Treinei muito para esse dia. - Jack disse, fitando Emma.


- Bom, de fato é sim. - Emma sorriu orgulhosa. - Ele é um ótimo apanhador. Quando ele capturou o pomo de ouro no último jogo foi espetacular. E ele é um grande capitão também. Confesso que seu time terá um pouco de trabalho.


- Eu espero que sim. - respondeu rindo. - Mas parece que o conhece muito bem. O Potter. - emendou interessado.


- Conheço. - Assentiu, tentando conter um suspiro. - Ele é... É meu namorado.


Emma pudera ver o semblante dele mudar. Era impressão sua ou vira certo desapontamento nos olhos tão parecidos com os de James? Mas a verdade era que Jack sorrira sem graça, evidenciando que ficara surpreso.


- Jura? – indagou, e Emma assentiu. – Que pena.


- Pena? - Ela o fitou confusa enquanto caminhava de costas pelo corredor.


- Sim. – ele corou. – Te achei muito interessante e bonita, mas já que tem namorado, preciso me convencer de que você não é acessível... Desculpe se estou sendo, um tanto quanto, direto.


Emma desviou seu olhar, visivelmente ruborizada pelo que ele dissera. Tentara ao máximo esconder o efeito que as palavras dele lhe causara, mas soube que fora em vão. Ela parou próxima a escada, virando-se para olhá-lo.


- É só seguir em frente que chegará às masmorras. - Disse ao apontar para o portal.


- Obrigado, Emma. - Jack sorriu. - Nos vemos por aí?


- Claro. - Emma sorriu ao vê-lo se afastar, desejando imensamente que não o encontrasse ao lado de James. O constrangimento já fora suficiente pelo fato de estar a sós com Jack.


...


 


Após uma conversa e chegarem a uma decisão, Harry e Hermione acharam melhor dizer à Ben e Lily que em breve teriam mais uma companhia. Contudo, como previram a conversa não seria nada fácil.


O casal lembrava-se claramente de como Ben recebera a notícia de que Lily estava a caminho, tendo um ataque de ciúmes e uma birra que durara por alguns dias. Agora, além de ter que darem a notícia à Ben, tinha a caçula. Não podiam prever sua reação, mas esperavam que fosse a melhor possível.


Eles se reuniram na sala, uma Lily sentada confortável no colo do pai e o pequeno garoto de cabelos negros e olhos verdes sentado ao sofá entre os pais, temeroso pela conversa séria que teriam naquele momento.


- Mamãe e eu precisamos contar algo pra vocês. - Disse Harry analisando a expressão no rosto de cada um.


- Pai eu juro que não tive culpa. - Começara Ben, recebendo olhares confusos. - Eu estava passando pelo corredor e a Lily me empurrou e sem querer esbarrei na mesa e derrubei o vaso. Escondi os caquinhos, mas ela disse que ia contar e... - Ele apontou o dedo para a irmã em tom acusador. - Sua fofoqueira.


- Não contei nada! – Lily se defendeu, fazendo bico.


- É eu deveria saber que deveria haver dedinhos seus nisso. Porque um vaso daquele tamanho não poderia simplesmente desaparecer. A menos que um de vocês o tivesse feito desaparecer com mágica, ou... O quebrado. – Hermione falou, e riu. – Está tudo bem, querido, não queríamos falar sobre isso. Não é, Harry?


O moreno voltou-se para ela, como se estivesse saindo de um transe permanente. Estava nervoso, e não sabia se deveria estar, nem porque estava. Contudo, o nervosismo era real, e o fazia suar.


Ele apenas assentira, engolindo em seco e coçando a própria nuca. Ben olhou para o pai, geralmente ele era confiante e seguro de si. No entanto não transparecia isso no momento.


- Pai, o senhor tá bem? - Perguntou preocupado, ignorando a mãe repreender o riso.


- Estou. - Ele confirmou após respirar fundo, olhando para a esposa como se pedisse amparo. - Bom, como eu dizia a mãe de vocês tem uma notícia para dar.


- Nós dois temos, na verdade. – ela disse olhando-o severamente. Forçando um sorriso. – Não vai fugir disso, Harry Potter. – sussurrou ao marido.


- Agente vai ter uma casa rosa? – Lily perguntou. – E um pônei azul de estrelas?


- Quem dera se fosse algo tão simples. - Harry murmurou.


- Já sei. Vocês vão arranjar uma esposa para o Félix. - Deduziu Ben. Hermione fizera uma careta.


- Também não é isso. - O pai apressou-se em corrigi-lo, vendo o desapontamento que atingira Lily atingir o filho. Ele ponderou por um momento, procurando as palavras certas pra dizer. - O que queremos contar é que... É que logo vocês terão outra companhia.


As duas crianças franziram a testa de igual modo, e olharam um para o outro. Aquilo estava estranho. De que tipo de companhia eles falavam?


- Bem... O que seu pai quis dizer... – Hermione tartamudeou. – É que em breve, vocês terão um irmãozinho ou irmãzinha. – emendou e sorriu, esperando a reação dos dois.


Lily olhou boquiaberta para a mãe, mas logo seu semblante mudara e adquirira um brilho nos olhos e um largo sorriso. Suspiraram aliviados, pelo visto ela gostara da notícia. Voltaram seus olhares para Ben e, como previsto, a reação dele fora a mesma. O garoto cruzara os braços e fizera bico.


- Eu não quero outro irmão. - Murmurou chateado.


- Ele não vai mudar nunca. - Harry sussurrou para a esposa, voltando sua atenção ao filho. - Ben, eu sinto muito se isso é o que você quer, mas terá que se acostumar com a idéia outra vez.


Hermione olhou para o moreno, lançando a ele uma mensagem no olhar. Ele fora um pouco duro com o garoto. A mulher sabia o quanto era difícil para ele conviver com os irmãos mais velhos, e ainda competir com Lily. Ela passou a mão nos cabelos de Ben, e em seguida afagou o rostinho contrariado dele.


- Querido, sei que é difícil aceitar no começo, mas não podemos fazer nada quanto a isso. Tenho certeza de que será um ótimo irmão mais velho, e vai amar muito ao seu novo irmão. Hum? – o menino levantou o olhar para fitar a mãe. – Vai poder ensinar coisas pra ele, e vai protegê-lo.


- Mas vai acontecer tudo de novo. - Disse cabisbaixo. - Que nem quando a Lily chegou. Você e o papai vão dar mais atenção pra ele, assim como o James e o Jared. E eu vou ficar sozinho.


- Isso nunca aconteceu, Ben, sabe disso. Seu pai e eu nunca o deixamos sozinho, assim é com relação a James e Jared. Só que você sabe que os bebês precisam de mais cuidado. Amamos todos vocês igualmente. – ela disse, e seus olhos marejaram.


- Promete que não vai esquecer-se de mim? - Ben perguntou ao erguer seus olhos verdes para fitar os castanhos marejados da mãe.


- Nunca, meu amor. – respondeu, beijando-o na face. – Nunca.


Ele sorriu, virando seu rosto para fitar o pai. Os olhos verdes se encontraram e ele transmitira a mesma pergunta ao pai pelo olhar. Harry sorriu, beijando-o na testa e bagunçando os cabelos negros do pequeno.


- É impossível esquecer-se de você, Ben. Sua mãe e eu te amamos.


- E você senhorita Lily não vai dizer nada? – Hermione perguntou à pequena.


- Onde ele vai morar? No meu quarto não pode, porque tem muitas nenas. E... Onde é que ele está agora, vai chegar no carteiro?


- Não, ele não vai morar no seu quarto. - Harry respondeu, rindo diante as perguntas da filha. Pegou uma das pequenas mãos de Lily e a colocou sobre o ventre de Hermione. - E ele está aqui e não vai chegar por carteiro.


- Como os bebês são feitos? - Perguntou Ben inocente.


Harry engoliu em seco com a pergunta, erguendo seu olhar para Hermione. Assim como ele, a esposa também estava sem reação.


- É como ele cabe dentro da mamãe? E como fizeram para colocar ele aí dentro? – Lily perguntou e o irmão assentia a cada pergunta feita.


- Uma coisa de cada vez meu amor. – Hermione a barrou, rindo sem jeito. – Er... Lá vamos nós outra vez... – murmurou para si mesma, e então se voltou para os filhos. Suspirou. – Quando um homem e uma mulher se amam, o natural é que tenham filhos. E acontece assim, o papai planta uma sementinha na mamãe, e ela cresce com o tempo e cuidado, e então depois disso, o bebê está pronto para vir ao mundo.


- E ele vai ficar esse tempão dentro da sua barriga no escuro? – a caçula perguntou. – Nem tem abajur.


- Sim, meu bem. Ele vai ficar aqui – alisou o ventre -, muito quentinho, e crescendo e ficando gordinho. – então rira e fizera cócegas na menina.


- Isso parece ser tão complicado. - Comentou Ben, pensativo. - Parece coisa de gente grande.


- E é coisa de gente grande. - Disse Harry ao filho. - Vocês só vão entender isso daqui alguns anos.


- Era só isso que vocês queriam dizer? - Perguntou Ben vendo o pai assentir. - Posso ir então? Deixei o Félix perto da fonte, mas fora do sol. Ele fica esquisito se ficar muito tempo fora da água.


- Pode ir sim, meu amor, mas leve um boné se for ficar no sol. – Hermione recomendou.


- Eu pode ir também? Sou a babá do Félix, vou vestir uma roupa nele. – Lily disse. – E vou usar boina. – emendou e sorriu.


- Certo, vai com seu irmão. – a mãe concordou, e ela a beijara, assim como fizera com Harry pouco depois.


Harry esperou que os filhos se retirassem, sorrindo e suspirando quanto estava a sós com a esposa.


- Eu pensei que durante o tempo ia ter prática pra dar esse tipo de notícia, mas eu acho que me enganei. - Comentou rindo.


- Se saiu bem, querido. – Hermione riu. – Afinal ficou calado a maior parte do tempo. – zombou.


- Eu já disse que não levo jeito pra isso. - Murmurou coçando a nuca.


- Eles aceitaram bem, melhor do que eu esperava. Só quero que Lily não mude de idéia quando o bebê nascer. Você sabe o quanto ela exige exclusividade, e tenho medo de ser pior do que quando ela nascera. – a morena disse, aproximando-se do marido. Aninhou-se em seus braços, suspirando.


- Acho que ela não mudará de idéia. Mas se mudar daremos um jeito nisso. E até lá James vai estar em casa, ele sabe lidar com a Lily melhor do que ninguém. - Disse afagando os cabelos da morena.


- Você tem razão. James tem um dom sobrenatural de saber lidar com mulheres de todos os tipos e idades. – Hermione comentou rindo.


- Ah, não fale isso perto dele, por favor. - O moreno dissera, rindo. - O ego dele parece maior a cada vez. Você não tem idéia do exibicionismo dele quando fui vê-lo no último jogo.


- Falando nisso, não me contou nada. – resmungou, beijando-o levemente nos lábios. – Como foi o jogo?


Harry tentara agir com naturalidade diante a pergunta da esposa, contudo sentia-se receoso e inseguro por dentro. Hermione era demasiada inteligente e precisava elaborar algo bem convincente. Afinal, James e ele haviam feito um trato de que não contariam sobre a brutalidade do jogo para que não afetasse seus nervos agora com a gravidez.


- Foi ótimo. - Respondera literalmente. - Um pouco difícil, claro. Mas foi bom. James mandou muito bem quando pegara o pomo de ouro.


- O que quis dizer com “um pouco difícil”. Não me diga que ele se machucou? – perguntou alarmada.


- Não. - Harry apressou-se, tentando acalmá-la. - Ele não. Apenas Emma, ela caiu da vassoura, mas não fora nada de grave.


- Oh! – ela abafara uma exclamação. - É por isso que abomino o Quadribol. Sempre digo que é um esporte muito violento, mas sempre me dizem que exagero! 


- Mione perigo existe em qualquer lugar. Mas não é evitando o que gostamos que vamos evitá-lo. James adora o quadribol, você sabe disso. O time que ele montara esse ano é excelente. - Harry a beijou na face. - Mas quem sabe ele não escolhe uma carreira menos perigosa para deixá-la aliviada, hum?


- Eu espero que sim. – ela respondeu. – Estou com sono, pode dar uma olhada nas crianças, vou tirar um cochilo. Tinha me esquecido de como é estar grávida.


- Claro. - Ele sorriu, beijando-a levemente nos lábios. - Pode ir descansar tranquila. Vou ficar de olho neles.


Ela assentiu, e o beijou outra vez, no entanto, o que Hermione esperava ser um beijo rápido, fora mais. Harry não permitira que ela se desprendesse de seus braços e de seus lábios, intensificando o segundo. Ele não apenas intensificou o segundo como o beijo, aprofundando-o cada vez mais. Seus lábios a conduzira naquele carinho lento e prazeroso, fazendo-a suspirar. Harry era imprevisível quanto a seus momentos de carícia para consigo, mas Hermione adorava quando se deparava com tal surpresa. Ele afastou-se alguns minutos depois, buscando ar.


- Agora realmente terei um bom descanso... – Hermione disse ofegante, os lábios estavam levemente maiores e com um sorriso neles.


- Ótimo. - Ele a beijou na testa. Acompanhou a esposa se afastar com o olhar e um pequeno sorriso maroto.


Hermione subiu para seu quarto, o sono lhe implorava por sua cama e algumas horas de repouso. Sempre se sentia sonolenta durante uma gravidez. Deitou-se confortavelmente em sua cama, abraçando o outro travesseiro e fechando os olhos.


Um sorriso surgira em seus lábios quando o perfume de Harry emanara do outro travesseiro, assim como o gosto incrível de sua boca masculina ainda permanecia na sua, lembrando-se de cada sensação que ele lhe despertava quando a beijava. Sabia que agora, com tais pensamentos em mente, seria difícil pegar no sono rapidamente. No entanto tentaria, precisava descansar.

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N/A: Capítulo postado e com surpresas. kkkk

Bom, nós iriamos manter segredo sobre isso sabe. Mas algumas pessoas descobriram certas coisinhas que não era pra serem descobertas. kkkk

A Fic vai ter sim continuação. Já estamos trabalhando nela, já que essa primeira fase terminamos.

E a continuação terá várias surpresas. E alguns fatos também que se juntaram com o final da fic. Só acompanhando para vocês saberem. 

Ah, e outra coisa. A GRAVIDEZ DA HERMIONE NÃO É DE RISCO, GENTE!!!

Pessoas, a Hermione tem 37 anos. Idade para gravidez de risco é acima dos 40. Minha mãe mesmo (Taís) me teve com 38. E eu to viva, ela também. Lógico. kkkk

Então a gravidez não é de risco. Vai correr tudo bem. A Mione vai ter seu bebê. Não se preocupem.

Como de costume, não esqueçam de comentar.

Assim o próximo capítulo chega rapidinho. xD

Beijo das autoras.

N/A: Capítulo postado e com surpresas. kkkk


Bom, nós iriamos manter segredo sobre isso sabe. Mas algumas pessoas descobriram certas coisinhas que não era pra serem descobertas. kkkk

A Fic vai ter sim continuação. Já estamos trabalhando nela, já que essa primeira fase terminamos.

E a continuação terá várias surpresas. E alguns fatos também que se juntaram com o final da fic. Só acompanhando para vocês saberem. 

Ah, e outra coisa. A GRAVIDEZ DA HERMIONE NÃO É DE RISCO, GENTE!!!

Pessoas, a Hermione tem 37 anos. Idade para gravidez de risco é acima dos 40. Minha mãe mesmo (Taís) me teve com 38. E eu to viva, ela também. Lógico. kkkk

Então a gravidez não é de risco. Vai correr tudo bem. A Mione vai ter seu bebê. Não se preocupem.

Como de costume, não esqueçam de comentar.

Assim o próximo capítulo chega rapidinho. xD

Beijo das autoras.




09/10/2010.

 

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